Do
amor impossível diz-se invisível sua inevitabilidade
Como
te dizer deste amor intransparente, que, sendo evidente, visível não é
Como
incandescer tal translúcida chama
O amor
é sempre imprevisto, sempre surpreendente, sempre-sempre indeclinável
Como negar
a incerteza que se oculta na tua necessidade
Sinto-te
num sonho profundo, memória num tempo-porvir, espera sem sequer suceder
Do
amor impossível diz-se visível sua impossibilidade
Da
descrença e das suas invisibilidades ocupam-se os passos das sombras
Num
desvendar de névoas desnudo tua claridade, corpo-contraluz contendo minha densa
escuridão
Do amor impossível digo ser visível sua inevitabilidade
Como contradizer
este luminar sentir
Como extrair a rara luz da luz exacta
Olá, Filipe.
ResponderEliminarO amor impossível, mas inevitável. Talvez não seja para contradizer...
abç
Impossível é não ficar emocionada diante de um poema com
ResponderEliminaruma dimensão descritiva magistral que nos envolve e embala
na beleza melódica e na ímpar inspiração de um tema (sentir)
que com este teu poema ocupa um lugar raríssimo na
contra-mão da mediocridade, um poema extraído da luz exata
inscrito e refletido de infinitude...
Adorei, Filipe!
Bjo.
Para quê contradizer o amor? ;)
ResponderEliminarAbraço
Queremos sempre o inalcançável
ResponderEliminarO indecifrável
Como explicar que a chama pode ser “vendaval”?
Explosão
Luz
É sempre imprevisto o tempo que está por chegar
É sempre sonho
Inegável
Inegável que um jardim pode florir em escuro lugar
Do impossível digo, Claridade
Sempre um prazer, ler-te
Beijinho
Do Amor Impossível
ResponderEliminarUma abordagem muito interessante !género dissertativo) à temática do amor, no que à sua invisibilidade diz respeito; na verdade, como todos os sentimentos, o amor sente-se e, por si só, será invisível; serão os gestos, as palavras, os silêncios (…) que o farão visível.
Admirável jogo de palavras, conferindo musicalidade, sustentando, a par, a beleza formal. Depois, as tuas perguntas retóricas a baralhar o leitor deixam a mente a matutar… Mais um deleite!
Bjo, meu amigo :)