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sexta-feira, 9 de abril de 2010

Essa mistura uma palhaçada de dilúvio com um clássico: o espetáculo da devolução dos panos de bunda. Deve ter uma boa meia dúzia de histórias dessas aqui, não é a primeira que esta empresária circense amiga do blog relata e só eu tenho já postadas. Por que será que eles sempre fazem palhaçada na hora de entregar nossas tranqueiras? Cara, melhor jogar fora do que fazer esse número. Hmmm.... mas eles são palhaços, né? Não podiam deixar passar a oportunidade.

Respeitável público, que rufem os tambores, o espetáculo vai começar.


Palhaço de dilúvio

Acontece que eu tinha deixado uma mudinha de roupa na casa do palhaço. É um vestido leve e uma calcinha, num saco plástico. Ok, tem um desodorante e uma escova de dentes, ambos usados, mas isso pode ir pro lixo. No dia seguinte à nossa conversa derradeira (ou seja, semana passada), ele me mandou um torpedo: "escuta, tem aquelas coisas suas aqui em casa. venha pegar, por favor". Eu disse que iria em breve. Ele viajou no fim de semana, mandou outro torpedo: "posso deixar com o porteiro". Eu achei desagradável ir a Vila Isabel inquirir o porteiro sobre um saco da sendas recheado com uns panos de bunda. Falei que ia na segunda-feira.

Bem, todo mundo sabe o que aconteceu no Rio de Janeiro na segunda-feira. Acho que não preciso explicar porque não fui resgatar minha mudinha de roupas. Também não preciso explicar como o dilúvio afetou minha rotina no resto da semana. Sendo assim, pedi desculpas pelo gtalk:

- Olha, lamento muito, mas só vou poder pegar minhas coisas [que, como já disse, consistem num saco plástico que jaz escondido num armário do quarto de hóspedes, completamente invisível] na semana que vem, tá?

- Pô, mas é só meia hora da sua vida! - retrucou a criatura, para meu espanto.

- Sim, e são só trinta centímetros cúbicos do seu espaço! - respondi, ainda pasma. - Se estiver incomodando tanto, dá para os pobres.

- Era exatamente o que eu ia sugerir - arrematou ele, rancoroso.

***

Bem, isso não barra o kit-devolução do palhaço ex-marido. Estava eu, recém-separada, abrindo as caixas da mudança, naquele inevitável clima de fossa, quando me deparei com uma embalagem pequena, sem a minha letra para identificar o conteúdo. Assim que arrebentei o lacre, o susto: uma sequência de máscaras de palhaço, línguas de sogra, bexigas vazias e copos plásticos. Demorei alguns segundos para entender: o moço incluiu na minha mudança, sorrateiramente, os apetrechos que sobraram da minha última festa surpresa de aniversário. Mas é claro! Afinal de contas, quem não precisa de máscaras de palhaço e línguas de sogra no enxoval?

***

Nota da Editora: antes da publicação deste post o palhaço tinha se redimido e se oferecido pra trazer a sacolinha da Sendas com os panos de bunda da empresária circense. Diz que vai deixar na casa dela.

domingo, 16 de março de 2008

Palhaço do ex-marido

Já que falamos aqui de separações, lembrei de um caso que ouvi na rua. O casal tinha se separado há poucos meses. Aí, um belo dia, o homem bateu à porta da mulher e pediu pra voltar. Estava arrependido, triste, infeliz, morrendo de saudade dela e da filha. A mulher o aceitou de volta.

O casal era feliz proprietário de casas, apartamentos e carros. O que fez o marido arrependido? Vendeu tudo. E o que ele fez depois? Fugiu com a grana e deixou mulher e filha na merda.

Entendeu? O cara se separou, viu que ia perder dinheiro na divisão dos bens, voltou pra ex-mulher, reconquistou sua confiança e foi vendendo cada bem que tinham conseguido juntar nos anos de vida em comum. Não sei as desculpas que usou pra isso nem quanto tempo precisou para lograr êxito com seu plano porque, como disse no começo, essa história me foi contada na rua e não me senti à vontade de perguntar detalhes apenas para ilustrar este post, mas fato é que aparentemente o palhaço fez tudo de caso pensado. Como alguém pode ser tão canalha a ponto de passar pra trás sua própria filha? Sim, nem pergunto sobre sacanear a ex-mulher porque sei que vai ter um monte de palhacinho na platéia que vai levantar o braço dizendo que é capaz disso sim, mas a filha, cara? Quem tem um pai desse não precisa conhecer mais nenhum palhaço. Já tem espetáculo garantido no picadeiro pro resto da vida.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Palhaço magoado

Dia desses um conhecido meu foi me levar em casa e passou o trajeto todo se lamuriando de sua vida conjugal. Em passado recente, ele teve um caso que acabou em bafão. A mulher dele, ao saber que estava havia sido traída, deixou de falar com ele. Justo, né? Pra ele não.

