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domingo, 13 de novembro de 2011

Gato fora, festa dos ratos


Ufa. Sinto profundo alívio em não escrever algo que diga o quanto o GP de Abu Dhabi foi chato. Na verdade, por mais incrível que isso possa parecer, a corrida foi divertida; teve ultrapassagens e alguns imprevistos. Começando pelo maior da temporada: Um pneu furado no infalível RB7 de número 1. Sim, Vettel rodou na segunda curva, e depois de uma viagem demorada e prejudicial à sua suspensão traseira aos pits, teve que abandonar a prova.

Gato fora, festa dos ratos.

Hamilton conquistou sua terceira vitória do ano com méritos de um campeão em processo de recuperação. Uma prova impecável. Foi apenas acossado por Alonso, segundo colocado, no fim do segundo stint, mas nada que um costumeiro pit stop desastroso da Ferrari não fosse capaz de conter. Button, sem KERS durante a prova inteira, foi terceiro, completando o primeiro pódio sem pilotos da Red Bull desde o GP da Coréia do ano passado, 19 provas atrás. Faz tempo.

As maiores decepções do ano e da prova, Webber e Massa, foram respectivamente quarto e quinto colocados. O australiano, com um carro de outro mundo, não foi capaz de ultrapassar Button (sem KERS, detalhe) no primeiro stint, o que selou seu destino no resto da prova. Um erro no pit e uma tática ruim, o ajudaram a piorar uma corrida que já poderia ser considerada dantesca, dado o equipamento do canguru. Pelo menos, vá lá, levou a volta mais rápida da prova.

Já Massa decepciona no mesmo ritmo que Webber. Poderia ir ao pódio hoje pela pouca distância que saiu atrás de Button depois do primeiro pit. Porém, seu ritmo inconstante minou suas chances. Perdeu a posição (4º) para Webber depois de uma rodada na curva 1 no fim da prova. Esta foi a quinta vez que Felipe foi quinto em 2011. Tão poético quanto ordinário.

Destaque à dupla da Force Índia, em oitavo e nono com Sutil e Di Resta; e à Sauber, que finalmente voltou com Kobayashi aos pontos, em décimo. Pérez poderia ter feito melhor, mas se tocou nas primeiras voltas e avariou o spoiler. Não fosse isso, faria melhor que o 11º lugar. Barrichello, saindo de último, também fez boa corrida chegando em 12º.

O abandono do azarado Buemi enquanto era o sexto, a boa performance de Kovalainen andando entre os lugares intermediários durante boa parte da prova, e, mais uma vez, a participação ruim de Bruno Senna, foram outros destaques. Falando do sobrinho, pelo jeito Spa e Monza foram exceções, infelizmente.

Daqui a duas semanas, Brasil. Deveremos ter um bom espetáculo de encerramento em Interlagos, mesmo que com público abaixo da média. O GP da Abu Dhabi não foi clássico da F1, mas não passou nem perto de ser a pior prova do ano. Bom sinal. Que nos próximos anos essa corrida possa ser como foi hoje, ou melhor.

sábado, 12 de novembro de 2011

Causa e consequência


Causa: Sebastian Vettel bater recordes indiscriminadamente. Conseqüência: Tremenda falta de interesse e espetáculo. Inegável a importância histórica de treinos como o de hoje, mas o que ninguém quer ver é um equipamento sobrepujando tanto assim a técnica dos pilotos. Foi o que aconteceu.

Enfim, naquela de “mais do mesmo”, esta será a terceira vez que Vettel e Hamilton largam na primeira fila do GP de Abu Dhabi – o que significa que até hoje apenas os dois sabem o que é largar sem ninguém a frente em Yas Marina. Vettel, igualando o recorde de poles do indomável e extraterrestre FW14B de 1992, vai escrevendo mais e mais seu nome na história. No Brasil, pode passar Mansell conquistando 15 pole positions em um ano, recorde absoluto na história da F1. Veremos.

Hamilton, provando mais uma vez que 2011 não é seu ano, se fizesse sua volta do Q2 no Q3 teria saído da classificação nos Emirados Árabes Unidos com sua vigésima pole position na carreira. Errou no início da volta e complicou suas chances.

Segunda fila com Button - que poderia ter feito melhor não errasse no último setor -, e Mark Webber - dessa vez a pouco menos de quatro décimos de Vettel. Terceira fila, só Ferraris e nada pra dizer.

Bom treino da Force India, colocando ambos os carros no Q3, com Sutil e Di Resta, respectivamente, na quinta fila. Sérgio Pérez também fez bom treino e sai em 11º em busca de mais pontos. Sua facilidade em poupar pneus pode ser um grande trunfo amanhã.

