08 junho 2007
Este anúncio é vos apresentado pelo Telejornal.
Não sei se estou sozinho nisto que vou dizer, mas quantas vezes ouviram nos últimos tempos “É pá, por acaso viste aquele anúncio onde o...” e ficaram completamente às aranhas sem saber o que dizer?
Até agora, evitar a televisão era uma coisa que não me custava. Ninguém se importava se eu sabia o que o Sinhôzinho Malta tinha dito à Porcina ou quem tinha sido o convidado do Fialho Gouveia no Zip Zip. Mas agora os anúncios estão na berra e quando toda a gente fala deles, faço figura de Neandertal.
Vou usar esta expressão, mas só desta vez:
No meu tempo. Ah.....um dia tinha que dizer isto....No meu tempo, a televisão atraía e unia famílias através dos seus programas. Lembro-me de algumas séries como o Dallas ou o Zé Gato dominarem as conversas. Bem não me lembro porque não sou assim tão velho, mas se fosse lembrar-me-ia. Agora, são os anúncios os reis da grelha de programação e dos temas de conversa por todo o Portugal. É verdade que os anúncios passaram a ter piada. Contrataram os mais famosos comediantes para promover marcas e funcionou. Acho até que são as únicas coisas que a população vê. Chega até a tornar-se chato quando metem um programa cultural ou outro pelo meio e estragam tudo. Tirando a Floribela e os Morangos com Açúcar, claro. Nestes dois os anúncios entram pelo programa adentro e vice-versa. Acho até que a Alta autoridade para a Comunicação Social devia estar atenta para não permitir programas que não façam alusões a marcas.
Tem piada as marcas...Antigamente sabia-se que produto as marcas anunciavam. Agora sabe-se quem entra no anúncio. O produto..hã? Há um produto? Ah já me lembro aquela coisa que interrompe o que o Ricardo Araújo Pereira e o Bruno Nogueira estavam a dizer.
Chegámos a um ponto em que já se enviam e-mails com anúncios. Passámos a fazer o trabalho pelas marcas. Se as marcas fossem inteligentes passavam a enviar os seus anúncios através de “chain letters”. Seria uma coisa assim do género:
Envie este anúncio para dez amigos e terá muita sorte. O último que não fez isto acabou por ir ao Montepio abrir uma conta e ao Millenium pedir um empréstimo.
Tenho que confessar. Eu também gosto de um bom anúncio, mas não deixa de ser perturbador quando começam a ser uma forma de arte mais vibrante do que o programa que patrocinam. E como eu adoro aqueles que passam nos intervalos do Hora H.
posted by Dimitri Apalpamos @ 12:14 da tarde,