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domingo, 5 de julho de 2009

Gênesis ilustrado por Robert Crumb

Bíblia em quadrinhos de Robert Crumb mantém texto original


O cartunista Robert Crumb lança em outubro sua versão do Livro do Gênesis. A primeira parte foi publicada na semana passada na revista "New Yorker" e mostra que, apesar de respeitar "palavra por palavra" o texto original, o livro merece a advertência da capa: "supervisão de adultos recomendada para menores".

Nome lendário das HQs underground - com personagens como o Gato Fritz e Flakey Foont -, Crumb atribuiu o aviso não às ilustrações, mas ao conteúdo. À "New Yorker" disse se preocupar com a hipótese de as pessoas darem para seus filhos um livro de ilustrações da Bíblia sem considerar o enredo.

De início, ele pretendia apenas retratar a história de Adão e Eva, mas optou por ilustrar o Livro do Gênesis, que inclui a criação do mundo, Adão e Eva, Caim e Abel e a Arca de Noé.

O texto de apresentação afirma que a obra foge da interpretação teológica ou escolar que muitas vezes obscureceu as histórias mais dramáticas da Bíblia. Em blogs e sites especializados, é tido como o lançamento do ano.

O Deus de Crumb tem cabelos longos, barba, sinais de velhice e manto branco. Em entrevista ao "Guardian", ele falou da dificuldade em criá-lo.

"Meu problema era como desenhar Deus. Como luz no céu com diálogos em balões saindo dele? Então, Deus apareceu num sonho. Foi apenas por um segundo, mas eu vi claramente como ele era. Então disse, OK, já sei como fazer."

Crumb considerou a hipótese de desenhar Deus como uma mulher negra, mas concluiu que no Velho Testamento ele é um velho patriarca judeu. Eva aparece como uma mulher com coxas, bunda e seios avantajados e cabelos longos.

À "New Yorker", afirmou que suspeita que Deus exista, mas que não procura orientação no Gênesis. "É muito primitivo."

As imagens divulgadas na revista vão até a expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden. À primeira vista, impressionam pela riqueza de detalhes como as gotas de suor de Adão ao ser questionado por Deus após ter provado o fruto proibido ou o modo como os dois se entreolham após comer o fruto e descobrirem que estão nus.

A gama de nuances está ligada a uma pesquisa rigorosa. O blog da "New Yorker" afirma que o cartunista procurou informações para definir detalhes físicos e se inspirou em filmes como "Os Dez Mandamentos", "Ben Hur" e "A Última Tentação de Cristo".

O livro já está em pré-venda na Amazon com preço que varia de US$ 16,47 a US$ 315 para a edição em capa dura.

n.r.: Isso vai dar o maior bafáfá (adoro expressões antigas).


fonte: Folha Online

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

"Che", mais uma vez, "Che"

HQ lançado após a morte de Che Guevara chega agora ao Brasil


Quatro décadas após sua morte, a vida de Ernesto Che Guevara (1928-1967) continua provocando discussões e originando obras de arte. Um exemplo atual é o filme "Che", dirigido por Steven Soderbergh, com mais de quatro horas de duração e exibido neste ano na Mostra de Cinema de São Paulo. A estréia nacional está programada para o início de 2009.

Mas há outro exemplo, mais antigo, lançado apenas três meses após a morte de Che e que finalmente chega ao Brasil: "Che - Os Últimos Dias de um Herói", história em quadrinhos escrita pelo argentino Hector Oesterheld e desenhada a quatro mãos pelo uruguaio Alberto Breccia e por seu filho, Enrique. O lançamento está previsto para a próxima sexta.

"Che", a história em quadrinhos, também teve "vida" conturbada. Poucos meses após o lançamento, a editora que a publicara foi invadida e os exemplares do livro, recolhidos. Em 1969, as páginas originais foram destruídas pela inteligência do Exército argentino, lembra Enrique Breccia, o único dos três autores ainda vivo.

