Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, (...) E, afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soía.
27/03/13
Great Value
08/01/13
A Tv do Casal Obama
03/10/12
Wallander
Acabou no fim de semana passado a terceira série de episódios Wallander, uma série policial centrada num detective sueco que pertence à polícia duma cidade do sul da Suécia. Poderia ter escrito mais uma série TV policial, mas não o fiz de propósito pois Wallander é uma série diferente da maioria de séries que a televisão oferece e, no meio de tanta oferta, há algumas muito boas. Mas esta é diferente.
28/10/11
Interessante
11/10/11
Uma Good Wife
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09/02/11
The Delicious Miss Dahl
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02/02/11
Inspiração e Concentração
24/11/10
Agora Sim, Está Tudo Explicado
01/11/09
Ídolos de Nada
Depois há sempre aquele momento penoso em que tantos concorrentes fazem figura de parvos (começam cedo) cantando sem saberem o que isso é. Será que a vontade de ter esses 15 minutos (neste caso segundos) de fama se sobrepõe a qualquer tipo de bom senso e a um julgamento minimamente racional da parte dos concorrentes e de quem os incentiva a ir “tentar a sorte”?
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17/05/09
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Pede-me Nelson Reprezas para mencionar séries televisivas, não percebi muito bem – nem procurei perceber, confesso - com base em que critério. Mas creio que seja que critério for andará sempre à volta da nossa experiência e gosto pessoal. Embora avessa a correntes blogosféricas, gostando de poucas e quebrando-as todas, este pedido revela-se um pretexto para escrever sobre algo de que gosto, e instantaneamente – mesmo antes de eu ter tempo para pensar, accionou a minha memória porque toda a vida gostei, e gosto de séries televisivas. Lembro tempos em que a semana funcionava em função de um determinado dia de semana em que a televisão (quando televisão era algo que não tinha mais do que dois canais, e até quando era a preto e branco) dava esta ou aquela série. Agradeço o DVD (e antes o VHS) que tornaram possível comprar alguns packs de séries completas (ou temporadas) antigas e recentes, que me permitem uma saudável e total alienação da realidade durante um fim-de-semana ou uns dias seguidos. Vi muitas séries, boas e menos boas - estas últimas são sobretudo muito marcadas por uma determinada época ou “moda” - mas há algumas que lembro com saudade pois marcaram a minha infância ou adolescência e remetem para um mundo diferente e para um momento de inocência quase rousseauniano. Só essa inocência permitia que gostássemos das séries que hoje não me apetece propriamente rever, no entanto fica a nostalgia dos momentos em que fui feliz a vê-las, fica a espécie de ternura pela recordação. Todas as séries que mais à frente menciono foram vistas, até fora de Portugal, e algumas vistas e revistas. Sei que com mais tempo a minha memória se avivaria e lembraria outras tantas. Opto por umas escolhas sobretudo nostálgicas, de séries de outras décadas e de outros mundos, à excepção do Dr. House. que está presente porque é a única que hoje recria um pouco o ritual de ver uma série “em directo”: é a única que me obriga, todas as semanas à segunda-feira no canal Fox, a repetir esse ritual que já é quase de outros tempos: sentar em frente à televisão quieta e parada. Outras séries actuais vejo-as normalmente em diferido falhando alguns episódios, ou vejo posteriormente em DVD se gostei particularmente.
Get Smart (Olho Vivo), Green Acres (Viver no Campo), Bewitched (Casei com uma Feiticeira), Gabriela Cravo e Canela, Upstairs, Downstairs (A Família Bellamy), Brideshead Revisited (Reviver o Passado em Brideshead), La Piovra (O Polvo), We’ll Meet Again, A Town Like Alice, The Jewel in the Crown (A Jóia da Coroa), Hill Sreet Blues (A Balada de Hill Street), The Muppet Show (Os Marretas), Blackadder, Twin Peaks, Yes, Minister e Dr. House.
