sábado, 7 de julho de 2012
Aquiles lamenta a morte de Pátroclo
sábado, 22 de outubro de 2011
Frag. 31 de Safo
esse homem que diante de ti
se senta e de perto escuta o teu
conversar doce
e o teu riso amável, isso faz
o coração tremer-me no peito
porque quando te vejo, ainda que por um instante, não
me resta um fio de voz,
não: a língua paralisa-se, corre
um fogo ténue sob a pele,
nos olhos nenhuma imagem, um latejar
nos ouvidos,
apodera-se de mim o suor e transpiro, um tremor
toma-me completamente, torno-me mais verde
do que erva, morro ou assim
me parece.
Mas tudo deve ser ousado, porque †mesmo um homem pobre†
<...>
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Fragmento 22, princípio
...
se não, inverno
sem dor
...
[αἰ δ]ὲ μή, χείμων[
[ ].οισαναλγεα.[
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Fragmento 15B de Safo
e que não se vanglorie nem diga,
Dorica, de como, segunda vez,
veio para um amor desejado...
domingo, 25 de setembro de 2011
diz Electra
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
a proa do coração
<Coro>
(cantando e dançando)
Possa eu entoar um †pungente†
grito de júbilo pelo homem
derrubado e pela mulher
que morre! Porquê esconder
o que, apesar de tudo, paira 390
diante da minha mente, onde da proa
do meu coração sopra furiosamente uma cólera
aguda, um ódio ressentido?
Ésquilo, Coéforas, vv. 386-393
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Catulo (os poemas da Ítaca 1)
Aquiles segundo Logue (ou uma coisa do cara***)
quinta-feira, 21 de julho de 2011
27.
sabiam-no: podias ser morto
por ensinar alguém a ler e escrever
eu costumava pensar que a pior aflição
era ser-se proibido de usar lápis e papel
bom, Ding Ling recitava poemas a paredes de prisão
durante os anos da Revolução Cultural
e, de verdade, a magia dos caracteres escritos
eleva-se e diminui encolhe-se ao mínimo estica-se ao máximo
dependendo de onde estás
e do que está na tua mão
e de quem lê e porquê
penso agora que a pior aflição
não é não saber quem és ou onde estiveste
aprendi isto em parte
com escritores Ler e escrever
não são sagrados ainda assim tem-se matado gente
como se fossem
Adrienne Rich, Your Native Land, Your Life, Norton, 1993.
Versão minha.
terça-feira, 19 de julho de 2011
16.
vendo-me a mim mesma no acto de perder - a arte de perder,
chamava-lhe Elizabeth Bishop, mas para mim não é arte
apenas exercícios mal resolvidos
actos do coração forçados a questionar
as suas presunções neste mundo os seus entusiasmos simples
actos do corpo forçados a medir
todos os instintos contra a dor
actos de separação tentando abdicar
sem desistir sim Elizabeth aqui uma cidade
ali uma vila uma irmã, companheiro, gato
e mais nenhuma arte nisto apenas raiva
Adrienne Rich, Your Native Land, Your Life, Norton, 1993.
Versão minha.
segunda-feira, 18 de julho de 2011
XVII
Adrienne Rich, Your Native Land, Your Life, Norton, 1993.
Versão minha.
domingo, 17 de julho de 2011
De "Tempo Norte-Americano"
Quando os meus sonhos deram sinais
de se estarem a tornar
politicamente correctos
nada de imagens insubordinadas
escapando para lá de fronteiras
quando ao andar na rua encontrei os meus
temas cortados à minha medida
soube o que não chegaria a dizer
por medo de que disso fizessem uso inimigos
então comecei a pensar
II
Tudo o que escrevemos
será usado contra nós
ou contra aqueles que amamos.
São estas as condições
aceita-as ou desiste.
A poesia nunca teve hipótese
de prevalecer fora da história.
Uma linha dactilografada há vinte anos atrás
pode ser ateada numa parede a tinta de spray
para glorificar a arte como distanciamento
ou para torturar aqueles que
não amaram mas também não
quiseram matar
Nós progredimos mas as nossas palavras permanecem
tornam-se responsáveis
por mais do que aquilo que esperávamos
e isto é privilégio verbal
III
Tenta sentar-te a uma máquina de escrever
numa noite tranquila de verão
numa mesa junto a uma janela
na província, tenta fingir que
o teu tempo não existe
que tu és tu simplesmente
que a imagem se limita simplesmente a vaguear
como uma imensa mariposa, sem intenção
tenta dizer a ti próprio
que não és responsável
pela vida da tua tribo
o fôlego do teu planeta
IV
O que pensas não importa.
