sábado, 31 de outubro de 2009
Ariadne Auf Naxos - Richard Strauss
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
KAMBROSIS
ATLANTIDA
Adorei a foto da capa e a forma como foi editada!
Coloco de seguinte alguma informaçao que fui buscar ao sitio:
http://www.iac-azores.org/newsletter/2009/24.html
O IAC-Instituto Açoriano de Cultura acaba de colocar nas bancas a Atlântida-Revista de Cultura, vol. LIII, referente ao ano de 2008. A revista agora editada, mantém uma linha de design gráfico dinâmico e actual, dando continuidade ao modelo iniciado no ano anterior.À semelhança dos anos anteriores, a revista sai do prelo numa edição em papel acompanhada de separata, bem como numa edição em CD-ROM.A edição em CD-ROM contém para além do conteúdo da revista de 2008, os fascículos do vol. IV desta revista, publicado no ano 1960.A Atlântida-Revista de Cultura abre com um dossiê temático de homenagem a Monsenhor José Machado Lourenço, no âmbito do 1º centenário do seu nascimento, da autoria de Jorge Augusto Paulus Bruno, Artur Cunha de Oliveira e Onésimo Teotónio de Almeida. Seguem-se vários artigos organizados em quatro secções (“Estudos e Criação Artística”, “Estudos e Criação Literária”, “Ciências Humanas”, e “Outros Saberes”): “A Arquitectura dos Impérios do Espírito Santo no Brasil Meridional: uma contribuição Açoriana”, por Fabiano Teixeira dos Santos; “Energia Musical Irrealizada”, por Jorge Lima Barreto; “Música Electrónica Documenta”, por João Marques Carrilho; “A Ilha Perdida”, por Maria Alice Borba; “Contos VII-XI da Canção “Vozes em Uníssono”, por António de Névada; “Gabriela Silva na Essência do Ilheunismo” por Nuno A. Vieira; “Dor de Dentes”, por Manuel Machado; “Uma Leitura Possível: Os Trabalhos e os dias” por António de Névada; “Cartas de Brasão D’armas de Naturais e/ou Relacionados com os Açores”, por Sérgio Avelar Duarte; “Produção e Consumo de Cereais na Ilha de São Jorge Durante a Segunda Metade de Século XIX” por Paulo Silveira e Sousa; “A Difícil Nomeação do Cardeal Costa Nunes”, por Maria Guiomar Lima; “A Bateria da Castanheira: da II Guerra à Actualidade por Sérgio Alberto Fontes Rezendes; “Ferreira Deusdado: Um Transmontano nos Açores”, por Filipe Pinheiro de Campos; “2009, “Ano Darwin” Sobre Charles Darwin e o Evolucionismo”, por Luís M. Arruda; “A Escassa Difusão, nos Açores, das Notícias Europeias”, por João Aranda e Silva.
MEALIBRA
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Pranto de Ménon por Diotima - Friedrich Holderlin
Pranto de Ménon por Diotima
De nada serve,ó deuses da morte,enquanto tiverdes
Em vosso poder,prisioneiro,o homem acossado pelo destino,
Enquanto,no vosso furor,o tiverdes lançado na noite tenebrosa,
De nada serve então procurar-vos,suplicar-vos ou queixarmo-nos,
Ou viver pacientemente neste desterro de temor,
E escutar sorrindo o vosso canto sóbrio.
Se assim for,esquece a tua felicidade e dormita silenciosamente.
No entanto brota no teu peito uma réstea de esperança,
Tu ainda não podes,ó minha alma!Não podes ainda
Habituar-te e sonhas dentro de um sonho férreo!
Não estou em festa,mas gostaria de coroar-me de flores;
Não me encontro eu só?Mas algo apaziguador deve
Aproximar-se de mim vindo de longe e sou forçado a sorrir e a admirar-me
Por experimentar alegria no meio de tão grande sofrimento.
