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19.1.12

COISAS QUE IMPORTAM

«Foram já alcançados progressos significativos na execução da agenda de transformação estrutural. Tal foi confirmado na segunda avaliação da missão da UE-FMI-BCE, que concluiu que o programa de reformas estruturais está globalmente no bom caminho. Desde essa data foram tomadas medidas adicionais de grande importância. Em algumas áreas, como na reforma do mercado de trabalho, fomos inclusive além dos compromissos assumidos no Programa de Assistência Económica e Financeira. Permitam-me referir algumas das iniciativas mais importantes adoptadas desde o início do Programa:

• Os direitos especiais doo Estado e as golden shares foram eliminados. A privatização da EDP foi concluída no final de Dezembro de 2011 (um pouco antes do prazo estabelecido) com a entrada de um grande investidor estratégico internacional – a China Three Gorges Corporation – que adquiriu 21,35% do capital social da empresa. A receita da privatização ascendeu a 2,7 mil milhões de euros (o que representa mais de metade do montante total de receitas do pacote de privatizações previstas nos Memorandos do programa MEFP/MoU). A operação decorreu de acordo com os mais elevados padrões de equidade e transparência. O processo para a privatização da REN está no bom caminho para a conclusão em Fevereiro de 2012. Estas duas operações, que tiveram lugar em condições particularmente adversas, são exemplos claros da competitividade real da economia portuguesa hoje.

• A reestruturação do sector empresarial do Estado está também em curso. Pretende-se com a reestruturação ajustar a dimensão do sector público de modo a assegurar a prestação de serviços essenciais à população, garantindo ao mesmo tempo a sustentabilidade financeira das empresas. A reforma é muito abrangente e contempla a redução do número de empresas públicas, a privatização e/ou a concessão, a harmonização das regras de governo das sociedades e de reporte de informação, a adopção de rigorosos mecanismos de controlo e correcção e diminuir o pesado encargo da dívida. O plano estratégico para o sector dos transportes representa um dos elementos mais relevantes do plano de reestruturação, dado o peso relativo das empresas deste sector. O objectivo é garantir o equilíbrio operacional até ao final de 2012, estando já a ser tomadas as medidas necessárias para tal.

• Um outro passo de grande alcance foi o acordo de concertação entre o Governo e os parceiros sociais sobre Crescimento, competitividade e emprego (assinado ontem). Este acordo ilustra uma vez mais o grau de consenso em Portugal em torno do Programa de Ajustamento. O acordo é muito importante. Em primeiro lugar, porque incorpora um vasto conjunto de alterações estruturais, em particular no mercado de trabalho, que irão contribuir para melhorar a competitividade da nossa economia. Em segundo lugar porque permite que isso seja feito num contexto de diálogo social e mostra que muito pode ser alcançado através da acção colectiva voluntária. Devemos orgulhar-nos desta capacidade.

• No que diz respeito à melhoria do quadro de desenvolvimento da actividade empresarial, a reforma do sistema judicial tem um carácter prioritário. Foi apresentado um conjunto de medidas concretas para acelerar a resolução das pendências em tribunais. Foi aprovada a Lei da Arbitragem para facilitar a resolução extrajudicial. Foi apresentada uma proposta de alteração do código da insolvência e recuperação de empresas, com enfoque na celeridade, simplificação e criação de uma fase extrajudicial de recuperação de empresas. Está já em fase de conclusão a proposta de revisão da Lei da Concorrência - harmonizada com o quadro jurídico da UE e que reforça o poder da autoridade da concorrência. Além disso, o novo tribunal especializado em concorrência, regulação e supervisão está prestes a entrar em funcionamento.

