Nas
notícias que todos os dias nos chegam há um factor comum a quase todos os
países em crise: a aposta desenfreada que foi feita no imobiliário e em grandes
obras públicas tendo-se criado uma situação de dívida, difícil de resolver.
O
nosso País não é excepção e aqui no nosso Município de Oeiras há bastantes
exemplos de um volume de construção de habitação e escritórios que ultrapassam
as necessidades conduzindo já há existência de um número apreciável de andares
à espera de moradores. Também, como apontam algumas notícias, concretizaram-se
várias opções rodoviárias que não foram bem esquematizadas e não resolveram os
problemas de uma correcta mobilidade.
Mas,
apesar da clara constatação que grandes obras deverão ser muito bem ponderadas
e até esperar por uma retoma dos mercados, Oeiras já está a fazer propaganda à
sua megalomania de Município excelso e, além de outras coisas, o Alto da Boa
Viagem – Vale do Jamor começam a ser noticias (?), acrescentando-se as
marinas…
Nestes
tempos de crise que estão mesmo a obrigar à paragem de grandes investimentos,
não se poderia aproveitar todo o saber e experiência que os Serviços da Câmara
possuem para concretizar acções de recuperação do património edificado no nosso
Município, na dinamização da ocupação das muitas casas devolutas, na correcção
e melhoria das acessibilidades, nos transportes… mesmo que para isso o
Município de Oeiras tivesse um papel de parceiro dinâmico e harmonioso entre
outras Entidades e não o arauto que tem querido ser?
Maria Clotilde Moreira / Algés
Artigo publicado no Jornal de Oeiras de ontem