No mais, a destacar o quase um segundo que Kovalainen colocou em Trulli, e as Williams que largam melancolicamente na última fila para este GP de Abu Dhabi. Barrichello tem seu pior grid da carreira, em 24º, pois não marcou tempo devido a um vazamento de óleo no seu motor. Maldonado largaria em 17º, porém por usar o nono motor neste fim de semana, estourando o limite de oito por temporada, largará apenas em 23º. Certamente enquanto equipe construtora (coisa que é desde 1978) este é o pior grid da história da equipe Williams. Triste.

Por fim, dizer o que disse algumas vezes neste ano: Se Vettel passar da primeira curva na frente, prepare-se para 55 voltas de pôr-do-sol em sofrimento.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

No soul


Francamente, do que você se lembra das duas primeiras “corridas” em Abu Dhabi? 2009. Bom, sabe-se que ela aconteceu, que era esperada festa, crepúsculo e tudo mais. Acabamos por ver aquela que, na minha humilde opinião, foi a pior corrida da F1 em todos os tempos. Pouquíssimas brigas, prova definida no pelotão intermediário basicamente na estratégia, e um lance que definiu a vitória – a primeira quebra da vida de Lewis Hamilton.

2010. Aí sim, uma grande corrida... ou não? Os três primeiros que passaram a primeira curva foram os que chegaram ocupando as mesmas posições. Um Safety Car mudou o rumo da corrida, e, por conseqüência, de um campeonato dos mais disputados de todos os tempos. Na verdade, aquilo foi ridículo. Como o carro do líder do campeonato que havia se classificado em terceiro no grid poderia ficar 40 voltas atrás de outro mais lento e com mais de 10 voltas de uso de pneus? Só em Abu Dhabi (ou Valência), tilkódromo(s) dos mais chinfrins da F1.

Alonso perdeu o campeonato do ano passado por defeitos de um circuito que serve até para uma corrida. Abu Dhabi é um lugar que descaracteriza em gênero, número e grau a F1; ou sou só eu que não enxergo alma num circuito desenhado especialmente para que ricaços atraquem seus iates beira à pista, podendo beber champanhes ao som dos motores, passear no Ferrari World e aproveitar o hotel iluminado em cima do traçado? Sem querer tirar esse direito de quem tem grana, só que o pretexto disso tudo é ter uma corrida de carros. Uma corrida, não um desfile.

A pista de Yas Marina apresentava, até o ano passado, um problema parecido com a de Valência. Uma curva (no caso, a nove) que, de tão lenta, fazia os carros perderam contato; algo parecido com o que acontece na pista espanhola após a ponte, na curva 10. Nesse ano, numa parceria com Hermann Tilke, Lucas Di Grassi - arquiteto do kartódromo de Florianópolis (já elogiado por Tilke), sede anual do desafio das estrelas – redesenhou (ou pelo menos ficou na promessa de redesenhar) a curva nove, para contornar o problema das ultrapassagens lá sofrido em 2009 e 2010.

Abu Dhabi vai ganhar alma? Não sei, mas é mais provável que nem assim. Mais capaz, se essas mudanças derem certo, que tenhamos uma daquelas corridas tão movimentadas por diferenças na estratégia (típico desta temporada), que não vamos entender nada no fim das contas. Uma corrida apenas estatística. Aliás, Abu Dhabi até agora na história da F1 só é estatística... não é essência, não é alma... não é esporte a motor.

Pelo menos não o esporte pelo qual eu me apaixonei desde criança.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A pratos limpos


Justiça. É uma palavra que resume bem o primeiro título do alemão Sebastian Vettel, de 23 anos de idade. Justiça ética de sua equipe, que mesmo ante a uma pontuação maior de Mark Webber, jamais tratou os dois de modo diferente, (tenho minhas dúvidas se o contrário também seria assim, mas...) em contraste à Ferrari e seu vexame em Hockenheim. Justiça “performática” (ou de performance), já que Vettel foi o piloto mais rápido do ano em classificação, tão quanto dominou corridas das quais a vitória escapou de seus dedos por problemas mecânicos (Bahrein, Austrália, Coréia). A verdade é a que já dizia aqui há cerca de semanas quando falava que era pra estarmos apenas cumprindo tabela nessas últimas provas, na iminência de um título de Sebastian. Mas não, quis o destino que ele viesse de modo mais emocionante.

O fiel da balança pra tamanha reviravolta no mundial foi o acidente de seu ídolo Schumacher (não vi toque, alguém viu?) no início da prova com Vitantonio Liuzzi. Ali vimos, entre nanicos, Rosberg, Alguersuari e Petrov indo trocar os pneus para não mais voltar aos pits. Pensava-se que haviam arriscado demais, mas os outros, e nós mesmos, havíamos esquecido que Abu Dhabi não dá mais de 5 ultrapassagens por corrida.

Para ilustrar isso basta eu dizer que Webber só passou Alguersuari por prováveis pedidos da “voz na consciência” do espanhol. Sabem, ouvi dizer que eles têm o mesmo patrão. Mas enfim, Felipe Massa não tinha o mesmo patrão de Alguersuari e por isso foi fadado a passar a prova atrás do espanhol da Toro Rosso e chegar em 10º, fechando assim seu magnífico(?) e eficiente(?!) 2010.

