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segunda-feira, julho 19, 2010

Uma entrevista com Adelino Moura, em 1995



Havia, na imprensa regional dos anos 90 quem fizesse jornalismo a sério. Só que, num meio pequeno e com redacções com pouca gente (não tão pouca como hoje - mas o que se faz hoje na imprensa regional não serve de exemplo para nada) os jornalistas não tinham grandes hipóteses de se "especializar". Tinham de ser pau para toda a obra.

Eu vinha da área da Cultura - onde tive formação específica, mas também suficientemente generalista para me sentir à vontade com assuntos diversificados. E, felizmente, comecei a minha carreira profissional na rádio. Felizmente porque aí, na rádio, tinhamos mesmo que nos "desenrascar" - muitas vezes em directo, sem rede - com os assuntos mais imprevistos.

Cheguei à imprensa escrita em 1994 (na revista Sem Mais) mas comecei mais a sério em 1995, no quinzenário Sul Expresso.

Aí fazia o tal trabalho "generalista" (embora ainda me deixassem dar muita atenção à cultura - coisa que já não aconteceu a partir de 1998, noutro jornal): tanto fazia investigação sobre os projectos do Governo para a travessia do Tejo ou sobre a onda de violência racista que vinha do início da década e que se foi agravando, ou sobre o processo de legalização extraordinária de imigrantes (que deixou muita gente de fora), ou sobre o longo e conflituoso desmantelamento da Lisnave, como fazia reportagens sobre o 1º Congresso dos Algarvios da Margem Sul, a reprovação do PDM de Almada e posterior aprovação com "amputações", ou a novidade que era, nesse tempo, o anteprojecto para o Metro Sul do Tejo.

E, se fosse preciso, até fazia peças da secção mais especializada (a que tinha jornalistas que só trabalhavam nessa área): o desporto!

A imprensa regional tinha realmente bons profissionais: polivalentes, flexíveis e com grande arcaboiço.

Como é óbvio, ao trabalhar em rádios e jornais, tive a oportunidade de entrevistar muita gente. Algumas dessas entrevistas eram de circunstãncia, muitas deles feitas por telefone. Mas, quando surgia a possibilidade de falar olhos nos olhos com o entrevistado o "repórter" acabava muitas vezes por ter conversas longas, interessantes e gratificantes.

Uma das entrevistas que mais gostei de realizar foi esta, com o histórico presidente do Almada Atlético Clube, Adelino Moura. Foi muito fácil dialogar com aquele homem que, sendo um líder com carisma, não precisava de fazer poses, armar-se em importante ou ter ares de sobranceria para dizer o que pensava. E dizia-o frontalmente, sem papas na língua mas sem entrar em insinuações ou armar "peixeirada".

A página e meia de texto aqui reproduzida é o que foi publicado na edição do Sul Expresso de 7 de Junho de 1995 - o resumo de uma conversa com cerca de 2 horas, muito estimulante e enriquecedora.

O mote para a entrevista era a subida do Andebol sénior do Almada à primeira divisão nacional. Mas aquele era também um tempo de grandes investimentos em estruturas desportivas. O Almada tinha já relva no seu estádio do Pragal (junto ao Cristo-Rei), mas não tinha ainda pavilhão próprio. Esse era, aliás, o próximo grande objectivo "material" de Adelino Moura. (E suponho que por isso mesmo, o equipamento que foi construído anos mais tarde se chama, precisamente, Pavilhão Adelino Moura.)

Inevitavelmente, falou-se muito de números, de verbas, de subsídios. No entanto, o que mais me impressionou foram as opiniões de Adelino Moura sobre o papel do Desporto como escola de valores humanos. Devia ser uma coisa natural, óbvia... mas já naquele tempo (os anos 90 foram, também, a década da euforia neoliberal) não o era!

O "meu entrevistado" não ignorava isso. E tinha ideias muito interessantes, com as quais não tive nenhuma dificuldade em concordar (digo-o agora - naturalmente não o disse naquele momento, nem tinha nada que o dizer, pois estava ali como jornalista e o jornalista não deve nunca confundir notícia com opinião).

