sexta-feira
"os coiotes não sabem o que é a poesia, eles uivam" - chacal em bh
andityas soares de moura
Língua de fogo do não
Taciturnos até. Dão “bons dias”
por obrigação e recato.
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quarta-feira
john cage em belo horizonte
escrito por
Leo Gonçalves
no dia
29.8.07
assuntos: agenda, arte, cultura, dica cultural, memória, música, poesia, terrorismo poético
sexta-feira
quarta-feira
lançamento do jornal dez faces
ballad of skeletons - uma saudação a allen ginsberg
(música de paul mc cartney e vídeo de gus van sant)
escrito por
Leo Gonçalves
no dia
22.8.07
assuntos: efemérides, performance, poesia contemporânea, radicalidade
domingo
não macule a minha faca
imperdível. nas terças poéticas: jardins internos do palácio das artes. hilda hilst homenageando letícia féres. letícia féres homenageando hilda hilst. poesia em alta voltagem. samplermusic & videocolagem. julius. frederico pessoa. poesia hoje. queria conseguir dizer mais. mas precisa? vá lá e comente depois aqui comigo, vai.
escrito por
Leo Gonçalves
no dia
19.8.07
assuntos: arte, dica cultural, guerrilha, performance, poesia, poesia contemporânea, prazer, radicalidade, terrorismo poético, vida
segunda-feira
à amada esquiva
dessem-nos tempo e espaço afora
não fora crime essa esquivez, senhora.
sentar-nos-íamos tranqüilos
a figurar de modos mil os
nossos dias de amor. eu com as águas
do humber choraria minhas mágoas;
tu podias colher rubis à margem
do ganges. que eu me declarasse
dez anos antes do dilúvio! teus
nãos voltar-me-iam a face
até a conversão dos judeus.
meu amor vegetal crescendo vasto,
mais vasto que os impérios, e mais lento,
mil anos para contemplar-te a testa
e os olhos levaria. mais duzentos
para adorar cada peito,
e trinta mil para o resto.
um século para cada parte,
o último para o coração tomar-te.
pois, dama, vales tudo o que ofereço,
nem te amaria por mais baixo preço.
mas ao meu dorso eu ouço o alado
carro do tempo, perto, perto,
e adiante há apenas o deserto
sem fim da eternidade.
tua beleza murchará mais tarde,
teus frios mármores não soarão
com ecos do meu canto: então
os vermes hão de pôr à prova
essa comprida virgindade,
tua fina honra convertendo em pó,
e em cinzas meu desejo. a cova
é ótimo e íntimo recanto. só
que aos amantes não serve de alcova.
agora, enquanto pousa a cor
da juventude em ti como na flor
o orvalho, enquanto por
todo poro teu a alma transpira
com urgentes fogos,
entreguemo-nos aos jogos
do amor e, amantes aves de rapina,
antes de um golpe devoremos nosso tempo
que enlagueçamos em seu lento
queixo. enrolemos nosso alento
e suavidade numa só esfera.
e rasguemos prazeres como feras
pelos portões férreos da vida.
assim, se não sustamos nosso sol,
ao menos o incitamos à corrida.
é do andrew marvell (1621 – 1678) to his coy mistress,
e a tradução é de augusto de campos (verso, reverso, controverso. ed. perspectiva, 1978)
sexta-feira
não macule a minha faca - letícia feres e hilda hilst no terças poéticas
tonico mercador homenageia allen ginsberg
terça-feira
segunda-feira
rodrigo chorinho
faço parte de uma geração privilegiada. em belo horizonte, convivo com alguns dos melhores músicos do país. aqui ainda não se tornou um grande pólo como difusão de discos, mas os artistas vivem sendo exportados. kristoff silva, érika machado, vítor santana, regina spósito, dudu nicácio, makely ka e maysa moura, marina machado, o sérgio pererê e o grupo tambolelê. a lista não acaba.
mas hoje eu quero falar de rodrigo torino. fui ontem ver a apresentação que ele fez lá no teatro francisco nunes. no programa, chorinho. principalmente composições dele. mas também: guinga, joão gilberto, maurício carrilho e baden powell.
rodrigo foi o ganhador do prêmio bdmg jovens instrumentistas. faz o curso do mestre maurício carrilho no rio de janeiro, onde aprende a fazer um choro moderno, diferente daquela coisa folclórica que (embora linda) sempre acaba ficando.
o que me pareceu surpreendente foi que, aquele músico tímido que conheci há mais de dez anos se tornou agora um artista completo. um compositor pronto, com senso de grupo e boa regência de toda a música no ato de tocar os arranjos feitos pelo grupo (um amigo me dizia que música só é música quando tocada ao vivo e a cores) – o que se revela principalmente nas composições dele. músicas como “duas saudades” trazem todo um gostinho brasileiro irmão de grandes mestres. há também outras composições como “em três”, onde os acordes delicadamente dissonantes se combinam com o compasso ímpar.
quando o assunto é interpretar, o cara não deixa para menos. me delicio em dizer que peças de baden, guinga e joão gilberto não são as mais bonitas do repertório. mas nelas também se revelam os bons instrumentistas da banda que faço questão de nomear aqui: dudu braga (cavaquinho), alaécio martins (trombone), nilton moreira (flauta), ramon braga (bateria e percussão), a participação especial do baixista italiano tommaso montagnanni e o próprio rodrigo torino (violão de sete cordas). vão dizer que sou suspeito para falar? então tome uma palhinha no my space:
what can i hold you with? (um poema inglês de jorge luis borges)
eu te ofereço estreitas ruas, poentes desesperados, a lua dos subúrbios gastos.
(tradução: leo gonçalves)
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sexta-feira
festival de inverno ufmg, diamantina - 2007
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