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Churrasco à italiana

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Churrasco à italiana  A chuva cai torrencial. As pessoas vão chegando e sentando ao redor da mesa que ocupa a maior parte de um puxadinho na frente da piscina.  Acendem inúmeros cigarros e abrem um vinho que é servido em copos comuns e xícaras de chá. A minha está com a alça quebrada. A conversa vai ficando animada. Não há nada pra comer. Uma mulher faz um spinello, que é como os italianos chamam o baseado. Fuma um pouco e bota pra girar. O próximo da roda reclama que ela botou haxixe só na ponta, porque ele só fumou tabaco. Ela manda ele se ferrar e o spinello segue girando. Tabaco ou haxixe, todo mundo fuma. Menos uma italiana querida, de uns 70 anos, que delicadamente passa o beque adiante explicando que desenvolveu uma coceira na garganta quando fuma, que a faz tossir muito. E é só quando fuma. Ela me explica que o problema é o tabaco. Se fosse erva pura não tinha problema, porque erva não lhe faz tossir.  A converse segue. Mais cigarros s...

Bota Bee Gees na vitrola

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Bota Bee Gees na vitrola Semana passada fui ao cinema assistir a versão remasterizada dos “Embalos de Sábado à Noite”. Homenagem aos 40 anos do filme que foi um dos mais marcantes da minha geração. A gente morava no interior de São Paulo e queria muito ver esse filme, em cartaz no Cine Bristol, da rua General Osório. Mas eram os tempos da ditadura (a primeira, dos milicos) e, depois do curta metragem nacional e do futebol do Canal 100, entrava a famigerada cartela da censura dizendo que o filme era proibido pra menor de 18 anos. Eu era dimenor e necas de poder ir. Então, nossas tardes eram sentadas ao redor das meninas mais velhas ou das destemidas, que tinham carteirinha de estudante falsificada, pra escutar de novo e de novo, como num disco riscado, todos os detalhes das história de amor do Tony Manero com a Stephanie. Amávamos John Travolta e odiávamos a rival da Stephanie, Annette, porque era abusada e oferecida (mal sabíamos então que as abusadas e oferecidas ai...

Sair do armário é libertador.

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Sair do armário é libertador. Assumir que você vai votar num candidato do PT não é fácil. A pressão contrária é imensa. As pessoas na sala de jantar presumem que por você estar ali, comendo o que eles comem, vestindo o que eles vestem, bebendo do mesmo vinho, você também tem que pensar igualzinho.  Qualquer questionamento gera desconforto e, muitos simpatizantes da estrela vermelha, pelo bem do encontro, preferem escutar a conversa em estado “Ohmmmmmm”, sem se manifestar.  Confesso que essa tem sido eu em muitos pleitos e rodas sociais. Mas dessa vez, escancarei. Saí do armário, mostrei quem sou, liguei o foda-se.  “Vou votar na Dilma!” E o que aconteceu a seguir foi incrível. Alguns amigos se afastaram. Tudo bem, não eram amigos. Outros se aproximaram. Ueba, a fila andou e com gente bem mais interessante. Alguns discordaram com todo respeito. Continuamos amigos e nossa amizade ganhou transparência e um carinho sincero. ...

TARÔ

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Hoje é o aniversário de um amigo que está na minha vida há mais de 20 anos. E quem eu adoro! Para ele, fiz este humilde textinho. É meio papo cabeça, mas acho que lá no fundo, ele vai gostar. TARÔ Nunca vamos partir o pacto o pacto que nunca vamos partir Mesmo que eu Disney e você Ibiza Mesmo que eu Mac e você PC Mesmo que eu Banchá e você Clicquot Mesmo que eu orégano e você alecrim Nunca vamos partir o pacto o pacto que nunca vamos partir Mesmo que eu enjôo e você ressaca Mesmo que eu Angelina e você Pitt Mesmo que eu açúcar e você zero Mesmo que eu orgânico e você satânico Nunca vamos partir o pacto o pacto que nunca vamos partir Mesmo que eu Natal e você Reveillon Mesmo que eu Pirata e você Caribe Mesmo que eu leve e você entregue Mesmo que eu baunilha e você Kouros Nunca vamos partir o pacto o pacto que nunca vamos partir Mesmo que eu thc e você nicotina Mesmo que eu perdida e você GPS Mesmo que eu case e você vaze Mesmo que eu Cássia e você Elis Nunca vamos partir o pacto o pacto...

Amigos

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Este final de semana foi especial por vários motivos. Cada um deles com nome próprio. Fomos pra São Paulo e conseguimos rever alguns amigos e parentes muito queridos. Sabe aquele tipo de gente que você fica um tempo sem ver ou falar, mas quando encontra é como se fosse vizinho de porta? Rola um carinho e uma afinidade instantânea e o papo acontece sem esforço. Mas o que mais faz bem é que não é relação social. É carinho. Legítimo. Matéria prima da vida, muito rara, mas vital. A todos vocês e aos outros, que estão firmes por aí, dedico este textinho que me veio por email, singelo e bonitinho, mas que traduz algo muito próximo do que sinto sobre amizade: "Amigos" "Quando você estiver triste... Eu vou te ajudar a planejar uma vingança contra o filho da puta que te deixou assim. Quando você me olhar com desespero... Eu vou enfiar o dedo na sua goela e te fazer por pra fora o que estiver te engasgando. Quando você sorrir... ...

Sacarina, afeto e verão.

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Custou a cair minha ficha (já perceberam que nossos filhos não têm noção de onde vêm esta expressão? As coisas mudam, não?)...enfim, demorou, mas finalmente me convenci de que as férias terminaram. Este verão foi muito bom. Conseguimos passar o tempo ao lado de gente muito amada. E tem coisa melhor que ficar perto de quem a gente ama? Jogar conversa fora, trocar receitas, falar dos maridos e dos filhos, chorar, dar risada, depois ver as fotos e se emocionar. Muito obrigada a todos vocês, amigos e parentes queridos, pelo verão maravilhoso que nos proporcionaram. Vocês abasteceram ao nível máximo nossas baterias de afeto para entrarmos em 2008 cheios de calor humano. E 2008 chega abalando Bangu. Sutiã dá cancer, sacarina engorda, gordura vegetal mata mais que a animal, plástico no microondas envenena a comida, garrafa pet contamina a água mineral com o metal pesado antimônio...socorro! Como disse um grande amigo “quem procura acha”. Mas com internet e email a neura é que nos acha. E eu a...