A esquerda, tanto em Portugal como nos Estados Unidos da América (e no resto do Mundo), é «sinistra» devido aos conceitos e objectivos que habitualmente a caracterizam, independentemente do contexto geográfico e histórico: primazia atribuída ao Estado, e não ao mercado, na condução da economia – um processo que habitualmente causa elevados défices e dívidas, se não mesmo falências; complacência, simpatia e até apoio para com ditadores e terroristas; disponibilidade, prioridade e até urgência na realização de acções de reengenharia social e cultural, mesmo que tenham a oposição da maioria da população. E, porque perde sempre o debate com a direita porque não tem factos e lógica para suportar aqueles seus «princípios», a esquerda recorre invariavelmente ao insulto, à mentira e até ao incitamento à violência para dissimular a perniciosidade dos seus propósitos e manter a «moral» dos seus adeptos.
Nos EUA os democratas, tanto os políticos como os seus cúmplices na comunicação social e no entretenimento, já se comportavam assim quando Barack Obama tinha acabado de tomar posse e ainda gozava de altos índices de popularidade. Mas agora que ele vai descendo nas sondagens a cada semana que passa e deverá ceder o seu lugar em Janeiro de 2013 a um republicano… seja ele qual for, os «progressistas» têm vindo a acelerar os incidentes e os seus acessos de irritação (e de idiotice), que constituem outros tantos sinais de desespero. As marchas que se têm multiplicado em várias cidades dos EUA, e de que a mais notória foi – e ainda é – a que pretende «ocupar Wall Street», representam precisamente o maior desses sinais: reúnem fundamentalmente auto-denominados socialistas e até comunistas que querem a abolição do capitalismo e a redistribuição (para eles) do dinheiro dos ricos – estes, segundo alguns, até deveriam ser decapitados se recusassem ser roubados; todos eles ou quase foram, são e vão ser votantes e apoiantes de Obama… que, claro, já demonstrou compreensão para com os manifestantes - aliás, ele incentivou-os ao acusar constantemente os «ricos» de não pagarem o que devem (como Jeffrey Immelt, CEO da GE e consultor da Casa Branca?) Entretanto, os ocupantes estão a ser organizados e pagos por sindicatos e estão a c*g*r-se – literalmente – para a polícia. Além de que constituem «distracções» de casos como o «Fast & Furious» e o Solyndra... Ann Coulter tem (mais uma vez) razão: por questões de higiene e não só, os «OWS's» formam como que um «Flea Party» («Partido das Pulgas»)! Inevitavelmente, fazem-se comparações com os protestos do Tea Party… e as diferenças são flagrantes nos fins e nos meios, na eficácia da mensagem e no civismo do comportamento. Os «partidários do chá» sabem que é contra o(s) governos(s) que se deve protestar e não contra as empresas, sejam elas do sector industrial ou do sector financeiro… e este, convém recordar, deu em 2008 ao então senador e candidato Obama as maiores contribuições da história das campanhas norte-americanas - um cenário que até se pode repetir em 2012.
Nos media, o panorama não é o mesmo porque… está cada vez pior. Não é surpreendente que a lamestream media, em que se destacam o New York Times e a ABC (e a CBS e a NBC…), celebre os ocupantes de Wall Street e tenha condenado os tea partiers. Nem é surpreendente que na MSNBC não existam, definitivamente, limites para a falta de profissionalismo e de respeito, para o baixo nível e o mau gosto. Thomas Roberts diz que «os republicanos querem construir uma máquina do tempo para (viajarem até) quando a escravatura era “fixe”» (isto é, supõe-se, quando os democratas a defendiam). Martin Bashir serve-se das mortes de Steve Jobs e de Fred Shuttlesworth para vilipendiar, respectivamente, Sarah Palin e Herman Cain. Lawrence O’Donnell acusa Cain de não ter participado nas campanhas dos direitos civis e de ter fugido à guerra do Vietnam – note-se que o candidato foi funcionário civil da Marinha norte-americana (como especialista em balística!) enquanto o apresentador, ele sim, esteve sete anos, entre 1969 e 1976, na universidade para não ir para a Indochina!
O recrudescimento dos ataques a Herman Cain, previsíveis após o seu aumento de popularidade na corrida pela nomeação republicana, constitui outro evidente sinal de desespero por parte dos «guardiões do templo liberal», que pura e simplesmente não «encaixam» a possibilidade de vir a haver um presidente pelo GOP e… negro! É por isso que Joy Behar, essa «voz da sabedoria», diz que aquele partido «não tem sido amigo dos negros há séculos» - os que não são estúpidos nem ignorantes sabem que o PR foi fundado em meados do século XIX para combater a escravatura e, na década de 60 do século passado, o seu apoio às leis dos direitos civis foi superior ao do PD… É por isso que Cornell Belcher e Eugene Robinson, ambos negros, acusam Cain de ser racista e (como um) segregacionista! Quando o medo é muito, o ridículo mostra-se em todo o seu requinte… Como eu os compreendo: se estivesse no lugar deles, provavelmente também ficaria aterrorizado ao ouvir um discurso como este.
Enfim, é o desespero que pode explicar igualmente a «proposta» de Beverly Perdue de «suspender as eleições para o Congresso durante dois anos até a economia recuperar»... e, ao contrário de Manuela Ferreira Leite, não estava a brincar. Então e agora? Não é isto um verdadeiro sinal de «incapacidade intelectual»? Uma «aberração» (mental) da qual a governadora (democrata) da Carolina do Norte se deveria «regenerar»?
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