No começo dos anos 90 estávamos caminhando lado a lado: os vídeos de skate norte-americanos eram toscos (na captação/edição/artes), e os nacionais também. Na crise, o que contava era o registro da evolução das manobras, nem todas executadas com perfeição (era o começo do switchstance, e era feio pra caralho). Mas, o tempo passou, a crise passou e os vídeos de skate foram melhorando em qualidade técnica. Mas não por aqui.
Na minha opinião, as revistas de skate nacionais conseguiram dar o salto de qualidade para se igualar à produção internacional, mas os vídeos não. Isso aconteceu ali em algum momento do final dos anos 90, começo dos 2000. As fotos melhoraram, a diagramação melhorou, a impressão melhorou, enfim, a conjunção de uma série de fatores que conduziu à uma melhora significativa na qualidade editorial brasileira. Todavia, o mesmo não pode ser dito sobre a produção audiovisual. Estagnou. O salto de qualidade nunca aconteceu. Pode ser que o motivo seja a diferença nos equipamentos (câmeras melhores, computadores mais modernos, orçamento mais generoso, etc), mas o mesmo poderia ser dito em relação às revistas, e elas conseguiram driblar essas adversidades. Então, há também a hipótese da ausênsia de visão e/ou empreendedorismo, tanto por parte dos realizadores quanto por parte dos financiadores. Seja qual for a explicação para a baixa qualidade, nada justifica nosso estranho prazer em usar manobras "chimbadas" (é assim que escreve?) ou voltando a zero por hora. Quantidade nem sempre é qualidade.
Mas olha só, há esperança! Nos últimos tempos a coisa deu uma melhorada, talvez em função do aquecimento da nossa economia e do consequente acesso à equipamentos melhores. Mais grana, mais tecnologia. Mais tecnologia, mais qualidade. E isso tem se manifestado na produção recente. Bem recente.
CityZen, dirigido por Guilherme Guimarães, é certamente o vídeo de skate nacional mais aguardado dos últimos tempos. O caminho para se diferenciar, nesse caso, não parece ter sido a tecnologia atual, mas sim a tecnologia do passado: as imagens captadas em super-8 dão aquele charme analógico para a produção que virá encartada (DVD) na próxima edição da revista CemporcentoSKATE.
Confira o trailer:
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quarta-feira, 17 de abril de 2013
CITYZEN
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terça-feira, 12 de março de 2013
THE PHILADELPHIA EXPERIMENT
Não é necessário ser skatista para entender/apreciar esse vídeo. Se bem que - como você verá no próprio vídeo (se for ligeiro e atento) - a compreensão é opcional.
Bela trilha, picos roots (welcome to Philly), Ishod, imagens analógicas e registros de 97 a 2013.
Pode dar o play, sem dó:
The Philadelphia Experiment from Caste Quality on Vimeo.
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Bela trilha, picos roots (welcome to Philly), Ishod, imagens analógicas e registros de 97 a 2013.
Pode dar o play, sem dó:
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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
NO COMPLIES & WALLRIDES + SHUVITS
Pontus Alv é um skatista e videomaker sueco. Isso diz pouco, pois seu trabalho é digno do rótulo para muitos maldito: artista.
Seus vídeos de skate são exercícios artísticos, experiências audiovisuais de bom gosto, que agradam esteticamente os não-skatistas e enchem os skatistas de vontade de sair pra rua e andar de skate.
E acaba de sair mais um vídeo feito pelo cara, para a marca Polar.
11 minutos de deleite visual e sonoro...
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Seus vídeos de skate são exercícios artísticos, experiências audiovisuais de bom gosto, que agradam esteticamente os não-skatistas e enchem os skatistas de vontade de sair pra rua e andar de skate.
E acaba de sair mais um vídeo feito pelo cara, para a marca Polar.
11 minutos de deleite visual e sonoro...
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segunda-feira, 5 de novembro de 2012
BLUE LINE
Brian Lotti é um dos realizadores (na falta de palavra mais exata) que mais entende da dinâmica, fluidez e ritmo do skate. Ajuda o fato de que ele foi um skatista bem acima da média nos anos 80 e 90. Já tinha assinado o First & Hope, com trilha do Beck, mostrando skate pelas ruas de Los Angeles. E agora vem com esse curta, chamado Blue Line, mais uma vez explorando as possibilidades da continuidade num vídeo de skate.
Cinco minutos de pura poesia visual.
Blue Line from Brian Lotti on Vimeo.
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Cinco minutos de pura poesia visual.
