Confesso que estou desde Sábado para voltar a escrever sobre o Benfica. E que tem sido difícil fazê-lo, diria mesmo impossível sem me voltar a dor de alma que sinto desde que terminou o jogo de 6-Feira...
É tudo uma questão de expectativas e elas eram elevadíssimas no jogo com o FC Porto. Porque temos melhor equipa que eles, porque o FC Porto tem jogado pouco este ano, porque jogávamos em casa perante um público incansável. Porque tendo tido tanta vantagem, tínhamos obrigação de entrar em campo "a matar", a comer a relva se preciso, a mostrar que queríamos vencer o jogo desde início e "À BENFICA".
Podemos falar de Pedro Proença, que teve influência no resultado, mas foi o Benfica que perdeu o jogo. Não foi o FC Porto (embora tenha levado os 3 pontos) que o ganhou nem o árbitro.
Fomos nós que não soubemos entrar à campeão. Deixámos o clube do norte pegar no jogo e ir para cima de nós logo desde o princípio. Sofremos o golo e, como quase sempre este ano, demos a volta ao resultado. Uma boa 1ª parte (desde os 20m) e um começo de 2ª parte aí sim, À BENFICA, ditaram a reviravolta no jogo.
Aos 47m de jogo tínhamos a vitória no bolso, como já tivémos este campeonato no papo e o deixámos fugir. E aqui Jorge Jesus perdeu a "batalha" com Vítor Pereira. Este pôs a carne toda no assador, tirou um central para colocar um extremo (!) e nós não respondemos. Emerson não sabe fazer melhor do que fez, a culpa nem é dele mas sim de quem o colocou em campo.
E num contra-ataque o FC Porto consegue o empate quando a nossa equipa já tinha dado sinas de ter rebentado em termos físicos... O 3-2 é ilegal por fora-de-jogo claro mas adivinhava-se que aconteceria mais cedo ou mais tarde porque Gaitan a defesa-esquerdo (?) quando nem a extremo tinha mostrado o que quer que fosse ia dar em desgraça pela certa.
O público foi incansável no apoio à equipa, poucos foram os que saíram das bancadas com voz porque deram o que podiam.
Perder em casa é mau, com o FC Porto é um pesadelo. As horas depois do jogo custaram a passar, o fim-de-semana foi amargo demais. Sim, é preciso levantar a cabeça, nada está perdido e o FC Porto tem teoricamente, pior calendário que nós. Mas eles estão moralizados e nós em clara quebra de forma. Espero que o jogo de amanhã nos mostre uma equipa diferente, com outra atitude e preparada para o que ainda pode ganhar este ano:
- Liga ZON/Sagres - não dependemos de nós mas acredito que podemos ganhar
- Taça da Liga - vingança em casa nas meias-finais com o FC Porto e vitória face ao Braga na final, só depende de querermos para lá chegarmos
- Liga dos Campeões - o céu é o limite se conseguirmos passar o Zenith. Se não ganhamos amanhã, então não merecemos continuar em prova.
ATENÇÃO:
PS 1: Quem faz parte da estrutura do Sport Lisboa e Benfica tem que meter na cabeça, à força, que os sócios e simpatizantes fazem grandes sacrifícios para ir aos jogos, pagar as quotas, adquirir uma camisola de vez em quando. Estes sacrifícios são o nosso contributo para o clube. Que deve ser pago em esforço, dedicação, suor, sangue e lágrimas em campo e fora dele. Quando falham, assumam isso para que possam corrigir no momento a seguir. Esconder atrás das arbitragens é mandar areia para os olhos, os nossos e os de quem manda no clube.
PS 2: Acho incrível que alguém como Rui Costa esteja praticamente colocado na prateleira. Falo sem conhecimento de causa mas sinto que faz falta ao clube alguém com o património imaterial (leia-se MÍSTICA) que ele carrega seja relegado e substituído por outros que estão no clube por outras razões (e que não o sentem como ele ou como cada um de nós)
PS 3: Prometi ao Nuno que falava dele no blog se vencêssemos. Não ganhámos mas para alguém que está a seguir-nos desde o momento zero, o que salvou 6ª-Feira à tarde foram os momentos de convívio antes do jogo. E na 3ª-Feira, quando vencermos os russos, a crónica será dedicada a ti!
