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30.7.11

EXACTAMENTE

«O debate de ontem, no Parlamento, foi, genericamente, civilizado. Só isso, já é uma grande diferença.»

Pedro Santana Lopes

22.2.11

PREPARAÇÕES E EXPERIÊNCIAS


Vejo Pedro Santana Lopes muito preocupado com a falta de experiência e a "impreparação" de Passos Coelho. Em apenas alguns dias, sugeriu por duas vezes que Rui Rio, graças ao seu já longo desempenho autárquico, sempre seria, a título exemplificativo, "diferente". Sou insuspeito em relação a Passos (é o que há) mas parece-me que, salvo numa ou outra infelicidade de formulação, tem sido sensato. Não tem pressa o que quer dizer que talvez, e para variar dos derradeiros anos, esteja mesmo interessado em "preparar-se". Rio perdeu a sua oportunidade quando desistiu para Ferreira Leite depois de ter dito "sim" (para além disso não é certo que consiga "crescer" do Porto para o país). E Ferreira Leite passou como passou o próprio Lopes, tendo servido de pouca coisa a "experiência" de ambos na hora da verdade. Mal vai entretanto um partido que não consegue libertar-se da "síndrome trituradora interna" face a um opositor tenaz como Sócrates. E que persiste, pela voz "autorizada" de ilustres militantes, nos tirinhos de feira destinados ao pé.

15.2.11

NOTÍCIAS DA PERIFERIA DA GERMANIA



Boa pergunta, a de Medeiros Ferreira. Fora a parte da "confiança" porque se há alguma entidade política que, claramente, não merece pingo dela é o governo a quem foram (e estão a ser) dadas todas as condições para governar (o PSD até devia votar contra o BE em vez de se abster porque, como disse Passos, ainda é tempo de o PS governar). Quanto ao Bloco "de gauche", o famoso dia 10 de Março marcará o irreversível declínio desses herdeiros do PSR, da UDP e de meia dúzia de ex-comunistas despeitados. Qualquer esquerda que "confie" em gente desta laia, condena-se ao fracasso. Manuel Alegre, por exemplo, até pode explicar em livro como a mínima intimidade com o Bloco prega imediatamente o primeiro incauto a uma tábua.

Foto: Die Walküre, Wagner. Opéra Bastille, Paris. Junho de 2010.

8.8.10

A DIREITA E A CULTURA


Raramente levo a sério o que escreve António Guerreiro no suplemento "cultural" do semanário brasileiro Expresso, uma coisa que, no português acordográfico, se designa por Atual. Só que desta vez, Guerreiro, numa croniqueta intitulada Ao pé da letra, chama a atenção para a frase de uma tal Nilza que, parece, é vice-presidente do PSD. Nilza sustentou que «a cultura não pode ser uma entidade abstracta de elites, pensada para um nicho populacional e desagregada do interesse transversal de toda a população.» Louvando-se em Hans Magnus Enzensberger - Guerreiro nunca faz a coisa por menos - acaba por classificar a dita Nilza como "analfabeta secundária" (como se ele, às vezes, não fosse um funcional), no fundo alguém ao pé do qual o verdadeiro analfabeto se assemelha a uma "personagem venerável". E é assim porque Nilza privilegia a realidade demográfica - a "população" dos coretos e dos ranchos que tanto gozo "cultural" dão a presidentes de câmara como Rui Rio ou a ex-ministros com pézinhos para o folclore como Pedro Roseta? - da "massa" a, passo a citar, «divisões, a cesuras, a tropismos minoritários» que sempre escapam a «determinações culturais». Descontado o mambo-jambo do Guerreiro, a direita tem uma certa dificuldade em acertar na cultura quando a tutela ou sonha tutelá-la. O que não significa que a esquerda, sempre tão reverencial perante o "artístico" e o primeiro autor de uma qualquer enormidade premiada, faça melhor. A questão é prévia e tem a ver com o lugar que a política reserva à cultura. Quando tudo é cultura - recordou recentemente M. M. Carrilho no Festival de Almada - então nada é cultura. Em França, Malraux foi sempre o "número dois" de De Gaulle. Em alguns países da UE o ministro da cultura, ou equivalente, não é relegado na hierarquia do governo para o penúltimo ou o último lugar como em Portugal. É certo que, desde Carrilho, tanto faz. As noticias que me chegam da direita - tão eloquentemente traduzidas na frase de Nilza - evidenciam que o equívoco permanece. Se Sócrates menosprezou a coisa quer pela gente que escolheu e que permitiu escolher, quer pelo orçamento que reservou ao ministério, nada indica que a direita - o PSD e o CDS, ou o PSD sozinho já que os outros só "descobriram" a cultura no curto interregno de 2004-2005 pela mão dessa péssima tudóloga que é Teresa Caeiro -, atarantada, mal preparada e apenas à espera da tradicional distribuição de prebendas pelos "próximos" dos "próximos conhecidos", se consiga elevar. Dou um exemplo concreto. Há dias perguntaram a minha opinião acerca de um organismo concreto. Defendi a respectiva extinção. Resposta: "não pode ser porque esse é para mim". Estamos conversados.

