Um pouco antes do natal recebi uma ligação que resultou em um convite para jantar. Segunda feira foi minha vez de ligar para o tal número e marcar uma segunda dose. A proposta foi muito bem recebida e o ponto de encontro seria no mesmo apartamento da última vez. Infelizmente, as coisas boas costumam ter um preço e, nesse caso, a conta viria em calorias. Talvez não seja de fato um problema fugir da dieta uma noite ou algumas noites, se tudo der certo, mas estou indo tão bem em minha proposta e não quero escapulir. Já ganhei minha escapulida durante o natal e foi ótimo, mas tenho um certo receio de que a coisa fuja do controle e que as noites de dieta é que acabem virando a exceção.
Não tinha me planejado para isso mas esse maldito regime começou a me assombrar durante a ligação e, meio sem pensar, disse que eu é quem levaria o jantar dessa vez. Olhando para o passado, foi uma oferta até que bem simpática e generosa. Nada mais justo do que dividir o trabalho na cozinha. Além disso, acabei criando uma oportunidade para conseguir manter a dieta! Perfeito, conseguira resolver o problema. Ou, pelo menos, parte dele. Sabe, você não pode oferecer um jantar e aparecer com uns peitos de frango e salada de alface. Pelo menos, eu não acho que seria razoável fazer uma coisa dessas. É claro que sempre poderia contar que estou de dieta, mas continuo achando que esse fato não deve ser mencionado. Até que é bom ter um segredo, não entregar quem você é completamente, logo de cara. É isso ai, um dos pilares para o nascimento de um relacionamento saudável é a omissão de informações. Como se eu tivesse sido a primeira pessoa a concluir isso... Pronto, tenho dois pilares, dieta e omissão de informações, agora falta o terceiro. Talvez algumas pessoas julguem esse como mentira, mas eu prefiro pensar em desculpa. Sim, preciso de algumas desculpas para poder evitar a bebida. Pode ser algo extravagante como alcoólatra em recuperação ou simples como estou tomando um remédio. Mas remédio pra quê? Um psicotrópico certamente justifica não poder beber, porém apresenta grandes chances de quebrar o clima. Também não pode ser nada contagioso nem nada extremamente desagradável como furúnculos ou incontinências de qualquer natureza...
Me baseando nos três pilares acima, ontem, consegui manter, e muito bem, minha dieta. O prato foi salada, mas não qualquer salada. Misturei várias folhas com pedaços de peixes defumados, queijos magros, lulas e camarões, todos muito bem temperados mas sem uma gota de óleo no preparo. Para o molho, reduzi um pouco de vinagre balsâmico e misturei com ervas, temperos e um pouco de mostarda preta. Consegui certa cremosidade, mas não era suficiente. Então, apelei para a gelatina. Bem pouco, mesmo, apenas para que o molho ficasse com consistência de alguma coisa cheia de azeite. Funcionou. Ficou bem melhor do que imaginava e ainda me rendeu uma série de elogios. Por fim, para fugir da bebida, disse que hoje era dia de doar sangue. Sempre quis fazer isso mesmo. E adivinhem só, ganhei companhia!
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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
O encontro.
Outro dia, fui ler num café. Porém, após dar um ou dois goles na minha xícara, perdi totalmente a concentração. É que eu sofro do problema da pessoa da mesa do lado. É mais ou menos assim, quando tem gente bonita na mesa do lado, não consigo prestar atenção no que estou fazendo. E ao meu lado, sentou-se um belo sorriso tímido de lábios grossos, com olhos verdes, pele bem branca e cabelo bem preto. Não vem ao caso minha esbarrada proposital na mesa alheia para fazer a xícara de café recém posta derramar um pouco de seu conteúdo no pires, mas o importante é que um sorriso e um pedido de desculpas depois, estávamos engajados em uma ótima conversa que terminou com a troca de telefones.
Ontem, recebi uma ligação do número que anotei naquele dia e descobri que um jantar seria feito e que minha presença era requisitada. Tá certo que uma neurose em relação a dieta tem me controlado nesses últimos tempos, mas regime foi a última coisa que me passou pela cabeça quando aceitei o convite, ou quando parei pra comprar uma garrafa de chardonay ou quando dirigi até o endereço que tinha rabiscado numa folha de rascunho e procurado no Google maps.
Porém, a tal da neura da dieta atacou quando olhei para o pote de castanhas na mesa e para o copo de vodca martini, com a azeitona, que tinha recebido. O problema era: um jantar com um cardápio pra lá de engordativo. Espaguete carbonara, o que implica linguiça, bacon, creme... E sorvete para acabar. Não tinha muito como escapar porque a quantidade que comesse na ocasião certamente seria interpretada, por quem cozinhou, como um indicativo sobre se aprovei ou não de suas habilidades culinárias. Sempre poderia dizer que estava de dieta, mas além de ser um fato que não queria revelado, não acho que pegaria bem.
Mas acontece que estou adquirindo uma habilidade fantástica para essa coisa de regime. Assim que a comida chegou, assumi sua distribuição. Montei os dois pratos muito cheios, parecendo iguais, mas um com um pouco menos (mais empilhado para aumentar o volume). Peguei o menor pra mim e comecei a comer bem devagar. A conversa estava ótima e o vinho... Ninguém compra tão bem vinho barato bom como eu! Mas o truque foi: como os pratos estavam muito cheios, eu já sabia que nenhum dos dois comeria tudo. Como o meu tinha menos, a única coisa que precisei fazer foi igualar o tamanho da sobra! Jogada de mestre! E a sobremesa, de comum acordo, decidimos deixar pra depois de queimar as calorias recém ingeridas. Por sorte, não se falou mais em comida.
Ontem, recebi uma ligação do número que anotei naquele dia e descobri que um jantar seria feito e que minha presença era requisitada. Tá certo que uma neurose em relação a dieta tem me controlado nesses últimos tempos, mas regime foi a última coisa que me passou pela cabeça quando aceitei o convite, ou quando parei pra comprar uma garrafa de chardonay ou quando dirigi até o endereço que tinha rabiscado numa folha de rascunho e procurado no Google maps.
Porém, a tal da neura da dieta atacou quando olhei para o pote de castanhas na mesa e para o copo de vodca martini, com a azeitona, que tinha recebido. O problema era: um jantar com um cardápio pra lá de engordativo. Espaguete carbonara, o que implica linguiça, bacon, creme... E sorvete para acabar. Não tinha muito como escapar porque a quantidade que comesse na ocasião certamente seria interpretada, por quem cozinhou, como um indicativo sobre se aprovei ou não de suas habilidades culinárias. Sempre poderia dizer que estava de dieta, mas além de ser um fato que não queria revelado, não acho que pegaria bem.
Mas acontece que estou adquirindo uma habilidade fantástica para essa coisa de regime. Assim que a comida chegou, assumi sua distribuição. Montei os dois pratos muito cheios, parecendo iguais, mas um com um pouco menos (mais empilhado para aumentar o volume). Peguei o menor pra mim e comecei a comer bem devagar. A conversa estava ótima e o vinho... Ninguém compra tão bem vinho barato bom como eu! Mas o truque foi: como os pratos estavam muito cheios, eu já sabia que nenhum dos dois comeria tudo. Como o meu tinha menos, a única coisa que precisei fazer foi igualar o tamanho da sobra! Jogada de mestre! E a sobremesa, de comum acordo, decidimos deixar pra depois de queimar as calorias recém ingeridas. Por sorte, não se falou mais em comida.
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