Do
amor impossível diz-se invisível sua inevitabilidade
Como
te dizer deste amor intransparente, que, sendo evidente, visível não é
Como
incandescer tal translúcida chama
O amor
é sempre imprevisto, sempre surpreendente, sempre-sempre indeclinável
Como negar
a incerteza que se oculta na tua necessidade
Sinto-te
num sonho profundo, memória num tempo-porvir, espera sem sequer suceder
Do
amor impossível diz-se visível sua impossibilidade
Da
descrença e das suas invisibilidades ocupam-se os passos das sombras
Num
desvendar de névoas desnudo tua claridade, corpo-contraluz contendo minha densa
escuridão
Do amor impossível digo ser visível sua inevitabilidade
Como contradizer
este luminar sentir
Como extrair a rara luz da luz exacta