Prova-se que as palavras são responsáveis
tudo o que podes fazer é escolhê-las
ou escolher
ficar calado. Ou, nunca tiveste escolha,
e é por isso que as palavras que prevalecem
são responsáveis
e isto é privilégio verbal
Adrienne Rich, Your Native Land, Your Life, Norton, 1993.
Versão minha.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
II
Tudo o que alguma vez
me ajudou emergiu do que já
estava em mim depositado. Velhas coisas, difusas, inominadas, permaneceram fortes
através do meu coração.
É daqui
que a minha força vem, mesmo quando a minha força me falha
mesmo quando contra mim se vira
como um amo violento.
Adrienne Rich, Your Native Land, Your Life, Norton, 1993.
Versão minha.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Este poema é é (escreve-o!)
A arte de perder não é difícil de dominar;
tantas coisas parecem repletas da intenção
de serem perdidas que a sua perda não é desastre.
Perde alguma coisa a cada dia. Aceita a agitação
de chaves de casa perdidas, a hora mal gasta.
A arte de perder não é árdua de dominar.
Pratica em seguida perder mais longe, perder mais rápido;
lugares, e nomes, e o sítio para onde tencionavas
viajar. Nada disto será desastre.
Perdi o relógio de minha mãe. E olha! a última, ou
quase última, de três moradas amadas que me pertenceram perdeu-se.
A arte de perder não é árdua de dominar.
Perdi duas cidades, cidades amáveis. E, mais vasto,
alguns países que foram meus, dois rios, um continente.
Sinto-lhes a falta. Mas não foi um desastre.
- Mesmo ao perder-te (a voz que graceja, um gesto
que amo) não devo mentir. É evidente
que a arte de perder não é muito árdua de dominar
ainda que possa parecer um (escreve-o!) um desastre.
Elizabeth Bishop, Geography III, 1976. Tradução minha.
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Coplas
Que se lixe essa gema abrasiva.
Eu posso perder o que quero. Eu quero-te.
para o resto da vida com ligeira
variação de cadência, minha querida.
«A brevidade feroz do amor sensual»
Sinto-me abalado, até por isso.
que falo em contido silêncio. Entre eles
Serão tocados pela paixão que não lhes é familiar?
Geoffrey Hill, Selected Poems, Penguin Books, 2006. Versão Minha
quarta-feira, 22 de junho de 2011
4.
Perdurará. A alma compreende o seu preço, implora a própria paz,
Resolve-se em lágrimas e suor, é possivelmente
Indestructível. Posso acreditar nisso.
Ainda que desprezasse o simples instinto de fé,
O expediente da concórdia, se me atrevesse,
Aquilo a que não me atrevo é um desperdício de história
ou governo vazio. Averróis, velho pagão,
Se ao menos tivesses acertado, se por si só Intelecto
Fosse lei absoluta, graça que bastasse,
As nossas vidas podiam ser um mito de cativeiro
Em que podíamos entrar: despovoada região
De neve sempre de novo caída, palácio brilhando
De perpétuo silêncio como de tochas.
Geoffrey Hill, Selected Poems, Penguin Books, 2006. Versão minha.
domingo, 17 de abril de 2011
Monograma
Hei-de lamentar-te sempre – ouves-me – a ti
apenas, no Paraíso
O destino, como agulheiro, em outra direcção
há-de virar as linhas das palmas das mãos
O tempo há-de conceder um momento
De que outro modo, desde que os homens amaram
O céu simularia nossas entranhas
A inocência golpearia o mundo
Com a foice do negrume da morte
II
Lamento o sol e lamento o tempo que vem
Sem nós e canto todos os que passaram
Se isto é verdade
Os corpos falados e os barcos que docemente deslizam
As guitarras que tremeluzem debaixo de água
O «acredita em mim» e o «não»
Um no ar e outro em música
Ambos pequenos animais, as nossas mãos
Que tentaram tocar-se em segredo
Os vasos de flor na sombra dos portões abertos do jardim
E as partes do mar que se uniram
Para lá dos muros de pedra, para lá das vedações
A anémona que permaneceu na tua mão
E a sua púrpura por três vezes por três dias tremeu acima
da queda de água
Se isto é verdade canto
A trave de madeira a imaginada tapeçaria quadrada
Na parede, a sereia de soltos cabelos
O gato que nos estudou na penumbra
A criança com incenso e com vermelha cruz