Portugal enfrenta uma grave crise económica e financeira. Esta crise é o resultado de desequilíbrios macroeconómicos e financeiros e de fragilidades estruturais acumuladas durante mais de uma década. O endividamento do sector público e do sector privado não financeiro atingiu níveis insustentáveis. O ajustamento da economia portuguesa é, por conseguinte, inevitável. Neste contexto, o Programa de Assistência Económica e Financeira dá-nos condições para uma correcção ordenada destes desequilíbrios e para recuperar a credibilidade dos mercados financeiros . Com os três pilares do Programa - consolidação orçamental, estabilidade financeira e reformas estruturais – Portugal será capaz de eliminar os seus desequilíbrios macro económicos e criar condições para um crescimento sustentado e para a criação de emprego . Não tenho dúvida que um ajustamento ordeiro é no melhor interesse de Portugal. »

Vìtor Gaspar, 19.1.12

4.1.12

DECÊNCIA


Álvaro Santos Pereira - fora do ruído habitual e alheio a provocações - está a trabalhar, livre de obsessões "curto-termistas", no contexto complexo que assola a economia portuguesa. É bom que assim seja. Os problemas não se resolvem com espectáculo. Resolvem-se com seriedade, discrição e decência. É o caso.

23.12.11

DE COMO AJUDAR A DAR CABO DA CP


«Um sindicato de maquinistas de comboios, em prepotente manifestação de abuso de poder, mais uma vez decidiu fazer greve num período sadicamente escolhido para maximizar o prejuízo de quem, no final, lhes vem pagando o salário. Nomeadamente com impostos. Uma violência fomentada por pequenos ditadores de ocasião a quem se vai permitindo praticar todos os abusos. Da lei e das pessoas. Os grandes ditadores fazem-se desta massa.»

Pinho Cardão

22.12.11

FACTOS E FANTASMAS

Estou-me nas tintas para "comentários". Prefiro factos. Ora os factos (não promessas) mostram que no processo "edp" houve clareza, cumprimento de prazos e da lei e rigor técnico sem concessões ao porventura tomado como "correcto". O país demonstrou que não está refém da crise europeia e que concebe conceitos estratégicos alternativos simultaneamente em consonância com a sua história e com a contingência. Financeiramente, Portugal "encaixa" € 2.693 e, a final, entre este valor, a compra de acções e o refinanciamento da empresa pode arrecadar cerca de oito mil milhões de euros. Depois, tratou-se da proposta mais elevada (superior em 156 milhões de euros em relação à segunda melhor proposta, a alemã) e do melhor projecto industrial para o investimento na Europa e no continente americano já que a E.ON "centrava-se" na Península Ibérica. Está todavia garantida a "identidade do património" através da manutenção da sede em Portugal e da preservação dos actuais negócios. Finalmente, e porque há regulação, não há aumento de tarifas junto dos consumidores. As coisas são o que são. O que elas não são é fantasmas que pululam em certas cabeças tagarelas.

15.12.11

AO CUIDADO DO DEPUTADO PEDRO NUNO SANTOS

«A dívida instalou-se na cultura ocidental, e de um modo cada vez mais constante e avassalador, desde que se privilegiou de um modo absoluto a relação com o futuro, concebendo-o como um horizonte que acolhe e compatibiliza todas as promessas e expectativas, por mais contraditórias ou inviáveis que fossem. Foi isso que, antes de todos, percebeu Nietzsche, o mais visionário dos filósofos do século XIX. Foi no segundo ensaio do seu livro A Genealogia da Moral, de 1887, que ele perspicazmente sugeriu que a sociedade não resulta da troca económica (como pensaram A. Smith ou K. Marx), nem assenta na troca simbólica (como viriam a defender as perspectivas antropológica ou psicanalítica), mas que ela se organiza a partir do crédito. Ou mais precisamente, da relação credor-devedor. A grande intuição de Nietzsche foi a de que é a assimetria entre o crédito concedido e a dívida assumida que, desde os seus primórdios, está no fundamento de toda a vida social, antes mesmo da produção e do trabalho. Destacando a proximidade, em alemão, entre o conceito de dívidas (Schulden) e a noção de culpa (Schuld), Nietzsche defende que a chave da organização da sociedade se encontra na sua capacidade para fabricar homens capazes de prometer, e nos seus múltiplos mecanismos para obrigar a honrar as promessas feitas. Teria sido esta a origem da memória, que seria o lugar do mais remoto aparecimento da consciência individual, e nomeadamente dos sentimentos de medo, de má consciência ou de culpabilidade.»