Cito:

«Os clubes, pelo menos os pequenos, devem viver em função da conjugação de boas vontades e com o objectivo não apenas de competir mas de ajudar a formar desportistas e cidadãos. Um clube como o Almada deve ter também uma função social»

«Acho mal que se gastem dinheiros públicos em coisas efémeras (...) A autarquia não nos dá dinheiro para pagar despesaas correntes. Tudo o que recebemos da CMA é para ser aplicado em obras»

«o Almada, devido à sua proximidade com Lisboa, não tem outra hipótese a não ser formar os seus próprios jogadores. Tentamos ganhar alguns para a equipa principal e, por uma questão de necessidade, vender outros a clubes que nos possam proporcionar receitas. Quando isto funcionava em moldes amadores eu não tinha esta opinião, mas agora os tempos são outros e temos de ser realistas»

«as coisas andam muito deturpadas: cairam no meio desportivo alguns "paraquedistas", indivíduos sem conhecimentos de desporto. Chamam-lhes gestores e talvez sejam bons gestores nas suas empresas. Mas o desporto propriamente dito não tem nada a ver com a gestão de uma empresa: estar a encher 30 mil garrafas por dia ou estar a arranjar automóveis não é o mesmo que ver a bola bater na trave ou conhecer de perto os jogadores.»

«Em Portugal, como se sabe, há 3 clubes grandes; tão grandes que até são os maiores nas dívidas. Este modelo não serve aos clubes mais pequenos. Se começam a ceder à pressão dos sócios e entram em grandes despesas vão inevitavelmente acabar por falir»

Eram "prognósticos" do presidente do Almada Atlético Clube, em 1995. O decorrer do jogo acabou por lhe dar razão.

Nota de rodapé: Parece que esta entrevista chegou a incomodar algumas pessoas (porque, como escrevi acima, Adelino Moura não fugiu às perguntas e até acrescentou matéria sobre a qual eu, por desconhecimento, não perguntei nada); no entanto alguns dos meus colegas - os especialistas em desporto - criticaram-me por alguma "ingenuidade" nas questões. Passados 15 anos, tenho um palpite que a minha ingenuidade terá consistido em não perguntar nada sobre as relações entre o andebol do Almada e o do Ginásio Clube do Sul. Sabem que mais? Ainda bem que fui ingénuo: assim posso apresentar uma peça menos datada, com mais substãncia e menos tricas e mexericos! :)

terça-feira, setembro 29, 2009

Sábado vamos correr com o racismo!

XV CORRIDA DA TOLERÂNCIA - “CORRER COM O RACISMO”“Em Luta Pela Igualdade – Respeito – Integração – Solidariedade”.


No próximo dia 3 de Outubro/09, a XV Corrida da Tolerância – “Correr com o Racismo”, com o Lema “Em Luta Pela Igualdade – Respeito – Integração – Solidariedade”.

Há três percursos à escolha (com 3 partidas diferentes, para os mais ou menos profissionais na matéria), todos com chegada a Belém: 1º partida do Cais do Sodré; 2º partida junto ao Viaduto de Alcântara; 3º partida da Praça das Indústrias (antiga FIL).

Todos devem estar nos pontos de saída de cada percurso às 10h00

A 1ª partida será no Cais do Sodre às 10h30, com passagem pelos outros 2 pontos de partida e chegada em Belém.

Podem ir a correr, a andar, de patins, de bicicleta…

As inscrições são gratuitas devem indicar o nome completo, a data de nascimento, e o percurso em que deseja participar, e ser enviadas por fax ou e-mail, para

-Telefone: 21 347 49 64 / Fax. 21 342 41 40 (Interjovem/USL)

Esta iniciativa teve a sua origem em 1995, após os tristes e dramáticos acontecimentos que conduziram ao assassinato do Alcides Monteiro, um jovem Cabo-Verdiano. Com o objectivo de chamar a atenção da opinião pública para a escalada do racismo e da xenofobia, na sua vertente mais violenta, decidiu-se realizar uma acção que marcasse uma posição firme contra estes problemas e simultaneamente defendesse valores como os da amizade, solidariedade e camaradagem.

Nasceu assim a Corrida da Tolerância, uma prova de atletismo, não competitiva, onde o importante é participar.

Fonte: site da Frente Anti-Racista
http://www.frenteantiracista.pt/

quarta-feira, setembro 23, 2009

Karpov vs Kasparov ou uma anedota da "guerra fria"


Ainda me lembro destes dois.