A perseguição intensificou-se em 1973, quando o livro foi proibido pela ditadura. Em 1977, Oesterheld, então com 58 anos, suas quatro filhas (uma delas grávida) e dois de seus genros desapareceram, vítimas do regime militar.

Hoje, aos 63 anos de vida e 45 de militante peronista, como gosta de ressaltar, Enrique Breccia, que é argentino, explica por que houve tal perseguição: "Guevara simbolizava a luta armada como método de ação política, e na Argentina daqueles anos já estavam se formando grupos que escolheram o mesmo método que se consolidaria (tragicamente para os interesses da Argentina e de seu povo) nos anos 70", diz, em entrevista por e-mail.

Originalmente chamada "Vida del Che", a HQ não tem, segundo Breccia, relação alguma com a mistificação em torno do revolucionário -algo, aliás, que ele critica. "Os norte-americanos banalizaram sua obra e memória incorporando-o massivamente ao consumismo, em pôsteres e camisetas", diz.

Para ele, a mistificação em torno de Che deve ser compreendida "no contexto da Guerra Fria". "Fidel Castro havia decidido alinhar Cuba à política externa da União Soviética, e Che não estava de acordo, o que o levou a renunciar a seus cargos políticos e abandonar a ilha", diz. "A luta pela hegemonia do mundo naqueles dias era entre dois imperialismos: ianque e russo. Sobre Che, pode-se dizer que o imperialismo soviético o entregou, e o norte-americano o executou."

Pai e filho

Apesar de ter atuado ao lado de seu pai nesta obra, não houve uma parceria tão próxima entre Enrique e Alberto quanto se poderia supor.

"Oesterheld escreveu dois roteiros separados, um para mim e outro para meu pai. Nenhum de nós leu o roteiro do outro até termos terminado o livro. Na realidade, nos vimos apenas uma ou duas vezes no decorrer do trabalho", lembra o Breccia filho.

O roteirista não explicou a Enrique por que dois roteiros distintos. "Acho que ele agiu assim para diferenciar completamente as duas partes da história, sem que por isso perdessem a unidade", diz. "Além disso, meu pai e eu não trabalhamos juntos porque nossas visões gráficas eram quase opostas --e Hector sabia disso."

Filho de um renomado quadrinista e irmão de duas artistas ligadas aos quadrinhos, Enrique relembra com elogios o roteirista Oesterheld e, principalmente, Che Guevara.

"O roteiro de Hector segue insuperável", diz. "E do ponto de vista político, ainda que não concorde com sua ideologia (sou militante peronista), guardo de Che o exemplo de um homem que escolheu sacrificar-se antes de trair a si mesmo e as suas crenças."


fonte:Folha Online

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Livro de Hitler ganha versão mangá no Japão

Dois polêmicos e famosos livros ganharam os traços do mangá no Japão. Mein Kampf (em português, Minha Luta), escrito na prisão por Adolf Hitler, chegou às livrarias japonesas em novembro. Agora, em dezembro, é a vez de O Capital, de Karl Marx.

A iniciativa foi da editora japonesa East Press, que resolveu incluir estas duas obras na sua coleção Clássicos da Literatura em Mangá.

“A idéia é oferecer ao leitor a possibilidade de ler um clássico e entender os conceitos em apenas uma hora”, explicou o editor-chefe Kosuke Maruo à BBC Brasil.

Mein Kampf é um livro polêmico, pois contém as sementes da ideologia anti-semita e nacionalista que marcou o nazismo. “A idéia não é apresentar Hitler como vilão ou herói, mas apenas mostrar quem era e o que ele pensava. Não estamos preocupados com polêmicas”, disse Maruo.

O editor lembra também que o livro, cuja publicação e venda são proibidas em alguns países, já foi editado no Japão. “Além disso, todo mundo já conhece a história inteira e como os nazistas pensavam”, reforça ele, que diz não ter recebido até agora nenhuma reclamação de leitor.