M. M. Carrilho

16.11.11

FAZER O QUE É PRECISO FAZER



Com um abraço especial para o trabalhador incansável e para o patriota que é o Carlos Moedas.

23.10.11

PÁRE, ESCUTE, OLHE

22.10.11

OS "MONSTROS"


«Se o Estado português quisesse resgatar todas as concessões, e pagar, a preços de 2012, todos os investimentos que contratou através do modelo de parceria público-privada (PPP), precisaria de alocar 15,7% de toda a riqueza nacional produzida durante esse ano. Ou seja, toda a actividade produtiva conseguida durante os primeiros dois meses do ano teria de ir directa para pagar uma factura que ultrapassa os 26 mil milhões de euros, e onde as concessões rodoviárias assumem um peso de quase 80%. Mas se a factura é desde já muito pesada, uma das poucas conclusões que se pode retirar do relatório entregue pela Direcção-Geral de Tesouro e Finanças (DGTF) à troika, de acordo com o calendário imposto pelo memorando de entendimento, essa factura só pode piorar, dado os "riscos significativos" que o Estado assumiu em alguns contratos de PPP. Neste relatório, a DGTF limita-se a fazer uma primeira análise aos contratos de PPP já em vigor (22 em fase de exploração e 14 em fase de construção). As conclusões e as recomendações deverão aparecer mais tarde, até Março de 2012, altura em que "uma empresa de auditoria internacionalmente reconhecida" irá produzir um novo relatório, com o acompanhamento do Instituto Nacional de Estatística. Durante os próximos quatro anos, e num período crucial de contas públicas, os encargos previstos com as PPP vão absorver cerca de 1% do PIB. No relatório da DGTF, é feita a previsão dos gastos durante a execução dos contratos, bem como uma análise das respectivas matrizes de risco. É pela análise dessas matrizes de risco, e onde se demonstra como é que ele está distribuído entre o parceiro público e o privado, que se percebe as fragilidades a que está sujeito o Estado. Essa matriz de risco surge particularmente desequilibrada nos contratos de PPP no sector dos transportes, já que assentaram em modelos de project-finance, em que os privados assumiram o financiamento do projecto, com base em projecções de procura (número de veículos que passam em cada quilómetro de estrada, ou número de passageiros que frequentam os transportes ferroviários), projecções de taxas de juro e previsões de rentabilidades que, lê-se no relatório, são "substancialmente optimistas" e que se revelam "desactualizadas, especialmente face à actual conjuntura económica". Tendo como boas essas projecções optimistas, o relatório da DGTF refere que, quando introduzidas nas contas as previsões de receita estimadas nesses contratos, o valor dos encargos líquidos totais seria de 15,1 mil milhões de euros, ou seja, 8,8% do PIB previsto para 2012. Os privados assumiram o financiamento dos projectos com base numa série de pressupostos que o Estado tem vindo a alterar, sobretudo no sector rodoviário, e que agravam esta factura. No ano de 2010, essa derrapagem chegou aos 28%, com o Estado a pagar mais 200 milhões de euros do que tinha previsto, para acomodar pedidos de reequilíbrio financeiro entregues pelas concessionárias - a maior desta factura foi para as concessões em portagem real da Ascendi, do grupo Mota-Engil, e que passaram a ser remuneradas em rendas por disponibilidade. Este acordo foi feito no âmbito da negociação para a introdução de portagens em três Scut, que estão em vigor há já um ano, duas das quais deste grupo (Costa de Prata e Grande Porto). Há ainda quatro auto-estradas Scut para introduzir portagens, e outros projectos que estão em reavaliação, como a PPP em Alta Velocidade entre Poceirão e Caia, ou que vão entrar em renegociação, depois de o Governo ter anunciado a intenção de cortar no investimento em todas as subconcessões. Também por isso, diz a DGTF, o resultado dessas renegociações terá, no futuro, impactos financeiros e no risco para o concedente e/ou concessionária, o que implicará alterações de dados constantes no relatório. E, se aumentam os custos, também poderão diminuir as receitas que foram contabilizadas nesta análise da DGTF, já que a conversão das Scut em vias com cobrança de taxas de portagem ao utilizador trará uma expectável diminuição do tráfego.»

