segunda-feira, fevereiro 02, 2015

Um Toque em desacordo!





Sem palavras



Subscrevo
O acordo ortográfico da pele
De alguns corpos, que professam
A religião da poesia, o mel
Das palavras ditas.


Agora...interditas
Adiadas!
Magoadas!


Palavras sem acordo possível
De letras e sílabas roubadas
Escondi algumas em segredo
Ficaram no relógio do tempo
Guardadas!


As que agora, são interditas!
Adiadas!
Magoadas!


O dia seguinte amanheceu
De gesto parado
Com silêncio de punho cerrado
Fez-se desacordo furioso
E com um arrebatamento alucinado
Quedou-se de boca calada.


Num olhar interdito!
Adiado!
Magoado!

Su@vissima


quarta-feira, janeiro 21, 2015

Um Toque desperto!





O pássaro libertado...


A tua voz
É um pássaro que habita em mim
Desperta...
Liberta...
Por entre orvalhos no meu jardim.


Adentra-me o ventre
Molhado...salgado
Em hora de maré cheia.


Marulha-me um querer
Ateado...mergulhado
Em luas de papel.


Deixa-me o resto do corpo
Debruçado...provocado
Pelo traço da tua boca.


(E quando os pássaros
Que em mim habitam
Sentem a pele liberta
Voam pela janela aberta)


E aí a tua voz
Veste-se de mim
Desperta...
Liberta...
Caminhando o meu jardim.

Su@vissima






segunda-feira, janeiro 05, 2015

Um Toque de ano novo!






Assim é...


Distancio-me do frio eterno
Dos sonhos que trajam o inverno
Faço-me gota de orvalho
Para saciar a infinita sede da alma
O fogo da língua gritante
Que quase cala as emoções
Da boca acariciante
Ou mordente…


Não quero ser somente
A mulher que veste os teus sonhos!


Quero ser...
O grito de prazer
Saído da boca beijada
Descendo pela madrugada
O corpo que te enlaça
A voz que te adormece e amanhece
A brisa fresca que entra pela janela
O gesto perfumado de canela.

Quero descobrir-te em mim.

Su@vissima



domingo, dezembro 21, 2014

Um Toque de Inverno!








A bonança do temporal


Tinham
Memórias atracadas ao cais
Guardadas no esquecimento das mãos
Enquanto
O Inverno improvisa temporais
No cansaço redondo de sabermos
Que a Primavera se veste de madrigais!


Sonhavam
O sabor branco, quase apagado
De uma folha de papel silenciosa
Nascido
De um traço em gemido segredado
Bebido no eco que a boca ouve
Ao sentir-se mel desejado.


(Alivia-me o sal da pele)
Desenha no meu corpo o cais
Feito de rimas e poemas
Adivinha-me no peito os temporais
Em que naufragaram palavras
(Quase) interditas
Perdidas em luas de madrigais.


Su@vissima





terça-feira, julho 29, 2014

O Toque do início!







Que o tempo se faça...



Palavras florescem em ousadia
Uma dança pungente de mãos
Que pelo tempo descia.

Na teia do sonho
Nascia a voz que sedenta mordia
O pão que a pele me oferecia.

Próxima ao teu epicentro
Burilado em seda macia
Sou náufraga de caravela perdida
Maré de orvalhada acalmia.

Até que os teus dedos 
Colhem a flor vadia
Que se abre à carícia
Esfaimada do teu pólen.

Tu cresces em mim
Dia após dia
Nesta vontade sem fim
De beijar-te o desejo
Num trinado violeta (ou sinfonia).

Su@vissima






quarta-feira, junho 11, 2014

O Toque de um desconhecido!

   






A nossa cerejeira



A espera
Do prazer que não se conhecia...

A saudade
Da cereja que o beijo mordia
Antes de ser boca.

Esperava a palavra
Que o verbo escrevia
Antes de ser poesia.

