30 novembro 2007

Mázinha!

Conversa telefónica com o Nuno:
- Epá, hoje ela estava tão chatinha de noite, fartou-se de me chamar, só me queria a mim.
E eu de sorrisinho maléfico a esfregar as mãos do lado de cá só lhe digo.
- Pois é, fartou-se de acordar não foi?
( Isto para ele ver como é, pois a menina ultimamente sempre que acorda só chama por mim, apesar de muitas vezes lá ir ele, chame ela quem chamar :) ).

Ela e o Dataúe ( Natal )

- Oiá auí um dauim dauão, mãe.
- O quê filha?
- Um dauim dauão, auí ( de dedo indicador esticado )Dauiimmm, dauãoo!
- Ahh um sino.
- Xim, é ixo, um xino.
( Eu nem sabia que ela sabia o que era um sino e o som que fazia ).

- Oia o Pai Datúe, ahhhhhhhhhh ( dito aos gritinhos e a dar pulinhos de satisfação )
- Queres tirar fotografia com o Pai Natal?
- Não!
- Queres ir ao colo do Pai Natal?
- Nãoooooooo!

- Óia um Pai Datáue. ( dito aos gritinhos e a dar pulinhos de satisfação )Óua Pai Dataueeee!
- Não, aquilo é um boneco de neve.
- É do Dataúe não é?
- É filha, é.

- Eu quero este/a binquedo/penda.
- Tens de te portar bem e pedir ao pai Natal e depois o Pai Natal logo vê se te dá ou não.
- Pai Dataúe eu quero este binquedo/ penda. Já pudi! Dá-me mãe.
- Não é assim, tens de pedir ao Pai Natal e esperar que chegue o dia de Natal para ver se o Pai Natal te traz ou não a prenda.
- Já pudi, mãe, já pudi.
- Mas o pai Natal não está aqui.
- Tá tá. Óia ali ( e aponta para um boneco qualquer dos enfeites natalícios ).

( A antecipação das decorações natalícias e a espera nesta idade são incompatíveis ).
Este fim de semana iremos enfeitar a casa e montar a árvore de Natal. Parece que hoje na minha busca pela camisola amarela, comecei a sentir um bocadinho do espírito natalício. Vamos montar a árvore e com ela, deverá chegar o dito.

Em busca da camisola amarela

Não, não vou falar da volta a Portugal em bicicleta que sinceramente foi dos programas que sempre me irritou na infância pois ocupavam grande parte da programação dos na altura, apenas 2 canais televisivos e azar dos azares, calhava sempre nas férias.
O título refere-se à minha busca de ontem e de hoje por uma camisola amarela lisa, quente com uns collants a condizer.
Eu nunca gostei muito de amarelo, como diz uma colega minha é a cor da fome, logo a Beatriz ( nem nós ) tem nenhuma peça de roupa dessa cor, muito menos lisa, mas a educadora pediu para levarmos na próxima semana as duas peças referidas para que as prepare para a festa de Natal.
Fui ao Centro Comercial mais próximo pensando que não seria dificil de encontrar, nem que fosse um pólo de menino. Qual não é o meu espanto quando, depois de percorrer todas as lojas de roupa de criança existentes, desde Zara, Bennetton, C&A, Feira Nova, Orquestra, Macmoda e até na Girandola, não encontro nenhuma camisola lisa amarela. Apenas na Orquestra havia uma amarelo torrado mas tamanho 6 meses e não esperavam receber maiores. Vou à procura das collants e também só encontro amarelo torrado.
Saio do Centro e vou à Modalfa. Nada, nem de menino nem de menina. Vou a mais umas lojas na redondeza e nada. O Amarelo está definitivamente fora de moda e o mais semelhante é mesmo o laranja.
Ora como eu não queria que a minha miúda fosse destoar ( mas sinceramente não sei como as outras mães se vão " desenrroscar" ) lá voltei ao Centro Comercial na disposição de olhar para o tamanho 6 meses e fazê-lo esticar para pelo menos 12. Comprei as collants na Calzedonia ( amarelo torrado ) e lá fui eu.
Trouxe o tamanho 6 meses muito a medo, chego a casa e até não deve ficar muito mal, um bocadinho justo e com as mangas curtas é certo, mas como não gosto da cor e como é só mesmo para vestir naquele dia, não há de ser nada. No caso da camisola estar mesmo muito mal, tem uma outra que não é lisa e que é amarela e laranja. Segunda mando-lhe as duas e a educadora que decida. Entretanto vou ali esticar a camisola até mais não, mesmo que dê cabo das fibras, para ver se dá um bocadinho de si.
Agora digam-me, sou só eu que me lembro de ver roupinha amarela aos molhos, aquele amarelinho clarinho, bébé, que dantes se comprava quando não se sabia o sexo da criança??? É que este ano, nem para bébés eu vi.

