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domingo, 5 de abril de 2009



Presto distraída atenção ao meu corpo.
O que me pede, eu faço.
Às vezes, não entendo logo suas ordens, mas
cedo sempre.
Me achego a ele e indago:
-O que queres? Ah, é isso? Então, concedo.
Sempre que eu resisti
um de nós saiu-se mal.

Nas 24 horas do dia, ele pede,
e quando cala, fala
num discurso de sonhos
que me abala.

Ele sabe. Eu sei que ele sabe,
e sabe antes de mim, e nele
eu sei dobrado, sou um-e-dois
como os dois cortes de um sabre.


Affonso Romano de Sant'Anna
foto: Arno Rafael Mikkinen

sexta-feira, 5 de setembro de 2008



Eu sei quando te amo:
é quando com teu corpo eu me confundo,
não apenas nesta mistura de massa e forma,
mas quando na tua alma eu me introduzo
e sinto que meu sangue corre em ti,
e tudo que é teu corpo
não é que um corpo meu
que se alongou de mim.

Eu sei quando te amo:
é quando eu te apalpo e não te sinto,
e sinto que a mim mesmo então me abraço,
a mim
que amo e sou um duplo,
eu mesmo
e o corpo teu pulsando em mim.


Affonso Romano de Sant'Anna
foto: Andreas Heumann

quarta-feira, 23 de julho de 2008



É tão natural
que eu te possua
é tão natural que tu me tenhas,...

... e de ser tão natural
que eu te possua,
em mim já não há como extasiar-me
tanto a minha forma
se integrou na forma tua.


Affonso Romano de Sant'Anna
foto: Andreas Heumann

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