Blue Line from Brian Lotti on Vimeo.
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domingo, 26 de agosto de 2012
BONES BRIGADE, O DOCUMENTÁRIO
Bones Brigade era a mitólogica equipe de skate da Powell Peralta, nos anos 1980. Hawk, Cab, McGill, Guerrero, Mountain e Mullen, os principais representantes. Fizeram história, revolucionaram o skate, tornaram-se ícones e ídolos. Stacy Peralta, o mesmo diretor de Dogtown and Z-Boys, agora vai contar a história da Bones Brigade.
Assista o trailer logo abaixo:
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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
TRÊS VÍDEOS DO MY SQUARE 2011
Converse My Square é um evento realizado pela Converse Skateboard em parceria com a CemporcentoSKATE. Pra resumir bastante, é uma disputa aberta de fotos e vídeos em algumas praças pré-definidas pela produção. Jogo rápido: os fotógrafos, videomakers e skatistas tiveram 10 dias para captar, editar e postar o material.
Selecionei 3 vídeos que gostei bastante, para mostrar o nível de evolução da rapaziada que está nas ruas captando manobras de skate e, é claro, dos skatistas brasileiros.
Antes de ver os vídeos, lembre-se: os videomakers tiveram apenas 10 dias pra filmar, editar e finalizar. Os caras merecem nosso respeito.
Vamos começar com "Insetos Interiores", com o skatista Damascena, filmado e editado pelo jovem e talentoso Guilhermo Guillis. Sensibilidade, sutileza e um tratamento de imagem bem interessante. Veja logo abaixo:
Com um conceito nostálgico, "Back to 90's" é um tributo aos vídeos antigos de skate. Beastie Boys na trilha, lente fisheye bombando e até a famosa voz de monstro no final. Filmado e editado por Biano Pereira, com o skatista Leonardo Low e participação do skatista e fotógrafo André Calvão. Assista:
Pra fechar, o vencedor na categoria melhor edição de vídeo, "Parapluie". Filmado e editado por Guilherme Guimarães, o curta com o skatista Murilo Romão é inspirado na cinematografia francesa dos anos 50 e 60. Olha só que style:
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Selecionei 3 vídeos que gostei bastante, para mostrar o nível de evolução da rapaziada que está nas ruas captando manobras de skate e, é claro, dos skatistas brasileiros.
Antes de ver os vídeos, lembre-se: os videomakers tiveram apenas 10 dias pra filmar, editar e finalizar. Os caras merecem nosso respeito.
Vamos começar com "Insetos Interiores", com o skatista Damascena, filmado e editado pelo jovem e talentoso Guilhermo Guillis. Sensibilidade, sutileza e um tratamento de imagem bem interessante. Veja logo abaixo:
Com um conceito nostálgico, "Back to 90's" é um tributo aos vídeos antigos de skate. Beastie Boys na trilha, lente fisheye bombando e até a famosa voz de monstro no final. Filmado e editado por Biano Pereira, com o skatista Leonardo Low e participação do skatista e fotógrafo André Calvão. Assista:
Pra fechar, o vencedor na categoria melhor edição de vídeo, "Parapluie". Filmado e editado por Guilherme Guimarães, o curta com o skatista Murilo Romão é inspirado na cinematografia francesa dos anos 50 e 60. Olha só que style:
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quinta-feira, 21 de outubro de 2010
QUAL CLIPE?
Já falei aqui - e se bobear foram diversas vezes - sobre vídeos de Skate, sobre a importância desses registros para a cultura alternativa em geral, indo muito além do nicho do Skate. Todo mundo gosta de vídeo de Skate, todo mundo! Até quem não anda de skate. Seja pela fotografia, pela edição (muitas vezes avant-garde), pelas manobras, pelas palhaçadas ou, muito especialmente, pelas trilhas! Ah, as trilhas de vídeos de skate... Isso daria uma tese de mestrado!
Nesse post quero destacar um aspecto apenas: os vídeos de Skate são responsáveis por construir verdadeiros vídeoclipes "paralelos", que para muitos tornam-se "oficiais". Um exemplo? Darei um clássico: quando ouço "Just Like Heaven" com o Dinosaur Jr, não lembro do clipe oficial (que aliás só soube que existia dia desses), mas sim da parte de Rudy Johnson no antológico Video Days, da Blind. A parte do Rudy Johnson é o meu clipe de "Just Like Heaven", e sei que milhares de outros skaters mundo afora sentem o mesmo.
