Mostrar mensagens com a etiqueta Lisboa. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Lisboa. Mostrar todas as mensagens

Quilómetro de Arranque da Avenida

A 18 de Junho de 1922 disputou-se em Lisboa o "Quilómetro de Arranque da Avenida", prova que consistia em percorrer no menor tempo possível o trajeto de um quilómetro desenhado na Avenida da Liberdade e na disputa de várias eliminatórias até se chegar a uma finalíssima que decidiria o vencedor. Mais de 20 mil pessoas encheram todo o espaço disponível deixando apenas livres duas estreitas faixas de rodagem onde corriam os automóveis. Com organização do ACP e do jornal "O Século" a prova teve início ao princípio da tarde com a entrada em ação do Peugeot de José Teixeira dos Santos. 
A fase final colocou frente a frente o Fiat de António Guedes de Herédia e o Delage de Artur Mimoso bem como o Cole de António Augusto Nunes e o Daimler-Mercedes de Abílio Nunes dos Santos. Na finalíssima viriam a encontrar-se Abílio Nunes dos Santos e Artur Mimoso, com o primeiro a sagrar-se vencedor a uma média superior a 90 km/h.
Bibliografia - Ilustração Portugueza 1922



I Circuito do Parque Eduardo VII

 Organizado pelo Governador Civil de Lisboa com o apoio do ACP teve lugar a 3 junho de 1934 a primeira jornada do I Circuito do Parque Eduardo VII. A segunda jornada decorreria a 1 de Julho seguinte. António Herédia ao volante do seu pequeno Morris com 846 cc de cilindrada (nº 15) seria o vencedor na categoria Sport "pequenas cilindradas". Elmano Ribeiro, em SS, ficou em segundo lugar e Armando Pombo (MG) em terceiro.
A seguir a esta prova Henrique Lehrfeld tentou bater o record da volta mais rápida a este circuito ao volante do seu Bugatti. Teve azar. Galgou o passeio, derrubou três árvores, destruiu uma maca dos bombeiros e foi parar ao hospital.
Bibliografia - Primeiro Arranque, de Vasco Callixto e jornal O Volante




Vitória no Campo Grande

A 14 de Maio de 1933 disputou-se o III Circuito do Campo Grande, em Lisboa, prova que despertou enorme interesse entre os entusiastas do automobilismo em virtude no anunciado "duelo" entre Henrique Lehrfeld e Vasco Sameiro, os grandes "volantes" da época. Inscreveram-se 15 automóveis, oito na categoria "Sport" e sete em "Corrida". A prova de "Sport" foi claramente dominada pelos Invicta dos irmãos Vasco e Roberto Sameiro, com o primeiro a sagrar-se vencedor. Tal como se esperava a corrida principal teve no Bugatti de Henrique Leherfeld e no Alfa Romeo 8C 2300 Monza de Vasco Sameiro os principais protagonistas, com os dois pilotos a alternarem-se várias vezes na liderança para gáudio da enorme assistência. Lehrfeld deu tudo por tudo e ainda conseguiu a volta mais rápida (126, 920 km/h) mas a vitória acabou por sorrir a Vasco Sameiro naquela que a imprensa da época classificou como "a primeira grande e autêntica corrida de automóveis em Portugal".
Bibliografia - "Primeiro Arranque", de Vasco Callixto.
Foto - Jornal "O Volante".


D. B. Panhard

O D. B. Panhard de José Emídio da Silva (desconhemos o nome do copiloto) visto aqui à partida de Lisboa para o VI Rallye Internacional de Lisboa não conseguiu terminar a prova mas foi seguramente um dos automóveis mais extraordinários que nela participaram ao longo das suas várias edições. Inscrito na classe 5 (motores até 750 cc) tinha como adversários directos nada menos que quatro  Dyna Panhard que acabaram por conquistar os lugares de topo na categoria.
O VI Rallye Internacional de Lisboa (Estoril) de 1952 teve mais de uma centena de inscritos que partiram de diversas cidades europeias (Londres, Milão, Bruxelas, Monte Carlo, Berna, Madrid, Amsterdam, Lisboa, Porto, Frankfurt, etc) para percorrerem alguns milhares de quilómetros de estradas nem sempre perfeitas até se encontrarem no Estoril onde se realizariam as provas complementares. Joaquim Filipe Nogueira, em Porsche 356 (what else?) seria o grande vencedor.
O IE-17-74 continua em Portugal e passou recentemente por um restauro exemplar que o devolveu à sua cor e glória originais (em baixo, à direita).