«Os encargos do Estado com as PPP na Saúde vão ultrapassar os quatro mil milhões de euros até 2041. De acordo com o relatório do Ministério das Finanças, só o custo dos seis projectos já contratualizados atinge os 3983 milhões de euros. Mas este valor não abrange os gastos dos futuros hospitais de Lisboa Oriental e Central do Algarve, que ainda estão em fase de concurso. De acordo com as contas do PÚBLICO com base nos dados que constam no documento, o hospital de Braga - cujo concurso foi ganho pelo consórcio liderado pela José de Mello Saúde (JMS) e já está em funcionamento - é o que irá absorver a maior fatia, com um total de 1272 milhões de euros até 2039. A seguir, surge o de Loures - adjudicado ao grupo BES por 86 milhões de euros e com conclusão prevista para 2012 -, com 1130 milhões até 2040. O futuro hospital de Vila Franca de Xira, ganho também pela JMS, irá representar um encargo de 830 milhões até 2041 e o novo de Cascais, inaugurado em Fevereiro com a gestão da HPP (grupo CGD), custará 681 milhões até 2038. O modelo de PPP destas unidades abrange a construção e manutenção da infra-estrutura e a gestão clínica do hospital. Já em relação aos hospitais de Lisboa Oriental e Central do Algarve, o objecto concursal abrange apenas, e ao contrário do inicialmente previsto, a vertente da infra-estrutura hospitalar e serviços complementares.»

Jornal Público, 22.10.11

20.10.11

2040


Quando os actuais, antigos e futuros funcionários públicos, pela natureza das coisas, já tiverem passado todos ao Oriente Eterno, ainda a conta das PPP custará aos sobreviventes cerca de 500 milhões de euros por ano. É em 2040. Por agora, custa a cada um de nós dois mil euros o que quer dizer que, para quem os mantém, um, dois ou três subsídios de natal ou de férias (consoante o que aufere, reformado ou activo), e para os outros (aqueles cujo nome não pode ser pronunciado), uma, duas ou três pensões ou outros tantos ordenados dos chorudos que auferem. Em 2012. Também em 2012, pelo sim, pelo não, o sector empresarial do Estado tem "acomodados" 6,4 mil milhões de euros no OE. Aguardemos, pois, por 2040.

19.10.11

NOTÍCIAS DO "BLOQUEIO"

O meu amigo E. Freitas, ilustre quadro da CP, deveria rever rapidamente o seu conceito de "força de bloqueio".

11.10.11

O "ERRO DE CÁLCULO"

Para se perceber como é que chegámos até aqui, é preciso "somar" algumas parcelas - esta é uma delas. E ter a perfeita noção que «se escondeu informação e se enganou a opinião pública» porque «a acreditar nos dirigentes nacionais [e em um número infinito de papagaios que persistem papagaios], vivíamos, há quatro ou cinco anos, um confortável desafogo.» Não vivíamos. Nem vivemos ou viveremos tão depressa. Começa a entender-se. Começa a ter de se dar nomes e responsabilidades às coisas.

1.10.11

OS DOUTORES DULCAMARA




«Os economistas e espécies análogas, com a sua incerta ciência e a sua prática de explicar o inexplicável, têm feito muito mal ao mundo. A crise, infelizmente, multiplicou a espécie ou, pelo menos, fê-la sair dos buracos universitários e outros por onde andava escondida, escrevendo livros e artigos que ninguém lia ou a que ninguém ligava. Agora, pontifica pela televisão e pelos jornais, onde vende opiniões com a convicção com que antigamente os boticários e os médicos vendiam ervas para doenças incuráveis. O público, aterrorizado, ouve e acredita e não pergunta por que razão aqueles sábios dizem isto em vez daquilo ou, mais precisamente, porque ainda se atrevem a dizer seja o que for, quando, com toda a sua erudição e importância, nos levaram a um enorme desastre, que era seu dever evitar. O único que nos preveniu, durante anos e com a força que as circunstâncias mereciam, acabou por ser o dr. Medina Carreira. Ora, Medina Carreira, para a gente que se acumulava nos bancos, nas universidades e no Estado (quando não nos três sítios ao mesmo tempo), era um excêntrico e um desequilibrado e não se devia manifestamente tomar a sério. Não que os números que ele mostrava e tornava a mostrar à populaça estivessem errados ou que os sarilhos que ele anunciava não se começassem a aproximar a olhos vistos. De maneira nenhuma. Só que os srs. economistas achavam, e continuam a achar, que não se deve perturbar, e menos assustar, uma entidade angélica a que chamam os "mercados". Até ao dia em que os "mercados" os perturbam e assustam a eles, querem "confiança" e mais "confiança". Mas como ir buscar essa tão recomendada confiança a génios que deixaram um país pobre e desgovernado como Portugal acumular milhares de milhões de dívidas, que jamais poderá pagar? Não existia lá nos livros um capítulo sobre o assunto?»

