Esta Senhora chama-se Aung San Suu Kyi.
É prémio Nobel da Paz, mas não é por isso.
Outros já o receberam e, se o mereceram, então também a Academia Sueca os merecia a eles.
Tem um rosto.
Margareth Tatcher, Madeleine Albraigt, Hillary Clinton têm caras. Suu Kyi é diferente.
Já vi rostos como o de Suu Kyi. Não muitos.
A Audrey Hepburn, por exemplo.
Lembram-se do seu rosto, vincado pelos anos, muito longe já da ingénua Natacha de Guerra e Paz? Lembram-se daquele corpinho frágil, devorado, intenso e sereno?
E tão bonita, no entanto.
Teria os seios caídos, magros, esvaziados. A pele, na barriga far-lhe-ia pregas descendentes. O cancro devorava-lhe já as parcas entranhas.
E tão bonita, no entanto.
Quando penso em Free Burma, é em Aung San Suu Kyi que penso. Quero-a livre, a passear pelas ruas de Rangoon, que imagino semeadas de pequeninas lojas e muitas, muitas casas de chá. Para viver serena e apaixonadamente. Para viver como quiser.