(tradução de Maria Teresa Furtado)
Alguns apontamentos sobre Diotima (a Diotima de O Banquete de Platão é a mesma de Holderlin em Hypérion bem como do poema de Vasco Graça Moura. Ela não é mais do que o símbolo do amor ideal e romântico):
"No Simpósio, de Platão, Sócrates revela que foi a sacerdotisa Diotima de Mantinea que o iniciou nos conhecimentos e na genealogia do amor. As idéias de Diotima estão na origem do conceito socrático-platônico do amor.
Diotima de Mantinea é uma filósofa grega com um papel importante no Simposyum de Platão. A filosofia de Diotima está na origem do conceito platónico de amor. A única fonte sobre ela é o próprio Platão e por isso não é possível assegurar se era uma personagem ou alguém que de facto tenha existido. Entretanto, praticamente todos os personagens dos diálogos platónicos correspoderam a pessoas que viviam na antiga Atenas. Na obra, há uma passagem sobre o significado do amor. Sócrates é o mais importante dentre os homens presentes. Ele diz que na juventude foi iniciado na filosofia do amor por Diotima, que era uma sacerdotisa. Diotima lhe ensinou a genealogia do amor e por isso as ideias de Diotima estão na origem do conceito socrático-platónico do amor. Segundo Jospeh Campbell, “não é por acaso que Sócrates nomeia Diotima como aquela que lhe deu as instruções e os métodos mais significativos para amar/falar. A palavra falada por amor é uma palavra que vem das origens.”
Álvaro de campos - Vida e Obras do Engenheiro
Tenho escripto mais versos que verdade.
Tenho escripto principalmente
Porque outros teem escripto.
Se nunca tivesse havido poetas no mundo,
Seria eu capaz de ser o primeiro?
Nunca!
Seria um individuo perfeitamente consentivel,
Teria casa propria e moral.
Senhora Gertrudes!
Limpou mal este quarto:
Tire-me essas idéas de aqui!
15/10/1930
Deixo uma página de apresentação da crítica literária Teresa Rita Lopes que muito admiro pela criatividade que impõe ao texto ensaístico, impondo, assim também, a sua singularidade entre os muitos críticos do momento. E claro está, é impossível não valorizar a dedicação apaixonada pelo "autor dos autores", Fernando Pessoa.
http://www2.fcsh.unl.pt/iemodernismo/teresa%20rita%20lopes.htm
Lali Puna - Together in Electric Dreams
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
La La La Ressonance e o seu ultimo album
Formada em 2005, a banda deriva directamente e sem alterações no elenco dos The Astonishing Urbana Fall (TAUF). Nas palavras de Valter Hugo Mãe, “Poucos terão sido os projectos portugueses que elevaram as expectativas do seu público tanto quanto os TAUF.Pelos concertos inesquecíveis (durante muito tempo dados como eventos irrepetíveis, de encenação única), e pela estreia em disco com o ep Acetaminophen, esta banda marcou um tempo do nosso rock/pop criando um consenso de rara admiração e extensa legião de fiéis.
Steve Reich e Bang on a Can All-Stars, no CCB
domingo, 25 de outubro de 2009
"Desonra" adaptação cinematográfica da obra de J. M. Coetzee
“Desonra”, adaptação da obra do Prémio Nobel J.M. Coetzee
"John Malkovich é o protagonista da adaptação desta obra que em 1999 venceu o Prémio Booker e que foi publicada em 2000 em Portugal pela Dom Quixote.“Desgraça” conta a história de David Lurie, um professor universitário da Cidade do Cabo, de meia-idade, divorciado, que divide o seu tempo entre o desânimo das aulas e as satisfações momentâneas que encontra numa prostituta. Quando esta deixa de o atender, David desvia as suas atenções para uma jovem aluna, começando uma aventura sexual que, quando tornada pública, o leva ao despedimento e à humilhação. Passada na África do Sul pós-apartheid, trata-se, segundo a Dom Quixote, “de uma história sobre a nova África do Sul, sobre questões políticas e pessoais, e que retrata uma sociedade num estado de metamorfose violenta.”J.M. Coetzee, Prémio Nobel em 2003, nasceu na Cidade do Cabo (África do Sul), em 1940, e estudou no seu país e nos Estados Unidos. Actualmente vive na Austrália. Em Portugal estão editados pela Dom Quixote os seu livros “No Coração Desta Terra”, “À Espera dos Bárbaros”, “A Vida e o Tempo de Michael K”, “A Ilha”, “A Idade do Ferro”, “O Mestre de Petersburgo”, “Desgraça”, “Elisabeth Costello”, “O Homem Lento” e “Diário de Um Mau Ano”.Segundo a Dom Quixote, “Verão”, a tradução portuguesa de “Summertime”, o seu mais recente romance, será editado em 2010."
