16 junho 2011
Sarau do Caribe
Peço desculpas, hoje estou muito nervoso. Passei uns dias muito malucos e agora venho falar na frente de tanta gente sem ter preparado o meu texto. Eu não trouxe nenhum texto para ler desta vez.
Quando o Marco Antunes, organizador do sarau, me convidou para escrever um texto sobre o Panamá e Porto Rico fiquei muito orgulhoso. Seria a oportunidade de falar sobre a genial construção do famoso canal pelo engenheiro Ferdinand Lesseps o mesmo que construiu o canal de Suez. Eu poderia dizer que 13mil navios ou 4% do comércio marítimo mundial, passam anualmente por ali. E que o Pacífico é 24 centímetros mais alto que o Atlântico.
Sobre Porto Rico eu diria que é a quarta maior ilha do Caribe. Com área equivalente a dois distritos federais. E que a economia é muito dinâmica e diversificada onde se instalaram empresas multinacionais de farmacêutica, eletrônica, têxtil, petroquímica e até biotecnologia.
É o que eu diria, mas o Marco disse que não queria nenhuma aula de geografia ou economia. Ele queria uma história que se passasse na região.
Então, acabei telefonando para o meu amigo Paco Rodrigues, morador de San Juan, para me contar sobre a vida de Porto Rico e, quem sabe, a partir dali fazer uma crônica.
Muito melhor que palavras, ele me convidou para passar uns dias com ele.
Na mesma noite comprei passagem. Faria um vôo com escala em Miami na ida e na volta faria escala na cidade de Panamá. Tudo o que eu queria. Viajei no dia seguinte.
Fiquei em Miami apenas o tempo suficiente para trocar de avião e rumar para Porto Rico.
Encostei a cabeça na poltrona pensando em finalmente descansar da correria. Na revista de bordo li uma ampla reportagem sobre o Triângulo das Bermudas, onde barcos, navios e aviões desaparecem misteriosamente. Foi aí que o avião entrou numa zona de turbulência impressionante. Repentinamente todas as luzes se apagaram e caímos em queda livre no escuro.
O grito dos desesperados amainou e passei a ouvir o som de uma flauta. Fomos pousados suavemente no alto de uma pirâmide. A pirâmide do Sol. Fomos recebidos por um Deus, Quetzalcoatl, uma serpente ricamente emplumada. Disse que estávamos ali para ser sacrificados, oferenda necessária para o Sol nascer todos os dias.
Aleguei que eu não poderia ser sacrificado porque deveria falar do Caribe num sarau em Brasília, terra de muitas pirâmides. De nada adiantou. Aí eu apelei. Disse que eu era um sacerdote e que faria a lua desaparecer naquela noite se não fossemos todos libertados. O eclipse de ontem à noite aconteceu e acabamos homenageados em uma cerimônia com muito chocolate cultivado e produzido pela nação asteca e maia. Fui liberado bem a tempo de comparecer ao sarau e trazer este chocolate, oferecido pelo deus Quetzalcoatl ao organizador.
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