29 novembro 2007

Alimentação

Até ao ano de idade pode dizer-se que comia bem, nunca foi de comer muito, mas comia o suficiente. A partir daí e com a introdução dos sólidos a coisa complicou-se mas regra geral a sopa e a fruta ia sempre bem ( se bem que preferisse a fruta de boião ).
A adaptação aos sólidos foi lenta e não posso dizer que esteja concluída. É esquisita, não gosta de experimentar nada de novo, olha para o aspecto e faz o seu julgamento. Geralmente não quer sequer provar nem com muito incentivo, nem connosco a comer do mesmo, nem explicando o que é.
Na creche regra geral, come normalmente, não repete, nunca o fez nem lá nem connosco, aliás, acho que nunca come tudo o que colocamos no prato, deixa sempre algo ( e não é só uma amostra da etiqueta ). Mas come no entusiasmo e " concorrência " com os outros.
Começou a comer sozinha quando entrou para a creche aos 14 meses e fazia-o muito bem, sem grandes chafurdisses.
Há uns tempos para cá começou a sujar mais do que fazia antes e agora já nem quer comer sózinha, porque agora, nunca quer comer. Tem sido um " fandango " e para que coma temos de inventar histórias, cantar, dizer que é uma colher para x, y, z, até percorrermos a familia toda e mesmo assim, vai virando a cara, dizendo que não, etc, etc.
Recorremos à televisão para que se distraia e abra a boca, outras temos de a apagar para que o faça. Não há regra, temos de inovar para que distraida, coma qualquer coisa. A sopa tem alturas que vai, tem outras que nem vale a pena tentar. Já experimentamos dar o jantar mais tarde, mais cedo e a história é sempre a mesma. Come à mesma hora que nós e à mesa connosco.
Ela pura e simplesmente não é de grande alimento, não sente muita fome e acha que a hora de estar ali à mesa quieta para se alimentar é uma grande seca, quando poderia estar a brincar. Por isso, passei a dar-lhe eu a comida e vou distraindo-a ora com uma história, ora com algo que esteja a dar no Panda ( que tambem não liga muito ) ora com cantigas, ora a falar de alguém da família: Sabes que o padrinho foi aqui e acoli... ( vai ser uma grande cusca vai ).
Eu tento não stressar mas é já quase impossivel e sei que quanto eu mais dramatizar, quanto mais eu a chamar a atenção com o " Come Beatriz ", menos ela o faz e mais tensão acrescento ao momento. O Nuno diz-me para eu não dizer nada, para não lhe ligar, mas eu não consigo ver o comer arrefecer e ela ali sem meter uma garfada na boca ( sim porque anda feita bébé para comer sózinha, mas come de garfo desde cerca dos 20 meses e até já quer a faca também ).
Ela é uma criança pequena, de percentil 5 de peso e altura. Nunca me preocupei com o facto pois a genética conta e muito, porque os percentis não são mais que médias, porque está bem de saúde e porque ela ia comendo, melhor ou pior mas comia.
Agora anda numa de não querer comer e nem o leite no biberão para colmatar uma má refeição aceita porque pura e simplesmente nem a dormir quer o biberão ( é a recusa total ).
Ontem, experimentei fazer a estreia dela em fast food e fomos ao Mac Donalds ( que eu até não sou fã ). Pensei, " Pode ser que goste, pode ser, uma vez não há-de fazer mal e sempre come ". Comeu menos de meio pacote de batatas fritas das pequenas, não quis sequer tocar no hamburguer e digo-lhe que não vai brincar no espaço infantil porque não comeu. Aceita e vem embora sem birras. Digo-lhe que vai ter de comer a sopa em casa e concorda. ( E eu espantada )
Chegadas a casa, encho um prato com duas conchas de sopa. Ponho o prato à frente e recusa, afastando o prato ( o costume ). Comecei a dar-lhe a sopa com muita história à mistura e lá comeu tudo. Eu fiquei felicíssima.
Conforme me viro para colocar o prato no lava loiça, tosse e vomita uma parte. E eu em vez de ficar preocupada por ter vomitado, fiquei chateada porque afinal, acabou por não comer as duas conchas da sopa que até maçã lá leva para dentro. Isto não é normal, não, mas quem tem filhos que comam mal, vai entender-me :).

28 novembro 2007

Que fase!

Quando contrariada chora, levanta a mão, tenta bater ou bate nos objectos que estejam à sua mão. Outro dia mordeu-se a si mesma na mão enquanto olhava para mim cheia de raiva, quando contrariada com qualquer coisa que já nem me lembro.
Eu detesto estas " manifestações " e por vezes bato-lhe mas é ainda pior pois só faz com que o " bato eu bate ela " dure ainda mais tempo, eu me irrite mais e o choro misturado com os gritos aumente de volume e de duração.
Fica de castigo e pouco depois vem de lábios unidos para me dar um beijo e pedir desculpa. Eu dou-lhe a lição pedagógica do não se bate, também não gostas que eu te bata e eu fico triste e tal, ela ouve, diz que sim, mas se possível for, nem 5 minutos depois está no mesmo.
Saturante é o mínimo que posso qualificar esta fase. Lidar com a frustração não é fácil, não senhora mas porque raio haveria ela de ter a " mãozinha tão leve " quando cá em casa a lei da palmada não é imperativa. Se calhar devia ser mais ou se calhar não, é mesmo ter paciência e muita calma.
Dicas, alguém tem?

Caninos inferiores

A gengiva inchada denuncia-os mas ainda não se vêm e acho que demorará até que rompam. A febre de Sábado e a tosse que reapareceu parece-me que tem alguma coisa a ver, de qualquer forma, esperemos que cheguem de mansinho.

27 novembro 2007

Ainda da memória visual dela

Reconhece a letra B ( de Beatriz ) ou o como ela diz.
Reconhece a letra Ó ( O ) e com isto passou a confundir o zero com o ó.
Não sei como vai aprendendo as letras porque não estamos sequer a tentar que aprenda e da escola também sei que não é.

26 novembro 2007

Vamos ver se adiamos esta fase

No Sábado esteve febril e deitei-a ( sem ter comido quase nada durante todo o dia ) sem fralda e sem calças num dos seus acessos de febre. Passado um bocado ela chora e pede xixi. Quando pego nela tinha acabado de fazer na cama. Ela continuou a chorar e pedir xixi, trago o bacio e apesar de querer fazer xixi não queria fazê-lo nem no bacio nem na sanita, nem na fralda. Era o sono a falar por ela.
Pensei que fosse por estar sem fralda que tinha pedido.
Na noite de Domingo voltou a acordar a pedir xixi e eu feita zombie que me anda a saber tão bem as noites bem dormidas ( i.e., a acordar 1 a 2 vezes por noite )e ao bem-bom habituamo-nos depressa. Lá chorou, pediu xixi mas não queria sentar-se no bacio ou na sanita. Assim é complicado.
Vamos ver esta noite, mas sinceramente, não me apetecia ter de voltar a acordar mais vezes para levá-la a fazer xixi porque não me parece que uma ou duas idas, sejam suficientes para uma noite sem acidentes e começa a estar frio para andar de um quarto para o outro, descalça ( além de que eu não devo constipar-me por estar imunodeficiente ).

Fotografias de Natal

Hoje é dia de fotos de Natal e eu não me lembrei disso e ela foi de rabo de cavalo para a escola, sinónimo de que irá ficar despenteada muito mais rapidamente do que com os tótós.
Devem sair umas fotos lindas, devem.

