Nos dias que passam diante dos olhos, a impressão que se tem é de que é necessário que se tenha uma opinião formada sobre tudo e, claro, essa será sempre "velha" ainda que se esteja diante de novos fatos, quesitos ou fórmulas e hábitos. Até mesmo eu, aqui nesse esboço de arremedo textual estou emitindo a minha opinião sobre opiniões em geral, hoje dadas a esmo. É o culto da rede social, o paradoxo de informações que limitam nossas mentes e que nos fazem algozes de nossas próprias palavras, porque ao emitirmos uma opinião sobre algo passamos a ser contra atacados.
Se somos favoráveis, somos déspotas a colocar os dedos nas faces dos menos favorecidos, dos incautos, dos indefesos, dos estáticos, das minorias. Se somos contrários somos facínoras, fascistas, reacionários, indigestos, fleumáticos, doentes, neuróticos, loucos, insensíveis, insensatos, incrédulos ou ridículos. Se não dissemos nada somos alienados, a margem da sociedade, em cima do muro, sem opinião, sem decisão, sem propósito, sem cérebro, sem atuação ativa, sem marca na sociedade, sem personalidade, sem fins lucrativos.
Então, o que fazer? Há solução para tanta discussão e conclusões que nunca chegam a um consenso? Talvez não, porque a ação sempre foi melhor que a falácia. A promoção de atitudes sempre é melhor que a defesa de pontos de vista. O respeito sempre impõe mais àquele que não julga do que àquele que tem sempre algo a dizer mas tão somente porque veio ao mundo a passeio, olha, observa, vê mas se mantém com a mesma posição de espectador e nunca de cérebro atuante com mãos ágeis e pernas que caminham em direção ao futuro. Nunca coloca a mão na massa porque não lhe diz respeito.
O melhor a fazer e que aqui não seja lida minha opinião, porque longe de mim formar a opinião de algo em alguém, cada um sabe da sua verdade, da sua história, de onde sua alma lhe cabe. Que cada um tome as rédeas da própria vida e construa um alicerce melhor em torno de si. Construa um mundo melhor de se viver ao redor, com boas atitudes, com perseverança, com trabalho, com dignidade e com a certeza de que faz sempre a parte que lhe cabe com amor. Semeie amor e não discórdia. Semeie gestos do bem e não pensamentos ofensivos. Semeie sentimentos de bondade e de perseverança, interaja com aqueles que buscam por afeto e por compaixão e se esqueça de dizer tantas bobagens. Arregace as mangas na construção do mundo que você quer e que você acha digno. O resto não tem importância nenhuma, porque palavras o vento leva e só as ações são indestrutíveis. E eu sou uma metamorfose em plena construção, ambulante nas minhas palavras, mas consciente dos atos que pratico. E sou fã do Raul.