Era consenso a falta de competência
de Mano Menezes para dirigir a Seleção brasileira, sobretudo diante dos maus
resultados. Porém, a demissão do técnico acontece num momento inoportuno, e
escancara o lamaçal político que está afundado o futebol brasileiro.
A torcida esbraveja desde os primeiros momentos do técnico no comando da
seleção. As inúmeras convocações sem sentido, o fracasso na Copa América e nas
Olimpíadas, os jogos vexatórios diante de seleções sem muita expressão no
cenário mundial, as derrotas para adversários com nível técnico mais elevado, e
a supervalorização de uma goleada diante das fracas seleções de China e Iraque,
marcavam a trajetória do ex-técnico do Corinthians. Tudo isso, resultou na pior
derrota, não de Mano, mas da seleção. A queda histórica no ranking mensal da
FIFA.
A torcida esperava a decisão tomada na tarde de hoje desde meados de 2010 -
o técnico foi admitido no dia 10 de agosto de 2010- mas o desejo do torcedor
era veementemente ignorado pelas "autoridades" da CBF.
Por isso, me estranha que a queda de Mano tenha vindo só agora. Exatamente
no momento em que a fase das atuações medonhas ficava para trás, e a seleção
começava a apresentar um futebol mais consistente, e coerente com a
representatividade da equipe.
Nunca achei, e continuo acreditando que Mano não era o melhor para a
seleção. Por várias vezes, diante de várias situações, se mostrou arrogante e
agiu como alguém que simplesmente acatava ordens de mandatários, e convocava jogadores pelo fato de serem agenciados por empresários "amigos" - sobretudo na
visão dos torcedores. Mas porque a decisão de demitir o treinador aconteceu as
barbas da Copa das Confederações? Porque não foi tomada depois das olimpíadas e
Copa América, ao passo que Mano dava clara demonstração da sua incompetência?
Esses são os bastidores do esporte. E como num show de rock, em que só sabe
as manias dos artistas quem tem acesso ao camarim, provavelmente nós jamais
teremos a resposta desses porquês. Teremos que nos contentar, no máximo, com as
especulações, ou esperar que algum desentendimento entre os envolvidos na
arapuca traga a verdadeira razão da demissão a tona.
Com Mano fora, a vaga de treinador da "antiga" seleção mais temida
do mundo está em aberto. Alguns nomes já começam a ganhar força para assumir o
cargo. O técnico do Corinthians, Tite, surge como um dos nomes mais fortes. No
próximo mês, o treinador embarca com a equipe corinthiana para o Japão, onde
disputa o título do Mundial Interclubes. Boa notícia para os torcedores da
Fiel. Se por um lado correm o risco de perder o treinador, por outro, terão um
Tite ainda mais ávido pelo título.
Muricy Ramalho pode ter a segunda chance. Vale lembrar que Mano só assumiu o cargo após a rejeição do, na época, técnico do Fluminense. Hoje no Santos, Muricy certamente aguarda ansioso um novo convite. Desta vez, é melhor o técnico nem pensar em negar, afinal, o raio até cai duas vezes no mesmo lugar, a terceira já abusa do bom senso.
O terceiro nome até escapou da segunda divisão, mas continua desempregado. Luiz Felipe Scolari, que deixou o palmeiras chafurdado na zona do rebaixamento do Campeonato brasileiro, tem o aval de muitos torcedores para assumir o cargo. Durante os últimos jogos da seleção, o nome de Felipão era incessantemente lembrando nas arquibancadas, seja por cartaz ou gritos da torcida. Em 2002, o técnico comandou a equipe que trouxe o Pentacampeonato do Mundial do Japão/Coréia.
O último a compor o "quarteto fantástico", é o técnico campeão
brasileiro de 2012 pelo Fluminense, Abel Braga. Entretanto, o treinador acabou
de renovar o contrato com o tricolor, talvez esse seja um empecilho para que Abelão
passe a convocar os integrantes da seleção canarinho. OBS: Aposto que o Fred ia
adorar. Se na era Mano o atacante, craque do brasileirão, foi por várias vezes
esquecido, na Era Abel, certamente, o camisa 9 da seleção já estaria definido.
Neste fim de ano, o Papai Noel terá que dividir espaço com as especulações sobre o novo treinador da seleção brasileira. Entre um brinde e outro, deem os palpites. Afinal, a CBF só deve anunciar o próximo treinador em janeiro. Se estivéssemos no velho continente, seguramente, as casas de aposta já estariam com filas na porta, e a minha seria em Muricy Ramalho.
Mas bem que podia ser o Guardiola...
Neste fim de ano, o Papai Noel terá que dividir espaço com as especulações sobre o novo treinador da seleção brasileira. Entre um brinde e outro, deem os palpites. Afinal, a CBF só deve anunciar o próximo treinador em janeiro. Se estivéssemos no velho continente, seguramente, as casas de aposta já estariam com filas na porta, e a minha seria em Muricy Ramalho.
Mas bem que podia ser o Guardiola...