As Vencedoras

Délia Gonçalves e Maria da Conceição Maia Loureiro, vencedoras da Taça de Senhoras do II Rallye Internacional de Lisboa (Estoril) de 1948  tripulando um Mercury Eight Convertible.
Foto . Centro de Documentação do ACP


Alta Emoção no Campo Grande

Lisboa. Às 17:45 do dia 14 de Maio de 1933 teve início a volta de preparação do III Circuito do Campo Grande após a qual foi dada a partida para a corrida mais importante do dia, a Prova Automóvel Clube de Portugal. Alinharam sete concorrentes, a saber: Henrique Lehrfeld (Bugatti), Vasco Sameiro (Alfa Romeo), Carlos Bleck (Bugatti), Alfredo Marinho Jr (Bugatti), Leopoldo Roque da Fonseca (Bugatti), Gaspar Sameiro (Invicta) e Eduardo Carvalho(Ford). A vitória seria decidida entre Henrique Lehrfeld e Vasco Sameiro que travaram uma batalha épica ao longo das vinte e oito voltas previstas deixando os demais participantes a grande distância tendo o piloto de Braga sido o primeiro a cortar a meta logo seguido por Lehrfeld, que nunca baixou os braços. No final o público entusiasmado invadiu a pista e carregou aos ombros os dois principais protagonistas.
Foto - colecção da família Lehrfeld
Bibliografia - Diário de Lisboa / Primeiro Arranque, de Vasco Callixto


III Quilómetro de Arranque do Campo Grande

Na presença do Presidente da República, general Óscar Carmona, disputou-se a 20 de Abril de 1930 a terceira edição do Quilómetro de Arranque do Campo Grande, em Lisboa, prova que contou com a participação de 45 concorrentes divididos por duas categorias, Corrida (14) e Sport (31). Em paralelo realizou-se uma corrida de motos e, como habitualmente, um Concurso de Elegância.
 Jorge Ortigão Ramos, em Auburn, venceu em Sport e Henrique Lehrfeld (na foto) venceu na categoria Corrida com o Bugatti Grand Prix 2 Litros acabado de adquirir em França por uma pequena fortuna (160 mil francos). Segundo a imprensa da época "apesar de entrar na meta com o motor a falhar o grande corredor cumpriu 3/4 do percurso numa velocidade verdadeiramente excepcional que lhe permitiu atingir a média de 104.681 km/h".
Registe-se a presença em prova na categoria Sport de uma senhora, D. Dália Mendes Xavier, que conseguiu a respeitável média de 63,135 km/h.

Bibliografia - Primeiro Arranque, de Vasco Callixto
Foto - arquivos da família Lehrfeld


Campo Grande 1932

Em 1932 disputou-se o IV Quilómetro de Arranque e o Concurso de Elegância do Campo Grande, em Lisboa. Para a prova de velocidade existiam duas categorias, "Sport" e "Corrida", que viriam a dar os seguintes resultados:
- Em "Sport" o vencedor foi Jaime Gonçalves, em Ford, que conseguiu uma média de 85,571 km/hora, seguindo-se Luis Faleiro em Isotta-Fraschini e José Alves Lopes em Morris.
- Em "Corrida" a vitória seria para Eduardo Ferreirinha, também em Ford, que registou a impressionante média de 109,265 km/hora, ficando o segundo lugar para Manuel Nunes dos Santos em Bugatti e o terceiro para Abel pessoa em BNC.
O Rolls Royce de José Rugeronni venceu o Concurso de Elegância cujo júri era formado pelos senhores Matheus Oliveira Monteiro, Francisco Ribeiro Ferreira, D. Pedro de Lencastre e António Guedes de Herédia.
Cerca de 15 mil pessoas assistiram ao evento cuja receita reverteu para os pobres de Lisboa.
Bibliografia - Texto e fotos de "Ilustração"(Aillaud, Ed.), 1932. 