in portalivros.wordpress
Paul Auster é vencedor do Prémio LETEO 2009
"As Três Vidas" de João Tordo - Vencedor do Prémio José Saramago
Deixo notícias deste novo autor:
Instituído pela Fundação Círculo de Leitores com o apoio do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas - Ministério da Cultura, o galardão celebra a atribuição do Prémio Nobel da Literatura de 1998 ao escritor José Saramago. Com periodicidade bienal, o prémio tem um valor pecuniário de 25 mil euros e visa «promover a divulgação da cultura e do património literário em língua portuguesa, através do estímulo à criação e dedicação à escrita de jovens autores no domínio da ficção, romance ou novela em língua portuguesa, por escritores com idade até 35 anos». As edições anteriores do prémio contemplaram Paulo José Miranda (1999 - "Natureza Morta"), José Luís Peixoto (2001 - "Nenhum Olhar"), Adriana Lisboa (2003 - "Sinfonia em Branco"), Gonçalo M. Tavares (2005 - "Jerusalém") e Valter Hugo Mãe (2007 - "O remorso de Baltasar Serapião"). O prémio foi atribuído por um júri presidido por Guilhermina Gomes (em representação da Fundação Círculo de Leitores) e composto por Ana Paula Tavares, Nélida Piñon, Pilar del Rio e Vasco Graça Moura.
sábado, 24 de outubro de 2009
Pina Bausch - a Srª do Bairro M. Tavares
Vamos tomar um café com Pina...
A arte tem um fim?
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Biblioteca - Gonçalo M. Tavares
Graças a ti Ana Bela Ana estou mais perto da biblioteca mensal de Gonçalo M. Tavares. Muito obrigada, amiga.
Biblioteca
Sobre Heidegger
Entre duas palavras há uma coisa, algo que instiga o homem a aproximar-se da mesa e do livro. É essa coisa que há entre as palavras que ele agora examina.Nada, dirão os outros. Um espaço entre dois factos, duas letras – um espaço entre a letra final da palavra que está à esquerda e a primeira letra da palavra que está à direita. No meio destas duas letras o espaço em branco, o vazio – mas é para lá que esse homem olha. Está obcecado por isso, por esse vazio, pelas várias coisas que se poderiam colocar lá dentro.
Depois de observar muito tempo esse vazio, o que ele vê são todas essas coisas que poderiam ocupar esse espaço.Como se todas as coisas do mundo fossem pormenores do vazio que só uma observação atenta consegue distinguir.
