Páginas

Mostrar mensagens com a etiqueta conto de natal. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta conto de natal. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

"Una Navidad, un niño, un libro" /Um Natal, uma criança, um livro

imagem daqui http://www.librovirtual.org/librosolidario.php

Bajo el lema "Una Navidad, un niño, un libro" la asociación sin ánimo de lucro Escritores Solidarios ha puesto en marcha una campaña cuyo objetivo es RECAUDAR FONDOS QUE SERAN ENTREGADOS A UNA ONG DE AYUDA A LA INFANCIA.
Para ello, 40 autores y 9 ilustradores han aportado sus relatos, cuentos, poemas e ilustraciones de temática navideña, con los cuales se ha confeccionado un Libro Solidario que lleva el título de la Campaña.

Podemos encontrar toda la información en http://www.librovirtual.org/librosolidario

FUNDACION PEQUEÑO DESEO ES LA ONG ELEGIDA PARA LA CAMPAÑA SOLIDARIA DE NAVIDAD

Com o lema "Um Natal, uma criança, um livro", a associação sem fins lucrativos Escritores Solidarios organizou uma campanha com o objectivo de ANGARIAR FUNDOS que serão entregues a uma ONG de AJUDA À INFÂNCIA.
Para isso, 40 autores e 9 ilustradores contribuíram com as suas narrativas, contos, poemas e ilustrações de tema natalício, e publicou um LIVRO SOLIDÁRIO com o título da campanha.

Toda a informação em http://www.librovirtual.org/librosolidario

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Nesse ano de 2008 tudo tinha sido diferente.

Nesse ano de 2008 tudo tinha sido diferente.
Entrei em casa com passos arrastados de orgulhoso cansaço apesar daquela pequenita incomodidade, de um certo vazio, de uma certa incompletude … Seria da lassidão resultante da empresa…
Sentei-me à lareira e, em exercício de vaidade, trouxe ao pensamento a imagem do meu presépio...
Desta vez, só havia razões para me orgulhar. Nada de abrir em família as mesmíssimas caixas das figurinhas coleccionadas ano a ano, algumas já esborceladas, nada da agitação datada de 8 de Dezembro, nada de problemas porque o musgo não é quanto baste, nada das mesmas palhinhas de centeio a cheirar a seara… Conseguira até evitar a tradicional querela de quem ia colocar a estrela sobre a cabana …nada de flocos de neve ao acaso… Tudo tinha sido pensado com tempo, planificado ao pormenor, levado a um rigor que, a certa altura, senti enfermiço.
As figuras, num requinte quase snob, eram de design, as palhinhas tinham sido adornadas com pontinhas de ouro, a aldeia encomendada a arquitecto… A proporção, o equilíbrio, a harmonia, a perfeição de uma obra renascentista! Ao fundo, o rebanho pastava em “áurea mediocritas”, o fumo das chaminés dos lares apaziguados cumpria o “locus amenus”, os cânticos pairavam comedidamente em HiFi , a estrela tremeluzia numa suspensão cientificamente calculada e as ribeirinhas cantavam em movimento tecnológico…
O sono a querer apoderar-se de mim…
No meu presépio, nesse ano, não caía neve. Mudados os tempos, mudava-se o Natal e, com o aquecimento global, já não nevava em Belém. Tudo, tudinho, tudíssimo estudado ao detalhe. O esforço tinha realmente valido a pena. Lembro-me de me recostar no sofá, exausta, contente, vaidosa apesar daquela pequenita incomodidade, de um certo vazio, de uma certa incompletude … Seria da lassidão resultante da empresa…
Nessa noite de 2008, sentei-me na cama de sopetão, arregalei os olhos no escuro da minha presunção, o coração saltou-me no peito num enorme novelo de espanto… Com tanto plano, com tanto design e tanta ostentação, tinha-me esquecido do Menino!
Etelvina Pinto
Publicado no jornal Esalpicos da Escola Secundária Amato Lusitano, Castelo Branco
Dezembro de 2008