                                        O Ford de Eduardo Ferreirinha e o BNC (em primeiro plano) de Abel Pessoa


Tentativa Falhada no Parque

Em 1934 disputou-se o I Circuito do Parque Eduardo VII, prova organizada pelo Governo Civil de Lisboa em colaboração com o ACP que compreendia duas jornadas, uma disputada a 3 de Junho e outra um mês depois. A primeira jornada incluiu um corrida de motos e duas corridas de automóveis: uma de "baixas cilindradas" e outra de "grandes cilindradas". No final do programa Henrique Lehrfeld apresentou-se em pista com o seu Bugatti de corrida para uma tentar bater o record da volta mais rápida ao circuito. Mas as coisas não correram bem desta vez ao consagrado piloto lisboeta: logo na primeira volta o carro galgou o passeio, derrubou três árvores, voltou uma maca do serviço de socorros e em consequência Lehrfeld teve de receber tratamento no hospital. A fotografia gentilmente cedida pela família contém a legenda "Ai! Ai! a maca" como que a lembrar o que aconteceu naquela tarde de Julho.
Bibliografia - Primeiro Arranque, de Vasco Callixto


Circuito do Campo Grande 1932

Mais imagens do II Circuito do campo Grande disputado em Lisboa a 2 e 3 de Abril de 1932 a que se junta uma breve notícia publicada pelo Diário de Lisboa no dia 2 de Abril.
Fotos - Arquivo Digital Torre do Tombo



Campo Grande, 1932

A 3 de Abril de 1932 disputou-se em Lisboa o II Circuito do Campo Grande, por essa altura a única pista de automobilismo existente em Portugal. Presenciadas por uma enorme multidão e sob a presidência do Governador Civil de Lisboa disputaram-se duas provas de velocidade respectivamente nas categorias Sport e Corrida. Diogo Cabral (#24) venceu a categoria Sport ao volante do seu Bugatti cumprindo as vinte voltas do percurso à média de 107,506 km/h, uma velocidade mais que respeitável para a época. Na categoria Corrida o vencedor foi Gaspar Sameiro (#4), em Ford.
Fotos - Arquivo Digital da Torre do Tombo
Bibliografia - Diário de Lisboa 03-04-1932

A Grande Maratona

Organizado pelo Automóvel Clube da Alemanha disputou-se em 1931 uma prova de resistência que consistia numa viagem de 10 mil quilómetros através da Europa e que, naturalmente, passou por Portugal. No dia 26 de Maio decorreu a ligação entre San Sebastian e Cacilhas, tendo o primeiro concorrente atravessado a fronteira do Caia às 11 e 25 e chegado a Cacilhas às 14 e 44. Tratava-se do Mercedes Benz com o número 74 dos senhores Wrud e Valentin, seguido do Minerva de Pisart e  Stressen. Dos 47 carros em prova 12 não partiram de San Sebastian, entre eles o do Príncipe Fernando de Liechtenstein. Após a chegada uma parte dos concorrentes atravessou o Tejo para visitar Lisboa mas a maioria optou por ficar em Cacilhas a tratar dos carros com vista à etapa seguinte que os levaria até Barcelona com partida às 04 e 01 do dia seguinte.
Fotos - DigitArq, Arquivo Digital da Torre do Tombo
Bibliografia - Diário de Lisboa de 27 de Maio de 1931




Circuito do Campo Grande

O Campo Grande, em Lisboa, foi durante alguns anos o palco mais importante das corridas de automóveis em Portugal quer para provas do tipo "quilómetro de arranque quer para competições de velocidade. As imagens documentam (à esquerda) Gaspar Sameiro, vencedor do Circuito de 1932 na categoria "Corrida" ao volante de um Ford "Miller" e a partida para a corrida de "Sport" no evento de 1933.

Fotos - DigitArq, Arquivo Digital da Torre do Tombo



Circuito do Parque Eduardo VII, Lisboa, 1934

No dia 4 de junho de 1934 uma multidão calculada em 30 mil pessoas convergiu para o Parque Eduardo VII em Lisboa para assistir às provas desportivas que ali se disputavam sob o olhar atento do Presidente da República, Marechal Óscar Carmona. Realizaram-se corridas de motos e automóveis, bem como um concurso de elegância automóvel. No final do programa o consagrado "ás" Henrique Lehrfeld procedeu a uma demonstração com o seu Bugatti de corridas mas ao fim de três voltas sofreu um despiste, arrancou três árvores e o piloto foi parar ao hospital.
Na corrida "Sport" participaram Manuel Nunes dos Santos em Hilman Minx, Rui Gonçalves em Austin, Albano Gomes em Austin, António Guedes de Herédia em Morris, Armando Pombo em MG, Elmano Ribeiro em SS e Virgílio Barroso em Lancia.