JL, 21 de Outubro – 3 de Novembro 2009
Heiddeiger é um filósofo arrebatador, considerado um dos mais criativos e interessantes filósofos do séc. XX. Tem uma biografia incrivelmente aliciante e uma vida amorosa digna de páginas literárias (a sua relação com uma mulher judia, numa Alemanha nazi ). Ele mostra-nos o contraste entre a concepção moderna do "ser" e a concepção Grega do ser e a partir dele esclarece-nos que a moderna sociedade da tecnologia colocou em primeiro plano simples atitudes manipulativas que anularam o verdadeiro significado da vida. Para Heiddeiger, a humanidade deixou de ter em conta a sua principal vocação que consiste em recuperar a verdadeira compreensão do ser, tal como os Gregos o conseguiram. Afirma, assim, que os filósofos posteriores perderam essa capacidade de entendimento. Quero saber muito mais deste filósofo alemão que é para M. tavares também uma referência da sua obsessão pelo vazio. Apetece-me citar Sartre ao dizer que o que eu sou “é fundamentalmente o desejo de ser”, citando Platão que por sua vez afirma que “desejo é falta”, indo em direcção ao vazio do M. Tavares, ao desencontro da felicidade, mas sempre com a vista posta na abertura que permite vislumbrá-la ao longe e chegar mito perto dela, como por vezes nos parece estarmos quase a conseguir alcançar o nariz com a língua. Também eu gosto de observar as coisas do mundo como pormenores do vazio como o que vai de uma letre a outra. Todos os bons escritores são obcecados por reflectir sobre a própria escrita em si (mecânica e reflexiva). M. Tavares não escapa a essa tara. E ainda bem para nós, leitores.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Symphony of Science, We Are All Connected
Deixo o link do sitio: http://symphonyofscience.com/
Delirio, Laura Restrepo
Descrição geral do livro
Un hombre regresa a casa después de un corto viaje de negocios y encuentra que su esposa ha enloquecido completamente. No tiene idea de qué le ha podido ocurrir durante los tres días a investigar, sólo para descubrir lo poco que sabe sobre las profundas perturbaciones escondidas en el pasado de la mujer que ama. Narrada con talento y emoción, la historia principal de esta novela se fragmenta en otras que se anudan a través de personajes llenos de matices, y se cierra con un final bello y esperanzador, digno de un libro intenso y hermoso.
Laura Restrepo - una escritora colombiana
Laura Restrepo Casabianca nació en Bogotá en 1950. Se graduó en Filosofía y Letras en la Universidad de los Andes y posteriormente hizo un postgrado en Ciencias Políticas. Fue profesora de Literatura en la Universidad Nacional y del Rosario. Se dedicó a la política y al periodismo. Ha compaginado la militancia política con sus actividades como escritora y periodista, siendo nombrada en 1983 miembro de la comisión negociadora de la paz entre el gobierno y el grupo guerrillero M-19. En 2004 fue nombrada directora del Instituto de Cultura y Turismo de Bogotá, pero renunció poco después tras haber sido galardonada con el Premio de Novela Alfaguara.
En 1986 publicó su primer libro: Historia de un entusiasmo, fruto de sus experiencias con el M-19. Tuvo que exiliarse en México y Madrid hasta que el M-19 abandonó las armas y pasó a ser un partido de oposición. En 1997 gana el Premio Sor Juana Inés de la Cruz (Feria Internacional del Libro de Guadalajara, México) por su novela Dulce compañía. En 1998 se hizo acreedora del Prix France Culture que otorga la crítica francesa a la mejor novela extranjera publicada en Francia. En 2003 ganó el Premio Arzobispo Juan Sanclemente, otorgado por los alumnos del Liceo de Santiago de Compostela a la mejor novela en lengua española, y en 2004 el Premio Alfaguara de Novela por Delirio, en la que explora el mundo del narcotráfico colombiano y las profundidades de la mente humana a través de la historia de un hombre que busca devolverle la cordura a su esposa. También ha escrito varios ensayos y un libro para niños.
La isla de la pasión (1989).
Las vacas comen espaguetis (1989). Libro para niños.
En qué momento se jodió Medellín (1991). Ensayo.
Leopardo al sol (1993).
«Ensayo» en Otros niños (1993).
Dulce compañía (1995).
La novia oscura (1999).
La multitud errante (2001).
Olor a rosas invisibles (2002).
Delirio (2004).
Demasiados heroes (2009)
En colaboración:
Once ensayos sobre la violencia (1985).
Operación Príncipe (1988). Periodismo.
Del amor y del fuego (1991). Ensayo.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Por que me falas nesse idioma? (ao Renato)
Escolho um poema no feminino (como convem!) e uma musica muito apreciada pela Pat e por mim (sim Pat, concordo contigo, a musica do Rodrigo Leao e o vocalista dos Tinderstiks e magnifica... ). Renato, espero que gostes dos presentes... quero ver-te por aqui muitas vezes, terno amigo...
