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31/10/2008

...blowin in the wind

thesoundofsilence






How many times must a man look up, Before he can see the sky? How many ears must one man have, Before he can hear people cry? The answer, my friend, is blowin' in the wind. The answer is blowin' in the wind.




How many roads must a man walk down before you call him a man?
How many seas must a white dove sail before she sleeps in the sand?
Yes and how many times must the cannon balls fly before they're forever banned?

The answer my friend is blowing in the wind
The answer is blowing in the wind

How many years can a mountain exist before it is washed to the sea?
Yes and how many years can some people exist before they're allowed to be free?
Yes and how many times can a man turn his head pretending that he just didn't see?

The answer my friend is blowing in the wind
The answer is blowing in the wind

Yes and how many times must a man look up before he can see the sky?

Yes and how many ears must one man have before he can hear people cry?
Yes and how many deaths will it take till he knows that too many people have died?

The answer my friend is blowing in the wind
The answer is blowing in the wind
.



Fotografias de
James Nachtwey e Fouad Elkoury

01/10/2008

Tentativas para um Regresso à Terra ___a dois

Tentativas para um Regresso à Terra-mié.colagens
e________



caminhamos ainda


sabemos que deixou de haver tempo para nos olharmos
a fuga só é possível dentro dos fragmentados corpos
e um dia......quem sabe?
chegaremos
.


Al Berto
.
.

29/09/2008

.

solidão...

não creio como eles crêem,
não vivo como eles vivem,
não amo como eles amam...

morrerei
como eles morrem.




marguerite yourcenar
fogos
trad. de maria da graça morais sarmento
difel
1995



aqui um falso lugar 

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27/09/2008

Les Habits de la Nature

Há encontros fascinantes!_________com jardins na cabeça...

[faça "ver imagem"]


e_____________Lembro-me de G. Llansol


Ouço Hamman perguntar-me com insistência
como foi possível tornar-se morta a língua da
Natureza. Essa língua morreu porque nós já não falávamos
com Ela, ou acontecera que a própria Natureza deixou
de falar? Quando é que o homem, de forma mais capaz,
se julgou forma única e exclusiva?.
Foi um momento funesto, porque na dobra não
reside só o segredo do nosso destino, das forças que nos
reduzem a pó sem nosso consentimento; aí reside igualmente
o segredo da nossa origem, das forças que nos puseram
em movimento, e nos dotaram para a acção. O homem
foi lançado para sonhar esse destino e continuar
o sonho da espécie viva.

Llansol, Finita







Durante 6 anos, Hans Silvester fez um trabalho antropológico e fotografou a tribo do Rio Omo, na Etiópia. A população inteira, desde os mais novos aos mais velhos tem um sentido estético apurado e uma noção de composição absolutamente genial. Através das fotos conseguimos ver a perfeita fusão entre o Homem, a Natureza e a Arte. Eles utilizam os seus corpos como telas em permanente mudança, em constante embelezamento.
Alguns dos livros publicados aqui
Ver Fotografias
Hans Silvester, Les Habits de la Nature / Mais aqui / slide show

17/09/2008

AS PASSAGENS SECRETAS


A navegabilidade é o ofício das mãos, embarcamos em ti,
germinas
e o mel progride pelas sombras do quarto, a roupa nua,
o fogo circular que principia nas nucas –

argila, brisa, pálpebras que soluçam, cortam a neblina, gastam a angústia até ao último centavo,
a frescura dos lenços, o aroma dos pássaros vermelhos,
os pátios e as algas que nos pedem auxílio desde a areia,

vê:

acenam-nos desesperadamente com refúgios.

Corremos pela praia com a nossa nudez porque deixamos algures
os mantimentos escassos de que a nossa tristeza se mantém.

Corremos pela praia e as mãos deslizam para um cobertor lavado
pelo mar, o oiro magnífico, a distância mais curta entre dois pontos.

É noite, e corremos porque o tacto é uma promessa, casam-se os búzios,
conchas azuis habitam o olhar, barcos, homens que bebem a água como se fosse terra,
pequeninas sementes, dissimulam a sede a que deus nos condena.

A respiração avança através de um gladíolo, as mãos encrespam-se de silêncio,
minerais dolorosos asfixiam a noite, riscam como se fossem fósforos as sardas do teu rosto.

Vens com os dentes branquíssimos, o peito aberto aos ninhos,
barco que balouça na névoa, é tecto, casa, cama.

Dar-te-ia a cereja do bolo, a serenidade do mar, uma praia de colmo,
se os dias não fossem transitivos e os objectos íntimos, ó ave, insuportáveis.

Setembro principia com cúmulos no céu, jogos de água,
o inquietante desenho de uma víbora projectado no chão.

Respondes com perguntas às perguntas que faço, reacendes a sede, fumas nervosamente.
A esperança é um ídolo, somos imolados, a espessura do sangue acaba por dizer-nos que é demasiado.

Que cães estabelecem contra nós a aliança feroz que nos persegue?
Que estrela risca os limites possíveis dos nossos pés precários?
Que cortejo é este?

Ainda que a preservação seja um estímulo, e chova, confessamos ou não que temos medo?

As Passagens Secretas. Fragmentos
Amadeu Baptista
Fotografia de Darren Holmes