Este foi um dia como outro qualquer.
Amanheceu bonito, cheio de Sol. Talvez um pouco quente de mais… Mas, todavia, bonito.
Para mim, estranhamente, amanheceu cedo… E estranhamente soube-me bem!
Pude levantar-me devagarinho, saboreando cada minuto - que normalmente não tenho.
Pude observar, calmamente, o céu azul, e contemplar os gatos que se espreguiçavam, felizes, pelos terraços.
E a manhã avançou, o Sol subiu no céu, e o dia entardeceu como tantos outros.
Foi uma tarde de viagens. Mas com tempo para reparar em pormenores que, tantas vezes, me fogem com a pressa do olhar.
E pude fazer mais umas quantas tarefas, adiadas tantas vezes…
Pelo meio, passaram-me pela alma pensamentos, devaneios, canções e poemas. Até mesmo alguns que nunca foram escritos.
E o dia anoiteceu, como outro qualquer.
E no silêncio da noite, vi as palavras abandonadas por este meu canto, um pouco vazio de mim, que me trouxeram uma pontinha de tristeza…
E hoje, ao contrário de tantas outras noites, consegui conjugar o tempo e a vontade, e deixei-me perder por aqui.
E saboreei as palavras. E brinquei com elas.
E, antes de partir - como noutra noite qualquer - larguei-as ao vento para se espalharem por aí e pousarem no coração de quem vier por bem.