Encontro astral

um olhar perdido não fica só

quando outro olhar cruza com o seu

os sorrisos são inevitáveis

as metas são descartáveis

pois dessa vez você  resolveu sorrir

um perdido na noite

perseguindo sua felicidade

os lábios dizem oi

se encontram sem maldade

que mistério astral

dois signos se encontrando

entre luas minguantes

os ascendentes nos gritam

uma noite sem nenhum rito

começa um devaneio singular

poucas horas para apreciar

tudo que esse encontro mostrou

toda arte que o corpo proporcionou

pele, curva, beijo e suor

poucos instantes e nada melhor

A mente

O amor é uma das respostas paliativas a essa bênção/maldição da individualidade humana.

O HOMEM VIVE EM BUSCA DO INDIVIDUALISMO E DO COMPANHEIRISMO - PARALELAMENTE, SEM QUERER SE CRUZAR.

O estado de busca se finda quando inconscientemente deixamos de buscar.

(Inspiração: Amor líquido é um livro escrito por um sociólogo polonês que fala sobre a efemeridade das relações amorosas na contemporaneidade)

Dilacerando vícios

Quando te pedirem uma dose
Esconda bem a garrafa
Quando te pedirem um trago
Guarde o maço de cigarro
Quando te pedirem um beijo
Deixe o coração sossegado
Faça isso antes que a garrafa entorne
Que o maço acabe e o amor vingue
Entre os vícios não a diferença
Entre os males nada se distingue

A vida

A vida anda corrida
Festas sem fim
Momentos em família
Pensando em minha querida

Palavras de amigo

Normalmente chamam de amigo,

Dividindo emoções sem fim,

Chorando ou rindo comigo,

Tem um lugar no meu coração.

Poderia te chamar de amigo

Mas prefiro chamar de irmão... 

                                 Ou irmã.

O que fazer?

Água de coco

O coco que nasce oco

Da vida vazia, se vê alegria.

                                        Por fora bem suculento,

                                         Esbanja aroma e fantasia.

                                 Quem dera fosse verdade

                                 E sua beleza fosse magia.

Mas dentro estava amargo

Um leve sabor de melancolia

Nas nuvens

A maior alegria da minha vida é poder saborear cada dia ao seu lado.

O caminho percorrido até aqui foi difícil, porém não menos prazeroso.

Não podemos reclamar de nada. O nosso tudo está perfeito.

Se  brigamos? As vezes  é bom um pouco mais de tempero.

 

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Macacos & Elefantes

                                     Podemos rir, pular e dançar
                                     Mas nunca devemos esquecer
                                     Tem poder em nossas ações
                                      E os gestos devem ser cuidadosos
                                      Para não ferir ao tentar fazer sorrir
                                      Nem se esquecer dos que fizeram chorar
                                      Um velho marujo sempre dizia:
                                      - Macacos me mordam quando um elefante esquecer de amar.

Coleção Outra vez Outubro #1

Sentimento Inexplicável (17/09/2009)

Nos abraçamos

Pessimismo e insegurança

Doce casal de mãos dadas

Estão apaixonados

O amor é sensível ao toque

Ele vive e existe entre nós

Sem segurança para se relacionar

Sem otimismo para conciliar

Ao acordar seremos outros

Aqueles que almejamos ser

Inicia-se uma nova coleção. 

Em outubro estarei revendo alguns textos já escritos por mim, editando,

aprimorando e até mesmo estragando, afinal, em cada momento há um sentimento. 

Porém mais uma vez desejo refletir dentre tais linhas.

Original

Desabafo

Você diz não gostar de me ver chorar

Mas desabafa e vai embora

Fala sem ver minha reação

Não vê as marcas de suas palavras

Me diz por que me ensinou a ouvir legião

Eu não sabia interpretar as canções

Agora choro sempre que vejo o mar

A vida continua e se entregar é uma bobagem

Você diz não gostar de me ver chorar

 Quando vê me abraça e pede desculpas

Mas quando não vê e mesmo assim choro

Fico sem conforto, apenas há lágrimas

Não diga que não gosta de me ver chorar

Seja um pouco mais original

Não me motivos para chorar

  

Quando existe afeto, os gestos vivem em constante mudança.