Construções frásicas

Advérbios:
Pimeiro, depois, a xeguir.

Pronomes:

Connosco, contigo, eu, tu, nós, noxa, noxo, teu, tua, meu, minha, dele, dela ( nos pronomes possessivos ainda se baralha ).

Utiliza-os correctamente. Eu ainda fico espantada com estas construções frásicas dela e ainda sorrio sempre que aplica um termo novo. Ela fica a olhar para mim do tipo:
- Estás a rir-te porquê?

Verbos:


Responde às perguntas com o tempo correcto dos verbos, por exemplo:

- Gostas de...?
- Gosto.
- Queres...
- Quero.
- Vais ...
- Bou.
:)

Mas o que me deixa de sorriso nos lábios é esta fase de me ensinar coisas e terminar as frases com um entusiasmado: Xabias, mãe, xabias?

25 novembro 2007

30 anos

Dizem que aos 30 se questiona tudo. Sei que tens uma certeza, a de que te amamos muito.
Parabéns amorzinho grande!

23 novembro 2007

Minha rica filha...II

O telefone fixo morreu mas parece que o problema não era só do aparelho. Agora que já há telefone novo cá em casa, do outro lado da linha dizem que não ouvem ou ouvem mal e já por várias vezes, que o novo aparelho se desliga durante uma conversa, quando aparentemente tem a carga completa. Não querem que eu comunique, não? Está bem, eu até nem pago assinatura!

Laços

Conheço-a como ninguém, mas ela também me conhece da mesma forma. Lê-me os estados de espírito, as inquietudes, as dúvidas e reconforta-me mesmo quando aparentemente eu não preciso desse reconforto. E espanta-me esta nossa ligação quase mágica, espanta-me como sabes como ninguém o que se passa na minha cabeça.
Ontem quase não falamos na consulta e nas " novidades ". Foi mais um:
" Olha, tem de ser mais uma punção porque parece que os edemas estão piores" e pronto, ficamos por aí, porque já nem sei o que diga nem me apetece falar sobre isso. Eu estava bem ( e estou ) porque ainda não assimilei, ri como riu todos os dias, brinquei como brinco todos os dias, tudo dentro da normalidade. Ela sentiu, percebeu, sei lá eu explicar e quando a levei para o banho convidou-me:
- Vamos tomar banho as duas mãe, vamos?
Sabe que adoro tomar banho com ela e nada como um bom banho relaxante, para tranquilizar corpo e mente. Claro que um banho a duas é tudo menos relaxante e acabei por não tomar porque na hora H, apareceu o padrinho dela.
Mas vale pela intenção, pela doçura e pela confirmação, mais uma vez,de que a nossa ligação é tão especial.

22 novembro 2007

Para Ti...

Não gosto de charadas, não porque não tenha jeito, mas porque não tenho paciência. Sou e sempre fui directa ( já fui mais é certo que aprendi que nem tudo se deve dizer ), não gosto de meias palavras, nem de palavras sub-entendidas, porque o sub-entendido dá lugar a muitas interpretações. Gosto de preto no branco, tim-tim por tim-tim, doa a quem doer, mesmo que esse alguém seja eu, prefiro as verdades directas, sem falsos rodeios.
E isto faz-me dar voltas à cabeça, porquê?, o quê?, o que quererás? e não chego a resposta nenhuma. Sentir o meu destino nas mãos de outrém, ainda que sejas tu, mostra-nos sobejamente pequenos, insignificantes e segundo sei e acredito, cada um de nós conta e muito para ti. Então porque não me respondes, porque me deixas neste silêncio tão cortante, neste mar de perguntas sem respostas, rumo ao desconhecido. Não consigo deixar de pensar no porquê? que mal fiz eu? Eu não gosto do coitadinha, mas acho que já começo a ter pena de mim mesma.
Sinto-te e não te ouço, quieto, a observar-me, como se o desenrolar dos acontecimentos dependesse da minha actuação. Mas não depende, ou se calhar depende e eu não consigo ver como. Ajuda-me a ver, ajuda-me a encontrar o caminho. Começo a sentir-me perdida, desmotivada, cansada de tudo isto. Tem mesmo de ser assim? Até quando?

Não era suposto...

Fui à neurologista e da consulta retive o " não era suposto " que ela tanto repetiu.
O edema do bordo estava melhor na última consulta do que está agora e enquanto que há um mês a oftalmologista escreveu que o edema era quase inexistente, agora frisou que existia edema. A neurologista observou e achou que está pior apesar de eu até achar que vejo melhor do que via há um mês atrás. Tem medo que esteja a regredir e não me sabe explicar o porquê já que estou a fazer correctamente a medicação e até, segundo ela, numa dose elevada. Perguntei se os bacilos poderiam se ter tornado resistentes ( no caso de ser tuberculose ) e só me sabia dizer que: Não era suposto.
Para a semana nova punção lombar, que só não foi hoje porque levei a Beatriz comigo e porque quero passar o aniversário do Nuno no Domingo, bem.
Já não me assustam as punções, assusta-me esta regressão inesperada.
E acho que a partir de hoje deixo de escrever sobre o assunto, parece que me dá azar.

21 novembro 2007

Consulta de Oftalmologia

Ainda se mantêm os edemas nos bordos. A miopia mais uma vez alterou-se e vai andar assim instável ainda uns tempos pelo que não vale a pena alterar a graduação porque se possível for, no próximo mês as dioptrias poderão estar novamente alteradas. É esperar ( e continuar a ver mal ).
No olho direito diminuiu 0,50, no olho esquerdo aumentou 0,50 :)
Em relação à miopia, em princípio irá estabilizar e regressará aos valores normais, talvez daqui a uns 5 ou 6 meses, em relação às consequências dos edemas ( e a eventual morte dos neurónios ) é esperar para ver.
Eu sinto umas melhorias muito ligeiras, mas sinto o que já por si é bom sinal.
Para o próximo mês nova consulta e a partir daí serão espaçadas de 3 em 3 meses. E é ter paciência, paciência, paciência!
Amanhã, consulta de neurologia.

Devia ser proibido...