O da esquerda era o "soviético típico": frio, calculista, composto, russo. O da direita era o contrário: criativo, imprevisível, com a barba por fazer, azeri, "dissidente" - e, talvez não por acaso, soviético, também.

Frente a frente, protagonizaram, em 1984, em Moscovo, "um torneio épico que durou cinco meses e que acabou interrompido sem um resultado conclusivo" (fonte: BBC Brasil).

Esse "torneio épico" era o quê? A disputa do título mundial de Xadrez (já que, como se deduz pela imagem, não poderia ser nenhum combate de Rocky Balboa nem nenhuma batalha de Rambo)?

Era, pois: era o frente a frente entre os dos melhores xadrezistas da época, a competir pelo título maior da modalidade.

Mas foi, em termos simbólicos, muito mais que isso.

Foi visto e seguido atentamente em todo o mundo (pelo menos em todo o "mundo ocidental") como um "épico" confronto entre o "comuna" representante do regime soviético (Karpov) e o "dissidente" (Kasparov) com o qual todas as "democracias ocidentais" se identificavam.

Ah, pois: por acaso, eram também dois mestres do Xadrez mundial - e esse "duelo épico" muito contribuiu para a divulgação e crescimento da modalidade. Acabou empatado (como empatado estava a correlação de poderes daquela época), mas serviu para fomentar, à esquerda e à direita, um entusiasmo até aí nunca visto por uma modalidade tão pouco dada a exuberâncias "clubísticas".

Comigo, sinceramente, não resultou: continuo um nabo a jogar xadrez.

Mas lembrei-me da efeméride porque alguém teve a brilhante ideia de, 25 anos depois, reunir de novo Anatoly Karpov e Garry Kasparov, frente a frente com um tabuleiro entre eles. E desta vez parece que até pode ser mesmo, e só, para jogar.

Lá vai disto: "O torneio, que obedecerá a limites de tempo rigorosos, teve início nesta segunda-feira e terminará na sexta-feira, dia 25. Os jogos serão transmitidos ao vivo no site da prefeitura de Valência. Os organizadores esperam que milhões de fãs acompanhem o embate de titãs." (BBC Brasil).

É interessante notar que, desde os anos 80, ambos não mudaram assim tanto. Continuando a citar a BBC: "Kasparov, hoje com 46 anos, vem-se preparando para o duelo na Noruega, jogando com o adolescente prodígio Magnus Carlsen." Já Karpov, de 58 anos, o calculista (que, poucos anos mais tarde do "duelo histórico" com Kasparov teve outro não menos histórico com um computador chamado "Deep Blue"), "vem treinando com um computador" (olha a grande surpresa!) "e um grupo de mestres em Espanha".

De Karpov, "o soviético", não conheço qualquer actividade política recente. Mas - diz a BBC - Kasparov é "hoje um dos líderes da oposição na Rússia".

Enfim, talvez afinal até tenham mudado em alguma coisa. Ou não...

quinta-feira, maio 21, 2009

"O Praticante": uma revista sobre desportos (e também sobre futebol...)



"O Praticante" é uma revista bimestral, sedeada no Casal do Marco, concelho do Seixal. Divulga um vasto leque de modalidades e apresenta informação diversificada sobre múltiplos aspectos relacionados com a prática desportiva.

Na edição de Abril (comemorativa do seu 1º aniversário), tem artigos sobre modalidades desportivas e actividade físicas diversas. A saber: atletismo, basquetebol, BTT, esgrima, ginástica, hóquei, judo, paraquedismo, kickboxing, lutas amadoras, nautimodelismo, motocross, musculação, natação, orientação, duatlo, yoga, paintball e até mesmo futebol!

No editorial deste número (assinado pela directora, Amália Mendes), explica-se que a publicação «nasceu com o objectivo de divulgar/dinamizar/apoiar as modalidades que têm vindo ao longo dos anos a reclamar um espaço na comunicação social».

É, portanto, uma boa alternativa à "imprensa desportiva" que temos - e que pouco mais divulga a não ser futebol profissional (ou melhor: o folclore o os "fait-divers" à volta do dito).

