Benfica no coração!

"Javi Garcia renova contrato por mais 4 épocas até 2018"

"O interesse do Inter de Milão e de todos os outros esbarra numa coisa: a vontade de Maxi Pereira em ficar no clube" - Empresário de Maxi Pereira

"Ao Benfica não regresso enquanto Jorge Jesus for treinador. Só festejo ser campeão pelo Sporting de Braga" - Ruben Amorim

Os críticos do Sport Lisboa e Benfica afirmam muitas vezes que não temos jogadores portugueses no plantel. Que a coluna vertebral da selecção nacional costumava ser do Benfica, que este clube não tem representação portuguesa, formação, blá, blá, blá...

Eu digo contra isso que o futebol actual evoluiu no sentido de se esbaterem as fronteiras nacionais e de os limites a estrangeiros nos planteis são figuras de estilo e sem aplicabilidade pratica.

Querem fomentar a formação? Revejam os quadros competitivos de escalões etários mais baixos, incentivem a formação com maiores percentagens das futuras clausulas de rescisão ou transferencias. Num mundo em que as pessoas se movimentam cada vez mais para poder trabalhar em qualquer lado, no desporto não se foge à regra.

Para além disso o jogador português é caro quando comparado com jogadores de igual qualidade de outros países. Pior, os empresários portugueses são limitados e perseguem o lucro fácil em detrimento da evolução dos atletas.

Sentir o Benfica no coração, para mim,  é o que conta para representar com garra a nossa camisola. Antigamente os jogadores portugueses sentiam esse sentimento porque viviam a realidade do clube desde pequenos.

Hoje, na era do futebol global a grandeza dos clubes sente-se mesmo não sendo da nacionalidade do mesmo. Javi e Maxi são exemplos disso. Infelizmente Ruben Amorim também...

M.

A Mistica... e o miudo que não se calava...

Jogo de Champions League, um jogo que invariavelmente atrai ao estádio muita gente que normalmente vê os jogos em casa.

São fáceis de identificar, quer seja pelo desnorte, pelas constantes fotos ou simplesmente o ar de euforia por estar no estádio do Sport Lisboa e Benfica.

Ontem não foi excepção, mas o que não podia adivinhar era que ia calhar ao meu lado um desses estreantes...

Estava sozinho e ainda antes de começar o jogo este miúdo de cerca de 20 anos comentava para ele próprio mas de forma sonora tudo aquilo que o envolvia... "Epá hoje é para ganhar!", "Emerson tu joga à bola pá", "Maxi, anda gordo!".

Confesso que com os anos de estádio que vou levando, já me habituei a "desligar" dos comentários de quem está à volta. Concentro-me, entro no meu mundo e podem estar a falar de mim ao meu lado que vai dar ao mesmo. No entanto este miúdo não desligava, saia-lhe pela boca tudo aquilo que o seu cérebro ia  projectando... "anda", "mais juntos", "defendam", "corram". Era-lhe perfeitamente indiferente estar ali ou estar no sofá de casa a acompanhar sozinho o jogo.

Ao fim de 10 minutos já me estava a incomodar, eu nervoso, muito nervoso... e o miúdo só falava, só comentava, reagia a tudo. Sabia os nossos cânticos todos de cor e desdizia os cânticos dos adeptos do Zenith, "Querem o quê?", "Que língua é essa? Não se percebe nada do que dizem...".

Aos 15 minutos estava pontinho para o mandar calar... e é então que me apercebo, "este miúdo não faz por mal... ele também está no mundo dele e à maneira dele, não faz mais do que sentir e viver o jogo da sua equipa do coração como sabe... este miúdo está a sentir aquilo de que muitos só falam, este miúdo está a sentir a Mistica!"

Comprou lugar para ver o Benfica, foi sozinho, não precisou de se sentir num grupo para se sentir Benfiquista, vibrou como vibraria em casa, vibrou como sabia, mas acima de tudo, reagiu a cada momento com o coração, na convicção que estava entre irmãos, inserido numa verdadeira família, a nossa família, a Família Sport Lisboa e Benfica!

Percebendo o que ali estava sorri e disse-lhe: "É isso miúdo!, vamos ganhar!". Sentiu-se ainda mais à vontade e foi vê-lo dar largas à imaginação até ao apito final.

É isto a Mística, é isto o que nos faz sentir em nossa casa ao entrar naquele estádio, é o sentido de pertença e ao mesmo tempo de profunda comunhão, mesmo que estejamos apenas... no nosso mundo...

Sport Lisboa e Benfica!
SEMPRE!!

HJB

A primeira vez...

Não, obviamente não me vou debruçar aqui sobre "essa" primeira vez...

