Toda terça nos encontrávamos na parada do ônibus. Ela me
olhava e sorria como se fosse dizer algo, temia em perguntar qualquer coisa com
medo que ela não me deixasse fazer mais nada durante todo o trajeto. Um dia ela
perguntou se eu realmente era uma escritora e respondi que sim. Então ela disse
que tinha uma história para contar, igual a tantos outros que querem ver suas
histórias magicamente escritas e publicadas - pensei. E ela contou por mais de
mil viagens sem parar e eu sempre pedia mais, querendo que as viagens nunca
terminassem.