sexta-feira, fevereiro 26, 2016

Um Toque teu!







A cereja prometida...





Ai quando não estás 
A dor da saudade, 
grita-me uivos de Lua
(à hora de ser lobo).
E pelo chão da minha rua
Ecoa a ausência dos teus passos.


Ruma a nascente-poente
Vira-me de avesso
(Não desistas de mim)
Sente como me ergo-começo
(À hora de ser menina)


Desce pela noite
(À hora da quimera)
Entre as dunas e a Primavera
E colhe-me a cereja que o tempo
 Em mim, deixou guardada.


Ondula-me o momento
Por caminhos de frescura
Entre o sabor leve e breve
Da pele rubra e madura.



Visita-me…
(Que ainda é Inverno)
E bebe da boca
Um beijo demorado
Náufrago de paixão
Fruto ainda não saboreado
Desejado…

Su@vissima







domingo, junho 14, 2015

Um Toque saudoso!







Saudade da meninice...




A saudade do futuro
Tantas vezes em mim tropeçou
Aqui ou mais ali…
Quando ela me apanhou
Ao dobrar da esquina
E o silêncio do vento ecoou
A ausência que não cabe
A mão que não chegou
O nada prometido
Do tudo que faltou.


Aqui a chuva miudinha
Transborda-me a noite anunciada
Pela respiração cinzenta das nuvens
No corpo de pele amordaçada.


Ali acompanhas-me as rimas
Em poema de lua arredondada
Quando a noite a faz cheia
E me encontra nesta encruzilhada
Entre ti e o resto do mundo.


Aqui e ali
O coração de Alma calada
E a Alma de coração fechado
Deixa-me de saudade embalada
Em gemidos de Lua menina!

Su@vissima










segunda-feira, fevereiro 02, 2015

Um Toque em desacordo!





Sem palavras



Subscrevo
O acordo ortográfico da pele
De alguns corpos, que professam
A religião da poesia, o mel
Das palavras ditas.


Agora...interditas
Adiadas!
Magoadas!


Palavras sem acordo possível
De letras e sílabas roubadas
Escondi algumas em segredo
Ficaram no relógio do tempo
Guardadas!


As que agora, são interditas!
Adiadas!
Magoadas!


O dia seguinte amanheceu
De gesto parado
Com silêncio de punho cerrado
Fez-se desacordo furioso
E com um arrebatamento alucinado
Quedou-se de boca calada.


Num olhar interdito!
Adiado!
Magoado!

Su@vissima


quarta-feira, janeiro 21, 2015

Um Toque desperto!





O pássaro libertado...


A tua voz
É um pássaro que habita em mim
Desperta...
Liberta...
Por entre orvalhos no meu jardim.


Adentra-me o ventre
Molhado...salgado
Em hora de maré cheia.


Marulha-me um querer
Ateado...mergulhado
Em luas de papel.


Deixa-me o resto do corpo
Debruçado...provocado
Pelo traço da tua boca.


(E quando os pássaros
Que em mim habitam
Sentem a pele liberta
Voam pela janela aberta)


E aí a tua voz
Veste-se de mim
Desperta...
Liberta...
Caminhando o meu jardim.

Su@vissima






segunda-feira, janeiro 05, 2015

Um Toque de ano novo!






Assim é...


Distancio-me do frio eterno
Dos sonhos que trajam o inverno
Faço-me gota de orvalho
Para saciar a infinita sede da alma
O fogo da língua gritante
Que quase cala as emoções
Da boca acariciante
Ou mordente…


Não quero ser somente
A mulher que veste os teus sonhos!


Quero ser...
O grito de prazer
Saído da boca beijada
Descendo pela madrugada
O corpo que te enlaça
A voz que te adormece e amanhece
A brisa fresca que entra pela janela
O gesto perfumado de canela.

Quero descobrir-te em mim.

Su@vissima



domingo, dezembro 21, 2014

Um Toque de Inverno!








A bonança do temporal


Tinham
Memórias atracadas ao cais
Guardadas no esquecimento das mãos
Enquanto
O Inverno improvisa temporais
No cansaço redondo de sabermos
Que a Primavera se veste de madrigais!


Sonhavam
O sabor branco, quase apagado
De uma folha de papel silenciosa
Nascido
De um traço em gemido segredado
Bebido no eco que a boca ouve
Ao sentir-se mel desejado.


(Alivia-me o sal da pele)
Desenha no meu corpo o cais
Feito de rimas e poemas
Adivinha-me no peito os temporais
Em que naufragaram palavras
(Quase) interditas
Perdidas em luas de madrigais.


Su@vissima





terça-feira, julho 29, 2014

O Toque do início!







Que o tempo se faça...



Palavras florescem em ousadia
Uma dança pungente de mãos
Que pelo tempo descia.

Na teia do sonho
Nascia a voz que sedenta mordia
O pão que a pele me oferecia.

Próxima ao teu epicentro
Burilado em seda macia
Sou náufraga de caravela perdida
Maré de orvalhada acalmia.

Até que os teus dedos 
Colhem a flor vadia
Que se abre à carícia
Esfaimada do teu pólen.

Tu cresces em mim
Dia após dia
Nesta vontade sem fim
De beijar-te o desejo
Num trinado violeta (ou sinfonia).

Su@vissima






quarta-feira, junho 11, 2014

O Toque de um desconhecido!

   






A nossa cerejeira



A espera
Do prazer que não se conhecia...

A saudade
Da cereja que o beijo mordia
Antes de ser boca.

Esperava a palavra
Que o verbo escrevia
Antes de ser poesia.

Na saudade da pele
Que a mão acaricia
Antes de ser corpo.

Chegava... O amante
Que a tarde despia
Antes de ser meu.

Su@vissima







terça-feira, maio 27, 2014

O Toque de querer mais!










Tantas vezes...





Na leveza sustentável
Do teu corpo no meu
Do fogo quase palpável
Que me ateava rosas no peito
Colhidas no desejo improvável.

A perene proximidade
Da minha boca à tua
Do mar crispado que desagua
Aromas doces no leito
E me transporta para lá de (Bagdade).


E o mundo inteiro
Era um mar silencioso
De desejo cansado
Corpo no corpo acariciado
Ternura a nascer.

(Quantas vezes tu me dizias:
E mais amor?)

E eu crescia-me em ti
Todas as noites e dias
Padecendo por te beijar
Deambulando de mãos vazias.


Su@vissima






quinta-feira, maio 22, 2014

Um Toque atrasado!







Tardavas...


Desejo a noite
Em estrelas que  dancem
Mãos que me alcancem.

Desejo o luar
Que chega de tempo aberto
Rumorejando o corpo incerto.

Noite e luar
De abraço lentamente saboreado
Voando um sonho inacabado.

Tinha-se a noite
Levantado alvorecida
Mas o luar tardava-me
A pele ainda mais despida.

...Nas tuas noites me encontro
E no teu luar me acho perdida.
Su@vissima