M.
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segunda-feira, 5 de março de 2012
E a vida continua...
sexta-feira, 2 de março de 2012
Match Day: Benfica-Porto
Não vou fazer previsões ou a análise das tácticas, nem mesmo os possíveis 11 jogadores de cada lado. Há jornais que o fazem bem melhor e, para todos os gostos e cores clubísticas, blogs mais dedicados a isso que o nosso.
Todo o barulho, tudo o que se escreve e lê, todas as polémicas, afirmações ou notícias deixam de fazer sentido quando Pedro Proença apitar para começar o jogo. Aí, quem for mentalmente mais forte, quem se sentir melhor preparado ganha vantagem.
Os jogadores mais experientes controlam melhor a ansiedade e o medo. Os mais novos, normalmente mais nervosos, colocam em campo a vontade e a energia de querer vencer num jogo tão importante. Mais que tácticas ou esquemas de jogo, importa o aspecto mental de cada jogador porque, no limite, é aí que se conseguem ganhar (ou perder) estes jogos.
A um antigo treinador e jogador do Benfica foi-lhe perguntado, quando fazia palestras aos jogadores antes destes grandes jogos, o que dizia aos jogadores, como os motivava para aquele momento. A resposta não podia ser mais interessante: todos os profissionais, sem excepção, vivem para poder jogar um Benfica-Porto ou um Benfica-Sporting. Para estes jogos a motivação está lá, o difícil é motivá-los para os jogos com equipas mais pequenas.
Benfica e FCPorto conhecem-se bem, as equipas técnicas estudaram-se mutuamente ao detalhe. Os jogadores, com mais ou menos experiência, conhecem-se mutuamente. Otamendi sabe como travar Cardozo, Luisão e Garay sabem o que devem fazer para marcar Janko ou Kléber. Moutinho e Lucho entendem-se bem, sabem como jogar contra Aimar, Javi ou Witsel. Emerson sente que tem que fazer o jogo da vida dele para parar Hulk e qualquer um dos laterais do FC Porto vai ter que se ultrapassar para defenderem Nolito, Gaitan ou Bruno César.
Jorge Jesus e Vítor Pereira sabem de futebol. Que tácticas usar, que chamadas de atenção devem fazer. Quais as jogadas estudadas do adversário e quais as que pode colocar em campo para surpreender. Procuram entrar na cabeça um do outro para antecipar manobras.
No dia do jogo cada interveniente lida com a pressão e a ansiedade como pode. Os colegas podem ajudar mas a maneira como cada um antecipa a partida influencia como depois ele a vai jogar. Os staffs planeiam este dia ao detalhe, a alimentação, as deslocações, como ocupar os tempos mais mortos para esvaziar essa ansiedade. Os capitães de equipa e os mais experientes jogam um papel determinante para sossegar os restantes jogadores e os que poderão estar mais ansiosos. A alimentação, tendo em conta a hora do jogo e o esforço, é definida ao detalhe para equilibrar o corpo (e a mente) para o momento decisivo.
Por tudo isso e pelo elevado nível de profissionalismo de ambos os lados, o 12º jogador assume importância capital. Jogar em casa pode ajudar muito o Sport Lisboa e Benfica. O ambiente infernal que se consegue nestes jogos desiquilibra. Hoje joga-se no Inferno da Luz!!!
Como tal é importante ter casa cheia mas de apoioantes incondicionais. Daqueles que mesmo que a equipa entre mal, não param de apoiar. Mesmo que se falhe um passe ou um remate, apoiar sempre. Mesmo que o adversário marque, continuar a gritar. Porque quando tudo falha ou pode falhar, o nosso amor ao clube está lá.