Vasco Pulido Valente, Público

30.9.11

AS COISAS SÃO O QUE SÃO


«A informação hoje conhecida [desvio nas contas do primeiro semestre] é afectada de forma significativa, mas não determinante, pelas questões relativas às contas da Região Autónoma da Madeira. “A revisão [tendo em conta a Madeira] é da ordem dos 100 milhões de euros”, referiu, salientando que “o contributo da Região Autónoma da Madeira para esta informação nova do segundo trimestre é muito pequena”.» Em suma, «o problema da Execução orçamental em 2011 não se resume à Madeira, sendo que 80% do problema identificado tem uma origem diferente, como seja o aumento das despesas em remunerações certas e permanentes, despesas em bens e serviços e outras rubricas.»

Vítor Gaspar, 30.9.11

19.9.11

AS COISAS SÃO O QUE SÃO

No meio do ruído, um post sereno do Fernando Martins. «Nada pior poderá acontecer (embora já esteja a acontecer), económica e politicamente, para a Madeira, para Portugal, para Europa e, já agora para o mundo, do que andar por aí a fomentar egoísmos mascarados de seriedade, de eficiência e até de xenofobia, mas que na verdade não passam de estrénuos sintomas de esperteza saloia típicos de cabeças que estão convencidas que o mundo não só começou ontem, como, e sobretudo, não é como é mas sim como devia ser.»

17.9.11

DO TEIXEIRISMO AO GARCISMO


Percebe-se o argumentário mas, quer num caso quer no outro, não há grande margem de tolerância. Aquela trivialidade de não haver dinheiro é mesmo e só não haver dinheiro. Não há "contabilidade" mais ou menos criativa que escape a esta bruta evidência, venha ela de professores universitários do Porto ou de antigos funcionários dos impostos regionais.

31.8.11

REALISMO

Moral de uma "história" contada numa hora e meia: o que é insustentável não será mais sustentado. Isto é não apenas um "corte" financeiro real como um corte epistemológico com determinados temores reverenciais e corporativos. Primeiro estranha-se mas depois entranha-se.

28.8.11

PRINCÍPIO, MEIO E FIM

«Leio sempre com muita atenção Miguel Cadilhe. Desde o tempo dos Reformadores. Desta vez trata-se da sua proposta sobre o lançamento de um imposto extraordinário sobre as grandes fortunas, fora do quadro do IRS. Tem a vantagem de ter princípio, meio e fim. E de não ter ido a reboque dos afortunados filantrópicos.»

Medeiros Ferreira, Córtex Frontal


«Os nossos ricos nunca se distinguiram pela sua riqueza, nem aliás (tirando meia dúzia de excepções) por qualquer virtude económica ou cívica. Não criaram empresas, não fizeram o menor gesto filantrópico (fora o velho Champalimaud), náo intervieram inteligentemente na vida do país. E, quando as coisas se tornavam complicadas, em geral fugiam.»

Vasco Pulido Valente, Público

24.8.11

SARKOZY E O PRINCÍPIO

Isto não é exactamente uma má ideia. O famoso princípio da igualdade postula que o igual seja tratado de forma igual e o diferente de forma diferente. E Sarkozy, não se tendo propriamente revelado grande coisa enquanto presidente da França e dirigente europeu, nem sequer pode ser tido por um tipo de esquerda.