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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O Massacre da Serra Elétrica (1974) – Crítica



Nada como, Leatherface, personagem cuja máscara está entre um dos mais variados ícones de fantasias no Halloween e cosplays em todo mundo. Bem essa semana final de Outubro nós do Senta aí que já vem história resolvemos postar algumas críticas sobre mídias que trabalharam e trabalham com terror. Seja esta cinematográfica, série, HQ ou livro.
Aos cinéfilos e amantes de terror é um ritual ter O Massacre da Serra Elétrica em sua lista, como um dos longas mais impactantes do gênero. Lançado em 1974, pelo não tão conhecido na época, diretor Tobe Hooper, na qual se encontrava em seu princípio de carreira, o filme era seu segundo trabalho. Hooper posteriormente viria a dirigir o famoso Poltergeist, quase 8 anos depois. Assim como Psicose, O Massacre da Serra Elétrica veio para fincar a bandeira de uma nova fase do horror no cinema.
Baseado na vida de Ed Gein, o assassino cuja carnificina já havia roubado as telas do cinema através do enigmático Norman Bates, e que voltaria em outras fase da vida (Psicose II,III e IV), além de inspirar, ao longo dos anos assassinos fictícios, tal como Buffalo Bill de O Silêncio dos Inocentes. O que há de simplista nessa película, há de admirável, por ser uma obra de alta qualidade, ao passo que, o orçamento da produção foi extremamente baixo. Sem mencionar, a falta de experiência de Hooper em longas-metragens e atores com pouca ou nenhuma experiência no elenco.
Ao demonstrar o horror de forma crua, gráfica e chocante foi preciso muita criatividade. Essa que foi a responsável por dar vida ao macabro cenário da casa de Leatherface e sua família, a fotografia atiça a mente dos espectadores para as mais diversas reações e interpretações da película. Por incrível que pareça há quem veja Leatherface e sua família como uma sátira ao governo americano, o perigo mascarado dilacerando pessoas, além de outras coisas inimagináveis tanto abertamente, quanto às escondidas. Vale lembrar que a Guerra do Vietnã estava em seu penúltimo ano e o Caso Watergate permanecia na memória recente do país. O que dá para imaginar o impacto desta obra para o povo americano nos anos 70.
O roteiro ficou por conta de Kim Henkel ao lado do próprio Hooper, que souberam esmiuçar uma produção que já estava fadada pelo baixo orçamento, afim de usar dos elementos que a natureza humana possui em seu âmago como ossos, sangue, surto, o bizarro, de fato um reflexo barroco da sociedade americana. Por isso o longa é capaz de demonstrar um lado medonho, e infelizmente real em partes, a sua violência oculta, nesse caso principalmente, o modo como a mulher se torna alvo favorito desse tipo de atitude.
Um ponto que conclama o uso da natureza humana vista em seu limite das situações de perigo é o da personagem Marilyn Burns, que ganha destaque aterrador na reta final da trama. Uma experiência foi feita no dia de exibição para uma plateia selecionada e, no final, perguntaram qual era a coisa mais assustadora do filme na opinião daqueles espectadores. Mais da maioria respondeu que tiveram mais “medo” de Marilyn Burns e sua série de torturas, captura, fuga, gritos e olhos esbugalhados em primeiríssimo plano na tela do que do próprio Leatherface e sua família.
Nos dias atuais vemos como a trilha sonora pode fazer de uma película uma obra de arte esplendorosa. No entanto, quando existe a quase inexistência da mesma, o resultado em O Massacre da Serra Elétrica foi digno de aplausos. Tobe Hooper buscou alternar as cenas de horror psicológico, gore e semelhantes criando uma atmosfera visual dinâmica, não obstante, inovador para época da forma como foi trabalhado. Adicionando, como complemento, sons do ambiente. Os momentos que ouvimos uma ‘música chocante’ são curtos, comparados a maioria dos filmes de terror, mas quando esta surge, faz um serviço veloz de contexto fúnebre para então dar lugar ao som infernal da motosserra. Os gritos alucinantes de Marilyn Burns, sons de animais, portas e pisos rangendo. Trata-se de uma edição e mixagem de som em parte dialética, o que em parte demonstra ser não realista, mas como produto final possui um imenso impacto sobre o público.
Compreende-se como um longa de baixo orçamento realizado por artistas fora do glamour hollywoodiano. O Massacre da Serra Elétrica logo tomou forma como um marco no gênero horror. O filme tem sim seus problemas no roteiro, no que diz respeito aos diálogos iniciais e em seu desenvolvimento, com exceção da parte final. Cambaleia na direção, por ser o segundo trabalho de Hooper como diretor, entretanto, é inquestionavelmente uma obra notória no meio cinematográfico.
Nesta película foram lançadas as sementes do tipo mais cru de terror, um formato que em maior ou menor intensidade já era visto nos filmes B e em obras que optavam por um outro tipo de medo como o de O Bebê de Rosemary (1968), porém a partir de seu enorme sucesso passou-se a flertar com os grandes estúdios vindo a se tornar uma franquia, um verdadeiro modelo de susto pré-definido na sua mais pura essência. O medo que investe na degradação dos corpos, da mente e da alma. A fuga, embora fosse uma opção, nunca era a melhor opção, pois a morte horrenda já estava estabelecida como aceitação como moral para o gênero.


