28 de out. de 2011

o tempo do verso
é nunca
é quando
é mudo
o tempo do verso
é mundo
é terra é tudo
o tempo do verso
é fundo
é raso é rasgo
o tempo do verso
é leve é bruto
é bruma
o tempo do verso
é brisa
é breve
é nada - e paralisa

21 de out. de 2011

e por ser raso
exagera
que todo exagerado
no fundo
é raso
ou fundo
depende do olhar
sempre tão relativo
tão raso
às vezes tão
pro fundo

17 de out. de 2011

paralelas linhas
que de tão retas
e longas - se afunilam
seja de fuga ou de encontro
:um ponto

12 de out. de 2011

a árvore
que me viu menina
a mesma
que me viu mulher
a mesma
que estará por aqui
quando eu já
não estiver

7 de out. de 2011

vermelhos meus olhos
de poeira ou pólen
pêlo de cão
talvez
cansaço
do vôo constante
em linha
reta
rumo ao vermelho sol
que nunca
se põe

3 de out. de 2011

as garças rosas
outra vez me chamam
com a voz rouca
das garças
rosas
meus pés descalços
seguem
na trilha
das garças loucas
que embora tendo asas
insistem em
caminhar

2 de out. de 2011

o fim das coisas parece mesmo
ser
como
um rio
que sempre termina onde
começa
outro rio
ou mar - tudo parece recomeçar
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