Por Betina Serson
Os primeiros anos de vida de uma criança são críticos para um desenvolvimento saudável. E é muito importante que o desenvolvimento seja monitorado e observado: Como a criança usa o próprio corpo? Qual o tipo de interação que existe com os outros (pais, adultos e crianças)? Como a criança expressa sentimentos e reage a frustrações ou afeto? A criança parece mais jovem ou no mesmo nível de desenvolvimento das outras crianças da mesma idade?
O desenvolvimento infantil é marcado por estágios a serem atingidos em determinadas idades. Esses
estágios nos servem como guias para observarmos e sabermos o que esperar nas áreas: cognitiva, socioemocional, linguagem e coordenação motora fina/grossa. Através dessa observação
podemos reconhecer certos “sinais” em um desenvolvimento atípico. Quando conseguimos identificar algum sinal, essa criança tem de ser encaminhada para uma avaliação onde possa ser identificada a causa do problema.
Por exemplo, quando uma criança de três anos não consegue compreender simples instruções, o problema pode estar no desenvolvimento de linguagem. Uma criança que aos quatro anos com dificuldade de posicionar o corpo no espaço pode ter um problema no desenvolvimento motor.
Cada criança é um indivíduo e terá um desenvolvimento a seu próprio passo. Algumas crianças podem atingir os estágios esperados mais cedo ou mais tarde que outras, mesmo assim existe um limite de tempo para que as habilidades sejam desenvolvidas.
Como educadores, junto com os pais, podemos notar alguns “sinais’ de que o desenvolvimento não esta
seguindo o seu curso normal. É nossa responsabilidade profissional como educadores indicar uma avaliação.
Temos dois fatores que influenciam muito no desenvolvimento infantil: meio ambiente (ambiente ao qual as
crianças são expostas) e a herança genética/biológica (genes).
O material genético e passado dos pais pode incluir fatores neurológicos que limitam um desenvolvimento
infantil típico; da mesma forma o meio ambiente (incluindo exposição pré-natal a toxinas como álcool, drogas ou determinados vírus) pode limitar o crescimento e desenvolvimento. Em um mundo ideal, todas as crianças viriam ao mundo saudáveis e não afetadas por limitações, e cresceriam em um ambiente positivo que possibilitasse o desenvolvimento de todo o potencial de cada criança.
Sabemos que nem sempre é o caso e, como educadores, queremos fazer das nossas classes ambientes
propícios ao desenvolvimento das crianças, independentemente das suas habilidades. O ambiente inclui: como as classes são organizadas fisicamente, os materiais e as atividades escolhidos
para trabalhar, o clima emocional dentro da sala de aula, que propicie uma boa integração professor/aluno,
aluno/aluno, consistência de rotina e o relacionamento com as famílias.
Como educadores temos a responsabilidade de observar e considerar os “sinais”. As nossas crianças não estão isentas de apresentarem dificuldades de aprendizagem. Muitas vezes, a nossa parceria com os pais é mais facilitada e o encaminhamento mais fácil. Quanto mais cedo pudermos detectar os “sinais”, maiores possibilidades as nossas crianças terão de ter um desenvolvimento saudável.