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21/04/09
Da Cultura
AMF e VGM falavam com uma voz tranquila e baixa, opinavam, teciam relações, encontravam referências, ajustavam ideias e nada era complicado, obscuro ou rebuscado, só transparecia a simplicidade de quem se deixa levar pelo verdadeiro prazer da leitura de cada uma das obras, a vontade de mostrar os caminhos que elas abrem, de pousar o olhar de uma ou de outra forma. Foi bom relembrar umas, querer ler outras e sobretudo foi bom tentar perceber porque se perde tanto tempo a ler tralha e mais tralha com tanta boa literatura que passou o teste do tempo e das modas a merecer ser (re)descoberta e desvendada. O paraíso poderia (também) ser algo parecido com aquilo. As poucas interrupções e gargalhadas de Paula Moura Pinheiro destoavam um pouco, não tanto pelo conteúdo, mas pela forma pois quebrava o ritmo e o tom que os convidados impuseram ao programa. Mas pior do que isso foram as ruidosas interrupções, sem aviso e no meio da conversa, de pura propaganda “cultural” a filmes, temporadas musicais ou concertos. Porque é que era preciso aquilo? Não é mais importante para a “cultura” saber passar o prazer de a usufruir do que cansar-nos com a lista exaustiva daquilo que vai acontecer, e que já todos tivemos oportunidade de ver e ler nos jornais e nos cartazes espalhados pelas cidades?
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04/10/08
Sim ou Não
03/10/08
Lixo Televisivo e Honra
Tenho, no entanto, seguido na RTP Memória uma série inglesa da LWT (a mesma que fez a Família Bellamy ou Upstairs Downstairs) passada na Ilha de Guernsey durante a ocupação alemã na Segunda Guerra Mundial. Nesta época de Dr. House, Perdidos, Donas de Casa Desesperadas, Anatomia de Grey ou Prison Break, é com curiosidade que revemos estas séries doutras épocas. Toda a narrativa é diferente, o ritmo, os enredos, as filmagens, a composição das personagens, os episódios parecem mais decalcados de uma sólida tradição teatral do que da vontade de exploração da televisão ou apostas em complicadas produções. Tudo prima pela sobriedade e ritmo adagio incluindo as paixões que movem as personagens, se é que adagio e paixão são conceitos compatíveis. Num complexo mundo em guerra, conseguem arrumar direitinho as pessoas por categorias: cavalheiros, oficiais, soldados, gente comum, políticos, militares de carreira, militares dos serviços secretos, espiões, etc. O mais interessante na série é ver estas divisões no lado alemão onde a tendência é serem catalogados na gaveta dos “maus”. Outra curiosidade é que o valor mais importante transmitido ao longo dos episódios é o da honra. Hoje em dia seria impensável fazer uma série em que o aspecto mais relevante fosse a honra, poderia ser a lealdade, a coragem, mas a honra está a cair em desuso e tanta gente já nem sabe o que isso é. Talvez se soubessem não fossem ao “Momento da Verdade”.
11/09/08
O Expresso da Meia Noite
Jornalismo não deveria ser (como o anúncio do programa ilustra) conversa cochichada entre dois interlocutores, sempre propícia à criação conspirativa quer de confidencialidades múltiplas quer de factos e/ou de tabus que se faz em gabinetes diversos e nas redacções dos diferentes meios de informação. A recolha, compilação, estudo, escrutínio e tratamento da informação nada deveria ter de cochichado, mesmo quando nas alturas em que deve ser discreta ou até confidencial. Insistir na imagem do jornalismo cochichado é insistir nessa nuvem pantanosa que nada tem de sobriedade onde são geradas mais ou menos espontâneamente e onde fervilham as notícias que enchem os diferentes tipos de jornais, que por vezes não são a informação pertinente, e que não se sabe bem nem de onde vêm nem para o que vêm e que nos fazem sempre perguntar ao serviço de quem, ou de o quê, é que são feitas.
Debate político, ou debate sobre outros temas da actualidade, também não deveria ser um somatório de risinhos cúmplices bilaterais com eventual desdém por quem não partilha a cumplicidade, tal como a imagem do anúncio sugere, dando-nos uma ideia de algo fechado e limitado em que o preconceito existe. Ora um debate deveria ser o contrário: um espaço que se quer aberto, transparente e exigente porque isento de preconceito e onde impere a todo o momento um rigoroso respeito pelo outro e pela sua opinião mesmo quando diametralmente oposta à da maioria. O combate é feito com argumentos e não entre pessoas coisa que risinhos cúmplices deixam dúvida.
As coisas são o que são, e sugerem o que sugerem. Duvido que este anúncio sugira algo muito diferente do que aqui se escreve. E é uma infelicidade para a estação que se quer de notícias e para os jornalistas que o fazem. Talvez andem todos distraídos e nunca tenham reparado.