Na saudade da pele
Que a mão acaricia
Antes de ser corpo.

Chegava... O amante
Que a tarde despia
Antes de ser meu.

Su@vissima







terça-feira, maio 27, 2014

O Toque de querer mais!










Tantas vezes...





Na leveza sustentável
Do teu corpo no meu
Do fogo quase palpável
Que me ateava rosas no peito
Colhidas no desejo improvável.

A perene proximidade
Da minha boca à tua
Do mar crispado que desagua
Aromas doces no leito
E me transporta para lá de (Bagdade).


E o mundo inteiro
Era um mar silencioso
De desejo cansado
Corpo no corpo acariciado
Ternura a nascer.

(Quantas vezes tu me dizias:
E mais amor?)

E eu crescia-me em ti
Todas as noites e dias
Padecendo por te beijar
Deambulando de mãos vazias.


Su@vissima






quinta-feira, maio 22, 2014

Um Toque atrasado!







Tardavas...


Desejo a noite
Em estrelas que  dancem
Mãos que me alcancem.

Desejo o luar
Que chega de tempo aberto
Rumorejando o corpo incerto.

Noite e luar
De abraço lentamente saboreado
Voando um sonho inacabado.

Tinha-se a noite
Levantado alvorecida
Mas o luar tardava-me
A pele ainda mais despida.

...Nas tuas noites me encontro
E no teu luar me acho perdida.
Su@vissima




segunda-feira, maio 19, 2014

Um Toque saboreado !








A noite

Habita-me a palma da mão
De verbo acordado
De sonho lavado.

Lentamente...
Sorve-me as amoras
Que brotam da boca
Lascivamente...

E o desejo
De corpo tomado
Adorna-me de luar
os dedos
Idolatrando-me a pele
Na doçura dos lábios.

Su@vissima



domingo, abril 13, 2014

O Toque do arco-íris






Deverias saber...



Que na tua boca nasce o arco-íris.

É nela que vai beber
O vermelho das papoilas
A rebelde planície de querer
Que veste de impetuoso laranja
Girassóis de enorme saber.

Ai! E o amarelo melodioso
Das giestas tão meninas-mulher
Correndo em suspiros de luz...
Pelo teu corpo de orvalho a nascer.

E quando no azul da noite infinita
Te queres por fim envolver...
É no violeta das paredes do meu quarto
Que te deixas em mim adormecer.
Su@vissima




segunda-feira, abril 30, 2012

Um Toque da Primavera!




A uma Primavera...



A Primavera acorda-me
De manhãs sinuosas, nubladas
 Suspensas...
Entre o mel de ter e não ter
E o acre de querer e não querer.

Caminha-me os dias
Na distância do poente
Até ao crepúsculo desenhado
Entre o sabor a virtude e a pecado.

Nasce a lua pela mão da noite
E  eu deixo-me sonhar
Com os anéis de Saturno
Quebrados…
Incendiados…
Entrelaçados...
Descendo entre o mel e o acre do luar.

Descanso-me de lua adormecida
Até que de novo, a Primavera amanhecida
Me acorde neste tanto de tão pouco
No tudo ter e não querer!

Su@vissima






sábado, março 10, 2012

Um Toque dos dias!





Quase


Caminha entre o tudo
E o tanto do quase (nada).
Exalando um odor virgem
Em lençol de linho, feito madrugada.

Traça o seu trilho
Entre o tempo de amar
E o quarto pintado de desejo
Entre a brisa do azul mar
E as cerejas que colhe no beijo
(Quase tudo, quase nada).

Seara à flor da pele
Semeada em corpo (quase) errante
Adornada ao toque da natureza
Nascente em rio de amante.

Mas é aquela boca
Que a faz sentir tão Mulher
Entre o tudo e o (quase) nada.

Su@vissima




terça-feira, outubro 18, 2011

Um Toque de vida !







Árvore de um mar...