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Coleção Versos Ilustrados: #2

Como pode ser tão frágil a ponto de facilmente se despetalar? Sua cor vermelho intenso me fascina e seu aroma rose me inebria. Me faz feliz quando cresce e mostra sua beleza, outrora me entristece com seus espinhos afiados. Afinal de quem falo? De uma rosa ou do amor?

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Agridoce

- Fomos feitos um para o outro sabia?
- Mais eu sou doce é você é salgado.
- Por isso nosso amor é agridoce.


Letra

Confira a sessão "Entorpecidos"

A Moça

A moça de saia xadrez e sapato de boneca esperava na janela,
Todas as tardes ela esperava. Via o por do sol no horizonte e permanecia, esperando. Com o cair da noite seu coração pulsava, bebia outro copo de café e pensava como pessoas podem viver separadas, estarem em lugares diferentes, vidas diferentes e mesmo assim quando olham no horizonte rumo a um mesmo ponto se sentem mais próximas, menos sozinhas. Ela já não se sentia só nessa noite, pois o tirindar do telefone fez-se vivo e a voz que lhe dera boa noite foi a mais doce e serena que podia existir. Com isso acalmou o coração e se entregara ao sono. E um leve sorriso a acompanhará essa noite. - Oh Moça de saia xadrez, porque deixas-te que fitassem seu coração?

OBS: Texto escrito com ajuda da Angela Kreuzberg, entre emails trocas em plena segunda-feira.

Desbravadores

Do outro lado dessa roça há uma prenda

Quem se atreve a buscá-la, se encanta a cada passo

Poucos sabem sua localização ao certo e ao certo nada sabem

Vão às cegas, vagando e adentrando, esse plantio florido

Com atenção redobrada, respiração ofegante e peito aberto

Todos os arranhões, tropeços e deslizes são recompensados

Chegando ao limite desse único hectare de terra fértil

Encontra-se a grande premiação e com ela se consolam

Todas as noites perdidas espantando os corvos,

Todo suor derramado para cultivar esse leito,

Todas as lagrimas que regaram essa roça,

Tudo isso se esquece com a beleza dessa gratificação

Afinal existe melhor prova que roubar um coração?

imagem: www.iran-paya.com

Desvincular

“A folha, amiga do silêncio, deixa o vento falar por ela."
Guillevic (poeta francês 1907-1997)

Foto: Aninha

E fale por mim também, não me deixe enfrentar esse desafio sozinho.
Temo ir contra meus princípios, temo ser o que não sou, só para impressionar.
Use de sua voz e me oriente. Me de as coordenadas necessárias para chegar ao fim.
Sinto o vento entre meus dedos e eles apontam para seu lado, mas a razão resiste.
O corpo nesses casos de sentir é fraco, a mente não. Em meu pensamento ja esqueci.
Outro que adora ir contra a lógica é o tal do coração. E como vai.
Ele tem vida própria, desenvolve conceitos que vão contra todos os desejos.
Ele sim ainda pensa, senti, sonha e precisa de sua volta.
Como não sou feito de coração, resisto.
E fico observando, novos sorrisos, olhares, sentindo novos aromas e sabores.
Resquícios sempre existirão, mais o modo de sentir se modifica. Adapta-se as circunstâncias.
Só me entrego à tristeza, quando da janela do trem onde embarguei, enxergo de longe o passado. Noto como tudo foi intenso e como tudo não passou de um mero "E se...”.
Mas desse modo até mesmo o passado senti falta de mim, pois ele nunca descobrira como seria se entregar.
Um passo adiante pode nos dar medo, porém não dar esse passo nos mata pouco a pouco.