Em qualquer língua se entende essa palavra.
Sem qualquer língua.
O sangue sabe-o.
Uma inteligência esparsa aprende
esse convite inadiável.
Búzios somos, moendo a vida
inteira essa música incessante.
Morte, morte.
Levamos toda a vida morrendo em surdina.
No trabalho, no amor, acordados, em sonho.
A vida é a vigilância da morte,
até que o seu fogo veemente nos consuma
sem a consumir.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Al Berto - Horto de Incêndio
Ana bela Ana,
a poesia faz-me muita falta enquanto não chega perto dos olhos, dos dedos , adormecida e quase a pegar fogo ao meu cabelo ao seu lado deitado como um ouvido, uma concha ...
Dois poemas que adoro de um poeta condenado à morte pelo SIDA:
alguém estiver em fogo na tua cama
e a sombra duma cidade surgir na cera do soalho
e do tecto cair uma chuva brilhante
continua e miudinha – não te assustes
se levantaram da inércia dos séculos e vêm
visitar-te
diz-lhes que vives junto ao mar onde
do fim do mundo – diz-lhes que se consumiu
a morada de uma vida inteira e pede-lhes
para murmurarem uma última canção para os olhos
e adormece sem lágrimas – com eles no chão
deus tem que ser substituído rapidamente por poe-
mas, sílabas sibilantes, lâmpadas acesas, corpos palpáveis,
in Horto de Incêndio, Assírio & Alvim, Dezembro 2000, pp. 38 e 39
A casa dos Bicos, futuro abrigo da Fundaçao Jose Saramago
Casa dos Bicos,
A Casa dos Bicos ou Casa de Brás de Albuquerque localiza-se em Lisboa. A casa foi construída em 1523, a mando de D. Brás de Albuquerque, filho natural legitimado do segundo governador da Índia portuguesa, Afonso de Albuquerque, sendo destinada a habitação.
É situada a oriente do Terreiro do Paço, perto de onde ficavam a Alfândega, o Tribunal das Sete Casas e a Ribeira Velha (mercado de peixe e de produtos hortícolas, com inúmeras lojas de comidas e vinhos).
Sua fachada está revestida de pedra aparelhada em forma de ponta de diamante, os "bicos", sendo um exemplo único de arquitectura civil residencial no contexto arquitectónico lisboeta. Os "bicos" demonstram uma clara influência renascentista italiana. Na verdade, o proprietário da Casa dos Bicos mandou-a construir após uma viagem sua a Itália, onde terá visto pela primeira vez o Palácio dos Diamantes ("dei diamanti") de Ferrara e o Palácio Bevilacqua, em Bolonha. No entanto, sendo naturalmente menor que este palácios, a distribuição irregular das janelas e das portas, todas de dimensões e formatos distintos, conferem-lhe um certo encanto, reforçado pelo traçado das janelas dos andares superiores, livremente inspiradas nos arcos trilobados da época.
Na sua planta inicial tinha duas fachadas de pedras cortadas em pirâmide e colocadas de forma desencontrada, onde sobressaltavam dois portais manuelinos, o central e o da extremidade oriental, e ainda dois andares nobres. A fachada menos importante, encontrava-se virada ao rio.
Com o terramoto de 1755 tudo isto se destruiu e desapareceram estes dois últimos andares. A família Albuquerque vendeu-a em 1973, tendo até então sido utilizada como armazém e como sede de comércio de bacalhau.
Em 1983, por iniciativa do comissariado da XVII Exposição Europeia de Artes, Ciência e Cultura, foi reconstruída e foi reposta a sua volumetria inicial (foram acrescentados os dois andares que haviam desaparecido na tragédia), tendo servido como local de exposições. Na Casa dos Bicos funcionam hoje serviços da Câmara Municipal de Lisboa e, no futuro, a Fundação José Saramago, acolhendo a biblioteca do escritor prémio Nobel da Literatura.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Caim - o novo romance de Saramago
- Entre “O Evangelho segundo Jesus Cristo” e “Caim” passaram-se quase 20 anos. Durante todo este período o senhor continuou a falar sobre a inexistência, a inconfiabilidade ou a intransigência de Deus, mas não em forma de literatura. Como se deu a volta ao tema em livro?
