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segunda-feira, junho 10, 2013

Descoberto na China o mais antigo esqueleto de sempre de um primata

Por: Ana



Estão em causa ideias feitas acerca da evolução dos antropóides e em particular da espécie humana.
Há 55 milhões de anos, o clima na Terra era quente e húmido. No centro do que é hoje a China, perto do actual rio Yangtze, a vegetação luxuriante de uma paisagem lacustre albergava primitivos primatas. Com apenas sete centímetros de altura e 30 gramas de peso, estes animaizinhos diurnos eram parecidos com os saguis (macacos hoje comuns no Brasil). Possuíam uma longa cauda, eram exímios em saltar de copa de árvore em copa de árvore e tinham uma predilecção alimentar pelos insectos, que trincavam com os seus dentes pequenos e afiados.
Trata-se de uma recém-descoberta espécie fóssil, baptizada Archicebus achilles (explicação do nome mais à frente), e é, segundo afirma hoje na revista Nature uma equipa internacional de cientistas, o mais antigo antepassado conhecido dos antropóides - macacos, grandes símios e humanos actuais. E também o mais antigo primata conhecido, incluindo os primatas, para além dos antropóides, os társios (cujos representantes actuais vivem na Ásia), os lémures e os galagos (que vivem em África). "É a primeira vez que temos uma visão razoavelmente completa de um primata que, na árvore da evolução, se situa mais ou menos na divergência dos társios e dos antropóides", diz em comunicado Xijun Ni, paleontólogo da Academia Chinesa de Ciências de Pequim e co-autor da descoberta. "Isso representa um grande avanço no esforço de mapear as primeiras fases da evolução dos primatas e dos humanos."
O fóssil foi encontrado há vários anos por um agricultor, numa pedreira perto da cidade de Jingzhou, província de Ubei, China, acabando por ser doado à instituição onde trabalha Ni. Como estava encapsulado numa pedra, só ficou à vista quando esta foi partida ao meio, revelando duas "metades", muito frágeis e delicadas, de ossos e de impressões "em negativo" de ossos deixadas na matriz rochosa.
Para o estudar sem o danificar, os cientistas recorreram a técnicas de imagiologia. A partir de 2008, começaram a produzir imagens "às fatias", de altíssima resolução, das duas "metades" do fóssil graças ao feixe de raios X mais potente do mundo, sito no Sincrotrão Europeu (ESRF), perto de Grenoble (França). Reunindo as imagens, obtiveram uma visão 3D extremamente pormenorizada do esqueleto original. "Virtualmente falando, pusemos o esqueleto de pé", diz o co-autor Paul Tafforeau, paleontologista do ESRF. Também determinaram a posição do Archicebus achilles na árvore evolutiva, de forma a relacioná-lo com os outros primatas. Para isso, compararam, em paralelo, mais de mil caracteres anatómicos de 157 mamíferos.
E o que descobriram foi um animal "diferente de qualquer outro primata conhecido, vivo ou fóssil", diz o co-autor Chris Beard, do Museu Carnegie de História Natural de Pittsburgh (EUA). "É um estranho híbrido, cujos pés parecem os de um pequeno macaco, com os braços, patas e dentes de um primata muito arcaico, com um crânio primitivo e uns olhos curiosamente pequenos." É precisamente esta estranha mistura que os cientistas interpretam como sendo um indício de que o Archicebus achilles representa um elo entre o ramo dos társios e o dos antropóides. Donde o nome que deram ao fóssil, cuja primeira parte significa "primeiro macaco de cauda comprida", enquanto a segunda faz referência ao calcanhar curiosamente "moderno" da espécie.
"Isto vai forçar-nos a rescrever a história dos antropóides", salienta Beard. De facto, explica, a descoberta põe em causa noções enraizadas sobre a evolução dos primatas. Por exemplo, ao sugerir (corroborando outros dados) que os primeiros primatas apareceram na Ásia - e não em África, como se pensava; ou ainda, ao ir contra a ideia de que os nossos antepassados mais longínquos eram grandes animais.
"O Archicebus achilles era um diminuto e delicado primata, talvez mais pequeno do que qualquer primata actual", disse Beard em teleconferência de imprensa organizada pela Nature. "Era provavelmente um animal frenético, ansioso, ágil. E o mundo que habitava era uma espécie de "planeta dos macacos" antes de haver macacos."

