A vida é isso de todo dia. Um ir e vir desenfreado, um pouco do que vai sempre inacabado na alma. A vida é esse ininterrupto sonho desse vasto mundo, que nos adormece e acorda, que nos alimenta e engana, que nos distrai e constrói. Mas caso não tenha se dado conta, a vida também é muito mais... O fato é que jamais paramos para pensar e mensurar todas as coisas, todos os entremeios, todos os pontos e conexões dos atos diários, sempre minimamente intrincados... E vamos vivendo.
Vamos vivendo por vezes num turbilhão de emoções, uma tormenta de alma, um abrupto abismo desconhecido em que nos afundamos, a cada dia um tanto mais... Mas por vezes e quase que sintomaticamente, vamos vivendo o caminhar dos dias com uma fome avassaladora, de tantas e quantas vezes sem que sequer saibamos do quê realmente... Vamos vivendo e crescendo, vamos causando, nascendo e morrendo um pouco mais todo dia...
Mas por outro lado a vida tem isso de bom, de nos deixar escolher àquilo que vamos decidir renunciar. Podemos renunciar ao que nos faz mal, ao que não mais significa. Podemos renunciar ao movimento antigo, tomando rumo novo no caminho. Podemos renunciar à própria sorte ao fazermos uma péssima escolha, ou, ao contrário, podemos nos arriscar e ter um ganho imensamente maior do que aquele que apenas calculávamos timidamente e o quanto é bom quando isso acontece só cabe na prática.
Mas eis que, por vezes, nos embrenhamos numa vida em teoria e ela nunca sai do papel. Tadinha ! Assim resseca o caminho. O ideal da vida é o discurso e a prática, o sonho e o verbo, a fome e a vontade de comer e isso cabe somente a nós. Desenhar o destino é tão prático quanto colocar linha na agulha, um pouquinho de persistência e um bocadinho de teimosia, e a gente acaba por conseguir. Sair da teoria e enfrentar a prática é o momento dessa vida que surge, dessa vida que nos toma todos os dias o nosso maior tempo. E que bom quando dentro dessa temática ela nos traz e propõe apenas a felicidade. É tudo possível ! Pense nisso...