Ainda por cima é grátis. E tem um site: http://www.opraticante.net/

(Mas é pena serem tão picuinhas no que diz respeito a "direitos de imagem" - aliás, é por isso mesmo que não arrisco divulgar aqui nenhum conteúdo gráfico da dita - só o logotipo, e vamos lá ver se eles não se chateiam... por lhes estar a fazer divulgação à borla.)

quinta-feira, novembro 20, 2008

Brasil-Portugal? Para mim dá (quase) sempre empate!


O que eu quero dizer com o título desta crónica é que, entre selecções de Portugal e do Brasil, pode vencer uma ou a outra que, normalmente, eu fico satisfeito. Se Portugal vencer, melhor. Se vencer o Brasil, não fico triste.

(Lembro-vos que nasci no Rio de Janeiro, mas a minha família vive toda em Portugal. E só recentemente adquiri a nacionalidade portuguesa. Logo, "torço" pelos dois países. E não apenas nestas coisas do futebol.)

Asim sendo, gostei muito do jogo de ontem. Portugal fez asneiras das que se pagam caro e o Brasil deu "show de bola" (ou, como se dizia antigamente em terras lusas, "deu um baile").

Claro que, não fosse um jogo "a feijões" talvez eu estivesse a apoiar mais a selecção das quinas. Como aconteceu, por exemplo, em 1991, no Mundial Sub-20, em Lisboa. Lembro-me que estava a trabalhar, a passar som nas Festas do Barreiro, a ouvir o relato do jogo na rádio - mas quando chegou a vez dos penáltis, qual trabalho qual quê: larguei tudo, fui a um café ali perto ver a coisa na TV e fartei-me de pular de alegria.

Já em 1994, nessa chatíssima final do Mundial entre o Brasil e a Itália, estava a torcer incondicionalmente pelo Brasil - e, em particular pelo goleiro Taffarel.

Em 1998 foi para esquecer... Aliás, nem vi o jogo: estava em Setúbal, na redacção da Sem Mais, sozinho, a fechar a edição do Jornal da Região, com um olho no écran do computador e o outro no écran da TV. Mas parece que não perdi grande coisa (humpf!...).

Enfim, a minha intenção não é estar aqui a maçar-vos com episódios da minha monótona vidinha.

O que eu quero mesmo é chamar a atenção para o "fair-play" e sentido de humor manifestado pela Embaixada de Portugal no Brasil. Lê-se no blogue da instituição (de onde, a propósito, retirei a imagem que encabeça este artigo):

«Confirmando a tradição de ser sempre o primeiro no Brasil, Portugal fez o golo inaugural na história no novo Estádio Bezerrão, na cidade do Gama, nos arredores de Brasília, no jogo amigável entre as selecções de futebol dos dois países, que inaugurou aquela instalação desportiva.»

O texto completo econtra-se aqui:

quinta-feira, agosto 21, 2008

Nelson Évora, campeão olímpico



«Nélson Évora nasceu na Costa do Marfim em Abril de 1984 quando os pais, cabo-verdianos, trabalhavam nesse país africano. Com cinco anos chega a Lisboa. A naturalização obteve-a em Dezembro de 2001.

O desporto sempre foi a sua paixão. Na escola apaixonou-se pelo atletismo. Desde logo pelos saltos.


Iniciou-se no desporto escolar na disciplina de salto em altura. A sorte esteve do seu lado quando conheceu João Ganço, o seu professor de Educação Física e o seu treinador de sempre.

O técnico viu em Nélson um jovem diamante por lapidar e convenceu-o a dedicar-se aos saltos horizontais - comprimento e triplo - com resultados imediatos.


Em 2003, com 18 anos, sagrou-se campeão da Europa Juniores, o ano passado foi campeão mundial em Osaca, com uma marca de 17,74.

Sagrou-se, esta quinta-feira, campeão olímpico do triplo salto com uma marca de 17,67 metros



Fonte (texto e fotografias): Jornal de Notícias



texto completo em




segunda-feira, agosto 18, 2008

Vanessa Fernandes


As medalhas olímpicas não nascem nas mãos dos gajos (ou das gajas) que as entregam durante as "cerimónias protocolares".

Vanessa Fernandes, a grande campeã portuguesa de Triatlo, sabe isso muito bem.

Ela não desiste à primeira contrariedade (nem à segunda, nem à terceira...), não se queixa das "arbitragens" e, sempre que for preciso, levanta-se de madrugada para treinar, em vez de ficar "na caminha".