E se continuamos a ser adeptos e a ir ao estádio depois de anos humilhantes em termos de resultados (e confrontos como FC Porto) agora é para apoiar, sempre!!!
Quando Pedro Proença apitar para começar o jogo é para apoiar incondicionalmente. Só connosco chegamos à vitória, hoje e no fim do campeonato! Hoje nós temos uma palavra a dizer, cabe-nos a nós, adeptos, estarmos à altura do momento. Nem um único assobio ou vaia para um jogador nosso!
Se conseguimos em comunhão com a equipa em campo, vencemos. Caso contrário, todos saímos a perder...
M.
Todo o barulho, tudo o que se escreve e lê, todas as polémicas, afirmações ou notícias deixam de fazer sentido quando Pedro Proença apitar para começar o jogo. Aí, quem for mentalmente mais forte, quem se sentir melhor preparado ganha vantagem.
Os jogadores mais experientes controlam melhor a ansiedade e o medo. Os mais novos, normalmente mais nervosos, colocam em campo a vontade e a energia de querer vencer num jogo tão importante. Mais que tácticas ou esquemas de jogo, importa o aspecto mental de cada jogador porque, no limite, é aí que se conseguem ganhar (ou perder) estes jogos.
A um antigo treinador e jogador do Benfica foi-lhe perguntado, quando fazia palestras aos jogadores antes destes grandes jogos, o que dizia aos jogadores, como os motivava para aquele momento. A resposta não podia ser mais interessante: todos os profissionais, sem excepção, vivem para poder jogar um Benfica-Porto ou um Benfica-Sporting. Para estes jogos a motivação está lá, o difícil é motivá-los para os jogos com equipas mais pequenas.
Benfica e FCPorto conhecem-se bem, as equipas técnicas estudaram-se mutuamente ao detalhe. Os jogadores, com mais ou menos experiência, conhecem-se mutuamente. Otamendi sabe como travar Cardozo, Luisão e Garay sabem o que devem fazer para marcar Janko ou Kléber. Moutinho e Lucho entendem-se bem, sabem como jogar contra Aimar, Javi ou Witsel. Emerson sente que tem que fazer o jogo da vida dele para parar Hulk e qualquer um dos laterais do FC Porto vai ter que se ultrapassar para defenderem Nolito, Gaitan ou Bruno César.
Jorge Jesus e Vítor Pereira sabem de futebol. Que tácticas usar, que chamadas de atenção devem fazer. Quais as jogadas estudadas do adversário e quais as que pode colocar em campo para surpreender. Procuram entrar na cabeça um do outro para antecipar manobras.
No dia do jogo cada interveniente lida com a pressão e a ansiedade como pode. Os colegas podem ajudar mas a maneira como cada um antecipa a partida influencia como depois ele a vai jogar. Os staffs planeiam este dia ao detalhe, a alimentação, as deslocações, como ocupar os tempos mais mortos para esvaziar essa ansiedade. Os capitães de equipa e os mais experientes jogam um papel determinante para sossegar os restantes jogadores e os que poderão estar mais ansiosos. A alimentação, tendo em conta a hora do jogo e o esforço, é definida ao detalhe para equilibrar o corpo (e a mente) para o momento decisivo.
Por tudo isso e pelo elevado nível de profissionalismo de ambos os lados, o 12º jogador assume importância capital. Jogar em casa pode ajudar muito o Sport Lisboa e Benfica. O ambiente infernal que se consegue nestes jogos desiquilibra. Hoje joga-se no Inferno da Luz!!!
Como tal é importante ter casa cheia mas de apoioantes incondicionais. Daqueles que mesmo que a equipa entre mal, não param de apoiar. Mesmo que se falhe um passe ou um remate, apoiar sempre. Mesmo que o adversário marque, continuar a gritar. Porque quando tudo falha ou pode falhar, o nosso amor ao clube está lá.
E se continuamos a ser adeptos e a ir ao estádio depois de anos humilhantes em termos de resultados (e confrontos como FC Porto) agora é para apoiar, sempre!!!