28.9.09

OS NOSSOS E OS DELES OU OS TEMPOS DE CORRUPÇÃO MORAL


Cheguei a casa e, na televisão, vi Constança Cunha e Sá e Miguel Sousa Tavares. Estavam, por assim dizer, a fazer o "guião" daquilo que Cavaco vai dizer amanhã "à imprensa". E, naturalmente, a ajudar às pompas fúnebres de Ferreira Leite defendendo que Marques Mendes é que era bom. Mesmo assim, o escritor ainda conseguiu dizer uma coisa de jeito sobre o PSD. Só se vê coelhos a saltar da cartola, com um PSD em cada televisão, em cada esquina, a sugerir que "a seguir é ele". O mais óbvio, por causa dos interesses em jogo, é o Coelho de nome que não perdeu tempo em fazer avançar os seus peões de brega (e a sua extraordinária figura) cuja loquacidade política nunca desilude. Pois bem. É preciso fazer frente a este "socratismo" disfarçado, oportunista e negocista, que pulula dentro do PSD. E ao "socratismo" propriamente dito. Por isso decidi regressar ao partido com ficha assinada pelo José Pacheco Pereira. É a minha maneira de homenagear a decência da dra. Manuela Ferreira Leite numa altura em se aproximam tempos sombrios para o país. E lembrei-me de um texto do JPP sobre Boécio. «A resposta que a Filosofia dá a Boécio não é em si complexa e a essência que o "consolo" lhe traz é simples: Deus, a Providência e a Sorte não têm os mesmos caminhos terrenos e por isso podem parecer contraditórios na recompensa que dão aos humanos. Por isso, os maus podem parecer ter uma recompensa do seu mal. Mas vai mais longe e diz a Boécio que ele é verdadeiramente livre nos seus actos porque eles são independentes mesmo do prévio conhecimento que Deus tenha deles. Sendo senhor do seu destino, o que lhe estava a acontecer não tinha de necessariamente acontecer se não fosse a sua liberdade de escolher, e era para isso que os seus actos tinham valor para Deus e estavam para além da sua recompensa ou punição terrestre (...). Não sei se na dor da tortura o "consolo" da filosofia serviu de alguma coisa a Boécio. Provavelmente não. Mas o que levou esse homem antigo a, na sua cela, escrever para nós, permanece intacto na sua força e valor para estes tempos de corrupção moral. Por isso, ele é dos nossos.»

Foto: Ephemera

12.7.09

A MINISTRA QUE NÃO RASGA

A direita "intelectual" - Pacheco e Marcelo - babou-se para cima de Ana Jorge por causa da gripe. Ana Jorge não vale politicamente nada e alguém está a preparar, com um módico de bom-senso, as intervenções dela. Já Correia de Campos, até dada altura, tinha merecido a complacência de alguma desta gente. E acabou como acabou. Ana Jorge veio entreter até às eleições e, no que toca à gripe, limita-se a ser uma médica responsável. Daí a um ministro da saúde vai a distância das conveniências. Afinal, não se pode mesmo "rasgar" tudo.