O segundo lugar alcançado ontem por Vanessa Fernandes não foi só a primeira medalha "portuguesa" nestes Jogos Olímpicos de Pequim: foi a confirmação de que o trabalho, a dedicação e a humildade compensam.

Agora ela já pode comemorar à vontade - até à próxima competição, e até à próxima vitória!

Palavras da atleta, após o final da prova (citadas pelo site do jornal Público):

«Um atleta de alta competição tem de ter objectivos concretos, pessoas em quem confiar a 100 por cento e nunca fazer as coisas só por ele, ter uma boa equipa. Tem de saber o que quer, onde está e o que significa a alta competição. A alta competição não é uma brincadeira, não é fazer meia dúzia de provas, andar a receber uma bolsa e está feito. Isto é como um trabalho. Temos muito talentos, na natação e no atletismo. O Tiago Venâncio, para mim, podia nadar muito, podia ser um grande atleta, mas não há uma estrutura fixa nesses sectores, é tudo feito um bocado à balda. Para mim são os resultados que me dão ambição e nunca estou satisfeita. Para ficar satisfeita com alguma coisa é um bocado complicado.»

Para bom entendedor...

sexta-feira, agosto 15, 2008

quinta-feira, agosto 14, 2008

"Memórias Olímpicas": Seoul 1988... e Los Angeles 1984!


A terminar esta série de "memórias olímpicas" de anos terminados em oito, lembro os Jogos de Seoul, em 1988. Foi o ano da segunda grande vitória de atletas portugueses: o ano em que Rosa Mota venceu a maratona.


O site Portal de Atletismo no Sapo refere assim a vitória da atleta lusa:

«Joan Bennoit era uma maratonista muito respeitada, conhecia muito bem o percurso pois tinha-se treinado nele e estava apostada em decidir rapidamente a corrida. Atacou muito cedo deixando para trás Rosa e as noroeguesas Greta Waits e Ingrid Kristiansen. As norueguesas conseguiram descolar de Rosa Mota, fazendo pairar os espectro de Helsínquia (quarto lugar).

Com o decorrer da prova, Kristiansen quebrou e foi ultrapassada por Rosa quando faltavam 2 Km para a meta.


Quando cortou a meta, o esgar de dor tornou-se de Júbilo. Festejou esta medalha como nenhuma outra. ERA A PRIMEIRA PORTUGUESA A GANHAR UMA MEDALHA OLÍMPICA.Voltou a melhorar o seu record pessoal. Esta medalha foi conquistada na ressaca de de vários problemas envolvendo Rosa/José Pedrosa e a Federação Portuguesa de Atletismo. Esta medalha vingava as afrontas e ameaças que sofrera por ter trocado a Aldeia Olímpica pelo hotel da Nike, de modo a poder ser acompanhada pelo seu técnico.»






Mas a primeira medalha de ouro portuguesa tinha acontecido quatro anos antes, em Los Angeles - e, por isso mesmo, quero também recordá-la aqui.




Mais uma vez, cito o Portal de Atletismo:


«Faltava pouco mais de uma semana para a partida para Los Angeles, quando, no decorrer de um treino, junto ao Estádio da Luz, Carlos Lopes foi atropelado por um Mercedes SL. Poderia ter sido o fim de um sonho: " Senti-me no ar, aos piparotes, caí e... levei algum tempo a levantar-me, com medo de pensar que já não iria a Los Angeles. Ergui-me e a primeira coisa que fiz foi tentar correr. Corri... o sonho podia continuar."


Dez dias depois, partiu para os Estados Unidos. Não ficou na Aldeia Olímpica, preferiu o hotel da Nike porque, aí, dispunha de melhores condições de treino e podia estar próximo da esposa.


12 de Agosto de 1984. O andamento vivo e a temperatura elevada foram desgastando Salazar, que cedeu ao quilómetro 19, Castella descolou aos 34, Seko e Takeshi ficaram para trás aos 36. Na cabeça do pelotão ficaram, então, Lopes, John Tracy e Charles Speddeing. Mas, aos 38 quilómetros, Lopes desferiu um ataque rumo à vitória,rumo ao sonho. Entrou no estádio com 200 metros de vantagem, em passada firme, com o sorriso nos lábios. Os braços erguidos ao céu. Lopes conquistava para Portugal, a primeira medalha de ouro numas Olimpíadas. Eram 3.10 horas da madrugada em Lisboa.»



