quinta-feira, agosto 05, 2010

É urgente para quem?


Para os que trabalham usando as suas capacidades e competências, para os que poupam, para os que investem e empreendem, para os que pagam cada vez mais impostos, para os que alimentam a crescente fome de recursos estatal?
Para os que se ocupam a gastar impostos, taxas e contribuições, para os que tratam de gastar os resultados do investimento dos que arriscam, para os que gastam os frutos da prudente poupança das famílias, para os que ao longo de décadas transformaram o estado num monstro cada vez mais esfaimado?

Este cartaz, colocado (pelo menos) em Setúbal pela associação de munícipios da região é um exemplo do pensamento (generalizado no país) dos que se outorgam o direito de saber, melhor que cada um de nós, o que fazer com o nosso dinheiro. Dos que em nome da “justiça social” ou de outra treta sem fundamento nem concretização nos dizem que lhes entregar o nosso dinheiro é a melhor forma de contribuir para melhorar o nosso presente e futuro.

Que a demonstração que a realidade do país e das contas públicas fazem das capacidades destes gastadores dos dinheiros estatais em desbaratar recursos leve à conclusão contrária não só é esquecida como publicitam o seu contrário. Querem mais gastos estatais. E urgentemente.

Que proclamem a exigência, o direito a usar ainda mais recursos retirados aos contribuintes deve ser visto por aquilo que é: o medo de perderem poder numa altura em que o medo e a incerteza crescem entre os mais vulneráveis, os que não têm como resistir ao poder de coacção do estado para impor quer cada vez mais e complexa legislação quer mais e maiores taxas. Ou seja, precisam do medo de quem lhes paga as contas para se confortarem do medo de perderem o controlo dos recursos que o país ainda lhes entrega. Precisam que não haja quem se oponha a que uma parte cada vez maior do fruto do seu trabalho, poupança e investimento seja malbaratado por quem contribuiu para o estado a que isto chegou.
É urgente que paremos de confortar a sua fome por cada vez mais daquilo que não é, por direito algum, seu.

Já colocado no Insurgente.