Vemos
morrer a cor das folhas
E
não nos preocupamos muito
Mesmo
que a tristeza perpasse
A
paisagem e a luz rareie.
Sabemos
que a cor voltará
Às
folhas
Pois
nada morre para sempre
E
que o mesmo sucederá com o Sol
Que
voltará a brilhar como antes.
Considerada
a natureza com estes olhos
Cremos
que não há fim absoluto
Isto
é: que o fim é provisório
E
que, como tudo na nossa vida, haverá
Novos
(inesgotáveis) começos.
Mas
depois a minha experiência dói-me
Por
dentro.
Porque
eu, sabei, sinto excessivamente
A
falta de tanta gente amada
Desaparecida
Em
bruto eterno inverno.
Cabeceiras de Basto,
09 de Setembro de 2016.
Joaquim Jorge Carvalho
[A
imagem foi colhida, com a devida vénia, em http://www.bestday.com.]
1 comentário:
Li num livro de Sepúlveda, se não estou em erro, que há sempre a possibilidade de vivermos no país da memória. Que tudo é belo no país da memória. Que não há desilusão ou decepção no país da memória. Que não há percalços no país da memória. Que não há tremores e até a chuva é grata no país da memória.
Sempre que posso, vivo no país da memória, para suportar a dor, a falta das pessoas amadas.
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