Fotos de Carlos Garcia
Vai por aí alguma agitação, porque a autarquia decidiu, finalmente, pagar as dívidas da Festa dos
Tabuleiros de 2003, no valor aproximado de 78 mil euros. No nosso entendimento, não está certo, por vários motivos, entre os quais estes: 1 - Como demonstram as fotografias, a Festa Grande é uma criatura da autarquia, manageirada por cidadão pretensamente eleito para essa função, numa farsa representada no Salão Nobre dos Paços do Conelho, onde os poucos cidadãos geralmente presentes se comportam, na sua quase totalidade, como os figurantes dos programas de TV -quando aparece o cartaz "Aplaudir", batem palmas sem qualquer hesitação. 2 - Escandaloso seria que a Câmara não assumisse as suas responsabilidades, depois de tudo ter sido feito de acordo com as suas instruções.
Além do exposto, pensamos que, em vez de protestar contra a decisão, os cidadãos realmente amantes da sua terra deviam era interpelar o executivo, no sentido de indagar qual o motivo, ou motivos, que estão na origem do atraso de 6 anos, que bom dinheiro vai custar aos contribuintes, em juros, honorários, auditorias e outras alcavalas.
Numa outra vertente, aceitamos sem rebuço que António Madureira, tendo agido de boa fé e da melhor maneira que sabia, não foi capaz de controlar os cavalos. Mas daí a subentender que terá usado de malícia para sacar benefícios pessoais, vai uma distância que nos recusamos a percorrer, pelo menos no estado actual das coisas. Agora se houver outros factos...
Esta questão da Festa dos Tabuleiros de 2003 volta a trazer à superfície o seu figurino actual, que não é anterior ao 25 de Abril. O mesmo acontece com a Câmara, os SMAS, o Convento de Cristo ou o Politécnico. O que está em causa em todos estes casos, bem como noutros que por agora se omitem, é um modelo de gestão que pode ser designado por "gestão de rodeo". Tal como nos "rodeos" americanos ou mexicanos, o que interessa não é levar "o animal" para onde quer que seja, mas apenas aguentar-se em cima dele durante quanto mais tempo melhor. Nos "rodeos", para no final receber o prémio; nos casos apontados para ir beneficiando das mordomias e recebendo os vencimentos ao fim do mês. E depois os cidadãos-eleitores mais implicados nestas questões vão-se queixando que "nunca mais se passa disto". Pois não! Nem é para passar! Se as coisas mudam, quem garante aos instalados que não cairão do cavalo abaixo?