22/09/07
Ratos, baratas e lagartos 3
Corro o risco de ser radical ou de exagerar, mas não consigo impedir-me de pensar que nestes casos, de pessoas que voluntariamente e em troca de uns minutos de fama, de um frigorífico, uma viagem, ou de um outro prémio, se degradam publicamente, estamos perante uma forma de prostituição. O verbo prostituir tem a ver com conceitos como expor-se, levar à degradação, desonrar (uma consulta a dois dicionários confirmou-o) e estes conceitos são amplos. Habituámo-nos a pensá-los em termos sexuais, de tal forma que hoje socialmente um(a) prostituto(a) é aquele que se degrada, desonra e se expõe vendendo favores sexuais, e sobretudo habituámo-nos a condenar socialmente (e hipocritamente) tal prática, mas degradar-se, expor-se, abdicar da dignidade e da honra, é mais do que uma questão de venda de favor sexual. Prostituir-se tem a ver com a pessoa humana na sua integridade e nas suas múltiplas facetas, nomeadamente a intelectual. Parece que a integridade intelectual não só não é identificada como nem sequer é valorizada, pois televisões, concursos e demais programação dos canais genéricos, livros, jornais, revistas, músicas, e todo o universo subreptício de marketing ao serviço dos mais variados interesses, nomeadamente dos políticos, vivem tantas vezes da exploração da estupidez humana, da tontice e dos instintos mais básicos que impedem o momento de reflexão e os dois breves momentos que podem despoletar o espírito crítico bem como a noção do ridículo. Também parece que para o divertimento convém esquecer as faculdades mentais. Por isso todos os dias vejo os ratos, baratas, lagartos e minhocas, ajuizados nas suas jaulas à espera que uma mão os visite e tire o envelope que tão zelosamente guardam. Isn’t it fun?
20/09/07
Ratos, baratas e lagartos 2
O concurso da SIC de que falei no post anterior deverá ter como objectivo o aumento de audiências que a estação tanto procura numa altura em que estas estão baixas, em que a Floribella II não foi o sucesso previsto. Se o conseguirá ou não, eu não sei, mas a ideia de fazer um espectáculo, e ter espectadores, claro, à custa da exposição, abuso e degradação das pessoas não é inédita. Nos tempos áureos do Coliseu em Roma a população divertia-se vendo pessoas combater até à morte ou animais a comer os indesejáveis e marginais. Uma das diferenças em relação a hoje não está tanto nos espectadores, que pelos vistos não perderam a vontade de ver outros companheiros da condição humana em situações de degradação e humilhação, está sobretudo nos “concorrentes” que no Coliseu tinham a ponta de dignidade, que faz toda a diferença, a de lá estarem contra a sua própria vontade de lá estarem porque eram obrigados a fazê-lo. Claro que nos concursos televisivos e Reality shows que promovem a exposição da fraqueza e tontaria humanas humilhando e degradando concorrentes, o desfecho raramente é trágico e definitivo nem está em causa a vida dos concorrentes, mas o espectáculo de exposição, humilhação degradação estão. É só uma questão de graduação, o princípio é o mesmo. E se me pergunto como há pessoas normais que gostam de assistir a tais espectáculos, pergunto-me sempre também o que levará pessoas normais a inscrevem-se em tais programas de entretenimento, e se os prémios ou dinheiro em jogo são suficientes para aliciar tantos potenciais e alegres concorrentes. Dizem que vão para “se divertirem”, mas creio que no mundo mediático de exposição permanente e falsamente igualitário, todos querem o seu “direito” à fama, nem que sejam apenas os tão desejados dois ou três minutos, neste tipo de concursos, os prémios raramente são aliciantes.
(Continua)
19/09/07
Ratos, baratas e lagartos
Descobri recentemente que a SIC tem um novo concurso, cujo nome não fixei, que passa antes do Jornal da Noite. Como frequentemente ligo a televisão um pouco antes das 20h tenho, malgré moi, apanhado o final do concurso. Fico espantada com o que vejo. Para além de um cenário de gosto duvidosíssimo e de um apresentador inenarrável, vi umas gaiolas com ratos, baratas, grandes lagartos, e vejo a mão das concorrentes (haverá discriminação sexual na escolha dos concorrentes, será que não há quotas apara homens?) dentro das gaiolas a procurar e agarrar, entre gritinhos e alaridos de vários tons, um envelope que deverá ter ou uma chave para prémio ou mesmo o prémio, não cheguei a perceber. A coisa é má, muito má mesmo, tão má que a Floribela e as suas fadinhas pareceram-me, por instantes, um interessante desafio intelectual.
14/02/07
O Pior Português
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