E o tempo que Carlos Lopes então conseguiu é, ainda hoje (e pelo menos até à maratona deste ano...) recorde olímpico!

quarta-feira, agosto 13, 2008

"Memórias Olímpicas": Cidade do México, 1968


Disputados na Cidade do México, a mais de 2 mil metros de altitude, os Jogos Olímpicos de 1968 tiveram, entre outras particularidades, mais ou menos óbvias, mais ou menos conhecidas - que podem conferir clicando na imagem acima, para ler o respectivo texto - um espantoso recorde mundial de salto em comprimento.

Foram 8.90 m metros, marca obtida pelo norte-americano Bob Beamon - recorde que só viria a ser batido em 1991 (23 anos mais tarde!), por Mike Powell...

(Agora, em Pequim 2008, e no que diz respeito a saltos para a frente, simples ou triplos, não esperamos recordes mas sim boas classificações de Naide Gomes e Nelson Évora... se possível entre os três primeiros ou, melhor ainda, no lugar mais alto do pódio!)

domingo, agosto 10, 2008

"Memórias Olímpicas": Londres 1908, Amesterdão 1928, Londres 1948

Como já referi (ver artigo abaixo deste), estou durante esta semana a partilhar convosco algumas "memórias olímpicas" publicadas numa revista, em 1988 (há vinte anos, portanto).

Aqui ficam, então, as páginas referentes aos jogos de 1908, 1928 e 1948.

(Cliquem nas imagens para ampliar e ler os respectivos textos.)




sábado, agosto 09, 2008

"Memórias Olímpicas"...


De duas em duas décadas, os Jogos Olímpicos acontecem num ano "terminado em oito". Foi assim em: Londres 1908; Amsterdão 1928; Londres 1948; México 1968; Seoul 1988.

Agora que os Jogos de 2008 começaram em Pequim, gostaria de partilhar convosco alguma informação sobre edições anteriores. Mas, porque foram muitas, vou limitar-me, precisamente, às que decorreram em anos terminados em oito. (É um critério como outro qualquer, não vos parece?)

No entanto, e para começar... comecemos pelo princípio: ou seja, pela primeira olimpíada da "era moderna", em 1896.





Esta página (e as que irei colocando neste blogue durante os próximos dias) pertence a uma publicação - uma revista de 24 páginas - editada em 1988 (sim, há 20 anos...) por uma marca de material de escritório que patrocinou os jogos desse ano.




Era (e é: ainda a tenho!) uma publicação comercial, sim, mas também informativa (e de uma forma muito interessante, aliás).


Transcrevo o texto da página 2:


«Nascidos entre as brumas da mitologia, os Jogos Olímpicos são únicos.Concebidos há mais de 3000 anos pelos Gregos antigos, os Jogos encerram princípios que são válidos nos dias de hoje, na busca da perfeição. Fazer melhor. Reunir as pessoas. Estabelecer novos limites no campo dos empreendimentos humanos.


Não são as medalhas que contam: estas representam um meio, não um objectivo. O que mais interessa é a oportunidade de dar o melhor de si próprio. Desde que Coroebus de Elis se tornoui o primeiro campeão olímpico de que há registo, em 776 a.C., que homens e mulheres se têm dedicado a este ideal. Alguns conseguiram uma fama passageira, poucos se tornaram em lendas imortais. Mas todos, cada um à sua maneira, deixaram a sua marca no mundo.


Os Jogos Olímpicos constituem um ponto de convergência para o mundo.»



sábado, junho 07, 2008

Umas palavrinhas sobre isto:


Hoje, dia em que começa o Euro 2008, parecia mal não dedicar umas palavrinhas ao evento, não é?

Pois então, e porque não quero ser acusado de falta de patriotismo (nem mesmo daquele patriotismo que nos foge facilmente para as "chuteiras" e que, amiúde, nos falta em ocasiões verdadeiramente importantes) aqui vão elas, as palavrinhas:

O futebol é, ou devia ser, apenas um jogo. Nos jogos, umas vezes ganha-se, outras vezes perde-se (e, no caso do futebol, às vezes também se empata). É óbvio. E é por isso mesmo que, como dizia o João Pinto (o famoso defesa do F.C. Porto), "prognósticos, só no final do jogo".

