fotos da alma

a campanha do 'câncer de mama no alvo da moda', do instituto brasileiro de controle do câncer (ibcc), completa 20 anos com uma publicidade belíssima mostrando os bastidores de uma sessão fotográfica que vai surpreender tanto os artistas convidados assim como você quando assistir ao vídeo.

uma bela mensagem despida de preconceitos ('quando você poda uma árvore, você poda para ela crescer mais'). a reação de todos emociona e o resultado são fotos que captam a alma, como um dos artistas vai comentar. vejam e divulguem.

cada um reage diferente ao câncer de mama.

mas a melhor reação é doar.

não assim

" [...] terminar pelo telefone costumava ser grosseria. [...] a pessoa devia ter a coragem e cortesia de dizer. [...] será que é possível um término sem usar e-mail, sem deixar recado com o porteiro ou sem ter comunicar à polícia o desaparecimento de alguém? [...] será que ele tem medo de ser o malvado da história ou ter a conversa constrangedora sobre rompimento? [...] por que não honrar o que foi vivido? [...]"

esse trecho do seriado 'sex and the city' é sobre um namorado que termina com a personagem usando um post-it, aquele pedacinho de papel pra você deixar um recado. pode parecer estranho, mas conheço casos de pessoas que usaram/usam a tecnologia (whatsapp, instagram, facebook) para dizer alguma 'coisa chata', alguma coisa que não seria tão agradável de se falar. preferem mandar uma mensagem de texto ao invés de encarar a pessoa e dizer o que sente. será que a tecnologia está deixando as pessoas com medo de olhar nos olhos das outras e falar as coisas?

o acesso à tecnologia melhora nossas vidas em vários aspectos e pode servir para nos aproximar, mas temos que perceber que elas são impessoais e frias. com isso as pessoas acabam tratando as relações de forma descompromissada e até vergonhosa. tá certo que a tecnologia permite a gente falar coisas sem olhar no olho, mas, se você quiser, essa mesma tecnologia também permite você falar e ver ao vivo alguém do outro lado do mundo. dizer as coisas olhando nos olhos é preciso, é saudável e ajuda a gente a amadurecer. saber usar as palavras e ser sincero traz muitos benefícios.

um pessoa uma vez me falou que terminar relacionamentos usando palavras era como 'sair pela porta da frente', do mesmo modo como entrou. algo mais digno para todo mundo e uma questão de respeito. concordo, pois, do contrário, se torna um ato de covardia, mostra que existe medo de encarar de frente a situação. além disso, é uma maneira egoísta de se lidar com o rompimento, por mais aliviada que a pessoa se sinta agindo assim.

estar em um relacionamento honesto é um aprendizado diário, um trabalho contínuo. é estar constantemente lidando com os altos e baixos, é se arriscar, é estar disposto. mas talvez para algumas pessoas isso ainda não seja fácil e daí elas prefiram sumir e deixar apenas um recado numa mensagem de texto ou num papel. quem termina um relacionamento segue em frente de forma diferente do que quem recebeu (ou descobriu) a notícia do término. são diferentes processos e desconstruções de sentimentos.

infelizmente algumas pessoas são assim. 

o importante é acreditar que é possível encontrar pessoas 'não assim'.

viva o momento

outro dia conversando com uns amigos eu tava contando como eu utilizo o instagram. eu faço poucas postagens e sempre depois dos eventos. por exemplo, na minha última viagem de férias, coloquei apenas uma foto de nova iorque, outra de chicago, boston e cambridge. tá bom assim pra mim, um olhar de cada lugar, uma foto diferente e boas lembranças.

mas por que postar depois? porque eu prefiro curtir o momento! simples.

vejo muita gente tirando fotos e já se sentindo na obrigação de colocá-las no facebook ou no instagram para começar a receber os 'curti' como se as pessoas se alimentassem disso, como se fossem dependentes desse tipo de aprovação virtual.

pode ser que até sejam mesmo, mas a questão é que o momento em si registrado na tela de um celular ou numa câmera não é a mesma coisa que você gravar na memória. aliás, já comentei (aqui) sobre como as pessoas estão ficando com 'memórias preguiçosas' por conta disso. 

então na ocasião falaram que eu devia criar o 'retagram', para postar fotos 'atrasadas' e 'tardias'. taí uma boa ideia. de qualquer forma, experimentem de vez em quando fazer isso. e se for num show, por exemplo, lembrem-se que várias outras pessoas estarão filmando e tirando fotos para depois você ver na internet. 

#vivaomomento

o marciano

no filme 'the martian', um astronauta é dado como morto e deixado pra trás no planeta marte. ele então terá que lutar para se manter vivo até que apareça algum resgate ou até que seus suprimentos terminem.

mas do que qualquer coisa, é um filme muito bacana sobre a engenhosidade humana. como nós somos inteligentes e como podemos ir cada vez mais além quando unimos forças, conhecimento e habilidades. legal ver mulheres no comando e negros e asiáticos em papéis chave. 

matt damon encarna bem o astronauta esquecido de maneira bacana, mostrando tudo que é preciso fazer para não se sentir sozinho ou como a única pessoa no planeta (o que, de fato, ele era). a tecnologia utilizada por ele para fazer seus registros e 'conversar' em seus diários monólogos foi comparada a outras formas de manter viva a humanidade em caso de solidão, como a bola wilson do filme 'náufrago'.

mais do que tudo, 'perdido em marte', título no brasil, é um filme que mostra como a 'silver tape' é útil pra tudo!

a travessia

inspirado no livro "to reach the clouds", escrito pelo próprio protagonista, o filme conta a história real de phillipe petit que, em 1974, andou num cabo de aço entre as duas torres do world trade center em nova iorque, num feito incrível e ilegal. vamos conhecer como surgiu a ideia, como as pessoas foram sendo recrutadas, como tudo foi planejado e como se deu a execução já que imprevistos sempre acontecem.

o filme é narrado pelo próprio artista (em inglês e francês) de uma maneira bem cativante e de forma que ele vai descrevendo sua paixão pelo equilibrismo e seu objetivo de realizar a ousada travessia.

segundo o diretor robert zemeckis, as cenas nas alturas foram feitas para colocar a plateia também no fio e nas alturas. se você sofre de vertigem se prepare porque as cenas, pricipalmente em 3d, são de deixar as mãos suadas (aconteceu comigo). há relatos de pessoas que até passaram mal nas sessões.

de qualquer forma é uma belíssimo filme e que tem uma boa carga de sensibilidade e poesia dada a emoção que o artista passa diante da possibilidade de realizar algo (aparentemente) impossível, como ele próprio descreveu, mas que ele iria fazer.

joseph gordon-levitt conseguiu criar um personagem carismático que nos convence e nos faz torcer para que tudo dê certo. ben kingsley também está no elenco como o grande mentor de phillipe.

além disso, o filme é uma homenagem e um tributo às torres gêmeas, destruídas no ataque de 11 de setembro de 2001. uma forma bacana de celebrar e lembrar dos edifícios que eram um dos símbolos  mais queridos de nova iorque.