Devia ser proibido fazer anos a partir de 15 de Novembro e até 31 de Janeiro inclusivé. Isto de juntar aniversários com o Natal faz muito mal à carteira. Os infractores deveriam ser punidos com uma pena que seria a de pagarem as suas prendas.
Isto para dizer que o Nuno faz anos no Domingo e já lhe comprei prenda, uma prima faz anos dia 10 e nascerá um priminho no dia 17.

Minha rica filha...

Chegou há pouco o novo telefone sem fios e com o sr. dos CTT foi um chequezinho de 62,10€.
Isto só para te avisar que estás proibidíssima de mexer neste novo aparelho. É que por causa das tuas brincadeiras, o outro telefone sem fios morreu há vários dias.

20 novembro 2007

Prémios e Desafios ( em draft à tanto tempo )

Os prémios muito atrasados que vieram daqui, daqui e também daqui ( e acho que de mais lado nenhum, ehehe ) e que agradeço e retribuo.



São eles dois selos da amizade e que é suposto passar a 10 pessoas. Esta é a parte mais dificil mas cá vai ( sem saber se já receberam ou não, sem desprimor para as " não premiadas " e sem explicações, porque a amizade, não se explica):
Mónica - As aventuras dos bés
Liliana - O nosso Benny
Carla- Dois miminhos
Ana Rita- Tons Rosa
Susana - Doce de Margarida
Morena - Moreninhos de Olhos Escuros
Sara - Quezia
Blábláblá
Patrícia - Já sou Papá! Yeahh !
Vai sem os links porque está a dar erro
10, já está, ufa!

Desafio: 10 coisas que nunca aqui disse:
1- Faz-me uma impressão tremenda mexer em madeira " virgem", i.e., madeira não lixada/envernizada/pintada. É que até me arrepia;
2 - Não gosto nada que me perguntem se está tudo bem quando não estão dispostos a ouvir a resposta. Quando assim é digo sempre que está tudo bem, mesmo que não esteja, não vale a pena gastar o meu latim;
3 - Falo muito de noite a dormir e geralmente o meu " palavreado " é muito pouco católico. Só sai asneirada da grossa. O Nuno diz que os vizinhos devem pensar que me trata mal. Eu confio no bom isolamento acústico da casa :)
4 - Gosto muito de brincar com crianças e quando o faço, também eu retomo à infância e tenho comportamentos semelhantes. Nas festas geralmente fico a brincar com os miúdos em vez de a falar com os adultos. Dizem muitas vezes que sou pior que os " putos ";
5 - Sou de riso fácil e segundo dizem contagiante. No cinema não raras as vezes que as pessoas se viram para trás e riem não do filme mas da minha gargalhada.
6 - Conforme tenho riso fácil também tenho choro fácil, emociono-me muito mas o choro já tenho tendência a abafar e esconder.
7 - Detesto fazer fretes e raros são os que faço. Já lá vai o tempo em que para agradar a outrém me " prejudicava " a mim. Se não gosto não faço, salvo raras excepções ( como para a família ).
8- Sou impaciente. Tudo o que exija esperar é complicado. Esta doença tem exigido muita. Uma lição de vida para mim.
9 - Gostava muito de adoptar uma criança das " menos procuradas " depois de ter 2 filhos biológicos.
10 - Sou uma " atrasada " por feitio. Não consigo chegar a horas porque geralmente aproveito todos os minutos antes para fazer qualquer outra coisa.
Passo este desafio às 10 meninas supra citadas. ( Fiquei cansada, fui! )

19 novembro 2007

Da estadia com os avós e tia

Veio desrregulada nos horários, a adormecer tardíssimo e a acordar tardíssimo.
Ontem adormecê-la não foi fácil. Começou com sono mas não queria ir dormir, não queria guardar os brinquedos.
Com aquele choro falso de mimo+ birra quis às 23.00 ir fazer xixi. Levei-a ao bacio. Não queria no bacio, queria na sanita. Sento-a na sanita e queria no bacio. Fica no bacio e pede uma história no meio do choro de birra.
- Não há história nenhuma, faz xixi para ires para a cama.
- Ãããããããããããã... está no cuatoooooooo.
- Eu sei onde está a história mas não ta dou agora. Já fizeste ?
-Ããããã...NÃO!
- Então faz
- Quero a estóia.
- Não Beatriz.
Deixo-me de conversas e espero que faça o xixi.
Pára de chorar, levanta-se do bacio, agarra-me na cara e diz-me:
- Dexcupa.
E dá-me um beijinho.
Depois disto quem é que é capaz de se lembrar que antes estava a fazer uma birra daquelas irritantes, ãh?

Por esta altura

Eu já cantarolava as músicas de Natal, pensava nas prendas a comprar e muitas já estavam compradas, pensava na roupinha que ia vestir e anseava pela noite da consoada. Todos os anos era assim. Com a antecipação cada vez maior das decorações de Natal o meu espírito Natalício chega cada vez mais tardiamente. Desorienta-se!
As prendas estão pensadas, orçamentadas e algumas já compradas mas o espírito anda perdido por aí algures. A chegada do frio e da chuva já faz parecer mais com esta época do ano mas ainda assim,não me parece que faltem 36 dias para o Natal.
Para me mentalizar disso, hoje coloquei a barrinha lá em cima para a contagem decrescente dos dias, pode ser que com uma ar um bocadinho mais natalício, o espírito se digne a vir visitar-me.

Cenas de uma manhã chuvosa

Hoje a Beatriz estava em manhã não. Não queria fazer xixi, não se queria vestir, não queria o pequeno almoço, não.
Para a ir convencendo disse-lhe que estava a chover e que tinha de se despachar se queria ir para a rua com o chapéu de chuva dela. Na altura pareceu-me uma bela ideia para que se despachasse mas revelou-se uma ideia muito infeliz mais tarde.

A cena:

Chove a cântaros e o meu chapéu está na bagageira. Levo o dela até lá e tiro o meu.
Eu com 2 chapéus abertos, mais a mochila da escola e mais a sacola de segunda-feira com os lençóis, fralda de pano, babete e roupas extra.

Objectivo: Tirá-la do carro e levá-la até à escola sem a molhar, sem molhar a sacola que não é impermeável e sem me molhar também.