Portanto, não é obrigatório ganhar sempre. Mas é obrigatório não defraudar as expectativas de quem nos apoia, suporta e "sofre" por nós.

Era bom que os jogadores da selecção portuguesa não se esquecessem disso.
E que joguem à bola. Afinal, é para isso mesmo que lá estão, não é?

Eu, nestas coisas do futebol (selecção nacional e Benfica) sou sempre muito cauteloso, e não coloco as minhas expectativas lá muito em cima. Mas - caramba! - com jogadores como Ricardo (o que defende os penalties, não o das grandes frangalhadas, bem entendido...), Ricardo Carvalho, Deco, João Moutinho, Nani, Quaresma, Nuno Gomes (sim, Nuno Gomes!), Simão Sabrosa, e deixa cá ver quem mais... pois, o Cristiano Ronaldo... só temos mesmo é que fazer alguma coisa de jeito neste Europeu!

Já merecíamos ver a nossa selecção trazer para cá um "caneco".
Mas, se não o conseguirem fazer, pelo menos - c'um caneco!... - não nos envergonhem, está bem?

segunda-feira, março 17, 2008

Nas imediações da 18ª Meia-Maratona de Lisboa...

(fotos de António Vitorino)





Estas imagens foram captadas na manhã de domingo, 16 de Março de 2008, nas imediações da Ponte 25 de Abril, no Pragal (Almada). Toda esta gente (enfim, quase toda...) estava a "aquecer" para a mini-maratona de Lisboa (prova integrada no programa da 18ª Meia-Maratona de Lisboa que, entretanto, já estava a decorrer - a "mini" parte, como é lógico, a seguir à "meia").

Mais informações no site oficial da prova:
e dois vídeos no canal bulcânico:






segunda-feira, março 10, 2008

Ah, ganda Naide!!!

Como sabem (ou talvez não…) a atleta Naide Gomes, campeã mundial de salto em comprimento (mundial de atletismo em pista coberta, Valência 2008), mora em Almada.
É, portanto, almadense por adopção. E isso faz-nos sentir bem, a nós, almadenses.
Até porque não temos por cá muitos desportistas deste gabarito.
Temos... ora, deixa cá ver... o Figo, temos o Carlos Sousa, temos a Telma Monteiro, temos… Bem, afinal ainda temos alguns…
Mas, se isto nos faz sentir bem, na verdade o mérito é deles (neste caso, dela), não nosso.
Portanto, olha: parabéns, Naide Gomes!
Ganda Naide!

Mais coisas sobre "a" Naide:
Na Wikipédia
Na Federação Portuguesa de Atletismo

sexta-feira, março 02, 2007

Bento

Assim, sem que nenhum de nós esperasse, desaparece o grande Manuel Galrinho Bento.
O Bento! Guarda-redes do Benfica e da Selecção Nacional.
Para os mais novos, que nunca o viram jogar, digamos que tinha o virtuosismo e a espectacularidade de um Ricardo Quaresma ou de um Cristiano Ronaldo e a persistência, capacidade de trabalho e talento de um Luís Figo.
Só que, ainda por cima, era guarda-redes!


Manuel Galrinho Bento
(25 Junho 1948 - 1 Março 2007)

Nota biográfica, na Wikipédia:

pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Bento





PS: O Bento foi um dos meus "ídolos", desde um inesquecível jogo do Benfica contra o Torpedo de Moscovo, lá para os anos 70. Jogo que acompanhei via rádio (nesse tempo as transmissões televisivas eram mais raras e, na rádio, sem qualquer recurso a imagens, a emoção era diferente). Na Luz, as equipas tinham empatado. Já em Moscovo no estádio do Torpedo, o Bento não só defendeu tudo o que havia a defender (o jogo terminou empatado a zero) como ainda defendeu penaltis e marcou o penalti decisivo (lembram-se do Ricardo no Euro 2004? pois, foi mais ou menos a mesma coisa, só que o Bento não tirou as luvas).
O Bento foi também o meu modelo enquanto guarda-redes.
Sim, eu sei que vocês, os que só me conhecem agora, não acreditam, mas eu fui guarda-redes. E não devia ser muito mau, visto que os que jogavam contra mim me chamavam Dassaev (alusão a Rinat Dassaev, famoso guarda-redes soviético, do Spartak de Moscovo e da respectiva selecção). Claro, chamavam-me assim para "gozar" com as minhas referências político-ideológicas. Mas isso era antes do jogo. Depois, os que me defrontavam deviam chamar-me outras coisas.
Modéstia à parte... eu era bom, e o Bento era o meu ídolo!