A hora em que anoitece sobre as rochas inacessíveis
Lamento a veste que me toca e o mundo que me alcançou
III
Falo também de mim e de ti
Porque te amo e por amor sei
Entrar como a lua cheia
De toda a parte, em torno do teu pequeno pé nos lençóis inacabáveis
Como colher o jasmim – e eu tenho o poder
De fazer soprar o vento e levar-te adormecida
Através das passagens da lua e das secretas colunas do mar
Hipnotizada árvore de prateadas aranhas
Ouviram falar de ti as ondas
Como acaricias, como beijas
Em redor do pescoço na enseada
Como sussurras o «quê» e o «eh»
Sempre nós a luz e a sombra
Sempre tu a pequena estrela e sempre eu a escura nau
Sempre tu o porto e sempre eu a lanterna à direita
O cais molhado e o brilho incidindo nos remos
Alto na casa de muitas vinhas
As rosas amarradas e a água que refresca
Sempre tu a estátua de pedra e sempre eu a sombra que cresce
Tu a persiana pendente eu o vento que a abre
Porque te amo e te amo
Sempre tu a moeda e eu a devoção que lhe dá valor
Tanta a noite, tanto o clamor do vento
Tanta a neblina do ar, tanta a quietude
Em torno do mar déspota
Arca celeste plena de estrelas
Tanta a tua respiração mínima
Que já nada mais me resta
Entre estas quatro paredes, o tecto, o chão,
Excepto chamar-te e acertar-me a minha própria voz
Sentir o teu odor e os homens temerem
Porque os homens temem
o que não foi tentado e o estrangeiro e é cedo, ouves-me
É ainda cedo neste mundo meu amor
Para falar de ti e de mim
IV
É ainda cedo neste mundo, ouves-me
Ainda não amansaram as feras, ouves-me
O meu sangue desperdiçado e aguçado, ouves-me, faca
Como carneiro correndo através dos céus
Quebrando o rasto de cometas
Sou eu, ouves-me
Amo-te, ouves-me
Abraço-te e levo-te e visto-te
O branco vestido de Ofélia,
Onde me abandonas e onde vais e quem, ouves-me,
Segura a tua mão acima da destruição
Das chamas enormes e da lava vulcânica
E virá o dia, ouves-me,
Em que nos hão-de sepultar, e um milhão de anos mais tarde
Quando formos fósseis reluzentes, ouves-me
Para serem polidos pela indiferença, ouves-me,
Dos homens
E quando ela nos lançar em milhares de pedaços
Nas águas um por um, ouves-me
Eu conto meus amargos seixos, ouves-me
E o tempo é uma grande igreja, ouves-me
Onde outrora as imagens
Dos santos
Choraram verdadeiramente, ouves-me
Os sinos dobram alto, ouves-me
Atravesso um vau profundo
Anjos esperam com velas e fúnebres salmos
Eu não vou a lugar nenhum, ouves-me
Um de nós apenas ou ambos, ouves-me
Esta flor da tempestade e, ouves-me
Do amor
De uma vez por todas a apanharemos
E não tornará a ser flor em parte nenhuma, ouves-me
Noutra terra, noutra estrela, ouves-me
Não existe chão, não existe ar
Que tenhamos tocado, o mesmo, ouves-me
E nunca nenhum jardineiro foi tão afortunado
Que tivesse gerado de semelhante inverno e de semelhantes ventos de norte, ouves-me
Semelhante flor, só nós, ouves-me,
No meio do mar,
Apenas pelo desejo do amor, ouves-me
Erigimos uma ilha inteira, ouves-me
Com grutas e cabos e fragas em flor
Ouve, ouve
Aquele que fala no meio das águas e aquele que grita – ouves?
Sou eu que chamo e sou eu que grito, ouves-me
Amo-te, amo-te, ouves-me
V
De ti falei em tempos antigos
Com sábias amas e rebeldes veteranos
De onde vem a tua tristeza feroz
O brilho da água que no teu rosto cintila
E porque, diz-se, tenho de vir até ti
Eu que não quero o amor mas quero o vento
Mas quero do descoberto e vertical mar o galope
E ainda ninguém tinha ouvido falar de ti
Nem o ditamno nem o cogumelo selvagem
Nas terras altas de Creta, ninguém
Só deus concede e conduz minha mão para ti
Aqui, ali, cuidadosamente a toda a volta
Da margem do rosto, da enseada, do cabelo
Na colina que ondula para a esquerda
O teu corpo na atitude de um solitário pinheiro
Olhos de orgulho e diáfana
Profundidade, na casa com uma velha cristaleira
De amarelas rendas e madeira de cipreste
Sozinho espero para ver onde primeiro surgirás
Ao alto na varanda ou sob as pedras do jardim
Com o cavalo do santo e o ovo da páscoa
Como um mural destruído
