SINAIS DE FOGO?

Depois de uma entrevista de estreia em que o conhecido jurista e escritor permitiu todos os desmandos e malabarismos àquele que (contra todos os exercícios de lógica e bom-senso) vai sendo primeiro-ministro de Portugal, vestindo a pele de um bem comportado e amistoso gatinho, na segunda-feira ao entrevistar o inspector Gonçalo Amaral revelou-se um assanhado felino, censor, opinativo, parcial e sobretudo recusando ao seu "entrevistado" a possibilidade de defesa...

Infelizmente parece claro o rumo destes "Sinais de Fogo" que só serão a queimar para aqueles que o entrevistador muito bem entender...

Mais uma triste imagem da ausência de rigor jornalístico que infelizmente vai medrando em Portugal e, naturalmente, um programa que não constituirá um "problema a resolver" para o prestigitador que nos vai (des)governando.

SURPREENDENTE?

Ontem surpreendi-me (confesso-vos que não sei como me surpreende ainda a televisão em Portugal) ao ver a novela da TVI "A Outra".

Um casal de africanos comentava a sua ida a um casamento e que não deviam ir vestidos à europeus, antes com os seus trajes tradicionais angolanos, dizia o homem: "não devemos ter vergonha da nossa cultura e ter que andar como eles". À sua filha, "portuguesa" aconselhavam que fosse como pretendesse, ou à europeia ou à africana.

Nada temos a opôr à defesa da identidade de todos quantos, quanto à filha de tal casal ser "portuguesa" já mais haveria a dizer.

Sobre também o que muito haveria a dizer é sobre a liberdade dada a africanos para assim se exprimirem vedando-se a europeus (sob o anátema de racismo) idêntico direito, mas pode ser que ainda um dia perceba porquê.

A defesa da identidade em uns é o racismo em outros...