Caso recente de fundação de clipe paralelo: a parte de Guy Mariano, no vídeo Fully Flared, da Lakai, lançado em 2007. Nessa parte, duas músicas do Band of Horses, "The Funeral" e "Is There A Ghost". As duas músicas têm clipes "oficiais", mas quem se importa? O clipe verdadeiro, que ficará para a posteridade e marcado mais profundamente na memória das pessoas, é a parte de Guy Mariano.
Assista, logo abaixo, o verdadeiro e os oficiais.
O clipe verdadeiro:
"the funeral" (oficial):
"is there a ghost" (oficial):
Nesse post quero destacar um aspecto apenas: os vídeos de Skate são responsáveis por construir verdadeiros vídeoclipes "paralelos", que para muitos tornam-se "oficiais". Um exemplo? Darei um clássico: quando ouço "Just Like Heaven" com o Dinosaur Jr, não lembro do clipe oficial (que aliás só soube que existia dia desses), mas sim da parte de Rudy Johnson no antológico Video Days, da Blind. A parte do Rudy Johnson é o meu clipe de "Just Like Heaven", e sei que milhares de outros skaters mundo afora sentem o mesmo.
Caso recente de fundação de clipe paralelo: a parte de Guy Mariano, no vídeo Fully Flared, da Lakai, lançado em 2007. Nessa parte, duas músicas do Band of Horses, "The Funeral" e "Is There A Ghost". As duas músicas têm clipes "oficiais", mas quem se importa? O clipe verdadeiro, que ficará para a posteridade e marcado mais profundamente na memória das pessoas, é a parte de Guy Mariano.
Assista, logo abaixo, o verdadeiro e os oficiais.
O clipe verdadeiro:
"the funeral" (oficial):
"is there a ghost" (oficial):
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domingo, 7 de março de 2010
DIRTY MONEY
No início dos anos noventa, época de vacas magras para o Skate nacional, um vídeo chamado Dirty Money foi responsável por uma transformação (necessária) na fisionomia do "esporte" no país. Ao mesmo tempo em que mostrava uma nova e talentosa geração de skatistas, colocava o trem do Skate tupiniquim nos trilhos da contemporaneidade. Foi um marco. Algo como o nosso "Video Days" (Blind), ou o nosso "Questionable" (Plan B), ou ainda o nosso "Hokus Pokus" (H-Street). Sendo bem realista, talvez algo como os três juntos, dado o nível da nossa carência.
Pois bem, eis que 18 anos depois, Alexandre Vianna (idealizador do vídeo) anuncia um documentário contando a história do Dirty Money, tanto do vídeo quanto da marca (na qual seu sócio era o lendário Testa). O filme deve estreiar nesse primeiro semestre, mas um canal do Youtube já começa a soltar alguns teasers. Os dois primeiros seguem logo abaixo:
ps. O Testa criou no seu depoimento pelo menos uns três novos estilos: calça de velcro, gordinho e vovô. Impagável!
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Pois bem, eis que 18 anos depois, Alexandre Vianna (idealizador do vídeo) anuncia um documentário contando a história do Dirty Money, tanto do vídeo quanto da marca (na qual seu sócio era o lendário Testa). O filme deve estreiar nesse primeiro semestre, mas um canal do Youtube já começa a soltar alguns teasers. Os dois primeiros seguem logo abaixo:
ps. O Testa criou no seu depoimento pelo menos uns três novos estilos: calça de velcro, gordinho e vovô. Impagável!
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segunda-feira, 22 de junho de 2009
DANDO SIGNIFICADO
Meu discurso já é conhecido, mas insisto: vídeos de skate tem a capacidade de dar significado ao que poderia passar em branco. Phoenix é uma banda legal, mas se não fosse por um vídeo de skate eu jamais teria os notado. Seria "mais uma"...
A Fourstar tem um vídeo de uma tour pelo Japão, chamado Super Champion Funzone (2005), e nele conheci "everything is everything", do Phoenix. Apertei o play certo dia, numa festa no Tapas Club (São Paulo, SP), um guri se aproximou e disse: "É a música do Koston, né?"
Aqui, o vídeoclipe da música (shit: Embedding disabled by request); Abaixo, Eric Koston dando significado.
A Fourstar tem um vídeo de uma tour pelo Japão, chamado Super Champion Funzone (2005), e nele conheci "everything is everything", do Phoenix. Apertei o play certo dia, numa festa no Tapas Club (São Paulo, SP), um guri se aproximou e disse: "É a música do Koston, né?"
Aqui, o vídeoclipe da música (shit: Embedding disabled by request); Abaixo, Eric Koston dando significado.
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