Por circunstâncias práticas, resolveram continuar coabitando, porém o filho pequeno passou pro quarto dela e o infiel pro quarto do menino. Na verdade, ele ficou porque o apartamento está no nome dela (palavras do próprio, logo se estivesse no nome dele acho que teria expulsado a família) e ele não tem dinheiro pra se mudar agora, pois o rompimento-bafão do caso extraconjugal o deixou falido. Até aí eu já sabia, mas achei que ele ia continur encostado no quarto do menino. Só que, nesse dia, ele estava disposto a se mudar mesmo não tendo um puto no bolso.

Segundo ele, não interessava ficar lá, afinal, ela não deixava que ele a tocasse! Vejam vocês que absurdo. Não cozinhava, não lavava, nem passava pra ele! Pior ainda, passava os fins de semana fora! Mas que coisa, né? Que mulher vil!

Agora vejam vocês, a ex-esposa foi generosa de não ter posto o bruto na rua com a roupa do corpo e ele queria o que? Achou que ia ter empregada e mulherzinha?

E ele, indignado com a situação, ainda proferiu a pérola máxima "estou muito magoado, Roberta. Ela não está sendo companheira comigo". Ah, tá. E quando você estava viajando por aí com a outra, de carro novo, gastando a poupança do casal, você tava sendo companheirão, né? Companheiro de circo de todos os outros palhaços.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Palhaço ex-marido

Dizer que ex-marido é tudo palhaço seria redundância, afinal, se é homem, é palhaço. Sem falar que se as palhaçadas do bruto fossem do tipo "tolerável", ele seria atual e não ex. Ex-maridos são uma categoria de palhaços à parte.

Amiga minha, mulher bonita, inteligente, culta, bem sucedida e bem resolvida, separou-se recentemente. O palhaço ex-marido fez quase todos os clássicos e, ao ser posto pra fora de casa, resolveu fazer o número do ofendido. Diz que a ex não pensou na família e foi egoísta ao demití-lo. Tadinho, não sabe que traição em público dá justa causa em qualquer circo.

Ainda assim, pelo bem do fiho em comum, minha amiga tenta manter um relacionamento amigável com o palhaço. Outro dia foram almoçar para resolver questões comezinhas das sobras de tudo que chamam lar. Claro, artista circense com carteirinha do sindicato, ele mal esperou aquela a quem um dia ele jurou amor eterno sentar pra começar o espetáculo.

Ex-marido - Nossa, como você engordou!
Nova solteira na praça - Você acha?
Ex-marido - Acho.
Nova solteira na praça - Meu braço tá muito grande, né?
Ex-marido - Não sei. Homem não olha pra braço. Homem olha pra bunda e a sua sorte é que sua bunda ainda vale a pena.

Que gentil, né? É exatamente assim que ele vai reconquistar a ex-mulher a quem ele diz ainda amar.


**********

Esse episódio lembrou a minha separação. Meu ex-marido, ao ser catapultado, também fez o número do ofendido injustiçado, apesar de infiel pego em flagrante. De tanto choramingar me convenceu a ir vê-lo. Chego eu no apartamento que dividíamos até quinze dias antes e encontro o bruto deitado de cueca na cama. Cabelo ensebado, cara de quem não toma banho há uma semana. A casa imunda e bagunçada. Sem nem levantar da cama, o palhaço me escrutinou com o olhar e disparou com expressão de desprezo. "Você tá horrível! Tá magra, abatida. Tá horrível". Eu, que tinha virado a noite trabalhando e fui lá ver se o palhaço não tinha tomado chumbinho-mata-e-seca-o-rato, rodei nos calcanhares e fui embora. Tranquei a porta e joguei a chave por debaixo, pra nunca mais cair na esparrela de entrar naquele muquifo.

Jogo baixo, ele começou a ligar pra minha mãe. A velha, a quem ele chamava de nomes nada simpáticos, ficou com dó e me encheu até eu ir "conversar" com ele uma última vez. Chegamos no restaurante e ele sorridente "quando posso ir buscar suas coisas?".

– Não vou voltar.
– Ué? não vai voltar? Então que você tá fazendo aqui?
- Você pediu pra conversar, estou aqui pra conversar amigavelmente.
- Não quero ser seu amigo, quero que volte pra casa.
- Não vou voltar. Acabou, se conforma.
- Se não vai voltar nem precisava ter vindo. Se aceitou conversar eu achei que queria voltar.

Piada das piadas, me chamou de vil por por não querer voltar com ele. Vil? Vil? Vil de cu é rola, meu amigo!

Pois é, eu ainda desperdicei uma folga no trabalho pra ouvir essas sandices, mas aprendi a lição. Claro, depois disso ele encheu o saco, chorou, ligou 5 mil vezes no meio da madrugada, me xingou, mandou cartas risíveis, me agarrou. Pentelhou por oito meses até finalmente sumir para sempre.