Tiro-a do carro e ela quer porque quer o chapéu dela. Agarra nele mas mantê-lo direito é que não. Eu com o meu chapéu de lado mas a tentar protegê-la, com ela ao colo, mochila às costas, sacola na mão, a tentar agarrar nos dois chapéus e a dizer um bocadito para o estérica:
- Põe o chapéu para cima, põe o chapéu para cima.

Ela ia pondo mas quando ela punha o dela para cima eu tinha de desviar o meu.
O portão fechado, toco à campaínha, já sentia as costas encharcadas, ela imaculada:)
Finalmente abrem a porta eu não consigo deixar de rir com a cena e quando chego junto da auxiliar está ela toda dobrada sobre si mesma, agarrada à barriga e a rir às gargalhadas.
Cheguei toda molhada ao carro, mas comecei a manhã a rir e melhor, ela não se molhou e a sacola também não.

18 novembro 2007

Saídas dela e palavras engraçadas

Xagáco - casaco

- Tagam a esfegona!
- Porquê?
- Tá xujo aqui!

- Quero cotár o cabeúo.
- Está bem, filha, depois vamos cortar o cabelo.
- Amanhã, mãe!
( Por acaso já precisa )

- Amanhã vais para a escola, a mãe e o pai vão trabalhar.
- Eu tamém vou tabáiár.
- Não, tu ainda és pequenina e os meninos pequeninos vão para a escola.
- Eu xou gande, eu bou tabáiar.

- Já fiz xixi na cadeia ( cadeira ).

( Culpa minha, ups ):

- Tou toda mijada.

16 novembro 2007

Só para assinalar neste Outono Primaveril

Que chegou o frio ( pelo menos a Torres Novas ). O meu gajo que andava eléctrico para acender a lareira está desgostoso porque aqui, não há lareira.
Pode ser que com a chegada do frio me chegue também o espírito natalício, é que não há meio!

15 novembro 2007

Biberão

Lembrei-me a propósito de uma foto que vi de uma amiga.
Já não quer beber o leite pelo biberão. O copo/caneca com uma palhinha ou os pacotinhos de leite ( com a palhinha também ) passaram a ser a forma de beber o seu leite.
Em contrapartida voltou a pedir leite à noite, depois de já estar deitada, que bebe do pacotinho com a palhinha, sentada na cama. Com isto, as fraldas de manhã deixaram de estar secas.
Mais uma etapa ultrapassada, esta sem qualquer interferência nossa.

14 novembro 2007

A propósito da (super)protecção

Às vezes temos conversas que nos ficam retidas na memória, que nos marcam e nos fazem pensar. Uma dessas conversas foi tida com a minha tia que ficou com a Beatriz até aos 14 meses.
Tinha a Beatriz 8 meses e estavamos afastadas durante o dia há apenas 2. Ainda não me tinha adaptado a estar longe dela quando a minha tia tem uma conversa comigo muito proveitosa.
Pediu-me para passar um fim de semana prolongado com a Beatriz no Algarve. Eu não queria aceitar porque só a frase me fez tremer por dentro de me pensar longe dela. Conversei abertamente sobre o que sentia e tive uma das mais proveitosas conversas acerca do tema maternidade.
Aceitando a minha decisão alertou-me que ela era pequenina sim, mas que lhe faria muito bem conviver com diferentes realidades, diferentes pessoas, mudar as rotinas e mudar de espaço físico. Aprenderia ela a confiar nos outros que lhe querem bem e aprenderiamos nós também enquanto pais, a confiar. Disse-me que nos fazia bem porque dormiriamos melhor ( e como ela dormia mal na altura) e namorariamos mais. Disse-nos que nesses momentos em que não estivessemos com a nossa filha deveriamos também nós mudar as rotinas e aproveitar para ir a um cinema, jantar fora ou pura e simplesmente descansar em frente do televisor.
Alertou-me para que um dia eu iria querer quem me ficasse com ela nem que fosse por uma noite e se ela não estivesse habituada não iria querer ficar ou pior, ninguém se iria oferecer para isso pois temeriam que eu negasse.

- Primeiro custa-te mas depois vais ver que te sabe bem. Se ela estiver bem e feliz, tu também estás não é?
Eu da tua prima não a deixava ir com ninguém, chegou a uma altura em que eu queria e ninguém se oferecia para ficar com ela. Aprendi e com o teu primo já não foi assim.

Pensei no assunto e como não podia tirar férias acedemos a que fosse com a minha tia. Fomos também nós durante o fim de semana, regressamos Domingo e ela regressou na quarta-feira.
Chorei baba e ranho, sentia uma dor no peito e disse que nunca mais a deixaria longe de mim. Aprendi que nunca digas nunca é uma afirmação mais que verdadeira.
Depois disso, de vez em quando fica a dormir em casa da avó pois sempre que lá vai quer lá ficar. Habituei-me a estar algumas noites sem ela e a satisfação que ela tinha em ficar compensava-me a sua falta física.
Passou muito tempo até que nas férias me deparei com um problema, a escola iria fechar durante todo o mês de Agosto, nós já tinhamos as nossas férias marcadas ( e algumas gozadas ) quando soubemos e tinhamos um periodo de 15 dias sem saber onde a deixar.
A minha sogra conseguiu marcar férias para esse período e disponibilizou-se a vir para cá uma semana tomar conta dela e na outra iria ela para lá.
Ia custar-me muito estar aqueles 5 dias úteis sem ela mas não tinha alternativa.
Entretanto adoeci e no período em que estive internada e pior felizmente a Beatriz estava em casa dos avós.
Custou-me estar sem ela numa fase debilitada em que precisava mais que nunca dos seus mimos mas para ela foi melhor não me ver como estive. Ainda assim, sempre que me via vomitar e deitada choramingava.
Os dias passaram, ela regressou com saudades e nós também.
Agora a minha cunhada entrou de férias e pediu-nos para que a Beatriz fosse passar 4 dias com ela. Acedi na altura porque sei que é bem tratada, porque sei que gosta de lá estar, porque sei que só assim pode conviver mais intensamente com os restantes familiares e amigos de lá.
Sempre que me pedem para que a Beatriz fique longe de nós me relembro da conversa sábia com a minha tia e hoje dou-lhe razão.
Muitas vezes, o melhor para eles não é o melhor para nós, mas se eles estiverem bem e felizes, nós também estamos.