Um Oceano calmo nascia
Quando o tempo se esquecia
De guardar os gemidos
Suspensos no lençol (ainda) quente.

Renovando a água da vida
Ela, de pele perdida
Cruzava os sete caminhos
Do rio por desaguar...

E à beira rio dos abraços
Ouviram-se os firmes passos
De uma voz que murmurava:
Deixa-te ficar em mim...

Su@vissima


domingo, julho 24, 2011

O Toque de um silêncio!






O silêncio pecador


Sabes que eu sei
Que tens um fogo crescente
Uma meta vigilante
Um guardião feito gente
O desejo de abraçar
E navegar
No estuário do meu corpo.


Se fosse certa a hora
Aberta em mar calmo ...
Pelas mãos generosas da mãe terra
Entre o ontem e o amanhã...No agora!
O dia aconteceria 
No amanhecer que não partia.


Ouve-se uma carícia molhada
Por gestos de seda
Envolto no grito do teu silêncio
Adormecido na madrugada
Que ficou quieta à espera
Sem te ver sorrir...
Sem te ver partir.
Su@vissima







sábado, fevereiro 26, 2011

Um Toque da memória !








Resquícios...



Para lá de ti

Esconde-se o Verão

Ceifa-se o conhecimento

Adormecido na palma da mão

E resguarda-se o corpo

No desamor do pranto.



De manhã até ao Norte

No cansaço do espanto

Rasgam-se pedaços de sorte



Nas paredes do dia, a desordem

Pinta abraços em descida

Tarde viva ao Sul de ontem.




Entre o teu Norte e Sul

Está o meu (epi)centro

À bolina, pelo imenso azul.









terça-feira, novembro 09, 2010

Um Toque teu !





Saudades desse mar...



Entraste na minha vida
Vindo de uma terra distante
(E eu deixei-te ficar)
Trazias uma asa dorida
Cansado de voo rasante
Vestias saudades de mar.


Olhavas com mansa sedução
(E eu deixei-te ficar!)


Trazias as mãos cheias

De sonhos por sonhar
(E eu deixei-te ficar!)
Curaste as feridas
Mas esqueceste de voltar a sonhar
(E eu deixei-te partir!)


su@vissima



quinta-feira, maio 27, 2010

Um Toque da boca !







Pelo tempo...


-->
Abre-se a porta...
A boca entra ao seu encontro
Num leva e traz
Faz e desfaz...
Ele dá-se e volta a tomá-la.


De boca colada
Vestindo os lábios dela
Que de tão nua
Provocadora se insinua
Ele toma-a e volta a dar-se.


Morrem por se beijar
Lentamente...
Na vontade maior de amar
Totalmente
E renascem
Beijando um Amor maior.


Lentamente
A boca dá-se e volta a tomá-lo
Abre-se a porta...

su@vissima







segunda-feira, março 08, 2010

Um Toque de ser Mulher !





Ser...



Mulher em flor...
Uma cascata de sedução
Que cresce no rio da tua mão.


Mulher em letras curvas de odor
Que desagua no amarrotado leito
Depois de acontecer Amor.


Tu homem, és semente de prazer
Que se ancora no peito
Germinada em instinto de mulher.


E quando o Sol me acontece à noite
Ou a Lua me alimenta o dia...
Basta o mel do teu abraço
Para me desenhar asas de fantasia.


És tu que me fazes acordar
Com este querer(-te)
Com a pele a marulhar
Assim feminina, mais Mulher...










quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Um Toque ao luar !





De ti...

A lua faz-se adormecida
No manto de neblina...
Deixando a noite vestida
De ti...


Perdida entre o luar
Deixa-te recados de marear

Escritos nas dunas da praia
Ali mesmo à beira (a)mar
De ti...



Pediste-me a Lua
As estrelas...
A constelação maior
Pediste-me o corpo...a pele
A alma...o renascer...


E eu só tinha para te oferecer
O tudo de mim (quase nada)
E o meu amor por ti...

su@vissima