29.3.09

QUEM BEBE PELO GARGALO COMPRA A GARRAFA


O dr. Portas pretende que a justiça vá até "ao fundo" no "caso Freeport". Jerónimo quer que a verdade "seja apurada". A dra. Manuela fala em "sucessão" de factos que torna "premente" o esclarecimento do tema. E Louçã também deve ter dito qualquer coisa. Isto significa que, à medida que o ano eleitoral avança, o "caso Freeport" também avança pelo ano eleitoral adentro na proporção inversa à velocidade com que avança na justiça. Não me parece avisado. O que a oposição deve fazer é julgar politicamente o governo e o seu chefe. Levar o "caso" para dentro da política é seguir o filão do congresso albanês do PS, ou seja, dar razões a Sócrates para se fazer de coitadinho, secundarizando o fracasso da primeira legislatura socialista em maioria absoluta. Acresce que, se no "caso Freeport" Sócrates é inocente até prova em contrário, já no seu desempenho como primeiro-ministro há muito que o deixou de ser. Ao centralizar na sua extraordinária pessoa o partido, o governo e a propaganda, Sócrates aceitou beber o cálice até ao fim. É isso que a oposição lhe tem de exigir perante um país mais devastado, mais deprimido e mais pobre do que há quatro anos. Quem bebe pelo gargalo compra a garrafa.

3.3.09

SARMENTO & SILVA

Excelente prestação do Nuno Morais Sarmento - para variar - num "frente-a-frente" na tvi24 com o não menos excelente trauliteiro de serviço, o sociólogo "malhadinhas" Santos Silva. Sobretudo a desmontar o "académico" cabeça de lista do PS para as "europeias", alguém que o país fora do "micro-cosmos" em que nos movemos (na política, nos media ou nos blogues) manifestamente ignora. Péssimo moderador, mas não se pode ter tudo.

21.2.09

"UMA ACÇÃO DE ANÚNCIOS"


«Não acha obsceno e chocante para as pessoas que o Governo continue a fazer grandes eventos de propaganda a propósito de tudo e de nada?
- Eu não só acho obsceno e chocante como acho que o Governo vai ter de ser confrontado com essa questão. Porque não é possível que os dinheiros públicos andem a ser delapidados em festas de propaganda. Eu acho que é algo sobre o qual o Governo terá de vir a dar explicações.
- É que não há um arrepiar de caminho. Todos os dias há mais situações.
- Não há um arrepiar do caminho. Ouça uma coisa. É que se não for isso não é nada. Eu percebo a posição do Governo. Este Governo vive à custa dos anúncios e se esses anúncios não têm um grande impacto e uma grande visibilidade então nós diríamos que não havia absolutamente nada. As pessoas ficam envolvidas e empolgadas, em algumas delas, simplesmente com os sound bites e os anúncios. Se não houver muito barulho com os anúncios no dia-a-dia percebe-se que não há rigorosamente nada. Nem mesmo estas medidas em relação ao apoio às empresas. Se nós falarmos com os empresários eles não sentem nada.
- É o que têm dito.
- Não sentem nada. Se não fosse o anúncio o que é que havia? Percebe-se que um Governo que vive à custa do anúncio invista muitíssimo e fortemente naquilo que é verdadeiramente a sua acção, que é uma acção de anúncios.»

Entrevista de Manuela Ferreira Leite ao Correio da Manhã, conduzida por António Ribeiro Ferreira

7.2.09

EVANGELISTAS

Louçã designou Sócrates como a oposição ao BE. É um "número político" quase tão curioso como o 69 que tanto impressionou, um dia, Mota Amaral. Todos, cada um à sua maneira, evangelistas.

17.1.09

PORTAS NO SEU LABIRINTO - 2

Já tínhamos o admirável Sócrates. Agora, pela voz de Ricardo Costa, o editor de política da SIC, o CDS/PP tem um "líder magnético". Por acaso, o dr. Portas até fez um bom discurso nas Caldas. Só que de retórica já estamos razoavelmente bem servidos. E clareza e verdade nos propósitos não são "minudências". Nunca - lembra o filósofo - há bom vento para quem não conhece o seu porto. Mesmo para chefes "magnéticos".

Adenda: «O CDS, que formou nesta legislatura o grupo parlamentar mais atarefado depois do PCP, avançou com princípios e políticas importantes, como a "redução fiscal" e o confronto com a "cultura de esquerda" do regime (...) Apesar da queda do PSD nas sondagens, o CDS não cresceu nem aumentou a sua influência. Toda a sua esperança se reduz a que não haja outra maioria absoluta. Mas de que lado estará então, entre o PS e o PSD? Teremos outra vez o CDS equívoco de António Guterres? Para o CDS, esta é mais do que uma questão de estratégia: é uma questão de identidade e de razão de ser.»