António Vitorino

sexta-feira, janeiro 26, 2007

FIM DE SEMANA (aviso: este texto contém expressões brejeiras)

sexta-feira, para esquecer a merda
do trabalho
e o cabrão
do patrão
joga-se no euromilhões e depois
vai-se ao café beber uns copos.
sábado, para esquecer a merda
da ressaca,
joga-se no totoloto.
sábado à noite, para esquecer a merda
do azar,
que não há maneira de nos sair o totoloto
já para não falar do euromilhões,
vai-se ao café beber uns copos.
domingo, para esquecer a merda
da ressaca de sábado à noite,
fica-se em casa a ver o benfica.
domingo mais à noite, para esquecer a merda
da derrota do benfica,
vai-se ao café beber uns copos
e dizer mal da merda do sporting, que empatou,
e da merda do árbitro
que inventou um penalty a favor da merda do porto.

segunda-feira, não há maneira de esquecer
a merda da ressaca
a merda do trabalho
e o cabrão
do patrão.


António Vitorino, esse lampião
(e, se ainda pensam que é um insulto, procurem num dicionário a definição de lampião e tenham mas é juízo).

Glorioso só há um:

SLB e mais nenhum


Muito democraticamente, tomem lá também:

Sporting CP


FC Porto


Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol

terça-feira, janeiro 23, 2007

A minha paixão pelo "sport"

(fica assim, "sport", em inglês, para ser entendido por toda a comunidade lusófona)


quando eu li no teletexto do eurosport
o horário de emissão de um jogo
de sepak takraw
fiquei imediatamente de antenas no ar.
ena pá!
que jogo tão interessante!
quer dizer,
o nome do jogo é interessante:
foi o nome do jogo
(repito:
sepak takraw)
o que me fez ficar
de antenas no ar.
afinal (considerei)
não seria essa a vez primeira
que o nome de um jogo me despertava
a vontade de o ver
e talvez mesmo outras coisas,
como se verá.
lembrei-me por exemplo do curling
desporto que desconhecia
embora conhecendo o nome
e quando o vi pela vez primeira

automaticamente e sem reservas me apaixonei
pela equipa feminina da noruega
(quero dizer, apaixonei-me mesmo pela equipa feminina inteira

o que inclui a feiosa da capitã dordi nordby

- mas, verdade seja dita, isso foi há uns anos
e a equipa era diferente
só a capitã era a mesma).
mas pronto, confesso:
eu sou um coração mole
e isto é defeito que tenho desde pequenino
desde o tempo oh esse tempo
em que me apaixonei por uma tal de nadia comaneci

(sim esse tempo... pois
eu e mais uns tantos milhões
de jovenzinhos imberbes
)
e ai de mim só sabia que ela era ginasta
mas sabia lá eu que modalidade ela praticava
(fiquei a sabê-lo mais tarde
quando me apaixonei por uma professora
de ginástica rítmica desportiva , e...)
mas espera aí estava eu aqui
a falar do
quê? ah pois do
sepak
takraw
.
então, munido desse nome tão promissor
liguei-me ao eurosport. e
ena pá!
que grande jogo:
é como aquelas brincadeiras que se fazem na areia
quando jogamos vólei só com os pés
mas ali (numa final)
o jogo era jogado em pavilhão
e jogado muito a sério

com muita garra
muita concentração
muita (porque não dizê-lo?) algazarra
e muita determinação.
frente a frente as equipas femininas
da tailândia

e do vietname.

como era de esperar, apaixonei-me pelas duas.

António Vitorino


E agora, vocês querem
mais Curling?:
World Curling Federation

mais Sepak Takraw?:
www.geocities.co.jp/Colosseum-Acropolis/2678/english/whatsepa.html
Fotos e vídeos (Real Player) em:
Pusan Web - Asian Games 2002

ou mais Nadia Comaneci?:
Fan Club (página não oficial)

Já agora, apresento-vos a sua grande rival (ou talvez antecessora seja o termo mais correcto), Olga Korbut:
www.olgakorbut.com
Wikipedia