Dulcineia (um post a Ana Arminda)
Quem tu és não importa, nem conheces
O sonho em que nasceu a tua face:
Cristal vazio e mudo.
Do sangue de Quixote te alimentas,
Da alma que nele morre é que recebes
A força de seres tudo.
domingo, 18 de outubro de 2009
Historias...e mais historias...
Caros leitores, o novo CD do Rodrigo Leao (Mae) vale mesmo a pena! Do melhor que se vai fazendo em Portugal... se nao acreditam ouçam este video...
sábado, 17 de outubro de 2009
Escritaria 2009
A emoçao e tao forte que nao consigo dizer muito mais... E que, nao e todos os dias que abraçamos um escritor tao querido...
Talvez venha a falar da bondade do autor de Caim... Por enquanto um poema de Saramago que encontrei e algumas fotos para saborear ao som da musica "Imortal", pois Saramago ja e imortal!
INTIMIDADE, Jose Saramago
No coração da mina mais secreta,
No interior do fruto mais distante,
Na vibração da nota mais discreta,
No búzio mais convolto e ressoante,
Na camada mais densa da pintura,
Na veia que no corpo mais nos sonde,
Na palavra que diga mais brandura,
Na raiz que mais desce, mais esconde,
No silêncio mais fundo desta pausa,
Em que a vida se fez perenidade,
Procuro a tua mão, decifro a causa
De querer e não crer, final, intimidade.
A entrada de Jose Saramago no auditorio ao lado de Manuel Andrade, organizador do Escritaria
Saramago
Alguns elementos da mesa que fizeram parte dos coloquios da tarde
Da esquerda para a direita, Valter Hugo Mae (escritor vencedor do premio literario Jose Saramago em 2007); o realizador brasileiro de "Ensaio sobre a cegueira"Fernando Meirelles e Manuel Andrade (organizador do escritaria). Pillar del Rio sentada ouvindo atentamente... e sempre apaixonada...
Alunos de uma escola de 1ºciclo de Penafiel leem um conto de Jose Saramago
Entrega de oferta a Saramago
Leonard Cohen
"We are uggly but we have the music"
Chelsea Hotel
Ao Anselmo, novo leitor
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Mulher
Manuela Pinheiro, Mulher
RETRATO DE MULHER TRISTE, Cecília Meireles
Vestiu-se para um baile que não há.
Sentou-se com suas últimas jóias.
E olha para o lado, imóvel.
Está vendo os salões que se acabaram,
embala-se em valsas que não dançou,
levemente sorri para um homem.
O homem que não existiu.
Se alguém lhe disser que sonha,
levantará com desdém o arco das sobrancelhas,
Pois jamais se viveu com tanta plenitude.
Mas para falar de sua vida
tem de abaixar as quase infantis pestanas,
e esperar que se apaguem duas infinitas lágrimas.
O homem de génio por Pessoa
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
A tragedia da existencia...
Espero que gostes...
O banqueiro anarquista
Pastelaria, Cesariny
Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura
Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante
Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício
Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita genteque come
Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir de tudo
No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Ao longo da palavra
Ao longo da muralha que habitamos
Há palavras de vida há palavras de morte
Há palavras imensas,que esperam por nós
E outras frágeis,que deixaram de esperar
Há palavras acesas como barcos
E há palavras homens,palavras que guardam
O seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras,surdamente,
As mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras e nocturnas palavras gemidos
Palavras que nos sobem ilegíveis À boca
Palavras diamantes palavras nunca escritas
Palavras impossíveis de escrever
Por não termos connosco cordas de violinos
Nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
E os braços dos amantes escrevem muito alto
Muito além da azul onde oxidados morrem
Palavras maternais só sombra só soluço
Só espasmos só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados
E entre nós e as palavras, o nosso dever falar.