Falo-vos da memória mais distante que tenho do Sport Lisboa e Benfica. Não foi um jogo a que tenha assistido mas um treino das camadas jovens.

Devia ter 3 ou 4 anos, não mais e fui com o meu pai ao antigo Estádio da Luz. Não tinha as comodidades de um estádio actual, nem sequer as que chegou a ter nos últimos anos antes da demolição. Não tenho muitas memórias desse dia mas lembro-me de ser manhã e tudo ali me parecer mágico e grande, muito grande!

Não havia "visitas ao estádio" como acontece hoje, não existiam "megastores" nem zonas comerciais... Quanto muito um café e já era muito!

Os campos onde treinavam/jogavam as equipas jovens eram pelados (!), com aquele piso em gravilha que no Inverno se tornava lama castanha eno Verão levantava um pó quase irrespirável... Se alguém cometia o erro de cair, tropeçar ou atirar-se para o chão podia ter garantido um rasgão nos joelhos ou nos cotovelos.

E a imagem que ainda hoje guardo é a de Eusébio no meio dos miúdos a mostrar como se devia fazer, de fato de treino a orientar os futuros craques... Quis nesse momento tanto estar ali no meio deles... Os putos olhavam para aquele ídolo com total dedicação e bebiam cada palavra com admiração

Desde esse dia, que me lembre, nunca quis ser de outro clube... Na escola, com os amigos e em família, ser do Benfica era a coisa mais natural do mundo, mesmo quando algumas das minhas referências puxavam a outra cor, isso era inegociável.

Fui o Bento na baliza, o Carlos Manuel a rematar de longe, o Chalana a sprintar nas alas em mágicas fintas, o Diamantino no último passe para golo, o Jordão ou o Rui Águas a cabecear para o golo, o Mozer a dominar no meio da defesa. Venci Taças de Portugal e Campeonatos em 30 minutos de recreio (mas 30 minutos "à Benfica"). Voltei a casa com as botas ortopédicas numa lástima (que me valiam pelo menos um suspiro de desespero da minha mãe...) mas com a certeza que tinha feito o jogo da minha vida!

Ontem como hoje, ser do Benfica entranha-se em nós como algo inseparável. Pode-se mudar muita coisa na nossa vida mas deste clube...nunca! Orgulho no vermelho, na águia e na ideia comum a todos nós que somos os maiores do mundo. Há dúvidas?


M.

As crianças não mentem!

As crianças não mentem!

Começou!!!

E vai terminar assim:

A minha Mística

Mística - (do grego mystikós, ver com os olhos fechados, magia, segredo)

Significados:
- tratado ou estudo de coisas divinas espirituais
- vida contemplativa
- conjunto de práticas conducentes ao êxtase
- atitude coletiva afetivamente assente na devoção a uma ideia, uma causa, uma personalidade, um clube, etc.

-	adesão entusiástica aos grandes valores, a princípios ideais

- fanatismo

A palavra "Mística" associada a um clube de futebol traz consigo a dimensão sobrenatural atribuída a fenómenos sociais e grupais. Em português: pelo sentimento, pelo exacebar das emoções, pela manifestação de fenómenos primários e ancestrais (antigamente associados a actividades tribais como a caça, por exemplo) atribui-se significado sobrenatural ao que provoca esses sentimentos, essas emoções.

O futebol assume esse papel e a dedicação a um clube, pelo que traz de mágico e de irracional, traduz-se pela palavra "Mística".

E o que é a Mística de um clube, o que é a Mística do Sport Lisboa e Benfica?
A Nossa Mística é a paixão, a dedicação, o amor que temos pelo clube, pela sua História, por tudo o que de bom e fantástico ele nos deu mas também pelas emoções (boas e más) que nos provocou (e provoca). É o que não conseguimos explicar a quem não vive o futebol e a quem não é do Benfica, aquele bater especial no coração quando entramos no estádio ou vestimos a camisola, o peso de todos os que por ele passaram, viveram e deram tudo o que tinham. É o viver as vitórias como quando nasce um filho e sentir as derrotas como quando se morre um pouco. É o acreditar no impossível quando isso não é mais que uma ténue miragem, sentir que podemos marcar e ganhar quando já estamos no 94º minuto. É viver no sonho para além do sono, nas asas da águia quando voa sobre o estádio. É sentir que o 4-4 em Leverkusen ou no 3-6 em Alvalade são possíveis quando estamos a perder...

A Nossa Mística é acreditar sempre...mesmo quando os factos, os números, os comentadores, a comunicação social apontam noutra direcção. E eu acredito que vamos voltar a ser campeões este ano!