Grande como te quis a pequena vida
Para conter numa pequena vela o efervescente brilho vulcânico
Assim nunca ninguém terá visto ou ouvido
Nada acerca de ti na devastação de casas delapidadas
Nem o antepassado sepultado no extremo do jardim
De ti, nem a velha com todas as suas ervas
De ti, só eu e talvez a música
Que em mim se esconde mas que regressará mais forte
De ti, o não crescido peito de doze anos
Virado para o futuro e para a vermelha cratera
De ti, um odor acre encontra o corpo
E como um alfinete perfura a memória
E aqui o solo, aqui as pombas, aqui a nossa terra antiga
VI
Vi muitas coisas e à minha mente a terra parece mais bela
Mais bela na respiração de ouro
A aguçada pedra, mais bela
O escuro azul dos istmos e os telhados que pontuam as ondas
Mais belos os raios onde passas sem pisar
Invicta como a deusa de Samotrácia sobre os cumes do mar
Assim eu te vi e isso basta
Porque tudo e o tempo serão exonerados
No rasto da tua passagem
A minha alma como golfinho verde prossegue
E brinca com o branco e com o azul
Vitória, vitória onde fui vencido
Antes do amor e próximos
No hibisco, na flor-de-maracujá
Vai, vai e deixa-me perder-me
Só, e deixa o sol ser como recém-nascido que seguras
Só, e deixa-me ser como pátria que se lamenta
Como a palavra que enviei para por ti segurar a folha do loureiro
Só o vento forte e só o perfeito
Seixo sob a pálpebra da profunda penumbra
O pescador que pescou e de novo lançou ao tempo o Paraíso
VII
No Paraíso assinalei uma ilha
Semelhante a ti e uma casa junto ao mar
Com uma cama larga e uma porta estreita
À profundidade lancei um eco
Para que a cada manhã me veja quando acordo
Em parte para te ver passar através das águas
Em parte para te chorar no Paraíso
Odysséas Elytis
*********
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Ésquilo estava errado
Estr. 2
Certa vez um homem criou
___em sua casa um pequeno leão privado do leite materno
______[mas ainda desejoso de mamar,
no prelúdio da sua vida 720
era dócil, amigo dos pequenos,
e causa de alegria para os anciãos.
Muitas vezes o segurava nos braços
como a um filho recém-nascido
e ele, de olhos brilhando postos na mão, abanava a cauda
______[com a necessidade do ventre. 725
Ant. 2
Com o passar do tempo mostrou
___a natureza herdada de seus pais: em agradecimento aos que o criaram,
juntamente com uma horrenda matança de gado, 730
preparou, sem ser convidado, um festim,
a casa ficou manchada de sangue,
uma dor inelutável para os seus habitantes,
imensa desgraça de muitas mortes –
por desejo de um deus um sacerdote da Ruína foi criado na casa. 735
Ésquilo, Agamémnon, 717-736 (a tradução é minha a partir do texto grego fixado por M.L. West)
segunda-feira, 21 de março de 2011
Pequena prece
pão
e sal comigo.
Assim aos domingos jamais tornaria a temer
o salgado.
Tu porém cantaste na tua solidão
obscuras incompreensíveis
notas.
Apenas te ouvia dizer
o corpo,
o corpo
(da alma casa).
(mais ou menos) Marigo Alexopoulou, New European Poets, Wayne Miller, Kevin Pruffer (eds.), Graywolf Press, 2008
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Dois poemas da Antologia Palatina
«Comecemos com Zeus», dizia Arato;
mas, Musas, hoje não vos aborreço.
Se amo rapazes e com eles me meto,
as Musas do Hélicon, que têm com isso?
2. de Estratão de Sardes
Nestas minhas tabuinhas não busques o piedoso Príamo,
nem os sofrimentos de Medeia e Níobe,
nem Ítis nos seus aposentos, nem nas pétalas os rouxinóis,
sobre tudo isso tagarelavam em abundância os meus predecessores;
Mas o aprazível Amor de alegres Graças rodeado
e Baco rumoroso? Esses aos sisudos nunca se mostram.
ὑμῖν δ᾿, ὦ Μοῦσαι, σήμερον οὐκ ἐνοχλῶ.
εἰ γὰρ εγὼ παῖδὰς τε ϕιλῶ καὶ παισὶν ὁμιλῶ,
τοῦτο τί πρὸς Μούσας τὰς Ἑλικωνιάδας;
Texto grego de 2
Μὴ ζήτει δέλτοισιν ἐμαῖς Πρίαμον παρὰ βωμοῖς,
μηδὲ τὰ Μηδείης πένϑεα καὶ Νιόβης,
μηδ᾿ Ἴτυν ἐν ϑαλάμοις καὶ ἀηδόνας ἐν πετάλοισιν·
ταῦτα γὰρ οἱ πρότεροι πάντα χύδην ἔγραϕον·
ἀλλ᾿ ἱλαραῖς Χαρίτεσσι μεμιγμένον ἡδὺν Ἔρωτα
καὶ Βρόμιον τούτοις δ' ὀϕρύες οὐκ ἔπρεπον