Estou triste e eu não estava com vontade de escrever...E ainda não estou. Só decidi vir dar notícias em respeito as pessoas que seguem o blog, estão torcendo e esperam por notícias.
Chegou segunda.
Acordei as 3h da manhã para comer alguma coisa. Comi um sanduíche, bebi suco e voltei a dormir. A partir desse momento, mais nada de líquidos ou sólidos, jejum total.
Acordei.
Fui me entreter com o bichinho de pelúcia ambulante que marido me deu de presente. As vezes penso que ele sabe que estou triste e fica quietinho enquanto o afago.
Eu sabia há semanas que havia milhares de páginas do contrato para ler, preencher, assinar e entregar tudo hoje. Mas, simplesmente, não tinha vontade nenhuma de fazer isso. Na 1ª fiv, eu li e preenchi tudo. Dessa vez, deleguei a função ao marido... Ele não reclamou tanto quanto imaginei que reclamaria.
Sexta discuti com o marido e ele disse que detestava que eu ficasse no zap conversando... No sábado, decidi sair de todos os grupos. Ver se isso realmente faria alguma diferença em me deixar menos triste...
Sai de todos os grupos de zap que estava, isso só fez eu me sentir mais sozinha ainda.
Eu sei que é difícil de entender "nossa como essa menina reclama", mas, de verdade, não precisa entender, apenas aceitem. Vocês não sabem como funciona a cabeça de uma pessoa deprimida... Eu queria estar normal e seguir a minha vida, encarar tudo como se fosse apenas uma pedra no caminho. Mas a pedra parece uma montanha enorme que eu estou tentando escalar sozinha e só tenho vontade de chorar. Os dias passam... Amanhece, anoitece e tudo exatamente igual.
Dessa vez, não preparei a malinha não. Tava nem aí. Meu marido foi almoçar mais cedo, já que teríamos que estar as 11:30 lá. Eu fui tomar banho para me arrumar. Acho que demorei demais no banho, marido veio falar para eu agilizar.
Sai do banho e faltava 15min para 11:30. Estava atrasada, atrasadérrima. A sorte é que a clinica é perto. Peguei o primeiro vestido que encontrei, estou muito gorda/inchada para usar calça comprida.
Chegamos com 5min de atraso. Mas tudo certinho, devolvi hoje o isoporzinho para a clinica. Marido saiu de perto de mim para entregar a documentação. As 11:45 me chamam. Me despeço dele por zap...
Me troco e me deixam esperando sentada na sala de recuperação anestésica. A enfermeira está confusa sobre quem seria a fazer a punção primeiro. Havia eu e outras duas lá. Ela sai para olhar as papeladas, mas, aparentemente, pelo horário da medicação, eu seria a primeira.
Ela volta e pede para que eu me deite na maca. Vão me colocar no soro com uma medicação. (Isso é diferente. Na 1fiv, eu fui direto para o centro cirúrgico), pergunto que medicação é essa, a enfermeira diz que é para evitar sangramento.
Depois que acaba o soro, me levam para o centro cirúrgico. Não gosto da posição ginecologica, não gosto da forma como "nos amarram", acho totalmente desahumano. Amarram as pernas, amarram os braços. Minha cara estava coçando, mas eu já estava amarrada e não conseguia me coçar. Depois de ser amarrada, tiram os meus óculos. Agora estou cega também.
Queria dizer que isso só aconteceu dessa vez, mas isso seria mentira. Todo procedimento cirúrgico pélvico é assim...E eu já passei por mais procedimentos assim do que gostaria.
A anestesista é conhecida, é a minha médica da acupuntura. Eu já sabia que havia chance de 90% dela ser a anestesista do procedimento. Mas houve tantos imprevistos nas últimas semanas que eu não ia para acupuntura há séculos. Ela conversa comigo, depois conversa com o médico, juro, nem vi quando ele chegou... Apago.
Depois uma voz me pergunta se estou acordada. Respondo "mais ou menos", troco de maca.
Depois novamente uma voz pergunta se estou acordada. Respondo "nem tanto", troco de maca.
Escuto a voz comentando com outra "vou deixar ela assim, ela ainda está muito sonolenta". O monitor de batimentos cardíacos continua no meu dedo.
Acordo, mas permaneço de olhos fechados. abrir para que afinal?
Escuto vozes ao fundo, aparentemente duas pacientes conversando na sala de recuperação. "Eita eu quando saio da anestesia, acordo 5min depois, essa menina aí ta no sétimo sono..." Suponho que estavam se referindo a mim. Continuo de olhos fechados. Algum tempo depois, totalmente desperta, decido abrir os olhos. A anestesista está na porta da sala conversando. Ela olha para mim e pergunta como estou.
Respondo: Estou cega.
Aí ela pergunta para a enfermeira onde estão meus óculos.
Finalmente, me devolvem os meus óculos.A única coisa que estava sentindo era fome. Olho o relógio na parede, são 14:30.
Me deixam lá. Eu resolvo voltar a dormir... não tinha nada melhor para fazer afinal.
As 15h, aparece a enfermeira e eu a escuto conversando com outra que todos os apartamentos estavam lotados e que, por isso, deixaria eu e a outra paciente, lá na sala de recuperação mesmo. O problema da sala de recuperação, é que os maridos não tem acesso.
A outra paciente reclama que está nauseada e reclama que o marido está esperando na recepção sem notícias desde cedo. Eu comento que o meu marido também... desde 11:30...
A enfermeira vem tirar o monitor cardíaco e verificar os soros. Peço que já que vamos ficar ali, que pelo menos ela traga os nossos celulares para que possamos falar com nossos maridos. Ela prontamente vai pegar. Volta e diz que não irá nos trazer nenhum lanche por medo que coloquemos tudo para fora por causa da medicação.
Acho um absurdo, não como desde as 3h da manhã... eu estou esfomeada, nem um pouco enjoada, comeria uns 30 pratos... Mas, não digo nada, só queria receber alta e ir embora.
O médico aparece e diz que tive oito. Aí pergunto para ele "oito o que? oito folículos ou oito óvulos?". Ele responde "oito óvulos".
O efeito da medicação começa a passar e agora, sim, estou com dorrrr. A enfermeira coloca outro soro, com algum medicamento analgésico. As 16:30 finalmente me liberam dali, mas me dizem que preciso ir até o consultório do médico conversar com ele. Reclamo que queria simplesmente ir para casa. A enfermeira diz que eu não irei esperar muito.
Finalmente saio da parte restrita e encontro com meu marido na recepção. Digo a ele, que ainda teremos que ir até o consultório do médico. Ele também não vê sentido nenhum nisso... Mas vamos até lá.
Dessa vez, a enfermeira disse a verdade, em cinco minutos nos chamaram para entrar.
Lá no consultório o médico disse que ligássemos no dia seguinte para saber quantos óvulos formaram embriões, que na quinta ligássemos para saber a classificação dele e que na próxima semana marcássemos de ir lá para discutirmos os próximos passos.
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No dia seguinte mandei zap para o médico e para uma das várias secretárias da clínica.
Dos oito óvulos, quatro foram fecundados. Achei extremamente baixo o percentual de fecundação, só 50%.
Na 1ª Fiv, eu tive seis óvulos e quatro foram fecundados, percentual de 66%.
E lembrando que os embriões foram parando de dividir e acabei apenas com os dois que transferi...
Juro, estou com medo de ligar na quinta e eles terem parado de dividir também... Estou pensando seriamente em nem ligar para saber e simplesmente esperar para saber só na consulta de segunda.