Quando Pedro Proença apitar para começar o jogo é para apoiar incondicionalmente. Só connosco chegamos à vitória, hoje e no fim do campeonato! Hoje nós temos uma palavra a dizer, cabe-nos a nós, adeptos, estarmos à altura do momento. Nem um único assobio ou vaia para um jogador nosso!
Se conseguimos em comunhão com a equipa em campo, vencemos. Caso contrário, todos saímos a perder...
M.
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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Carta aberta a todos os Benfiquistas
Caros Benfiquistas,
Todos sentimos o quanto era preciosa a vantagem de 5 pontos sobre o 2º classificado. Não me interessa de quem é a culpa nem se merecemos ou não este empate e a derrota anterior.
Há que olhar em frente e voltar a construir nova vantagem sobre o FC Porto. A começar já na 6ª-Feira! Ganhar sem sombra de dúvidas e começar a ganhar de novo o titulo. Na nossa casa. Com o mais difícil adversário que nas últimas décadas tem sido o maior rival.
E quando é preciso preparar este jogo, o mais importante de toda a época, que vejo eu nas nossas hostes?
Olho para todo o lado e vejo pessimismo, medo e angústia por estarmos em 2º lugar. Parece que já fomos derrotados no jogo de 6ª-Feira. Terá o FC Porto direito a causar-nos tal estado? Não temos nós a melhor equipa do campeonato, a que fez melhores jogos e que não precisa de ajudas para manter acesa a chama do título?
Oiço na rádio e toda a gente critica a equipa e o treinador. Leio blogs e comentários às notícias e parece que a Liga já se perdeu. Se fossem lagartos ou corruptos a ter esse discurso eu percebia. Mas benfiquistas???
Nós somos do maior clube do mundo, que “na luta com fervor nunca encontrou rival”. Somos os vermelhos, os que nunca desistem mesmo quando perdem. Se os nossos jogadores deixam tudo em campo, nós por fora perdemos a voz mas a gritar pelo Benfica, nunca contra.
Temos 4 dias até ao jogo. Nós somos o Benfica e este Benfica faz-se de vitórias. E as vitórias conseguem-se em campo, não na estatística, não nos jornais e muito menos pelos comentadores e jornalistas que nos querem fazer tremer (e que fazem parte do sistema de poder no futebol implantado há muito tempo).
A mim não me convencem! Temos o FC Porto onde queremos: a pensar que vencendo ou empatando vão garantir vantagem no título. Com humildade mas também com muito querer vamos mostrar-lhes do que somos feitos. Os jogadores em campo e cada um de nós a dar tudo pela equipa: no estádio até ficarmos sem voz e até lá sem deixar que o medo se instale à nossa volta!
Considero que é nosso dever, nesta semana em que jogamos o nosso futuro na Liga portuguesa e na Liga dos Campeões puxarmos todos para o mesmo lado. Depois podemos fazer todas as análises, críticas ou comentários. Até lá, é cerrar fileiras e marchar no mesmo sentido!
M.
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Momentos com Mística - Porto-Benfica (1993)
Em vésperas do primeiro jogo do campeonato, deixamos a memória do primeiro jogo da mágica época de 1993-94. Depois do quente Verão em que Sousa Cintra levou para o Sporting Paulo Sousa e Pacheco, quase conseguindo que João Vieira Pinto seguisse o mesmo caminho, a equipa do Benfica parecia cominhar para o desastre. Mas Jorge de Brito lá conseguiu equilibrar as contas e Toni, com um querer enorme e uma identidade perfeita com os adeptos, criou do caos uma equipa que, embora limitada, compensava com querer e esforço o que lhe faltava em opções.
Nesse jogo, debaixo de um ambiente infernal e com uma recepção como só o Porto de Pinto da Costa sabe fazer, fomos grandes, muito grandes. E perante a perspectiva do fracasso, mostrámos que acreditar é sempre o primeiro passo para a vitória...
Inspiremo-nos:
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