Mas o drama do dia teve dois protagonistas de lados opostos da linha do “bem” e do “mal”. Um, o herói da Ferrari, que havia levado o carro vermelho a 5 vitórias no ano e a liderança entre pilotos antes da “última ronda” em Abu Dhabi. O outro, o vilão da Renault, Petrov. Russo que levou 15 milhões de dólares para o time francês e fê-lo torrá-los com seus diversos acidentes durante a temporada. E ainda por cima, tido como peso morto, já que havia em 18 provas marcado 19 pontos, contra 126 de seu companheiro de equipe Robert Kubica.

Pois bem, o ano dos dois havia sido diferente em gênero, número e grau. Mas bastou Alonso voltar de seu pit na volta 15 para que ambos fossem "iguais perante a lei". Ali estava Fernando atrás de Vitaly, sem passar e sequer conseguir aproximar-se. Culpa do circuito de Yas Marina? Muito provavelmente, já que a prova foi uma procissão do início ao fim. Mas Petrov, que achava eu, não resistiria a pressão de Don Fernando, manteve-se 40 voltas à frente do espanhol sem errar. Certamente a melhor de suas exibições em 2010. Tão boa que fez Alonso risivelmente sair do sério após a bandeirada, gesticulando dentro de seu F10. Que fosse chorar à mãe ou a Briatore. Como dizem por aí: Perdeu play boy. Sorry Fernando (hihihi).

Webber, ninguém sabe ninguém viu. Hamilton e Button, outros fiéis da balança, no fim das contas, fizeram um grande trabalho.

Feliz estou por Vettel, pela lição dada na Ferrari e em Alonso. Eu sei que a palavra “justiça” no esporte é muito difícil de ser empregada sem parecer algum tipo de bairrismo. Mas acho que o dia 14 de novembro de 2010 mostrou a Ferrari, ao mundo e, principalmente a Alonso, que podemos sim, ser honestos, justos... e vitoriosos no fim das contas por meio de nossas próprias qualidades, sem ajudas suspeitas. Fica a lição aprendida.

No mais... resta-nos esperar e esperar. F1 agora sóóóóó em março de 2011. Tchau 2010, vamos sempre lembrar de você com carinho.

sábado, 13 de novembro de 2010

Tudo definido?


Vettel crava uma pole position. Até aí não existe nada de muito excepcional, já que nesse ano ele cravou mais da metade das possíveis. O atenuante fica por conta da mudança de postos internamente na Red Bull. Webber saindo do 5º lugar acaba de perder o posto (que nunca teve de fato, é verdade. Mais algo meio psicológico) de piloto nº 1 do time austríaco. Ou seja, arrisco a dizer que Mark psicologicamente, hierarquicamente e fisicamente, tratando do grid de largada, tem suas chances de ser campeão amanhã diminuídas sensivelmente, se não, totalmente.

É mais provável que Webber tenha que trabalhar para Vettel do que vice-versa. Cruel com o australiano... muito cruel na verdade. Fez um excelente campeonato para sucumbir antes da prova decisiva começar pra valer. Só será campeão se achar por amanhã uma corrida como a que fez na Hungria esse ano. Vai ter que andar muito, e vai precisar de sorte. Ficou difícil.

Enfim, Vettel pra ser campeão vai precisar de Webber e de Button, e ainda de um azar de Alonso que o faça terminar a prova longe de onde tem o costume de terminar. Algo difícil de imaginar. É mais provável o alemão conquistar o bi-vice-campeonato com sua, digamos por ora, virtual segunda vitória em Abu Dhabi, do que ser campeão.

Alonso só precisa terminar a prova no pódio para ser campeão. Não vai precisar da ajuda de ninguém, como aliás nunca precisou pra ser quem é, e ganhar os títulos que já ganhou. Sua corrida é facílima pra alguém de sua capacidade.

Hamilton precisa que aconteça uma tragédia com tudo e todos. Como não tem nada a perder, pode encher um pouco o saco de Vettel na largada. Passar, se Seb largar bem, acho difícil. Na verdade, não tem muito o que falar de Hamilton, amanhã só vai tirar pontos dos outros postulantes. Título esquece.

Quanto à prova, eu realmente espero um espetáculo, não um desfile. A última coisa que gostaria de ver amanhã ao ligar a TV seria a “pasteurização da emoção” de uma decisão de título. Algo sem gosto. Uma emoção cheia de cifrões, modelos, sheiks, luzes, pôr-do-sol, lua cheia, prédios bonitos. Longe de ser uma emoção de decisão de título a altura do que foi esse mundial e do que é e foi a F1 ao longo dos anos. Algo sem conteúdo. Seria muito decepcionante realmente... mas é o que tende a ser, infelizmente.

Mesmo assim, espero fazer outro post amanhã falando dos prazeres de se errar algumas previsões as vezes.