PORTAS NO SEU LABIRINTO


O congresso do dr. Portas, nas Caldas da Rainha, só interessa por dois motivos. O primeiro, é saber se o dr. Portas adoptou aquela extraordinária "estratégia" que valeu quatro por cento dos votos ao prof. Freitas do Amaral em 1991: a "equidistância". Um partido que anda permanentemente com o credo da direita na boca, deixar-se-á, por mero oportunismo, deslumbrar pelo admirável Sócrates no caso de os portugueses o não acharem, afinal, assim tão admirável? O segundo, chama-se Pedro Santana Lopes. Só existe um candidato da não esquerda e da direita à CML e é, por acaso, ele. A mínima pusilanimidade a este respeito significa António Costa, o prosador oficial de Sócrates. O resto é jogo floral.

15.1.09

O QUE É QUE PORTAS DEBATE

«Quando se fala num eventual debate entre o primeiro-ministro e a líder do PSD, tenho dificuldade em imaginar o que discutiriam...», disse o dr. Portas à Visão. Em compensação, sabemos o que é que o dr. Portas e o eng. Sócrates já discutiram para depois das eleições deste ano. Não é verdade, dr. Portas?

7.1.09

SEM MUNDO

Manuela Ferreira Leite desafiou o "querido líder" para um debate sobre o "estado da nação". Respondeu-lhe o ajudante Santos Silva, um homem treinado no MES durante o PREC. Que não, evidentemente. Pessoas como o "querido líder" falam para dentro e do mesmo. O mesmo dele é, por exemplo, a banda larga e "novas gerações" de computadores. Coisas que mais falta fazem àqueles que vão sofrer mais intensamente a recessão que ele comenta como algo a que nunca tinha assistido na vida. Uma vida sem mundo.

24.10.08

O VELHO PORTAS

O dr. Portas apareceu "cheio" dos seus votos nos Açores. Chamou-lhe "sondagem". Ficou tão contente que até antecipou o congresso do PP. Ora o "continente" não se mede pelos Açores. Portas, por mais congressos que faça, será sempre o mesmo Portas, em 2009, nas outras eleições. O velho Portas.

20.10.08

MANUELA, SEGUNDA VIA

Constança Cunha e Sá, uma alma nobre e generosa, regressa às entrevistas na TVI com uma "reprise", a dra. Manuela Ferreira Leite. Boa noite e boa sorte.

11.10.08

CIRCUNSTÂNCIAS OCORRENTES


A dra. Ferreira Leite ressuscitou provisoriamente e encarnou em Tondela. Daí derramou umas trivialidades sobre a economia e a crise financeira mundial. No mesmo dia, Menezes, o eterno morto-vivo, escrevia mais um artigo "demolidor" num jornal, artigo esse ao qual as televisões (pelo menos a RTP, naturalmente) deram a devida atenção. Menezes - que "não foi lá" - acusa Manuela de "não ir lá". Concordo mas por motivos inteiramente distintos dos do melancólico autarca. Ou seja, não penso que seja por culpa estrita da senhora. É apesar dela e não exclusivamente por culpa dela. "Apertado", adormecido e assustado, o país tenderá sempre a preferir o que está da mesma forma como se aprecia ver na rua o polícia de giro. Sócrates, aliás, foi berrar aos Açores que as eleições regionais domésticas são apenas as primeiras de um "ciclo" que ele tenciona encerrar, brilhantemente e no meio da maior indiferença, daqui a um ano. Não sabemos se Ferreira Leite (ainda) lá estará nessa altura. Na verdade, é mais fácil Santana Lopes ser candidato em Lisboa do que a líder no país.

