O NTE-BELÉM em parceria com a
SECOM- Secretaria de Estado de Comunicação, esteve esta semana em Marudá,
durante o IV Jogos Tradicionais Indígenas do Pará,que contou com a participação
de 15 etnias indígenas. Através do Projeto Biizu, foram realizadas oficinas de
áudio /vídeo, fotografia e rádio, ministradas por uma equipe constituída de
jornalistas, fotógrafos, radialistas e professores. O evento que atraiu mais de
55 mil pessoas foi realizado em uma arena montada na praia, com arquibancadas
para mais de 2 mil pessoas.
A oficina de rádio ministrada
pela professora/radialista Vânia de Castro do NTE/Belém, contou com a
participação de pessoas da comunidade indígena e não indígena, entre elas
profissionais da rádio Tropical de Marudá.Assuntos como Locução,Jornalismo,Produção,História
do Rádio e Equipamentos de som foram abordados durante a oficina, que teve
carga horária de 20 horas com direito a
certificado do Biizu.
Durante a semana varias
modalidades esportivas foram alvo de atenção do público, entre elas danças
sagradas, luta corporal, cabo de guerra, lançamentos de flechas,canoagem,
corridas de toras, arremesso de lanças e até um ritual de batismo.
Entre as modalidades tradicionais, a apresentação
de onze arqueiros da etnia Xikrin,fez a arquibancada lotada delirar.Moradores
de Marudá e visitantes gritavam os nomes dos atletas e das etnias,para
incentivá-los nas competições.Na apresentação dos arqueiros,o destaque foi para
Aikaporati, 60 anos,da etnia Gavião Kykatejê.Mais velho arqueiro a se
apresentar na arena,sendo muito aplaudido.Os índios retribuíam a empolgação da
plateia com gritos de guerra.
Apesar da pouca familiaridade com
o Português, alguns indígenas usaram o microfone para dizer que estavam
contentes com a participação do público.Vale resaltar que competição entre
índios,não é realizada para alcançar vitória,mas sim para integrar grupos e festejar o encontro entre as etnias.
Um dos momentos mais
marcantes aconteceu em um final de tarde, quando Marcos Terena, um dos idealizadores
do evento, pediu a indígenas e não indígenas que levantassem os braços para
saudar o por do sol e a lua, na hora em que a maré alta já estava bem perto da
arena onde os atletas se apresentavam. “Para nós, a lua representa a força da
mulher. A renovação da vida. Agradecemos por essa linda lua que vem iluminar
nosso evento, e pelo dia maravilhoso que termina”, declarou Marcos
Terena,aplaudido de pé pela multidão.
Grupos folclóricos locais
também se apresentaram, mostrando a dança da farinhada e do encanto do boto. No
final, indígenas e não indígenas entraram na arena para dançar o carimbó, considerado
desde ontem Patrimônio Cultural Brasileiro.
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