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13 de mar. de 2019

A heroína esquecida

Fotos do Google


    Mês de março, ouvimos falar muito a respeito das mulheres. Há tanto a comentar, tanto a homenagear pela bravura que demonstram em seu dia a dia.
 Mulheres que curam com a grandeza do seu coração, mulheres que são cativantes, pois ao seu redor não há tristezas, há mulheres de todos os tipos e há as verdadeiras heroínas, as que ficam invisíveis perante o grande bem que fazem à sociedade.
    Entre tantas heroínas, Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa, foi a escolhida para aqui, homenagear a todas as outras mulheres, que como Aracy ainda continuam esquecidas.
    Ela nasceu na cidade de Rio Negro, PR e faleceu em São Paulo em 2011.
Aracy também é conhecida por ter seu nome escrito no Jardim dos Justos entre as Nações, no Museu do Holocausto, em Israel, por ter ajudado muitos judeus a entrarem ilegalmente no Brasil durante o governo de Getúlio Vargas. A homenagem foi prestada em 8 de julho de 1982, ela é conhecida como “O Anjo de Hamburgo”.
Prestou serviços no Itamaraty, foi uma poliglota brasileira, foi a segunda esposa do escritor Guimarães Rosa.
Aracy, ainda criança foi morar, em São Paulo com os pais. Casou-se em 1930 com o alemão Johan von Tess, teve um filho com ele. Separada  foi morar  na Alemanha com a mãe e irmã. Por falar quatro línguas (português, inglês, francês e alemão), conseguiu uma nomeação no consulado brasileiro em Hamburgo, onde passou a ser chefe da Secção de Passaportes.
No ano de 1938, entrou em vigor, no Brasil, a Circular Secreta 1.127, que restringia a entrada de judeus no país. Aracy ignorou a circular e continuou preparando vistos para judeus, permitindo sua entrada no Brasil. Como despachava com o cônsul geral, ela colocava os vistos entre a papelada para as assinaturas. Para obter a aprovação dos vistos, Aracy simplesmente deixava de pôr neles a letra J, que identificava quem era judeu. Nessa época, João Guimarães Rosa era cônsul adjunto. Ele soube do que ela fazia e apoiou sua atitude, com o que Aracy intensificou aquele trabalho, livrando muitos judeus da prisão e da morte.
A heroína permaneceu na Alemanha até 1942, o retorno ao Brasil foi tumultuado, pois ficaram quatro meses sob custódia do governo alemão, e foram trocados por diplomatas alemães.
A famosa obra "Grande Sertão: Veredas", de João Guimarães Rosa (1956), foi dedicado a ela.
   Foi companheira de Guimarães por trinta anos, era sua leitora fiel participando de suas decisões, era uma mulher que enfrentava tudo quando percebia as injustiças.
   Perguntaram-lhe certa vez, por que se arriscara ajudando aos judeus, ela respondeu:- “ Porque era justo.”
“Nunca tive medo, quem tinha medo era o Joãozinho. Ele dizia que eu exagerava, que estava pondo em risco a mim e a toda a família, mas não se metia muito e me deixava ir fazendo.” “O Guima tinha um papel fundamental. Era ele que assinava os passaportes.”
Ela sempre o chamava carinhosamente de Guima.
  Pelo seu trabalho em Hamburgo, em 1982 Aracy foi  incluída entre os quase 22 mil nomes que estão no Jardim dos Justos, no Museu do Holocausto, em Jerusalém. Homenagem e um reconhecimento que o Estado de Israel presta aos “góim” (não judeus) que ajudaram judeus a escapar do genocídio. Entre os mais famosos estão o empresário alemão Oskar Schindler - que inspirou o filme A lista de Schindler, de Steven Spielberg - e o diplomata sueco Raoul Wallenberg. Apenas outro brasileiro, o embaixador Luiz de Souza Dantas (1876-1954), recebeu a mesma honraria, em 2003. "Discreta, sem jamais ter caído na tentação de se promover por ter sido quem foi, Aracy pagou o preço do esquecimento", diz o historiador e escritor René Daniel Decol.
Aracy ficou viúva no ano de 1967 e não se casou novamente. Sofria de Mal de Alzheimer, faleceu em 3 de março de 2011, na cidade de São Paulo/SP, aos 102 anos.
Através de Aracy, nossa homenagem a todas as mulheres!

15 de mar. de 2015

Luto: Gêmeas do Iguaçu

Alguns de vocês eu não cheguei a conhecer, mas muitos eu conhecia, vizinhos em ruas próximas, outros eu troquei acenos e abraços pelas ruas das cidades irmãs. Hoje o céu ficou cinza, a sensação é estranha. Não perdi nenhum parente ou amigo próximo neste acidente, mas as pessoas que foram embora, levaram consigo um pedaço meu. Hoje estou triste. Algumas fotos vão aparecendo no face, vejo ali sorrisos e olhares serenos. Todos com expectativas e anseios que neste sábado foram podados. Deus sabe a hora de agir, não cabe a nós julgarmos. Apenas rezo e peço para que todos encontrem o caminho de luz e descansem em paz. Na certeza, de que ficarão bem e amparando a quem aqui ficou. A dor é pungente.

Homenagem do Blog Naco de Prosa às vítimas do acidente ocorrido neste sábado, 14 de Março, na Serra Dona Francisca, Santa Catarina. 




19 de out. de 2013

Além...

... toque meus dedos
Leve-me daqui
O céu é apenas o nosso começo
Alcemos o voo
Vamos em busca do que nos faz bem
Nada de impunidades ou castigos
Apenas a distração final: seus olhos
Talvez eu siga este caminho, pois sinto-me bem com você
E, quando o final se aproximar, não terei medo
Pois você estará comigo
Este é apenas o começo, seus dedos entrelaçados aos meus
Seus braços abertos
O vento nos leva por entre as nuvens
As estrelas brilham
O meu melhor ainda está por vir
As correntes foram quebradas
Não estou mais presa àquela cama, você me resgatou
E me trouxe ao paraíso
Sinto-me livre, e quero recomeçar
Quero retomar a minha vida, a minha verdadeira vida
Deixada há anos
Não há mais regras, não há mais erros, não há mais torturas
A vida apenas começou, retomada do ponto em que a deixei para apreender
E agora estou de volta, meu lar, minha vida retomada

Agora vivo em paz.

O porta-retratos

  Foto do google     Era quase uma da manhã, lembro-me que estava inquieta naquela madrugada, talvez pelo vento, que fazia o galho bater...