Ilustração Portugueza

Imperdível esta descrição de uma prova automobilística realizada em Junho de 1922 na Avenida da Liberdade em Lisboa a qual consistia em várias eliminatórias disputadas entre dois carros de cada vez. O vencedor seria Abílio Nunes dos Santos que conduzia um Daimler. A reportagem vem na edição número 853 da revista "Ilustração Portugueza", por coincidência a mesma onde se dá a notícia da travessia aérea do Atlântico Sul realizada por Gago Coutinho e Sacadura Cabral

Um Protesto Original

Em 10 de Julho de 1910 disputou-se uma das primeiras provas automobilísticas de que há registo em Portugal, a Rampa da Pimenteira,  também conhecida por Rampa da Ponte Nova à Cruz das Oliveiras, disputada num percurso situado na área de Monsanto, perto de Lisboa.
A fotografia de Joshua Benoliel documenta o concorrente Henrique Chaves em plena prova, na qual não conseguiria qualquer resultado significativo. O vencedor seria Estevão Fernandes, tripulando um Brazier 35HP, mas a atribuição da taça do Sports Ilustrado seria contestada pelo senhor Albert Beauvalet, pai do concorrente segundo classificado, Angel Beauvalet, alegando que o primeiro classificado não ia ao volante do seu carro durante a subida vitoriosa.
Curiosa a silhueta do fotógrafo, em plena acção, projectada em primeiro plano.


Em baixo: Joshua Benoliel, à esquerda, em serviço de reportagem. À direita o "anúncio que saiu nos jornais sobre o verdadeiro vencedor da Rampa da Pimenteira. Não consta que tenha havido duelo.

                                           

Preparativos para Monte Carlo

De 19 a 23 de Janeiro de 1960 disputou-se a 29ª edição do Rallye de Monte Carlo, prova que viria a contar com a participação de algumas equipas portuguesas que escolheram Lisboa como ponto de partida. Entre elas contava-se a dupla formada por Fernando Duarte Ferreira / João Botequilha (embora seja Horácio Macedo quem ocupa o lugar do "pendura"), que tripulava o Mercedes Benz 300 SL com o nº 161 que aqui vemos a ser preparado nas oficinas de Palma & Morgado e a receber a bandeirada de partida na Rua Rosa Araújo, Lisboa, em frente à sede do ACP. 
Segundo Carlos Duarte Ferreira, o Mercedes azul metalizado dos portugueses terá vencido a complementar disputada no circuito de Mónaco em 1959, tendo seu primo Fernando recebido o troféu respectivo das mãos da princesa Grace.
Fotos - Centro de Documentação do ACP




I Salão Automóvel de Lisboa

Em 1925 realizou-se no Coliseu dos Recreios o I Salão Automóvel de Lisboa, evento que atraiu milhares de visitantes e revelou um impressionante dinamismo num comércio automóvel que dava ainda os primeiros passos em Portugal.
As fotografias são dos Estúdios Mário Novais, Biblioteca de Arte Calouste Gulbenkian







IV Rallye Internacional Lisboa (Estoril) 1950

Imagens do IV Rallye Internacional de Lisboa (Estoril), disputado em maio de 1950 por 80 participantes que tinham de percorrer cerca de 3 mil quilómetros até chegarem ao controle final no Estoril, onde se realizaram as provas complementares que ditaram a classificação.
Em baixo, à esquerda, o Ford Pilot V8 de Ken Wahrton, vencedor absoluto e, à direita, o pequeno MG TC de Joaquim Filipe Nogueira, segundo classificado da geral e melhor participante português.
Fotografias de Vera Futscher





Allard M Type e Lea Francis
 







O Príncipe Real

D. Afonso de Bragança, irmão do Rei D. Carlos (já então falecido), era conhecido como "o arreda", a expressão que o próprio usava para afastar as pessoas que lhe saíam ao caminho quando conduzia o seu automóvel. Ei-lo aqui, em julho de 1910, a passar em revista os concorrentes à I Rampa da Pimenteira, prova que se disputava num percurso de cerca de 1500 metros de extensão situado às portas de Lisboa.


Sports Ilustrados 10 de Julho de 1910
Era um domingo e “as melhores famílias da nossa sociedade” assistiram a uma animada competição de automóveis e motocicletas. A rampa da Pimenteira foi a primeira competição do género a realizar-se em Portugal, organizada pelo Real Automóvel Clube, e o príncipe real D. Afonso (tio do rei D. Manuel II) passou revista aos competidores e presidiu ao júri. Parece que estavam na zona mais de 30 mil pessoas, com as autoridades numa tribuna. No que respeita aos automóveis, a taça do Sports Ilustrados foi para o senhor Estevam Fernandes, em Brazier, de 35 cavalos, que fez o percurso de 1500 metros em dois minutos e dois segundos.
Dava a alucinante velocidade de 44 quilómetros por hora.