O que vocês vão ler abaixo é a letra de um música mesclada a uma espécie de comentário "sutil" da forma que a analiso... Trata-se da música SENHAS da Adriana Calcanhoto, uma música interessante, forte e chocante... Para alguns, claro.
O que quis mostrar é o mundo de hoje, que liga para aparências, as pessoas e suas máscaras e o grande caos que se instaura entre os seres a cada dia... Pessimismo realista? Talvez.
Eu não gosto de bom gosto
(Porque ter bom gosto é ser bom)
Eu não gosto de bom senso
(Ninguém o usa, para quê existir?)
Eu não gosto dos bons modos
(Deixa o mundo do jeito que estar)
Não gosto
(Eu gosto)
Eu agüento até rigores
(Afinal algo tem que ter pulso)
Eu não tenho pena dos traídos
(Se soubessem viver traiam)
Eu hospedo infratores e banidos
(Eles são, sim, verdadeiros)
Eu respeito conveniências
(Tudo é um baile de máscaras)
Eu não ligo pra conchavos
(O mundo é feito no secreto)
Eu suporto aparências
(Nem as julgo, adoro)
Eu não gosto de maus tratos
(Porque não respeitam as aparências)
Mas o que eu não gosto é do bom gosto
(Porque ter bom gosto é ser bom)
Eu não gosto de bom senso
(Ninguém o usa, para quê existir?)
Eu não gosto dos bons modos
(Deixa o mundo do jeito que estar)
Não gosto
(Eu gosto)
Eu agüento até os modernos
(Talvez eles valham algo)
E seus segundos cadernos
(que serão rasgados em breve)
Eu agüento até os caretas
(são seres, vivo de aparência)
E suas verdades perfeitas
(que são mentiras imperfeitas)
O que eu não gosto é de bom gosto
(Porque ter bom gosto é ser bom)
Eu não gosto de bom senso
(Ninguém o usa, para quê existir?)
Eu não gosto dos bons modos
(Deixa o mundo do jeito que estar)
Não gosto
(Eu gosto)
Eu agüento até os estetas
(Porque vivo de aparência)
E seus segundos cadernos
(Que serão rasgados)
Eu não julgo a competência
(Tudo é muito bem feito)
Eu não ligo para etiqueta
(Ela é tão efêmera)
Eu aplaudo rebeldias
(São as pessoas que conseguem ser diferidas)
Eu respeito tiranias
(Porque tem pulso, toma as rédeas)
E compreendo piedades
(Apesar de pouco me importar)
Eu não condeno mentiras
(O mundo é uma grande farsa)
Eu não condeno vaidades
(Porque tudo é aparência)
O que eu não gosto é de bom gosto
(Porque ter bom gosto é ser bom)
Eu não gosto de bom senso
(Ninguém o usa, para quê existir?)
Eu não gosto dos bons modos
(Deixa o mundo do jeito que estar)
Não gosto
(Eu gosto)
Eu gosto dos que têm fome
(Eles são o retrato do amargo fim)
Dos que morrem de vontade
(Porque não tem coragem ou não podem)
Dos que secam de desejo
(São os fracos, são os seres humanos)
Dos que ardem...
(Como arde toda a humanidade)