O mangá conta a história do líder nazista, desde a infância, até culminar na Segunda Guerra Mundial. Fala também do ódio que ele sentia pelos judeus. “Vendo a história de vida dele, não dá para achar que era uma pessoa totalmente ruim. Ele era apenas uma pessoa triste”, defendeu o editor-chefe.

Entre as obras conhecidas da literatura e da filosofia que viraram mangá pela East Press estão Crime e Castigo, de Dostoiévski, Fausto, de Goethe, Rei Lear, de Shakespeare, e Guerra e Paz, de Tólstoi.

No total são 27 títulos lançados até agora, sendo 13 de autores estrangeiros.

Outros dois – Os Miseráveis, de Victor Hugo, e O Desespero Humano -
Doença até a Morte
, do teólogo e filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard – já estão no forno e devem chegar às livrarias no começo de 2009.

O campeão de vendas é Kanikousen, inspirado na obra do escritor japonês Takiji Kobayashi. Na seqüência vem Os Irmãos Karamasov, de Dostoiévski. “Os títulos da série são obras que as pessoas conhecem, mas não têm muita paciência para ler até o fim”, justificou o editor-chefe. Daí o sucesso de vendas.

Ao todo, segundo Maruo, já foram impressos 1,2 milhão de exemplares da série toda. Marx e o recém lançado mangá de Hitler chegam ao mercado com 30 mil cópias cada.

Teorias complexas

O lançamento de O Capital em mangá não poderia vir em um momento mais apropriado. Muitos no Japão culpam o capitalismo - principal alvo de crítica na obra de Marx - pela atual crise financeira global.

Entre os principais conceitos da obra de Marx levados para a história do mangá estão a exploração do trabalhador, as diferenças de classes sociais e o surgimento da moeda geradora do lucro. “Com a recessão econômica que o país enfrenta agora, esperamos uma boa saída de O Capital”, disse Maruo.

O editor-chefe garante, porém, que não foi proposital o lançamento da obra neste atual momento de crise. “Já estava nos planos da editora”, disse ele, ao lembrar que um mangá, para ficar pronto, demora até cinco meses.

Diversidade de temas

Apesar da East Press ser uma das poucas no mercado a trabalhar com clássicos da literatura mundial, o segmento de mangás no Japão já vem usando há anos os traços orientais dos desenhos para explicar diversos temas.

Relações diplomáticas com a China, degustação avançada de vinhos, epidemia da gripe aviária, parábolas da Bíblia e até a nossa capoeira já viraram mangá no país. O formato compacto, o baixo custo e a linguagem popular ajudam a transformar este tipo de publicação em sucesso de vendas.


fonte:BBC Brasil

terça-feira, 26 de junho de 2007

34º Salão Internacional de Humor de Piracicaba

Categoria para trabalhos digitais é a novidade no Salão


O Salão Internacional de Humor de Piracicaba vai ter uma nova categoria de premiação na edição deste ano. Batizada de "vanguarda", vai receber trabalhos feitos em computador.

É a primeira vez que o salão seleciona trabalhos digitais. Até o ano passado, o evento aceitava apenas trabalhos feitos em papel. Esse sistema continua para as demais categorias: charge, cartum, caricatura e tiras.

O tema é livre. Cada desenhista pode enviar até dois trabalhos. As inscrições vão até 13 de julho (podem ser feitas pelo site do evento; clique aqui).

Os vencedores de cada uma das categorias vão receber R$ 4 mil. Um deles concorre também ao grande prêmio do salão, no valor de R$ 5 mil.

Esta é a 34ª edição do Salão Internacional de Humor de Piracibaca, o principal do país e um dos mais reconhecidos do mundo. A abertura do salão vai ser no dia 25 de agosto. Os 220 trabalhos selecionados ficam expostos até o dia 14 de outubro.

O salão, criado em 1974, já faz parte do calendário turístico da cidade do interior paulista. Este ano, vai homenagear o caricaturista Cassio Loredano, hoje com 59 anos. Foi programada uma exposição com trabalhos dele.

Veja os vencedores da edição do ano passado. Clique aqui.


fonte:Blog dos Quadrinhos
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