Da viagem de combóio

Ela tem um fascínio especial pelos combóios e meios de transporte de grande porte.
No fim de semana estreou-se a andar num combóio eléctrico daqueles que fazem os percursos turísticos numa nossa ida ao Parque Municipal de Mafra ( muito giro). Gostou mas dado o trajecto ser muito curto, mal lhe tomou o gosto.
Desde a semana passada que andavamos a prepará-la para a estreia a sério, com uma hora de viagem de combóio e sem nós. Perguntavamos-lhe se queria ir e dizia entusiasmada que sim.
Quando na gare do Oriente se deparou com o tamanho real dos combóios ficou um pouco assustada mas sem nunca chorar, apenas ficou calada ( o que nela não é nada comum ).
Entrou no combóio com a tia e do lado de cá viamo-la de boca aberta a olhar à volta.
Durante a hora de viagem foi fazendo perguntas e sempre atenta lá fez a sua primeira viagem de combóio.

Lá foi ela com a tia

Découpage




Não, não se enganaram no link. Aprendi découpage ou a técnica do guardanapo na festa de final de ano da escola da Beatriz, no atelier de pintura. Não tentei mais porque sinceramente nunca me achei dotada para as artes manuais, mas de facto, esta técnica é tão simples que até o mais desajeitado dos seres consegue fazer qualquer coisinha engraçada.
Um destes dias comecei a pensar nas prendas de Natal. Como quase sempre, há que reduzir despesas e limitar as prendas a valores mínimos. Gosto que as prendas de Natal digam algo às pessoas, gosto de personalizar e só gosto de comprar quando sei que a pessoa gostará mesmo do que receberá.
Como as prendas personalizadas exigem que se planeie com mais antecedência porque há que encomendar comecei a pensar no que oferecer à educadora e auxiliares da Beatriz sem ser os tradicionais bombons ou velas. Olhei para a nossa máquina de fondue de chocolate que continua intacta e lembrei-me que a dita tem umas forminhas para se fazerem bombons. Pensei que seria engraçado oferecer bombons feitos por ela ( com a minha ajuda obviamente ). Para que não houvessem dúvidas tiraria uma foto nossa na confecção dos ditos que anexaria ao embrulho. Depois pensei onde colocar os bombons. Fui a uma loja de chineses e comprei uma caixa de madeira baratinha. Pensei em pintá-la e lembrei-me de usar da técnica que tinha aprendido. Comprei um guardanapo e experimentei. A primeira experiência teve um resultado mau porque aprendi que não se devem usar cores escuras na base da decoupage e eu usei, nada mais nada menos que castanho chocolate. Mais escuro mesmo, só preto :).
Depois disso já comprei mais 4 caixinhas pequeninas para as auxiliares que terão no seu interior apenas um chocolatinho feito por nós e 2 tabuleiros de madeira. Ainda não estão concluídos mas já dá para terem uma ideia.
Para além de ficar relativamente económico e de ser de rápida execução descobri uma verdadeira terapia.

13 novembro 2007

Sózinhos em casa

A filha foi de combóio ( com a tia claro ) para casa dos avós e nós estamos os dois, em estado de enamoramento, sózinhos em casa.
Eu pensava que com o tempo me habituava a estar sem ela e que já não ia custar nada. Custa menos que da primeira vez, mas custa sempre ( e vai me custar mais ainda quando de manhã eu não ouvir a sua vozinha a chamar por mim ).
Ontem enquanto arrumava a mala dela pensava nas mil e uma coisas que poderiam acontecer e meti os medicamentos possíveis e imaginários das doenças possíveis e imaginarias de que poderia precisar ( como se não houvessem farmácias por lá ), coloquei o dobro das mudas de roupa necessárias para o caso de como anda mais distraida, fizesse xixi, pus casacos quentes e casacos mais frescos, camisolas mais frescas e mais quentes e o resultado foram 2 malas de roupa para 4 dias fora.
A cada peça arrumada era a nostalgia de não a ter perto, porque uma coisa é passar uma noite em casa da minha mãe que é já ali e outra é estar a 100 kms de distância.
Faz-lhe muito bem a ela porque convive com os primos, tios e avós mais intensamente porque apesar de irmos frequentemente lá é sempre a correr e nunca dá para estar com todos. Faz-nos bem a nós que dormimos melhor ( e agora até nem nos podemos queixar ), namoramos mais e dedicamo-nos mais enquanto casal. Faz-me bem a mim, porque a cada ida relembro que é e será sempre a minha filha, mas também é e será sempre sobrinha, neta, prima, amiga.
Custa-me sim, mas sei que é tão bom para ela ( e ela adora ) que só temos ( todos ) a ganhar com isso.

12 novembro 2007

Hoje

Na escola sou recebida pela antiga educadora e peço para dizer à educadora Ana que até ao final da semana não irá mais ( já que agora não nos deixam estar à porta da sala porque a confusão com os miudos instalava-se com a chegada dos pais ).
Quando chama a Beatriz ouço a educadora Ana dizer que quer falar comigo. Como é de poucas palavras fiquei logo a " medo " ( coisas de mãe ).
Vem com ar satisfeito dizer-me que a Beatriz se tem portado muito bem e que estava a pensar a partir de amanhã retirar as fraldas da cesta pois acorda sempre seca e pede imediatamente para fazer xixi. Digo-lhe que em casa também não molhava as fraldas da noite mas que voltou a fazê-lo e que por isso ainda não iria tentar as da noite, mas concordei com tentarmos tirar as da cesta. Pediu para que no resto da semana o fizessem e que tivessem em atenção para que não houvesse regressões ( pois vai para casa dos avós passar o resto da semana com a tia que estará de férias e no meio da agitação e das alterações de rotina é normal que se descuide ).
Elogia-a e diz que tem estado impecável tanto no desfralde como no comportamento, pede-lhe um beijinho e retribui-lhe uns quantos e eu venho de lá a " pingar " baba pelo queixo.
Como é que uns xixis no sitio certo nos fazem delirar é que eu estou para entender. Coisas de mãe :)