22.8.08

O NADA CENTRAL

«(...) Passaram seis meses e ainda não sabemos o que pensa o PSD sobre assuntos que a todos dizem respeito: crescimento da economia, crise política internacional e o reacender da guerra fria, controlo de grandes empresas portuguesas pelo Estado angolano, reforma das leis laborais, TGV, auto-estradas, barragens... Acabámos de ver um anúncio de grande vitória por a economia ter registado um crescimento anual de 0,9 por cento, no ano terminado em Junho. Reacção da oposição: discurso de circunstância e mais nada. De facto, a economia, fruto das reformas já realizadas, comportou-se melhor do que no passado recente, quando a economia europeia desacelerou. Mas, mesmo assim, o resultado deste trimestre mostra que a meta (ou será previsão?) de 1,5 por cento de crescimento para este ano está definitivamente afastada para aqueles que alguma vez quiseram acreditar. Para tal acontecer no segundo semestre o crescimento teria, necessariamente, que se situar acima dos 2 por cento, o que é impossível. A oposição, e o PSD em particular, disse: nada. Mesmo a previsão do Banco de Portugal, de 1,2 por cento, será dificilmente alcançável, pois a economia, neste caso, teria de crescer no segundo semestre a 1,4 por cento. Não é impossível, mas é improvável. Quanto ao pacote em discussão pública sobre legislação laboral, a oposição do PSD disse nada. Pelo menos que se ouvisse. O Estado angolano tem vindo a tomar conta de empresas do sistema energético e financeiro nacional. As dúvidas são pertinentes. Primeiro, a privatização de grandes empresas não tem como objectivo serem nacionalizadas por outro Estado, seja ele qual for. Segundo, no caso concreto, é um Estado não democrático e que não segue as regras do mercado na sua intervenção pública. Terceiro, as empresas portuguesas em Angola têm sofrido pressões públicas inadmissíveis para venderem parte do capital à nomenklatura, por preços por ela determinados, naturalmente, e com chantagens claras e credíveis. Em conclusão, será que os portugueses consideram razoável que empresas críticas ao regular funcionamento da nossa economia fiquem nas mãos do Governo angolano? Sobre isto o PSD nada disse. Eu pelo menos nada ouvi ou li. Nos grandes projectos o PSD disse ter dúvidas e precisava de ver os estudos. Até aqui tudo bem, mas é pouco. Por um lado, já houve um milhão de portugueses (incluindo eu próprio) a fazer tal exigência. Por outro, é preciso dizer, caso a caso, o que pensa sobre o assunto. Quais os projectos em que não têm informação suficiente? Quais os que são para adiar ou para não fazer de todo? Quais os critérios de selecção? Sobre tudo isto o PSD disse: nada. Quando o Governo lança o primeiro (e pequeno) troço do TGV, da Margem Sul à margem mais a sul, o PSD nada disse. Ora, este pequeno facto torna irreversível a realização do TGV até Badajoz, o PSD disse: nada (...).

Nota: Este texto é parte do artigo do prof. Luís Campos e Cunha, publicado no Público, e é, aparentemente, dirigido ao PSD. Não "contra" o PSD, mas contra a "forma" como o PSD (não) faz oposição. De resto, é um texto crítico do governo - nas áreas fundamentais, só faltando a "administração interna" e a "segurança" que não existem - escrito por aquele que foi o primeiro ministro de Estado e das finanças de Sócrates. Sublinhados meus.

17.7.08

SITUAÇÕES

Numa coisa assiste razão à líder do PSD. O governo, o PS e os seus papagaios de papel dirigem-se a Ferreira Leite como se ela fosse a chefe do governo ou o como se o PSD fosse o "governo-sombra" do próprio governo. Faz lembrar os primeiros meses de Guterres, em 1995. Para eleger Jorge Sampaio contra Cavaco, estas mesmas almas "fingiam" que ainda não eram governo e que Cavaco representava o lado mau do que "estava". Estes agora "fingem" que já não são governo para as "questões duras" e que são proto-modernos para as "questões moles", como, por exemplo, o "urgente" tema do género. Vamos ter muito disto até às eleições. Ferreira Leite "transformada" no que não é e a "situação" a fingir que é outra coisa qualquer, precisamente "oposta" a tudo o que Ferreira Leite for. Sucede que Ferreira Leite ainda não é e eles são. São e estão. E não sei o que é mais perturbador. Se o silêncio de Ferreira Leite ou se a estéril histeria da propaganda de um país que não existe.

18.6.08

A DIREITA CENTRAL


Este artigo do Francisco Almeida Leite lança o anátema do "bloco central" à cabeça de Manuela Ferreira Leite. É previsível que, ao lado dela, depois de Guimarães e com a excepção de Santana Lopes, apareçam muitos dos que constituíram a "nova esperança" dos anos oitenta. Recordo que, para além de "rampa de lançamento" de Cavaco, na Figueira, a "nova esperança" representava a alergia interna ao "bloco central" então no governo. Por exemplo, o que pensará o comentador de futebol Marcelo Rebelo de Sousa (que fez parte da "nova esperança") dos "consensos alargados" da dra. Manuela, a "social" dra. Manuela, nas palavras do referido comentador que acumula o futebol com a política e a literatura infantil? É que falar em "consensos alargados" significa que Sócrates continua a mandar e que o PSD não disputa precisamente esse mando. Pelo contrário, até pode, a bem da nação, dar uma ajudinha. Quem é que falou em direita?