(Continuação daqui)
VI. Lealdade
Em 30 de Dezembro de 1930, faz agora 94 anos, o presidente da República portuguesa era um militar, o general Óscar Carmona. Nesse dia, na cerimónia da imposição das insígnias da Grã-Cruz de Cristo ao governador militar, brigadeiro Daniel de Sousa, Salazar proferiu um discurso consagrado às virtudes militares. Entre outras, destacou a Lealdade.
Depois de se referir à força como característica central da função militar, no sentido em que são os militares que detêm, em última instância, o monopólio da força que pertence ao Estado, Salazar disse assim (ênfases meus):
"A força, que é força, e não violência é, em si mesma leal, quer dizer, verdadeira, clara e sincera. Notai que a força marcha ao som dos clarins - anuncia a sua presença.; a força faz rebrilhar ao sol as suas armas - expõe à vista os seus meios de ataque; a força comanda em voz alta - sabem-se em volta as suas intenções.
"Na sua estrutura íntima a força não é um simples aglomerado de homens, é um organismo em que é indispensável união, colaboração, solidariedade; a lealdade, na força, é necessária para a certeza de que cada órgão cumprirá, em cada momento, o seu dever. Por isso, não pode haver nela intriga, desunião, desconfiança mútua; ciosa como é, a força tem de expulsar de si, como corpos mortos, os elementos que lhe não pertencem de alma, e cujo coração não pulsa ao ritmo do seu.
"A lealdade é a verdade do sentimento: é impossível ser desleal sem mentir à consciência, sem ludibriar a confiança alheia. Por essa razão, a força não comporta conciliábulos nem combinações secretas: ela bate-se de frente, é desleal atacá-la pelas costas"
(Continua acolá)
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