Perguntas e raciocinios

Fico pasmada com os racíocinios que faz.
Outro dia foi comigo à farmácia do hospital. No balcão estavam vários montes de documentos ( facturas, guias de remessa, etc ). Pergunta-me se aquele era o trabalho da senhora.
Outro dia de manhã diz-me que não quer ir para a creche e que quer ir para casa da avó.Digo-lhe que está a trabalhar e prontamente me diz que então quer ir para casa da avó velhinha porque a avó velhinha está doente e não trabalha. Apesar de numa dada altura ela saber que eu estava doente nunca lhe disse que não ia trabalhar, pelo contrário, sempre disse que ia para que não quisesse deixar de ir para a creche.
Sabe que os avós são nossos pais sem nunca lho termos dito, apenas porque nos ouve chamar mãe/pai. Sabe que os tios são pais dos primos da mesma forma.
É perspicaz e curiosa. Faz imensas perguntas e geralmente, a resposta a uma pergunta suscita-lhe outra dúvida. Ouve atenta e muitas vezes repete a pergunta para que repitamos a resposta até que entenda ou que aquilo " encaixe " na sua cabecinha.
Um dia destes viu o meu penso higiénico colocado nas cuecas e tive sérias dificuldades em explicar o que era aquilo e para que servia. Pensei em dizer que era uma fralda mas na fase em que está dizer-lhe que eu, crescida tinha fralda não me parecia nada bem. Disse-lhe que estava a deitar sangue, mas que não me doia e que ia passar no dia seguinte. Contentou-se com a resposta e eu fiquei aliviada porque realmente não sabia como dizê-lo a uma criança de 2 anos, principalmente a uma criança de 2 anos que conta TUDO o que se passa cá em casa se puxarem por ela ( e às vezes nem precisam de puxar ).
Já tem algumas noções temporais, por exemplo, sabe e aplica o amanhã e o hoje.
As últimas questões complicadas tem sido acerca de Jesus e da Nossa Senhora. Tudo começou porque a minha avó tem um fio com um crucifixo. Perguntou o que era e a minha avó disse-lhe que era Jesus, o Nosso Senhor. Depois disto em Santiago de Compostela na Catedral viu imensas imagens e perguntava quem eram. Iamos lendo os nomes e iamos dizendo e muitas vezes acompanhava a pergunta com um:
- Ahh, é tão uindooo!
Reconheceu Jesus.
Não somos de ir a igrejas, raramente vou a missas, tenho fé, sou cristã, católica porque nunca conheci outra religião. Pratico a minha fé à minha maneira, falo com Deus e com Jesus mas não necessariamente nos locais de culto. Fiz apenas a primeira comunhão porque um dia ia receber a Óstia e um padre negou dar-ma porque eu, com 12 anos e corpo de criança ainda, fui de cavas até ao altar. A partir daí não quis mais saber da educação cristã, apesar de ter casado pela igreja e baptizado a minha filha.
De volta ao assunto, só em Santiago de Compostela viu Jesus na cruz. Desde aí, sempre que passamos por igrejas pergunta se está lá Jesus e a Nossa Senhora. Pede para entrar e ir ver. Associa o aspecto exterior de uma igreja " à casa de Jesus ". Na Covilhã entramos numa delas e ficou impressionada com as feridas de Jesus. Perguntou quem fez aquilo ao Jesus e onde estavam. Pede-me para cantar músicas de Jesus. Isto realmente não sei onde foi buscar pois na escola não cantam músicas bíblicas, aliás, a escola é laica e acho bem, no sentido de que cada um seguirá o seu caminho, sem influências.
Um destes dias viu um livro infantil sobre o nascimento de Jesus e disse imediatamente que era um livro de Jesus e que queria a história do Jesus. Não lha comprei.
As perguntas dela começam a exigir respostas que a minha pouca educação bíblica não lhe consegue dar. Já não me lembro de muitas das histórias bíblicas e por isso, este fim de semana comprei-lhe uma Bíblia para criancinhas para lhe dar no Natal.
Cresce mais devagarinho filha, não tenhas pressa!

11 novembro 2007

Dia de S. Martinho

Dia de castanhas, água pé ( ou jeropiga ) para os adultos, de saltar fogueiras, dia quente e noite fria. Lembro-me que na casa da minha vizinha ( que sempre a tratei assim mas que era quase uma tia ), beirã, se cozinhava geralmente cabrito ou borrego e eu só não jantava lá em casa nessa noite porque não gostava de nenhuma das iguarias. Era compensada com uma tapioca ou um arroz doce feito por ela e uma tigela de marmelada ou geleia de marmelo. Lembro-me de em criança saltar a fogueira, uma fogueira baixinha que não era muito aventureira. Depois, na adolescência e idade adulta, porque passei a viver numa cidade e onde mal conhecia os meus vizinhos, nunca mais se saltou à fogueira nem se estava à conversa na rua com a vizinhança até às tantas.
Há pouco mais de ano e meio voltei à freguesia onde morei até aos 11 anos. Há pouco fui à rua passear a cadela e no ar está um fumo imenso, um cheiro a lenha queimada, ouvem-se vozes de adultos e risos de criança, ouve-se música. Procuro de onde vem tanto fumo e vejo que vem dos quintais aqui e ali, um pouco por todo o lado.
Imagino que também eles irão saltar à fogueira e lembro-me de imediato de tudo o que descrevi. Não vou saltar à fogueira porque ao contrário da minha infância em que quase em cada rua, a festa era pública, aqui são " festas particulares ", mas comemora-se felizmente, que eu há coisas em que gosto de manter as tradições, ainda que adaptadas à realidade actual.
Só este ano conheci a lenda do Verão de S. Martinho, numa das revistas " pedagógicas " que compro.
Este ano comi castanhas assadas no forno eléctrico acompanhadas por uma tisana gelada. O ano passado bebi uns 10 mls de água pé em casa da minha mãe e já não consegui trazer o carro para casa ( tsss... fracota ).
Gostava que daqui a uns anos, também a minha filha associasse o dia de S. Martinho a convívio, a festa e a partilha e que não seja apenas um dia como os outros. Para o ano quero ver se combino com qualquer casal amigo com filhotes e com quintal para ver se fazemos uma festarola, ainda que "privada ".