Na foto :
reconstituição 3D do fóssil de Archicebus achilles; à direita, visão artística deste antiquíssimo primata

fonte: Público 06.06.2013

sexta-feira, agosto 05, 2011

quarta-feira, julho 20, 2011

Um pedaço de ADN que nos chegou dos Neandertais

Estudo de investigadores canadianos mostra que populações de origem sub-sariana não têm essa informação genética 
O enigma durava há dez anos, desde que um grupo de investigadores da Universidade de Montreal, no Canadá, coordenado por Damian Labuda, isolou um bocado de ADN (informação genética) no cromossoma X que parecia diferente. Isso intrigou os investigadores porque aquele pedacinho aparentava ter origem numa população mais arcaica.
O mistério resolveu-se agora. Aquele bocado de ADN é hoje partilhado por todos os grupos humanos de todos os continentes, à excepção dos que têm origem na África sub-sariana. Ou seja, é uma herança genética directa dos homens de Neandertal, o que confirma que houve cruzamento - e descendência - entre os Homo sapiens e os Neandertais.


in:DN, ciência

sexta-feira, junho 24, 2011

Nova comunidade indígena encontrada na Amazónia

A Fundação Nacional do Índio (Funai) anunciou na terça-feira a descoberta de uma comunidade indígena no Amazonas, no norte do Brasil, numa região conhecida como Vale do Javari.
A primeira identificação do grupo foi feita a partir de imagens de satélite, analisadas pela Frente de Proteção Etnoambiental da Funai, e confirmadas depois num voo realizado na região em abril.
Até ao momento, a presença destes índios era apenas indiciada num "estudo", pois havia relatos da sua existência, mas sem informações conclusivas sobre a sua exata localização.
A comunidade, que vive isolada, está localizada a sul da Floresta Amazónica, numa região próxima da fronteira com o Peru. Acredita-se que o grupo compreenda cerca de 200 índios, distribuídos em quatro malocas -- grandes cabanas de palhas capazes de abrigar até cem pessoas.
O coordenador da Frente do Vale do Javari, Fabrício Amorim, explicou que a identificação de uma referência como esta fazem parte de um trabalho sistemático e metódico, com realização de pesquisas documentais, que levam anos para ser concluídas.
Até ao momento, as análises preliminares indicam que o grupo pertence à família linguística Pano.
Amorim referiu que nas imagens foi possível indetificar "malocas", além de roças cultivadas com produtos que fazem parte da alimentação diária da comunidade. "Além do milho, havia banana e uma vegetação rasteira que parecia ser amendoim, entre outras culturas", relatou.
Segundo o investigador, também foi possível identificar -- tanto pelo plantio, quanto pelo estado da palha das choupanas -- tratar-se de uma ocupação recente. "A roça, bem como as malocas, são novas, datadas de no máximo um ano", comentou.
A assessoria de comunicação da Funai explicou à Lusa que os grupos são identificados para que possam entrar em políticas de protecção da sua sobrevivência.
"Não se trabalha mais com a ideia de estabelecer contacto com eles. Houve apenas a identificação aérea, nenhum dos pesquisadores esteve directamente no local", explicou.
Entre as principais ameaças à integridade desses grupos estão a pesca ilegal, a caça, a exploração de madeira, o garimpo, actividades agro-pastoris com grandes destruições da floresta, ações missionárias e problemas típicos de fronteira, como o narcotráfico.
Outra situação que requer cuidados é a exploração de petróleo no Peru, que se pode refletir na terra indígena do Vale do Javari, onde actualmente já existem 14 referências de comunidades indígenas.
Segundo dados da Funai, entre 2006 e 2010, foram localizados 90 indícios de ocupação territorial, que apontam para a existência de uma população de aproximadamente dois mil indígenas.(in:DN)

domingo, fevereiro 13, 2011

'Lucy' caminhava como nós

fonte DN, Lisboa
Um pequeno osso fossilizado descoberto em África ajudou agora a resolver um enigma sobre o hominídeo Australopithecus afarensis.
A descoberta de um pequeno osso do pé da "avó" mais famosa da humanidade revelou que o Australopithecus afarensis, que viveu entre há 3,7 e 2,9 milhões de anos, já caminhava como o homem moderno.
Esse fóssil do quarto metarso (correspondente ao quarto dedo do pé), o primeiro desse tipo que se encontrou deste hominídeo, foi escavado em Hadar, na Etiópia, e tem a forma arqueada necessária à locomoção bípede, que é exclusiva da espécie humana.
Essa era uma incógnita que subsistia em relação a Lucy. O estudo do achado, que é publicado na revista Science,veio agora resolver o enigma.