Nota: 9,0

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Crítica DeathGasm

Filmes de terror trash que se misturam com o humor parecem estar mais em voga. Depois de “Todo mundo quase morto” (2004) de Edgar Wright, a comédia com o terror voltou à tona e os filmes trash, clássico subgênero do terror/horror, se adaptaram a isso de uma maneira muito boa. Esse é o caso desse longa da Nova Zelândia, Deathgasm.
A obra conta a estória de Brodie, um garoto fã de metal e um devido garoto problema, que, certo dia, resolve formar uma banda chamada Deathgasm com seus amigos Zakk, Dion e Giles. Quando Brodie e um de seus colegas de banda invade uma casa, descobrem que um de seus ídolos, o músico Rikki Daggers, vive lá. Daggers entrega a eles uma partitura mágica, a que a banda toca e acaba, sem querer, invocando um poderoso demônio, além de transformar toda sua vizinhança. Agora, eles devem achar uma forma de derrota-lo e retomar a paz do lugar. 
Se deve começar analisando esse filme com a direção e o roteiro. O longa é o primeiro trabalho em maior tamanho de Jason lei Howden e ele já acerta logo de cara. Os planos colocados e algumas tomadas são maravilhosas e até impressionantes para um estreante e para o gênero de terror. O roteiro é do mesmo e Howden continua acertando. Piadas sensacionais colocadas em ótimos momentos ao longo da trama. Além disso, o desenvolvimento para o final hilário é algo digno de prestar atenção nele. Continuando com acertos, deve-se observar a ótima trilha sonora, que se encaixa bem com o tema. Como os protagonistas são fãs de heavy metal, a trilha toda ao longo dos 86 minutos é repleta de guitarras, baterias e baixo bem pesados. O terror que o filme coloca é digno de lembranças. Não deve ser o filme mais assustador ou o melhor filme de terror que todos irão assistir, mas é devidamente interessante e consegue deixar uma boa tensão no telespectador e, melhor ainda, sem precisar dar nenhum susto. Por fim, a ótima fotografia também deve ser lembrada. Sempre com um tom mais escuro e saturada, ela ajuda devidamente bem na linha narrativa e no clima.
As atuações talvez sejam o ponto mais fraco, no geral. Elas não convencem nem um pouco, seja do protagonista e dos personagens secundários. Todas muito superficiais e muito fracas e não levam a apatia em nenhum instante. Além disso, o terror poderia ficar em maior quantidade que a comédia. A mistura dos gêneros acaba tendendo para o lado da comédia, já que é mais fácil de vender pela ideia, mas ficou bem pouco igualitário no resultado final. Por último, a pouca duração do longa atrapalha bastante. Talvez pelo pouco orçamento ou a agilidade na finalização sejam uma grande barreira, mas falta maior desenvolvimento de ideias e de personagens no geral de uma maneira bem clara.
O final da estória é muito bem realizado, totalmente inesperado e devidamente bem engraçado. O climáx é realizado de uma maneira bem interessante para um final de arco de cada um dos personagens e os últimos minutos encaixam muito bem no geral que o longa apresenta. Além disso, existe uma cena pós-crédito que complementa bem o final da trama.
Deathgasm é uma das grandes produções trash do ano. Serve muito bem como um filme de terror e como uma comédia. Possui uma ótima direção e um bom roteiro, além de outros bons aspectos técnicos, mas peca no elenco, no balanceamento e na sua duração. Apesar disso, é um filme bom, muito divertido e merece ser assistido.

Nota: 7,6/10
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