09 novembro 2007

Como te chamas?

Quando lhe perguntam o nome responde :
- Tiz B...
Se lhe pergunto o nome completo/todo diz:
- Biatiz de C..., M..., B... ( certinho com o de e tudo ).

Observadora

Vem ter comigo, aponta para a camisola que eu tinha vestida e pergunta-me:
- É do Noddy?
Digo que não e ela aponta um pouco mais abaixo e volta a fazer a mesma pergunta.
Olho para onde tem o dedo e vejo que aponta para a letra N.
Respondo-lhe:
- Ahh sim filha é a letra N de Noddy, muito bem.
Contente volta a apontar para o local inicial que também tinha uma letra N e diz que é do Noddy.
Depois aponta para o O e para o D e diz que também era do Noddy.
Fico toda babada e encho-a de beijos.
Nunca tentamos ensinar-lhe as letras, fê-lo apenas por memória visual.

08 novembro 2007

6/11/07

Com temperaturas a rondar os 27ºC e um final de dia passado na praia que até deu para molhar os pés na água fresquinha da Praia da Torre.
Pena foi ter acabado o dia com o pai no hospital com taquicardias e crises de pânico/ansiedade, mas ainda assim, foi um dia bem passado contigo meu amor.

Fim do dia na praia

07 novembro 2007

" Novas " notas musicais

Dó, guê, mi, á, xóue, uá, ui... ( Dó, ré, mi, fá, sol, lá, si ).

Nós por cá

Um pai com crises de ansiedade a precisar urgentemente de parar ( a nível de trabalho ), uma filha com diarreia novamente e a queixar-se da boca, uma cadela que reivindica uma atenção que não consigo nem tenho paciência para lha dar e uma mãe como se sabe, a gerir isto tudo.
" Vamos andando ".

05 novembro 2007

Nem tudo foi bom no fim de semana

Senti na pele a marginalização a que uma pessoa com uma doença fora do comum é vetada pela " ignorância " dos outros.
Passo a explicar, a terapeuta antes de me iniciar a massagem de drenagem linfática pergunta-me o porquê de tomar cortisona ( pois foi a retenção de líquidos provocada pela dita que me levou à marquesa ). Digo-lhe que tenho uma meningite mas que não se sabe a origem ( bláblá blá ). Sinto que só ouviu a parte do " meningite " e ficou em pânico.
Não me diz nada e interrompe por 3 vezes a massagem, sai 2 vezes da sala e na outra vez batem à porta.
Pergunta-me em pânico se é contagioso uns largos minutos depois de eu lhe ter explicado e de máscara na mão pergunta-me se eu me importo que coloque a máscara. Explico tudo resumidamente mais uma vez, digo que não é contagioso que não é uma meningite meningocócica e que tinha uma filha de 2 anos que nunca poria em risco caso fosse contagioso.
Não deixou de pôr a máscara e devo dizer que aquilo mexeu comigo, abateu-me, fez-me sentir que realmente eu era portadora de uma doença perigosíssima e que poderia estar a por em risco a vida das centenas de pessoas com quem tenho convivido ao longo destes meses. ( Não é nada, mas enfim ).
O resto do dia foi passado num estado de espírito um pouco depressivo, com aquela imagem na minha cabeça dela de máscara na boca . Compreendo e aceito que não tenham de conhecer a doença, nem acreditar nas minhas palavras e que tentem como podem e sabem proteger-se, mas a sensação causada no suposto " foco transmissor " é terrivelmente dolorosa.
Depois dei 2 estalos psicológicos a mim mesma, levantei o nariz lá para cima e segui para outra mas deu-me uma nova prespectiva de como se sentem as pessoas com doenças contagiosas ou invulgares.
Não consigo explicar, mas é mau, realmente mau.

Gaba-te cesto...

A maioria das crianças da idade da Beatriz ( ou aproximada ) são tímidas. Chamar-lhe-ia quase uma fase porque de facto é um denominador comum.
Ela não é tímida, tem os seus momentos que passam quase tão depressa quanto chegaram. Sorri para quem não conhece, acena às pessoas por quem passa num centro comercial cheio de gente, manda beijinhos, dá beijinhos, fala, puxa conversa, mete-se com outras crianças para brincar( sejam mais velhas, mais novas ou da mesma idade e geralmente as crianças costumam fazê-lo apenas com crianças mais velhas ), cumprimenta as pessoas quando chega a algum lugar mesmo que ninguém esteja a reparar na fedelha de oitenta e poucos centímetros que lá de baixo vai falando até que lhe dêm troco.
É muito confiante nela própria e nisso posso dizer que tem uns quantos genes a quem puxar.
Dá-me cá um orgulho ver que tens uma boa auto-estima, miúda, faz-me sentir que enquanto pais estamos a fazer um bom " trabalho "( também tenho direito a babar)!

( Atenção que não quero com isto dizer que timidez é sinónimo de baixa auto-estima, quero apenas dizer que ela é muito confiante e isso nota-se também pela sua extroversão ).

28 meses ( e um dia )

Basta olhar para ti para saber que és feliz e isso é e será sempre o nosso maior " objectivo ".
Parabéns meu amor !

" Mini-férias - Fim de semana prolongado "

Foram 4 dias a fazer todas as refeições fora ( e que bem se come por lá ), a passear muito ( muitos kms fez o nosso carrinho ), a fotografar muito, com muito sol e bom tempo, com algum fastio da Beatriz e alguma tosse, com uma noite para esquecer com ela a acordar de hora a hora a queixar-se da boca e da barriga, com massagens, banhos turcos, sauna, piscina aquecida e jacuzzi, com idas aos parques infantis que iamos encontrando pelos nossos passeios e com descanso. Ainda conseguimos estar pessoalmente com estes amigos que gostei muito de conhecer. A Lara é uma " criança de revista ", linda, linda, com uns olhos divinais.
Ficou muito por ver porque os dias mais curtos e as estradas da Serra da Estrela dificultam os acessos, mas ficou a vontade de voltar para conhecer o que ficou por ver.

Fim de semana na serra da estrela