Nota da Redacção - Vou dormir muito mais descansada com a qualidade de passinhos que a minha "avó" dava.

sexta-feira, outubro 15, 2010

Primeiros europeus cuidavam dos mais velhos

Há mais de 500 mil anos, os primeiros homens europeus já cuidavam dos mais velhos e dos doentes que não podiam valer-se sozinhos. É a conclusão de uma equipa de investigadores espanhóis que estudou os fósseis do Homo antecessor e publicou os resultados na Proceedings of the National Academy of Sciences.
Este hominídeo foi identificado em 1997, depois de os seus ossos fossilizados, os mais antigos até hoje descobertos na Europa, terem sido encontrados numa gruta em Atapuerca, no Norte de Espanha, e foi assim chamado porque é anterior ao homem de Neandertal e ao homem moderno, e seu antecessor comum (ver caixa).
A conclusão dos investigadores espanhóis sobre a capacidade de solidariedade geracional dos Homo antecessor baseia-se na avaliação dos ossos da bacia e de parte da coluna vertebral de um desses primeiros europeus, que viveu em Atapuerca há mais de 500 mil anos. O estudo revelou que o indivíduo, um homem muito corpulento, sofreu de várias doenças degenerativas e incapacitantes durante muito tempo antes de morrer, o que ocorreu quando tinha por volta de 45 anos.
Essas doenças, escreve a equipa coordenada por Juan-Luis Arsuaga, da Universidade Complutense de Madrid, "obrigavam o indivíduo a adoptar uma postura curvada e talvez a usar um pau para se manter de pé, impedindo-o provavelmente de caçar". A sua longa sobrevivência com esses problemas leva a supor que ele teria ficado ao cuidado do grupo.
fonte: DN, ciência
Nota da Redacção - se a informação se mantiver, daqui a umas dezenas de anos, se concluirá que esta preocupação velha, descoberta num mundo novo, se inverteu. 

quarta-feira, junho 23, 2010

Avô de 'Lucy' já era bípede há 3,58 milhões de anos

Novos fósseis da mesma espécie de 'Lucy', mas 400 mil anos mais antigos, mostram melhor as suas características.
Viveu há cerca de 3,6 milhões de anos e é um "irmão mais velho" de Lucy, a antepassada humana mais popular no imaginário colectivo. Kadanuumuu, que significa "homem grande" na língua etíope Afar, é um Australopithecus afarensis como a sua famosa parente, mas tem mais 400 mil anos do que ela. O estudo dos seus fósseis permitiu agora descobrir que a locomoção bípede, de tronco direito, característica da espécie humana, é afinal muito anterior ao que se supunha.
A descoberta foi publicada ontem on line na Proceedings of the National Academy of Sciences.
Os fósseis de Kadanuumuu foram descobertos na Etiópia, na região de Afar, tal como os de Lucy. Mas ao contrário desta, que media pouco mais de um metro, o seu "novo" antepassado era bem maior do que ela: tinha 1,65 metros, o que se aproxima da estatura do homem moderno.
De acordo com a equipa internacional que fez o seu estudo, e que incluiu investigadores da Universidade de Adis Abeba, na Etiópia, do Museu de História Natural de Cleveland, nos Estados Unidos, e de outras universidades norte-americanas, os fósseis do Homem Grande, que viveu há 3,58 milhões de anos, fornece novas informações "fundamentais sobre a proporção dos membros, a forma do tórax e a forma de andar do Australopithecus afarensis", escrevem os investigadores no artigo. "Em conjunto", sublinham, "estas características permitem estabelecer que o bipedismo estava altamente desenvolvido no Australopithecus e que a sua caixa torácica diferia substancialmente da dos grandes macacos africanos".
O que faz do Homem Grande um informador tão importante sobre as características da sua espécie é, desde logo, a sua dimensão. Mas o tipo de fósseis que se recolheram dele (ossos completos dos membros superiores e inferiores, do pélvis, da omoplata, do tórax e da zona cervical) também foi decisivo.
Graças a esse conjunto de fósseis, Kadanuumuu "fornece muito mais informações sobre o pélvis, o tórax ou a proporção dos membros [do Australopithecus afarensis] do que alguma vez a Lucy sozinha conseguiu mostrar", explicou Bruce Latimer, da universidade norte-americana de Case Western Reserve e um dos autores da descoberta. O que Kadanuumuu mostra é uma locomoção bípede já bem estabelecida há 3,58 milhões de anos.  fonte DN