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terça-feira, 1 de outubro de 2013

MAR SONORO


 
Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho.
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.
 
 
Sophia de Mello Breyner Andresen,
in Obra poética I
 
 
 
 
 
 
 

MEIO-DIA


 
Meio-dia. Um canto da praia sem ninguém.
O sol no alto, fundo, enorme, aberto,
Tornou o céu de todo o deus deserto.
A luz cai implacável como um castigo,
Não há fantasmas nem almas,
E o mar imenso, solitário e antigo,
Parece bater palmas.
 
 
Sophia de Mello Breyner Andresen,,,,,
in Obra poética I
 


PRAIA




As ondas desenrolam os seus braços
E brancas tombam de bruços.

Sophia de Mello Breyner Andresen,
in Obra poética I

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

MAIS



Mais do que tudo, odeio
Tantas noites em flor da Primavera,
Transbordantes de apelos e de espera,
Mas donde nunca nada veio.


Sophia de Mello Breyner Andresen
Obra Poética I

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

NUNCA MAIS



Nunca mais
Caminharás nos caminhos naturais.

Nunca mais te poderás sentir
Invulnerável, real e densa —
Para sempre está perdido
O que mais do que tudo procuraste
A plenitude de cada presença.

E será sempre o mesmo sonho, a mesma ausência.

Sophia de Mello Breyner Andresen
Obra Poética I